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Sobre a Leitura Espiritual

Excertos do Livro
Escola da Perfeição Cristã
Santo Afonso Maria de Ligório
Compilação de textos do Santo Doutor,
pelo Pe. Saint-Omer, C.SS.R.



§ I. Grande utilidade da leitura espiritual

    A leitura espiritual nos é talvez tão útil na tendência à perfeição como a oração, porque ela nos conduz tanto à oração como à virtude, diz São Bernardo (De modo bene viv., c. 59). "A meditação e a leitura espiritual, diz o mesmo Santo, são excelentes meios para se vencer o demônio e conquistar o Céu". Não podemos ter sempre nosso diretor espiritual junto de nós para pedir-lhe conselho em todas as nossas ações e, especialmente, em nossas dúvidas; a leitura espiritual, porém, supre o seu lugar, dando-nos as luzes de que necessitamos e os meios de evitar os enganos do demônio e do amor próprio, e de viver segundo a Vontade de Deus. E por isso, segundo afirma Santo Atanásio, não se encontrará um fervoroso servo de Deus que não seja dado à leitura de livros espirituais. 

   Do mesmo modo, tanto quanto é perniciosa a leitura de maus livros, é útil a leitura dos bons. Como aquela precipita tantas vezes a mocidade na perdição, assim esta é, muitas vezes a causa da conversão de muitos pecadores. 

   O autor dos livros bons é, em última análise, o Espírito de Deus, ao passo que o demônio é propriamente o inspirador dos maus. Este sabe esconder a muitos o veneno de que estão impregnados esses livros, pretextando que, pela leitura deles, se apropria um bom estilo ou uma reta norma de vida, ou que, pelo menos, assim se aproveita convenientemente o tempo. Eu afirmo, de minha parte, que não há coisa mais prejudicial que a leitura de maus livros, particularmente para aqueles que desejam levar uma vida devota. 

   Por maus livros entendo não só os que a Santa Sé proibiu em razão de sua matéria herética ou imoral, mas também todos os que tratam de amores profanos. Que piedade poderá ter um cristão que se ocupa com a leitura de romances ou de novelas amorosas? Que recolhimento de espírito terá ele na meditação ou na santa Comunhão? Mas que mal poderão causar os romances e poesias mundanas, que nada têm de indecoroso? - perguntará alguém. Causam um mal imenso: excitam a sensualidade; inflamam as paixões, que facilmente arrastam consigo a vontade, ou, ao menos, a enfraquecem tanto que o demônio já encontra o coração preparado para uma queda desastrosa no abismo do pecado, quando sobrevêm uma ocasião para um amor impuro. 

   Um douto escrito diz que a heresia se alastrou tanto e ainda se espalha cotidianamente, justamente em conseqüência da leitura de tais livros, porque essa leitura favorece a imoralidade, que aplaina o caminho para o erro. O veneno de tais livros penetra pouco a pouco na alma, apodera-se do entendimento, corrompe e perverte a vontade, e traz a morte à alma. Em verdade, o demônio não possui talvez um meio mais seguro para perverter os jovens do que a leitura de livros tão venenosos. Um só livro dessa espécie pode bastar para perder toda uma família. 

   Por isso, querido leitor, se chegar às tuas mãos um tal livro, lança-o imediatamente ao fogo, para que não apareça mais; e, se és pai de família, faze o que estiver em tuas forças para afastar de tua casa uma tal peste, se não quiseres dar um dia rigorosas contas a Deus. 

Nota do tradutor: Os mesmo vale dos divertimetos atuais: teatros, cinemas, bailes, etc., e pricipalmente dos jornais

   Além disso, deves notar bem, alma cristã, que alguns livros não são em si mesmos maus, mas, em todo caso, não podem concorrer para o teu bem espiritual e, por isso, a leitura desses livros é prejudicial, porque te rouba muito tempo, que poderias empregar em coisas úteis à tua salvação. São Jerônimo, no retiro de Belém, lia com grande gosto os escritos de Cícero, como ele conta à sua discípula Eustóquium, enquanto que achava certa repugnância na leitura da Sagrada Escritura, cujo estilo lhe parecia muito simples. Sobreveio-lhe, então, uma grave enfermidade, na qual pareceu-lhe estar diante do tribunal de Jesus Cristo. À pergunta do Senhor de quem ele era, respondeu o Santo: Eu sou um cristão. Mentes, respondeu-lhe o divino Mestre, és um ciceroniano, e não um cristão. E Jerônimo, por mandado do divino Juiz, foi castigado por um Anjo. Ele prometeu emendar-se e, voltando a si, percebeu que suas costas estavam todas feridas pelos açoites que recebera nessa visão. Desde então, deixou o Santo a leitura das obras de Cícero, e dedicou-se à leitura da Sagrada Escritura. 

   Não resta dúvida que, às vezes, se encontra nos livros mundanos um ou outro pensamento que é proveitoso para a vida espiritual, mas, como escreve São Jerônimo a uma de suas discípulas, "por que procuras alguns grãos de ouro em tão grande imundície?" (Ep. ad Fur.). Lê livros piedosos, onde encontrarás ouro puro, sem mistura impura alguma. 

   [...]

      Consideremos os preciosos frutos que produz a leitura de bons livros.

   Primeiramente, os bons livros enriquecem o nosso coração de bons pensamentos e santos desejos, ao passo que os maus livros enchem o nosso coração de pensamentos mundanos e sumamente prejudiciais. Quem emprega seu tempo na leitura de livros vãos, pelos quais nascem em sua alma uma multidão de pensamentos mundanos e inclinações terrenas, não poderá de forma alguma permanecer recolhido. Como poderá se ocupar com pensamentos piedosos? Como se conservar na presença de Deus e fazer repetidos atos de virtude? O moinho mói o que nele se põe; como se poderá então esperar uma fina farinha quando se põe um fruto deteriorado? 

   Se alguém, que passou a maior parte do dia na leitura de um livro profano, quer se entregar à oração ou receber a Comunhão, em vez de pensar em Deus e fazer atos de amor e confiança, estará sempre distraído, porque todas aquelas coisas vãs que pouco antes leu, vêm-lhe novamente à lembrança. Pelo contrário, quem lê, por exemplo, as máximas e exemplos dos Santos, estará ocupado com santos pensamentos não só durante a oração, mas também em toda ocasião, e estes o conservam quase ininterruptamente unido a Deus. 

   Em segundo lugar, uma alma que está como que embebida em bons pensamentos pela espiritual, está mais preparada para repelir as tentações do demônio. São Jerônimo deu o seguinte conselho a Sabina, sua filha espiritual: Procura ter sempre um bom livro às mãos, para que te possas defender com esse escudo contra os maus pensamentos. 

   Em terceiro lugar, a leitura espiritual nos facilita o conhecimento das manchas de nossa alma e a purificação das mesmas. São Jerônimo escreve a Demétrias que ela devia servir-se da leitura espiritual como ''de um espelho''; pois, assim como o espelho mostra as manchas no rosto, assim também a leitura de livros espirituais nos aponta as manchas de nossa consciência. 

   Em quarto lugar, pela leitura espiritual obtêm-se muitas luzes e inspirações divinas. "Quando rezamos falamos com Deus, quando lemos é Deus que nos fala'', diz São Jerônimo (Ep. ad Eust.). É o que diz também Santo Ambrósio (De offic., 1.1, c. 30): ''Falamos a Deus quando rezamos; ouvimo-l'O quando lemos''. Como já acima notamos, não podemos ter sempre à nossa disposição o nosso confessor, ou ouvir um pregador zeloso que nos sirva de guia por meio de suas instruções, no caminho do Céu; os livros espirituais, porém, nos oferecem uma compensação por isso. 

  Conforme Santo Agostinho (Enarr. in ps. 30, ser. 2), são eles outras tantas cartas de Nosso Senhor, por meio das quais nos avisa de iminentes perigos, nos mostra o caminho da salvação, nos ensina a suportar as adversidades, ilumina-nos e inflama-nos em Seu santo amor. Quem, pois, desejar salvar-se, deve ler amiúde essas cartas do Céu. 

   Quantos Santos não foram levados, pela leitura de um bom livro, a abandonar o mundo e a se consagrar a Deus! É notório que Santo Agostinho, que viveu muitos anos preso nos laços dos vícios e paixões, ao ler uma epístola de São Paulo, abriu os olhos à luz divina e começou a tender à santidade. Igualmente Santo Inácio de Loyola encetou uma vida perfeita em conseqüência da leitura da vida dos Santos. Por acaso tomou-a nas mãos para distrair-se no seu leito de enfermo, a que estava condenado por ter sido ferido no ataque a Pamplona; com isso converteu-se e tornou-se o fundador da Companhia de Jesus, que é uma Ordem sumamente benemérita da Igreja. São João Colombini, ao ler, quase que contra a sua vontade, um livro espiritual, tomou a resolução de abandonar o mundo, começou uma santa vida e tornou-se o fundador de uma Ordem religiosa. Na história das Carmelitas se narra que uma nobre dama de Viena, que pretendia tomar parte de uma diversão mundana, ao ficar sabendo que esta não se realizaria, cheia de raiva, começou a ler um livro espiritual, que, por acaso, lhe caiu nas mãos. Esse livro inspirou-lhe um tal desprezo pelo mundo, que renunciou a todas as suas vaidades e fez-se carmelita. 

   A leitura de bons livros não foi proveitosa aos Santos unicamente em sua conversão, mas em toda a sua vida, para se manterem firmes no caminho da perfeição e fazerem cada vez maiores progressos nele. São Domingos beijava seus livros espirituais e apertava-os amorosamente ao coração, dizendo: ''Estes livros dão-me o leite que me sustenta''. O grande servo de Deus, Tomás de Kempis, não conhecia maior consolação do que esconder-se em um canto de seu quarto com um livro que tratasse das coisas espirituais. São Filipe Néri empregava todo o tempo livre na leitura de livros espirituais, principalmente da vida dos Santos. 

   Oh! Como é útil tomar a vida dos Santos por objeto de nossa leitura espiritual! Os livros que tratam das virtudes ensinam-nos o que devemos fazer; na história dos Santos vemos, porém, o que de fato fizeram tantos homens e mulheres, rapazes e donzelas, que eram homens como nós. Mesmo que a meditação dos exemplos dos Santos não nos trouxesse outro proveito, nos obrigaria a nos humilharmos profundamente, porque, lendo as grandes coisas que os Santos praticaram, devemos certamente nos envergonhar de ter feito e de fazer ainda tão pouco por Deus. Santo Agostinho dizia de si mesmo: ''Ó meu Deus, quando eu considerava os exemplos de Vossos servos, envergonhava-me de minha preguiça e sentia arder em mim o fogo de Vosso santo amor'' (Conf., I. 9, c. 2). São Francisco de Assis, ao pensar nos Santos e em suas virtudes, sentia-se abrasar em chamas de amor divino (S. Boav., Vita S. Franc., c. 9). 

   São Gregório Magno conta que, em seu tempo, vivia em Roma um homem, chamado Sérvulo, que era muito doentio e devia esmolar a sua subsistência. Dava uma parte das esmolas que recebia aos outros pobres e a outra a empregava na compra de bons livros. Ele não sabia ler e, por isso, pedia àqueles que ele abrigava em sua choupana durante a noite, que lhos lessem. Dessa maneira alcançou uma grande paciência nos sofrimentos, diz S. Gregório, e uma admirável sabedoria nas coisas celestes. Ao morrer, pediu aos seus amigos que lhe lessem alguma coisa; antes, porém, de expirar, interrompeu-os, dizendo: Calai-vos, calai-vos; não ouvis como todo o Céu ressoa com cânticos e aprazível música? Logo depois expirou. Apenas deu o último suspiro, espalhou-se em seu quarto um cheiro celestial, que testemunhava a santidade desse mendigo que, pobre em bens terrenos, porém rico em virtudes e merecimentos, deixara este mundo.

§ II. Maneira de se fazer a leitura espiritual

Para tirar grande proveito da leitura espiritual, devemos observar as seguintes regras: 

1. Antes de começar a ler, devemos pedir a Deus que nos ilumine a respeito do que vamos ler. Já se disse acima que Nosso Senhor mesmo se digna falar conosco na leitura espiritual; por isso, devemos dizer-lhe, tomando o livro nas mãos: ''Falai, Senhor, que Vosso servo escuta''. Fazei-me conhecer a Vossa Vontade, pois Vos quero obedecer em tudo. 

2. Na leitura espiritual não devemos ter a intenção de contentar o nosso desejo de saber ou até nosa curiosidade, mas unicamente procurar crescer no amor de Deus. Quando se lê para se aumentar seus conhecimentos, não é isso leitura espiritual, mas um simples estudo. É coisa pior, porém, ler-se por pura curiosidade, como fazem alguns que, por assim dizer, devoram os livros e nada mais têm em vista do que a satisfação de sua curiosidade. Que proveito poderão tirar de tal leitura? Todo o tempo que empregam nisso é perdido. Muitos leem, e leem muito, diz São Gregório (Hom. in Ezeq.), e, apesar disso, seu espírito não fica saciado, porque leem só por curiosidade.

3. Para tirar proveito dos livros espirituais devemos lê-los com vagar e ponderação.''Pela leitura espiritual tua alma deve ser alimentada'', diz Santo Agostinho. Ora, querendo alimentar-se convenientemente, não se deve engolir a comida, mas antes, mastigá-la bem. Pondera, pois, bem, o que lês, e procura aplicá-lo a ti mesmo. E se o que leste te causou uma forte impressão, segue o conselho de Santo Efrém (De pat. et. cons. saec.) e torna a ler repetidas vezes. 

4. Se recebemos uma luz especial durante a leitura, ao se nos depar um belo pensamento ou uma ação virtuosa que nos comove o coração, devemos parar um pouco, para elevar a nossa mente a Deus, fazer um propósito, um ato de piedoso afeto e uma fervorosa súplica a Deus. Não faz nenhum mal se, entretanto, se escoa todo o tempo determinado para a leitura, pois um proveito maior do que o sobredito não podemos tirar da leitura espiritual. Muitas vezes a leitura de algumas linhas é mais proveitosa do que a de uma página inteira. 

5. Finalmente, antes de fechar o livro, alma cristã, deves reter na memória algum pensamento piedoso que encontraste, para te ocupares com ele durante o dia, à semelhança do que se costuma fazer quando se passa por um jardim, apanhando-se uma flor para levá-la consigo. 

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Fonte da Transcrição

O ROSÁRIO MEDITADO

Por São Luiz Maria Grignion de Montfort



BENEFÍCIOS DA RECITAÇÃO DO ROSÁRIO


1º   Os pecados obtêm o perdão; 
2º   As almas sedentas se saciam;
3º   Os que estão atados veem seus laços desfeitos;
4º   Os que choram encontram alegria;
5º   Os que são tentados encontram tranquilidade;
6º   Os pobres são socorridos;
7º   Os religiosos são reformados;
8º   Os ignorantes, instruídos;
9º   Os vivos triunfam da vaidade;
10º E os mortos são aliviados por meio de sufrágios.

CREDO:
1º) Fé na presença de Deus;
2º) Fé no Evangelho;
3º) Fé e obediência ao Papa como Vigário de Jesus Cristo.

Padre Nosso: Unidade de um só Deus, vivo e verdadeiro.
1ª Ave Maria: Em honra do Pai Eterno, que gera seu Filho contemplando-se.
2ª Ave Maria: Em honra do Verbo Eterno, igual ao Pai, que com Ele produz o Espírito Santo.
3ª Ave Maria: Em honra do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho por via de amor.

MISTÉRIOS GOZOSOS


1º Mistério - ANUNCIAÇÃO DO ANJO E ENCARNAÇÃO DO VERBO
Padre Nosso: Caridade de Deus, imensa.
Ave Maria, para lamentar o desgraçado estado de Adão desobediente, sua justa condenação e a de todos os seus filhos.
Ave Maria, para honrar:
2ª os desejos dos patriarcas e profetas, que pediam a vinda do Messias;
3ª os desejos e as preces da Santíssima Virgem, que apressaram a vinda do Messias;
4ª a caridade do Pai Eterno, que nos deu Seu divino Filho;
5ª o amor do Filho, que se entregou por nós;
6ª a embaixada e a saudação do arcanjo Gabriel;
7ª o temor virginal de Maria;
8ª a fé e o consentimento da Santíssima Virgem;
9ª a criação da alma e a formação do Corpo de Jesus Cristo no seio de Maria, pelo Espírito Santo;
10ª a adoração do Verbo Encarnado, pelos anjos, no seio de Maria.

2º Mistério - VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA A SUA PRIMA ISABEL
Padre Nosso: Majestade de Deus, adorável.
Ave Maria, para honrar:
1ª o gozo do Coração de Maria e a morada durante 9 meses, do Verbo em seu seio;
2ª o sacrifício que Jesus Cristo fez de si mesmo ao Pai, ao entrar neste Mundo;
3ª as complacências de Jesus no seio humilde e virginal de Maria, e de Nossa Senhora, no gozo doseu Deus;
4ª a dúvida de São José acerca da maternidade de Maria;
5ª a eleição dos escolhidos, combinada entre Jesus e Maria, em seu seio;
6ª o fervor de Maria na sua visita a Santa Isabel;
7ª a santificação de João Batista no ventre de sua mãe;
8ª a gratidão da Santíssima virgem com Deus, no Magnificat;
9ª a sua caridade e humildade em servir sua prima;
10ª a mútua dependência de Jesus e de Maria, e a devoção que devemos ter para com um e outra.

3º Mistério - NASCIMENTO DE JESUS
Padre Nosso: Riquezas de Deus, infinitas.
Ave Maria, para honrar:
1ª os desprezos e injúrias feitas a Maria e a São José em Belém;
2ª a pobreza do estábulo onde Deus veio ao mundo;
3ª a alta contemplação e o excessivo amor de Maria no momento de dar à luz;
4ª a saída do Verbo Eterno do seio de Maria sem romper o selo de sua virgindade;
5ª as adorações e cânticos dos anjos no nascimento de Jesus;
6ª a formosura arrebatadora de Sua divina infância;
7ª a vinda dos pastores ao estábulo, com seus presentes;
8ª a circuncisão de Jesus Cristo e Suas dores amorosas;
9ª a imposição do nome de Jesus Cristo e suas grandezas;
10ª a adoração dos reis magos e seus presentes.

4º Mistério - PURIFICAÇÃO DE NOSSA SENHORA, APRESENTAÇÃO NO TEMPLO
Padre Nosso: Sabedoria de Deus, eterna.
Ave Maria, para honrar:
1ª a obediência de Jesus e de Maria à Lei;
2ª o sacrifício que ali fez Jesus de sua Humanidade;
3ª o sacrifício que ali fez Maria de sua honra;
4ª o gozo e os cânticos de Simeão e Ana, a profetisa;
5ª o resgate de Jesus pela oferenda de duas rolas;
6ª a matança dos santos inocente;
7ª a fuga de Jesus para o Egito, pela obediência de São José à voz do anjo;
8ª a estadia misteriosa no Egito;
9ª a Sua volta para Nazaré;
10ª o seu crescimento em idade, sabedoria e graça.

5º Mistério - ENCONTRO DE JESUS NO TEMPLO
Padre Nosso: Santidade de Deus, incompreensível.
Ave Maria, para honrar:
1ª a Sua vida oculta, laboriosa e obediente na casa de Nazaré;
2ª sua pregação e encontro no Templo entre os doutores;
3ª seu jejum e tentações no deserto;
4ª seu Batismo por São João Batista;
5ª sua pregação admirável;
6ª seus milagres portentosos;
7ª a eleição de seus 12 Apóstolos e os poderes que lhes dá;
8ª sua transfiguração maravilhosa;
9ª o lava-pés dos Apóstolos;
10ª a instituição da Sagrada Eucaristia.

MISTÉRIOS DOLOROSOS


1º Mistério - AGONIA DE JESUS NO HORTO
Padre-Nosso: Felicidade de Deus, essencial.
Ave Maria, para honrar:
1ª os divinos retiros que fez Jesus em Sua vida, principalmente no horto;
2ª suas orações humildes e fervorosas durante Sua vida e na véspera da Paixão;
3ª a paciência e doçura com que suportou Seus Apóstolos, particularmente no Horto;
4ª o tédio de sua Alma durante toda a Sua vida, principalmente no Horto;
5ª os rios de sangue que a dor fez brotar de seu Ser adorável;
6ª o consolo que teve por bem aceitar de um anjo na agonia;
7ª sua conformidade com a Vontade do Pai, apesar da repugnância de Sua natureza;
8ª Sua traição por Judas e prisão pelos judeus;
9ª o valor com que saiu ao encontro dos algozes e a força da palavra com que os lançou por terra e os levantou;
10ª o abandono que sofreu de Seus Apóstolos.

2º Mistério - A FLAGELAÇÃO
Padre-Nosso: Paciência de Deus, admirável.
Ave Maria, para honrar:
1ª as cordas com que Jesus foi atado;
2ª a bofetada que recebeu em casa de Caifás;
3ª as negações de São Pedro;
4ª as ignomínias que sofreu em casa de Herodes, quando lhe puseram a veste branca;
5ª o despojamento de Suas vestes;
6ª os desprezos e insultos que sofreu de Seus verdugos pela Sua nudez;
7ª as varas espinhosas e os açoites cruéis com que foi golpeado;
8ª a coluna em que foi atado;
9ª o sangue que derramou e as chagas que recebeu;
10ª a Sua queda pela fraqueza no sangue que derramou.

3º Mistério – COROAÇÃO DE ESPINHOS
Padre-Nosso: Formosura de Deus, inefável.
Ave-Maria, para honrar:
1ª o despojamento de Suas vestes pela terceira vez;
2ª a Sua coroa de espinhos;
3ª o véu com que Lhe vendaram os olhos;
4ª as bofetadas e os escarros com que Lhe cobriram o rosto;
5ª o andrajo que Lhe puseram sobre os ombros;
6ª a cana que Lhe puseram nas mãos;
7ª a pedra pontiaguda sobre a qual O sentaram;
8ª os ultrajes e os insultos que Lhe fizeram;
9ª o sangue e os suores que saíam de Sua cabeça adorável;
10ª os cabelos e a barba que Lhe arrancaram.

4º Mistério - JESUS CARREGA A CRUZ
Padre-Nosso: Onipotência de Deus, sem limites.
Ave-Maria, para honrar:
1ª apresentação de Nosso Senhor diante do povo com o “Ecce Homo”;
2ª o haver sido preferido a Barrabás;
3ª os falsos testemunhos que contra Ele deram;
4ª Sua condenação à morte;
5ª o amor com que abraçou e beijou a Cruz;
6ª o trabalho espantoso que teve em carregá-la;
7ª as quedas de pura debilidade sobre Seu peso;
8ª o encontro doloroso com Sua Santa Mãe;
9ª o véu de Verônica, no qual Seu rosto se estampou;
10ª suas lágrimas, as de Sua Santa Mãe e das piedosas mulheres que O seguiram até o Calvário.

5º Mistério – A CRUCIFICAÇÃO
Padre-Nosso: Justiça de Deus, espantosa.
Ave Maria, para honrar:
1ª as cinco chagas de Jesus e o sangue que derramou na cruz;
2ª seu coração traspassado e a Cruz em que foi crucificado;
3ª os cravos e a lança que O atravessaram;
4ª a vergonha e a infâmia que sofreu, sendo crucificado entre dois ladrões;
5ª a compaixão de Sua Mãe Santíssima;
6ª as sete últimas palavras;
7ª Seu desamparo e Seu silêncio;
8ª a aflição de todo o Universo;
9ª Sua morte cruel e ignominiosa;
10ª a descida da Cruz e sepultamento.

MISTÉRIOS GLORIOSOS


1º Mistério - A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Padre-Nosso: Eternidade de Deus, sem princípio.
Ave Maria, para honrar:
1ª a descida da Alma de Nosso Senhor aos Infernos;
2ª o gozo e a saída das almas dos Santos Padres que estavam no Limbo;
3ª a reunião de Sua Alma e de Seu Corpo no sepulcro;
4ª sua milagrosa saída do Sepulcro;
5ª suas vitórias sobre a morte, o pecado, o mundo e o demônio;
6ª os quatro dons gloriosos de Seu Corpo;
7ª o poder que Lhe deu Seu Pai no céu e na terra;
8ª as aparições com que honrou Sua Santa Mãe;
 9ª as conversações sobre o Céu e a Ceia que fez com Seus Apóstolos;
10ª a autoridade e missão que lhes deu, para que fossem pregar por toda a Terra.

2º Mistério – ASCENSÃO DE JESUS
Padre-Nosso: Imensidade de Deus, sem limites.
Ave Maria, para honrar:
1ª a promessa que fez Jesus aos Apóstolos de lhes enviar o Espírito Santo, e a ordem que lhes deu de se prepararem para O receber;
2ª a reunião no Monte das Oliveiras;
3ª a benção que lhes deu ao se elevar da Terra aos Céus;
4ª Sua gloriosa e admirável Ascensão por Sua própria virtude até o Céu Empíreo;
5ª O recebimento e o triunfo que lhe fez Deus, Seu Pai, e toda a corte celestial;
6ª o poder triunfante com que abriu as portas do Céu, onde nenhum mortal havia entrado;
7ª seu assento à direita do Pai, como Seu Filho querido, igual a Ele mesmo;
8ª o poder que Lhe deu de julgar os vivos e os mortos;
9ª Sua última vinda sobre a Terra, na qual Seu poder e majestade aparecerão em todo o seu esplendor;
10ª a justiça que fará no último Juízo, recompensando os bons e castigando os maus por toda a eternidade.

3º Mistério - VINDA DO ESPÍRITO SANTO SOBRE MARIA E OS APÓSTOLOS
Padre-Nosso: Providência de Deus, universal.
Ave Maria, para honrar:
1ª a Verdade do Espírito Santo, Deus que procede do Pai e do Filho, e que é o Coração da Divindade;
2ª o dom do Espírito Santo pelo Pai e pelo Filho sobre os Apóstolos;
3ª o grande estrondo com que desceu, sinal de Sua força e Seu poder;
4ª as línguas de fogo que enviou sobre os Apóstolos, para lhes dar a inteligência das Escrituras, o amor de Deus e do próximo;
5ª a plenitude de graças com que distinguiu Maria, Sua fiel esposa;
6ª Sua conduta maravilhosa, com os santos e com o próprio Jesus Cristo, a quem guiou durante toda a vida;
7ª os doze frutos do Espírito Santo (a Caridade, o Gozo, a Paz, a Paciência, a Benignidade, a Bondade, a Longanimidade, a Mansidão, a Fé, a Modéstia, a Continência e a Castidade);
8ª os sete dons do Espírito Santo (A Sabedoria ou Sapiência, o Entendimento, o Conselho, a Fortaleza, a Ciência, a Piedade e o Temor de Deus);
9ª para pedir em particular o dom da Sabedoria e a vinda de Seu reino aos corações;
10ª para obter a vitória sobre os três espíritos que Lhe são opostos, a saber: o espírito da carne, do mundo e do demônio.

4º Mistério – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Padre-Nosso: Liberalidade de Deus, inenarrável.
Ave Maria, para honrar:
1ª a predestinação eterna de Maria, como obra-prima das mãos de Deus;
2ª Sua Conceição Imaculada, a plenitude de graças e o uso da razão no seio de sua mãe;
3ª Sua Natividade que regozijou todo o Universo;
4ª Sua apresentação e sua vida no Templo;
5ª Sua vida admirável e isenta de todo pecado;
6ª a plenitude de suas virtudes singulares;
7ª Sua virgindade fecunda e seu parto sem dor;
8ª Sua maternidade divina e sua aliança com a Santíssima Trindade;
9ª Sua morte preciosa e cheia de amor;
10ª Sua Ressurreição e Assunção triunfante.

5º Mistério - COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA RAINHA DOS CÉUS
Padre-Nosso: Glória de Deus, inacessível.
Ave Maria, para honrar:
1ª a tríplice coroa com que a Santíssima Trindade coroou Maria;
2ª o gozo e a glória nova que recebeu o Céu por seu triunfo;
3ª para reconhecê-la como Rainha do Céu e da Terra, dos anjos e dos homens;
4ª a tesoureira e dispensadora de todas as graças de Deus, dos méritos de Jesus Cristo e dos dons do Espírito Santo;
5ª a Medianeira e Advogada dos homens;
6ª a destruidora e a ruína do demônio e das heresias;
7ª o refúgio seguro dos pecadores;
8ª a mãe e nutriz dos cristãos;
9ª a que é gozo e doçura dos justos;
10ª a que é asilo universal dos vivos, consolo todo-poderoso dos aflitos, dos moribundos e das almas do purgatório.


Os Sete Sacramentos - MATRIMÔNIO

Retirado do
Catecismo Maior de São Pio X
Quarta Parte
Dos Sacramentos


§ 1º - Natureza do Sacramento do Matrimônio

826) Que é o Sacramento do Matrimônio?
O Matrimônio é um Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, que estabelece uma união santa e indissolúvel entre o homem e a mulher, e lhes dá a graça de se amarem um ao outro santamente, e de educarem cristãmente seus filhos.

827) Por quem foi instituído o Matrimônio?
O Matrimônio foi instituído pelo próprio Deus no Paraíso terrestre; e no Novo Testamento foi elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.

828) Tem o Sacramento do Matrimônio alguma significação especial?
O Sacramento do Matrimônio significa a união indissolúvel de Jesus Cristo com a Santa Igreja, sua esposa e nossa Mãe amantíssima.

829) Por que se diz que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel?
Diz-se que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel, isto é, que não se pode quebrar senão pela morte de um dos cônjuges, porque assim o estabeleceu Deus desde o começo, e assim o proclamou solenemente Jesus Cristo, Senhor Nosso.

830) No Matrimônio cristão, poder-se-ia separar o contrato do Sacramento?
Não. No Matrimônio entre cristãos o contrato não se pode separar do Sacramento, porque para eles o Matrimônio não é outra coisa senão o mesmo contrato natural, elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento.

831) Então, entre os cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento?
Entre os cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento.

832) Que efeitos produz o Sacramento do Matrimônio?
O Sacramento do Matrimônio:
1º dá um aumento da graça santificante;
2º confere a graça especial para se cumprirem fielmente todos os deveres matrimoniais.

§ 2º - Ministros, cerimônias e disposições para o Matrimônio

833) Quem são os ministros do Sacramento do Matrimônio?
Os ministros deste Sacramento são os mesmos esposos, que reciprocamente conferem e recebem o Sacramento.

834) De que maneira se administra este Sacramento?
Este Sacramento, porque conserva a natureza de contrato, é administrado pelos mesmos contraentes, declarando na presença do próprio pároco, ou de outro Sacerdote devidamente autorizado, e de duas testemunhas, que se unem em matrimônio.

835) Para que serve então a bênção que o pároco dá aos esposos?
A bênção que o pároco dá aos esposos não é necessária para constituir o Sacramento, mas é dada para sancionar em nome da Igreja a sua união, e para atrair sempre mais sobre eles as bênçãos de Deus.

836) Que intenção deve ter quem contrai Matrimônio?
Quem contrai Matrimônio deve ter intenção:
1º de fazer a vontade de Deus, que o chama a tal estado;
2º de procurar nele a salvação da própria alma;
3º de educar cristãmente os filhos, se Deus lhos der.

837) De que maneira se devem dispor os esposos para receber com fruto o Sacramento do Matrimônio?
Os esposos, para receber com fruto o Sacramento do Matrimônio, devem:
1º encomendar-se de todo o coração a Deus, para conhecer a sua vontade e para alcançar dEle as graças que são necessárias em tal estado;
2º consultar os próprios pais, antes de chegar ao noivado, como o exige a obediência e o respeito devido aos mesmos;
3º preparar-se com uma boa confissão, até mesmo geral, se for necessário, de toda a vida;
4º evitar toda a familiaridade perigosa de trato e de palavras, ao conversarem mutuamente antes de receberem este Sacramento.

838) Quais são as principais obrigações das pessoas unidas em Matrimônio?
As pessoas unidas em Matrimônio devem:
1º guardar inviolada a fidelidade conjugal, e proceder sempre cristãmente em tudo;
2º amar-se mutuamente, suportando-se um ao outro com paciência, e viver em paz e harmonia;
3º se têm filhos, cuidar seriamente de prover às suas necessidades, dar-lhes educação cristã, e deixar-lhes a liberdade de escolher o estado de vida a que Deus os chamar.

§ 3º - Condições e impedimentos do Matrimônio

839) Que é necessário para contrair validamente o Matrimônio cristão?
Para contrair validamente o Matrimônio cristão é necessário estar livre de qualquer impedimento matrimonial dirimente, e dar livremente o próprio consentimento ao contrato do Matrimônio na presença do próprio pároco ou de um Sacerdote devidamente autorizado, e de duas testemunhas.

840) Que é necessário para contrair licitamente o Matrimônio cristão?
Para contrair licitamente o Matrimônio cristão, é necessário estar livre dos impedimentos matrimoniais impedientes, estar instruído nas verdades principais da religião, e estar em estado de graça. Não estando em estado de graça, cometer-se-ia um sacrilégio.

841) Que são os impedimentos matrimoniais?
Os impedimentos matrimoniais são certas circunstâncias que tornam o matrimônio ou inválido ou ilícito. No primeiro caso chamam-se impedimentos dirimentes, no segundo impedimentos impedientes.

842) Dai-me alguns exemplos de impedimentos dirimentes.
Impedimentos dirimentes são, por exemplo, a consanguinidade até ao terceiro grau, o parentesco espiritual, o voto solene de castidade, a diversidade de culto entre batizados e não batizados etc.

843) Dai-me algum exemplo de impedimento impediente.
Impedimento impediente é, por exemplo, o voto simples de castidade etc.

844) São os fiéis obrigados a manifestar à autoridade eclesiástica os impedimentos matrimoniais que conhecem?
Os fiéis são obrigados a manifestar à autoridade eclesiástica os impedimentos matrimoniais que conhecem; e é por isso que os párocos fazem as publicações, isto é, leem os pregões dos que se vão casar.

845) Quem tem o poder de estabelecer impedimentos matrimoniais, de dispensar deles, e de julgar da validade do Matrimônio cristão?
Só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos e de julgar da validade do Matrimônio entre os cristãos, como só a Igreja pode dispensar daqueles impedimentos que Ela estabeleceu.

846) Por que só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos e de julgar da validade do Matrimônio?
Só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos, de julgar da validade do Matrimônio e de dispensar dos impedimentos que Ela própria estabeleceu, porque não se podendo separar no matrimônio cristão o contrato do Sacramento, também o contrato cai sob a alçada da Igreja, porque só a Ela conferiu Jesus Cristo o direito de promulgar leis e decisões acerca das coisas sagradas.

847) Pode a autoridade civil dissolver, com o divórcio, o vínculo do Matrimônio cristão?
Não. O vínculo do Matrimônio cristão não pode ser dissolvido pela autoridade civil, porque esta não pode ingerir-se em matéria de Sacramentos, nem separar o que Deus uniu.

848) Que é o matrimônio ou casamento civil?
O casamento civil não é mais que uma formalidade prescrita pela lei para os cidadãos, a fim de dar e de assegurar os efeitos civis aos casados e aos seus filhos.

849) Pode um cristão celebrar somente o casamento ou contrato civil?
Um cristão não pode celebrar somente o contrato civil, porque este não é Sacramento, e portanto não é um verdadeiro matrimônio.

850) Em que condições se encontrariam os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento civil?
Os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento civil, estariam em estado habitual de pecado mortal, e a sua união seria sempre ilegítima diante de Deus e da Igreja.

851) Deve fazer-se também o contrato civil?
Deve fazer-se também o contrato civil, porque, embora não seja ele Sacramento, serve, no entanto, para garantir aos casados e a seus filhos os efeitos civis da sociedade conjugal; eis porque, como regra geral, a autoridade eclesiástica não permite o casamento religioso, quando não se cumprem as formalidades prescritas pela autoridade civil.

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Retirado do Catecismo Maior de São Pio X