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Um pouco da história do Mês de Maria

Do livro:
A Alma Gloriosa de Maria
Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. 
Livros de 1937

Como prefácio*

Muito devemos varões
loar a Santa Maria,
que sas graças e seus dões
da a quem por ela fia.
(Cantigas de D. Affonso, o sábio)

O nosso pobre mês de Maio, de primeiros frios, de chuva e vento, é no hemisfério setentrional o mês do despertar glorioso da Natureza. A primavera, por toda a parte, irrompe vitoriosa, numa profusão deslumbrante de flores e perfumes. E lá na Europa, — naquela Europa à qual pertencemos, no dizer de Nabuco, pelas camadas estratificadas do nosso espírito — o mês de Maio é sinônimo de beleza e poesia.
A piedade dos cristãos d’além-mar consagra a Nossa Senhora este mês privilegiado.
E realmente, melhor parece que não poderá ser nem a escolha nem a oferta: à Virgem Imaculada super omnem speciosa, o mês régio da ressurreição e das flores.
Interessante, sem dúvida, é investigar as origens do mês de Maria, acompanhar como um rito pagão se foi cristianizando, pouco a pouco, através dos séculos, até alcançar a forma definitiva da nossa devoção atual.

Leitura Indulgenciada para o Mês de Maio - 2014

ACOMPANHE DIARIAMENTE
NESTE MÊS DE MAIO - 
AS POSTAGENS DO LIVRO:

A Alma Gloriosa de Maria
Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. 
Livros de 1937


Benção do Em. Sr. Cardeal:
Aos devotos de Nossa Senhora e aos católicos em geral, com muito empenho recomendamos a leitura de “A Alma Gloriosa de Maria”, de Fr. Henrique Golland Trindade. São páginas de elevada, afetuosa e bem compreendida espiritualidade mariana.
 Concedemos 100 dias de indulgência (nota do blog - indulgência parcial), uma vez por dia, aos fiéis que lerem um capítulo, pelo menos, desse livro piedoso.

†Sebastião, Cardeal Arcebispo
Rio de Janeiro, 25 de Março de 1935.


NA VIGÍLIA DO MÊS
E todo o bom cristão se alegra!. . .
Eis que começa, amanhã, o glorioso mês de Maio, o mês abençoado de Maria. Um mês inteiro, todo de propósito, para glorificar a boa Mãe do céu, cantar os seus louvores, contemplar as suas virtudes, apregoar as suas grandezas, oferecer-lhe flores, sacrifícios, orações. . . E todo o bom cristão se alegra!. . .

A Ressurreição de Jesus Cristo e a esperança do cristão

Santo Afonso Maria de Ligório

Desde o Domingo da Páscoa até a
Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive
Edição 1921, p. 1-3


Haec dies quam fecit Dominus: exultemus et laetemur in ea — “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Ps. 117, 24).

Sumário. Façamos um ato de fé viva na ressurreição de Jesus Cristo; cheguemo-nos a Ele em espírito para Lhe beijar as chagas glorificadas, e regozijemo-nos com Ele por ter saído do sepulcro vencedor da morte e do inferno. Lembrando-nos em seguida que a ressurreição de Jesus é o penhor e a norma da nossa, avivemos nossa esperança, e ganhemos ânimo para suportar com paciência as tribulações da vida presente. Lembremo-nos, porém, que para ressuscitarmos gloriosamente com Jesus Cristo devemos primeiro morrer com Ele a todos os afetos terrestres.

I. O grande mistério que em todo o tempo pascal, e especialmente no dia de hoje, deve ocupar as almas amantes de Deus, e enchê-las de dulcíssima esperança, é a felicidade de Jesus ressuscitado. Já meditamos que Jesus, no tempo de sua Paixão, perdeu inteiramente as quatro espécies de bens que o homem pode possuir na terra. Perdeu os vestidos até a extrema nudez; perdeu a reputação pelos desprezos mais abomináveis; perdeu a florescente saúde pelos maus tratos; perdeu finalmente a vida preciosíssima pela morte mais horrível que se pode imaginar. Agora porém, saindo vivo do fundo do sepulcro, recebe com lucro abundantíssimo tudo quanto perdeu.
O que era pobre, ei-Lo feito riquíssimo e Senhor de toda a terra. O que a si próprio se chamava verme e opróbrio dos homens, ei-Lo coroado de glória, assentado à direita do Pai. O que pouco antes era o Homem das dores e provado nos sofrimentos, ei-Lo dotado de nova força e de uma vida imortal e impassível. Finalmente o que tinha sido morto do modo mais horrível, ei-Lo ressuscitado pela sua própria virtude, dotado de sutileza, de agilidade, de clareza, feito as primícias de todos os que dormem com a esperança de ressuscitarem também um dia à imitação de Cristo: Christus resurrexit a mortuis, primitiae dormientium (1)
Detenhamos-nos aqui para tributar a nosso Chefe divino as devidas homenagens. Façamos um ato de fé viva na sua ressurreição, e cheguemo-nos a Ele para beijarmos em espírito os sinais de suas cinco chagas glorificadas. Alegremo-nos com Ele, por ter saído do sepulcro, vencedor da morte e do inferno, e digamos com todos os santos: “O Cordeiro que foi imolado por nós, é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a fortaleza, a honra, a glória e a bênção.” (2)

II. Regozijemo-nos com Jesus Cristo; mas regozijemo-nos também por nós mesmos, porquanto a sua ressurreição é o penhor e a norma da nossa, se ao menos, como diz São Paulo, morrermos primeiro interiormente ao afeto das coisas terrestres: Si commortui sumus, et convivemus (3) — “Se morrermos com Ele, com Ele também viveremos”. Ó doce esperança! “Virá a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus” (4); e então pelo poder divino retomaremos o mesmo corpo que agora temos, mas formoso e resplandecente como o sol. Nós também ressuscitaremos!
A esperança da futura ressurreição é o que consolava o santo Jó no tempo de sua provação. “Eu sei”, disse ele, e nós, digamos o mesmo no meio das cruzes e tribulações da vida presente: “eu sei que o meu Redentor vive, e que no derradeiro dia surgirei da terra; e serei novamente revestido de minha pele, e na minha própria carne verei a meu Deus... esta minha esperança está depositada no meu peito.” (5)
Meu amabilíssimo Jesus, graças Vos dou que pela vossa morte adquiristes para mim o direito à posse de tão grande bem, e hoje pela vossa ressurreição avivais a minha esperança. Sim, espero ressurgir no último dia, glorioso como Vós, não tanto por meu próprio interesse, como para estar para sempre unido convosco, e louvar-Vos e amar-Vos eternamente. É verdade que pelo passado Vos ofendi com os meus pecados; mas agora arrependo-me de todo o coração e pela vossa ressurreição peço-Vos que me livrais do perigo de recair na vossa desgraça: Per sanctam resurrectionem tuam, libera me, Domine — “Pela vossa santa ressurreição, livrai-me, Senhor”.

“E Vós, Eterno Pai, que no dia presente nos abristes a entrada da eternidade bem-aventurada, pelo triunfo que vosso Unigênito alcançou sobre a morte: aumentai com o Vosso auxílio os desejos que a vossa inspiração nos instila” (6). Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo e de Maria Santíssima.
__________
1. 1 Cor. 15, 20.
2. Ap 5,12.
3. 2 Tim. 2, 11.
4. Io. 5, 28.
5. Iob 19, 25.
6. Or.festi curr.

22/03 - Em honra a São José - excertos do livro

SÃO JOSÉ
Na Vida de Cristo e da Igreja
Pe. Maurício Meschler, S.J.
Edição de 1943


11. CONCLUSÃO 
A Sagrada Escritura nos ensina que o povo de Deus, ao sair do Egito, levou consigo os ossos de José, por gratidão para com aquele que seu benfeitor (Ex 13, 19). Devem os cristãos menos gratidão a São José? Por certo, lhe devemos muito mais. Paguemos a nossa dívida por uma filial devoção ao nosso glorioso benfeitor.