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Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 13

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XIII. ALMA DE BONDADE
Era de rochedo, a Alma gloriosa de Maria. Mas como aquele maravilhoso rochedo do deserto que, ao contato da vara de Moisés, jorrou água em abundância, para desalterar a multidão que morria de sede e de cansaço. Do rochedo da alma de Maria, percutido pela graça, não tem cessado de brotar a água límpida da verdadeira caridade, o mel da bondade (Ps 80, 17). É esta a única força capaz de fender este rochedo: a força do amor. E é o seu amor para com os homens que faz promanar da pedra — como dizia Job — rios de azeite. Foi o Verbo Humanado que tocou neste rochedo prodigioso, pois — como escreve Cornélio a Lápide — habitando Ele no seio de Maria, encheu de tal modo a Divina Mãe de bondade, que ela valesse sempre a todos os que precisassem de seu auxilio. Por isso, ela, que tanto amava a solidão de sua morada, corre apressada à casa de Isabel e lá fica três meses, derramando o óleo de sua bondade, nutrindo com o mel de sua doçura.

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XII. Alma de Rochedo
O corpo do primeiro homem era de argila. A sua alma, porém, um sopro de Deus. E Deus é imutável no meio de tudo o que muda. Assim como o rochedo batido pelos vagalhões revoltos do mar. Rochedo! Que coisa solene, grandiosa! As ondas se movem. Levantam-se. Bramem enfurecidas. Açoitam desesperadas. O rochedo lá está. Imóvel. Soberano. Assim são as almas que mais se aproximam de Deus. Entre as quais, em primeiro lugar, a alma gloriosa de Maria: alma de Deus, já o vimos, portanto, alma de rochedo. Sobre elas é que Jesus Cristo constrói as suas maravilhas. Pois não foi sobre São Pedro, a grande Pedra, que Ele construiu a sua Igreja? Sobre o rochedo da alma de Maria, Ele mesmo repousou e, tendo experimentado a sua firmeza, descansou sobre ela a humanidade redimida. Alma de rochedo! Foi por isso que o vento da soberba a não derribou, quando foi escolhida para a tremenda dignidade de Mãe de Deus, nem se curvou à saudação grandemente honrosa de sua prima Santa Isabel. Foi esta alma de rochedo que resistiu, quando lhe bateu de encontro a profecia cruel de Simeão; ou, quando, tão jovenzinha ainda, teve que fugir para o Egito, para lá esconder o seu tesouro. Nem sucumbiu quando lhe disseram que o Filho Divino fora preso, esbofeteado, cuspido, julgado, condenado. Era o rochedo sempre firme. E teve fortaleza ainda para afrontar — na rua da ignomínia em busca de seu Filho — aquele mar revolto da populaça desvairada que esbravejava, blasfemava, urrava, ameaçava...  E ao expirar a grande Vítima, quando o sol perdeu a sua luz, e o véu do templo se rasgou, quando a terra toda tremeu e os rochedos se partiram, só um rochedo ficou inabalado: foi o rochedo maravilhoso da alma de Maria. Admirável firmeza! E não foi junto deste rochedo que se refugiaram os apóstolos, depois da morte do Divino Mestre, com medo dos judeus?

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XI. Alma Eloquente
 As almas silenciosas são as mais eloquentes, se tomamos eloquencia pelo dom de convencer e de mover os homens. E isto porque suas palavras, sendo raras, não aborrecem, mas vêm sempre a propósito; sendo antes meditadas, soam sempre com a força da concentração e da convicção donde nasceram. Esta eloquencia possuiu a alma gloriosa de Maria em grau elevado. Pois, em grau elevado, foi ela, também, uma alma de silêncio. E não é assim? Diz algumas palavras ao Anjo embaixador de Deus e estas palavras, ecoando pelo mundo afora, operam maravilhas de transformação. “Eis aqui a serva do Senhor” exclama a Virgem — e, desde então, não têm faltado legiões de almas que fizeram de sua vida inteira um serviço exclusivo e dedicado a Deus Nosso Senhor. Servindo-O não só em seu templo com orações e sacrifícios, mas pelas estradas, pelos hospitais, pelas casas da pobreza e terras pagãs, na pessoa dos infiéis, dos leprosos, dos mendigos, de todos os que sofrem. É o verdadeiro serviço de Deus no seu duplo aspecto: vida contemplativa e vida ativa. Santa Teresa e Santa Isabel, S. Bruno e S. Vicente de Paulo, frutos da palavra de Maria:   Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a vossa Palavra — diz a Senhora e com esta palavra só o mundo todo começa a submeter-se à civilização cristã. As suas palavras do “Magnificat” são de eloquencia tão arrebatadora, tão do céu, que, ao seu lado, as vozes de um Bossuet são balbucios apenas. E, depois, quando, em Caná, ela docemente ordena: Fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser, não são somente aqueles servos das bodas que lhe obedecem, vencidos pela eloquencia suave de sua voz, mas é toda esta interminável procissão de almas, que no andar dos tempos fizeram da devoção esclarecida a Maria um meio de chegarem integralmente a Jesus. Elas têm em seu estandarte o lema: Por Maria a Jesus! — E que frutos de consolo e de salvação já não produziu o silêncio eloquente de Maria, sentada ao pé da cruz, tendo em seus braços morto o Filho divino! É como si dissesse: “Ó vós todos que passais sofrendo pelo caminho da vida, parai um instante e vede se há dor semelhante à minha!”

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X. ALMA DE SILÊNCIO
"O silêncio é o segredo das grandes almas" já escreveu alguém. As grandes almas são raras. Por isso há pouco silêncio no mundo. Mas muito barulho. Muita confusão. Muitas palavras. Já não se ouvem, por isso, as discretas admoestações da consciência. Nem o perpassar dulcíssimo da graça. Nem os convites suaves para as boas resoluções. O barulho a tudo sufoca. Dispersando forças. Enfraquecendo energias. Mirrando as almas. Tornando-as mesquinhas também. Pois “é no silêncio que as almas crescem’’ diz a Imitação de Cristo. O silêncio é força. “O silêncio é vida — escreveu a santa carmelita Ir. Marie Aimée — ele é que forja os santos, trabalha-os, aperfeiçoa-os”. O Eterno Pai é vida. Por isso Ele diz uma só palavra: o Verbo Eterno. E por meio deste único Verbo criou todas as maravilhas do Universo. — Maria, melhor do que ninguém, compreendeu toda a força e todo o encanto do silêncio.

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IX. Alma Ativa
 “O meu consolo, nesta hora extrema, é pensar que não perdi o meu tempo, cá na terra”. Mais ou menos assim disse a jovem belga Maggy, alma de apóstola, pouco antes de morrer. Era a expressão de uma grande verdade. Pois ela desenvolvera uma atividade quase incrível entre as crianças e os pobres operários. Nunca estava parada. A não ser para a oração, que, afinal, é um modo de andar, de correr até, sem que ninguém o perceba. Maria Santíssima não desenvolveu, está claro, uma atividade, assim, que desse na vista. Outros eram os tempos; outras, as necessidades; outra, a sua vocação! Entretanto que alma ativíssima, a alma gloriosa de Maria! E não podia ser de outra maneira. A atividade, diríamos quase ser uma virtude de família em Deus. Que é a mesma atividade, desde o Princípio, pois que é — na expressão teológica — um Ato puríssimo. Por isso o Padre Meschler, S. J. ficava contrariado quando os seus noviços lhe falavam de plena quietação no céu. “Não, não; no céu há atividade, há movimento, há vida”. É esta, aliás, a doutrina de Jesus Cristo. “Meu Pai, dizia o Divino Mestre, opera sem cessar e Eu também opero” (Jo 5, 17). — Ora, esta doutrina Nossa Senhora via corporificada, a todo o instante, diante de seus olhos. Jesus trabalhava, ajudando a ganhar o pão quotidiano que Ele bem podia — si o quisesse — adquirir, como lá no deserto ou na montanha, de modo maravilhoso; José trabalhava na sua oficina que era um verdadeiro templo onde habitava e operava o Homem Deus; Maria trabalhava, também, solícita, em casa, no jardim. A vida em Nazaré era portanto a lição mais perfeita do “Reza e trabalha” que se tornou depois regra de tanta Ordem e de todas as almas que querem cumprir a sua missão.