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Abstinência

“Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3)




 Pede-nos a Santa Madre Igreja a mortificação de não comer carne às sextas-feiras, o ano todo, de modo a honrar e adorar a Santa Morte de Nosso Senhor. (ficam excluídas as sextas-feiras das grandes festas, segundo a orientação do padre). A abstinência ainda é praticada e, diferente do jejum, começa desde a adolescência, a partir dos quatorze anos. Nas sextas-feiras do ano, e mais ainda durante os tempos de penitência, saibamos oferecer esse pequeno sacrifício a Nosso Senhor. 


Conforme o


Abstinência: deixar de comer carnes de animais de sangue quente (bovina, ovina, aviária, bubalina etc), bem como seus caldos de carne. Permite-se o uso de ovos, laticínios e gordura. Estão obrigados à abstinência os que tiverem completado quatorze anos, e tal obrigação se prolonga por toda a vida. Grávidas que necessitem de maior nutrição e doentes que, por conselho médico, precisam comer carne, estão dispensados da abstinência, bem como os pobres que recebem carne por esmola.

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Quarta-feira de Cinzas: abstinência obrigatório.
Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor: abstinência obrigatório.
Demais dias da Quaresma, exceto os Domingos: abstinência parcial (carne permitida só na refeição principal/completa) recomendado.
Dias assinalados pelo calendário antigo como Sextas-feiras das Têmporas: abstinência recomendado.
Dias assinalados pelo calendário antigo como Quartas-feiras das Têmporas e Sábados das Têmporas: abstinência parcial recomendado.
Demais sextas-feiras do ano, exceto se forem Solenidades: abstinência obrigatória, mas não o jejum. Essa abstinência pode ser trocada, a juízo do próprio fiel, por outra penitência, conforme estabelecer a conferência episcopal (no Brasil, a CNBB estabeleceu qualquer outro tipo de penitência, como orações piedosas, prática de caridade, exercícios de devoção etc).

a partir de texto base de Dom Eugênio de Araújo Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro

O Jejum, a Abstinência e o Confessionário



Como o jejum e a abstinência fazem parte dos mandamentos da Igreja, devemos nos empenhar para praticá-los por amor de Deus. Caso haja alguma negligência ou fraqueza da nossa vontade que nos leve a quebrar o santo jejum ou a abstinência, devemos nos arrepender por não termos obedecido ao que nos ordena nossa Santa Madre Igreja, confessando-nos por termos assim ofendido a Deus.


Nos casos de esquecimento, devemos substituir essa obra por outra equivalente, como fazer o jejum em outro dia, rezar um terço, etc. É sempre bom lembrar que a água pura não quebra o jejum. 

As pessoas inclinadas à mortificação e ao jejum não devem nunca determinar um aumento de penitência sem o consentimento explícito do sacerdote responsável. O demônio usa muito o excesso de penitência corporal para enfraquecer a alma. Tudo fazer na obediência.

Iniciemos portanto, na próxima Quarta-Feira de Cinzas e continuemos por toda a Quaresma estes excelentes métodos, jejum e a abstinênciaque nos vêm das Sagradas Escrituras, e nos ajudam a combater, em nós mesmos, a influência do demônio, do mundo e da carne.

  
   É aconselhável também praticar o jejum à qualquer tempo e com aconselhamento de um sacerdote.
   

Jejum

 


  “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3)


Conforme o

 " Jejum: fazer apenas uma refeição completa durante o dia e, caso haja necessidade, tomar duas outras pequenas refeições que não sejam iguais em quantidade à habitual ou completa. Não fazer as refeições habituais, nem outros petiscos durante o dia (embora, pela tradição, se possa beber algo sem açúcar). Estão obrigados ao jejum os que tiverem completado dezoito anos até os cinquenta e nove completos. Os outros podem fazer, mas sem obrigação. Grávidas e doentes estão dispensados do jejum, bem como aqueles que desenvolvem árduo trabalho braçal ou intelectual no dia do jejum." 

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Quarta-feira de Cinzas: jejum obrigatório.
Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor: jejum  obrigatório.
Demais dias da Quaresma, exceto os Domingos: jejum recomendado.
Dias assinalados pelo calendário antigo como Sextas-feiras das Têmporas: jejum recomendado.
Dias assinalados pelo calendário antigo como Quartas-feiras das Têmporas e Sábados das Têmporas:jejum recomendado.


a partir de texto base de Dom Eugênio de Araújo Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro


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   A Quarta-Feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.


  A Igreja recomenda que vivamos aquilo que ela chama de “remédios contra o pecado”  (jejum, esmola e oração), que Jesus recomendou no Sermão da Montanha (Mt 6, 1-8) e que a Igreja nos coloca diante dos olhos logo na Quarta-feira de Cinzas, na abertura da Quaresma.

  O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas, especialmente aquelas que se referem ao corpo (gula, luxúria, preguiça), não dominem a nossa vida e a nossa conduta.

  Na Quaresma deparamo-nos de modo mais incisivo com o mandamento da Igreja de guardar o jejum, um exercício de ascese que nos ajuda a viver a temperança e a descobrir também os limites da nossa condição corporal. 

   O jejum é indispensável ao cristão para clarificar o seu espírito, despertar e desenvolver o seus sentimentos, estimular a sua vontade. Estas faculdades humanas são obscurecidas e asfixiadas principalmente pelo excesso do comer e do beber, bem como pelas preocupações desta vida; separamo-nos então de Deus, fonte de vida, e caímos na corrupção e na vaidade, desfigurando e contaminando a imagem de Deus em nós. A libertinagem e a sensualidade fixam-nos à terra e cortam, por assim dizer, as asas da nossa alma. 

  O jejum é ainda necessário ao cristão para apressarmos nosso passo em direção ao reino de Deus porque este não é um negócio de comida ou de bebida, mas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 

   Comer e beber, ou seja, procurar os prazeres carnais, são só para os infelizes, para aqueles que não acreditam, que não conhecem as alegrias celestes e espirituais, que fundam toda a sua vida nos prazeres da carne. É por esta razão que o Senhor no Evangelho condena tão frequentemente esta paixão destrutiva.”



Diz São Tomás de Aquino que a prática do jejum existe
Por Três Motivos:

  • "Primeiro, para reprimir as concupiscências da carne. Donde o dizer o Apóstolo (2 Cor 6, 5): «Nos jejuns, na necessidade», porque o jejum conserva a castidade. Pois, como diz Jerônimo, «sem Ceres e Baco, Vênus esfria», é, pela abstinência da comida e da bebida a luxúria se amortece.
  • Segundo, praticamos o jejum para mais livremente se nos elevar a alma na contemplação das sublimes verdades. Por isso, refere a Escritura que Daniel (Dn 10), depois de ter jejuado três semanas, recebeu de Deus a revelação.
  • Terceiro, para satisfazer pelos nossos pecados. Por isso, diz a Escritura (Jl 2, 12): «Convertei-vos a mim de todo o vosso coração em jejum e em lágrimas e em gemido». E é o que ensina Agostinho num sermão: «O jejum purifica a alma, eleva os sentidos, sujeita a carne ao espírito, faz-nos contrito e humilhado o coração, dissipa o nevoeiro da concupiscência, extingue os odores da sensualidade, acende a verdadeira luz da castidade».
O jejum é objeto de preceito. Pois o jejum é útil para delir e coibir as nossas culpas e elevar-nos a mente para as coisas espirituais. Ora, cada um está obrigado, pela razão natural, a jejuar tanto quanto lhe for necessário para conseguir tal fim. Por onde, o jejum, em geral, constitui um preceito da lei natural. Mas, a determinação do tempo e do modo de jejuar, conforme à conveniência e à utilidade do povo Cristão, constitui um preceito de direito positivo, instituído pelos superiores eclesiásticos. E tal é o jejum da Igreja, diferente do jejum natural.

— Os tempos de jejum estão convenientemente determinados pela Igreja. O jejum é ordenado por dois motivos: para delir a culpa e para nos elevar a mente às coisas espirituais. Por isso, os jejuns foram ordenados especialmente naqueles tempos em que, sobretudo, devemos os fiéis nos purificar dos pecados e elevar a mente a Deus pela devoção. O que sobretudo se dá antes da solenidade Pascal, quando as culpas são delidas pelo batismo, celebrado solenemente na vigília da Páscoa, em memória da sepultura do Senhor; pois, pelo batismo, somos sepultados com Cristo para «morrer ao pecado», na frase do Apóstolo (Rm 6, 4). E também na festa Pascal devemos, sobretudo, pela devoção, elevar a mente à glória da eternidade, a que Cristo deu começo pela sua ressurreição. Por isso, imediatamente antes da solenidade Pascal, a Igreja nos manda jejuar; e pela mesma razão, nas vigílias das principais festividades, quando devemos nos preparar devotamente para celebrar as festas que se vão celebrar". (Ia IIae, q. CXLVII, a. 1, 3, 5. - P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae)


Disse o Papa São Leão Magno (440-461) em seu

"O que pode ser mais eficaz do que o jejum? Por sua observância nos aproximamos de Deus e, resistindo ao diabo, triunfamos da sedução dos vícios. O jejum sempre foi um alimento para a virtude. Da abstinência, enfim, procedem os pensamentos castos, a vontade reta, conselhos saudáveis; e pela mortificação voluntária do corpo, damos morte à concupiscência da carne, renovando o espírito pela prática das virtudes.
Mas como a salvação de nossas almas não é conquistada apenas pelo jejum, completemo-lo pela misericórdia para com os pobres. Seja abundante em generosidade o que retiramos ao prazer; que a abstinência dos que jejuam reverta para o alimento dos pobres. Pensemos na defesa das viúvas, no socorro dos órfãos, na consolação dos que choram, na paz aos revoltosos. Que o peregrino seja recebido, que o oprimido seja ajudado, que o nu seja vestido, que o doente seja curado, a fim de que, todos os que oferecerem o sacrifício de nossa piedade, por estas boas obras, a Deus, autor de todos estes bens, mereçam receber Dele, o prêmio do Reino Celeste." (São Leão Magno - Sermão sobre o jejum)


Disse Santo Afonso Maria de Ligório em seu livro

"Esforce-se por conceber uma grande confiança e terna devoção para com a santíssima Virgem. Sempre todos os santos têm alimentado em seus corações uma piedade filial para com a Mãe divina. Cuide de fazer todos os dias uma leitura nalgum livro, que trate das suas glórias e da confiança que devemos ter na sua poderosa proteção. Não deixe de jejuar aos sábados em sua honra, o melhor que possa, e em todas as suas novenas, pratique ao menos alguma abstinência e mortificação. Não deixe de visitar todos os dias alguma imagem sua. Quanto puder, falará da confiança que se deve ter na proteção de Maria, e procurará aos sábados fazer aos fiéis uma pequena instrução na igreja, para os afervorar na devoção a esta compassiva Soberana. Pelo menos, fale dela em cada um dos seus sermões, e recomende a mesma devoção a todos os seus penitentes, assim como a todas as demais pessoas que possa. Quanto mais se amar a Maria, tanto mais se amará a Deus; porque Maria atrai a Deus os que a amam."(Santo Afonso Maria de Ligório - A Selva)

Quadro Quarta-feira de Cinzas
Obra do pintor alemão
Carl Spitzweg
 

SERMÃO DO DOMINGO DA SEXAGÉSIMA



Fontes Franciscanas
III
SANTO ANTÔNIO DE LISBOA
Volume I
Biografia e Sermões
Livro de 1998
Tradução: Frei Henrique Pinto Rema, OFM



Sermão do Domingo da Sexagésima

SUMÁRIO
Segundo Evangelho, na Sexagésima: Saiu o semeador a semear. Intróito da Missa: Levanta-te: porque dormes senhor?
Epistola: De bom grado suportais.
A história de Noé e sua Arca. Em primeiro lugar, um sermão para os pregadores a respeito do pregador sumo: Semeou Isaac na terra de Gerara.
Um sermão sobre a construção da Arca de Noé e o que ela figura: Faz uma Arca.
Um sermão contra os luxuriosos: E enquanto lança a semente, uma parte caiu junto do caminho.
Um sermão contra os falsos religiosos: E outra parte caiu sobre pedras.
Um sermão contra os avarentos e os usurários: E outra parte caiu entre os espinhos.
Um sermão aos ativos e contemplativos: Uma parte, porém, caiu em boa terra.

Exórdio. Sermão aos pregadores.

1. Saiu o semeador a semear 1.
 Aos pregadores fala Isaias2: Bem-aventurados vós os que semeais sobre as águas. As águas, como diz S. João no Apocalipse 3, são os povos. Deles escreve Salomão nas Parábolas4: Todos os rios saem o mar e ao mar voltam. Nota que é dupla a amargura, a da culpa original e a da morte corporal. Portanto, todos os rios, isto é, todos os povos saem do mar, isto é, da amargura da culpa original. Por isso, pôde dizer David5: Eis que fui concebido na iniqüidade. E o Apóstolo6: Todos nascemos filhos da ira. E voltam ao mar, ou seja, à amargura da morte corporal. Daí o dizer do Eclesiástico7: Quão pesado jugo está sobre os filhos de Adão desde o dia em que eles saem do ventre de sua mãe; e ainda: Ó morte, quão amarga é a tua memória8. Destas duas afirmações diz o Senhor ao pecador: És terra, pela imundície da concepção, e voltarás à terra 9pela incineração do teu corpo. Bem-aventurados, portanto, vós os que semeais sobre as águas.
A semente, como diz Deus no Evangelho de hoje, é a palavra de Deus10. Portanto, para merecer ser bendito entre os bem-aventurados, lançarei entre vós a semente, em nome de Jesus Cristo, que saiu do seio do Pai e veio ao mundo espalhar a sua semente11, porque um e o mesmo é o Deos do Novo e do Velho Testamento12, Jesus Cristo, Filho de Deus. Por isso, diz em Isaías13: Eu mesmo, que falava, eis aqui estou.Eu, que falava aos vossos pais pelos profetas, estou presente pela realidade da Encarnação14. Por isso, façamos concordar ambos os Testamentos em honra dum só Deus, para utilidade dos ouvintes, segundo aquilo que Ele mesmo me conceder. Digamos, pois: Saiu o semeador etc15.

2. No presente domingo, lê-se na Igreja o Evangelho do semeador e da semente, recita-se e canta-se a história de Noé e da construção da arca; e no Intróito da missa canta-se: Levanta-te; porque dormes, Senhor16? e lê-se a Epístola de S. Paulo aos Coríntios17: Suportais de bom grado os insensatos. Em nome do Senhor, portanto, poremos de acordo tudo isto.
Saiu etc. Neste Evangelho são dignas de pôr em relevo seis coisas: o semeador, a semente, o caminho, a pedra, os espinhos e a boa terra. E na história desde dia igualmente se notam seis coisas: Noé e os cinco compartimentos da arca: o primeiro para o esterco, o segundo para o armazém, o terceiro para os animais ferozes, o quarto para os mansos, o quinto para os homens e as aves18. mas atende com muito cuidado que o quarto e o quinto, nesta concordância, se tomam por um só compartimento. Diga-se, portanto: Saiu o semeador etc.

A Arca de Noé e a Igreja de Cristo.
3. O semeador é Cristo ou quem o anuncia; a semente é a palavra de Deus19; o caminho são os luxuriosos; a pedra, os falsos religiosos; os espinhos, os avarentos e os usurários; a boa terra, os penitentes e os justos; e que isto seja verdadeiro provemo-lo com autoridades.
O semeador é Cristo. Lê-se no Gênesis20: Isaac semeou na trra de Gerara e recolheu no mesmo ano o cêntuplo. Isaac interpreta-se gozo21 e simboliza Cristo22, alegria dos santos, que, no dizer de Isaías23, obterão o gozo e a alegria: gozo da humanidade glorificada de Cristo; alegria da visão de toda a Trindade. Este nosso Isaac semeou na terra de Gerara, que se interpreta desterro24, e significa este mundo, do qual o Profeta25escreve: Ai de mim, porque se prolongou o meu desterro, isto é, a minha peregrinação. Na terra de Gerara, portanto, ou seja, neste mundo, semeou três espécies de sementes: a santidade duma vida louvável, a pregação do reino celeste, a operação de milagres.
E no mesmo ano recolheu o cêntuplo. Advirta-se que toda a vida de Cristo se diz ano de perdão e benignidade. Assim como no ano há quatro estações: o Inverno, a Primavera, o Verão e o Outono, também na vida de Cristo houve o inverno da perseguição de Herodes, por causa da qual fugiu para o Egito; a primavera da pregação, e então apareceram as flores26, isto é, as promessas da vida eterna27, e a voz da rola, isto é, do Filho de Deus,se ouviu na nossa terra: Fazei penitência, pois que está próximo o reino dos céus28; o estio da Paixão, de que escreve Isaías29: Meditou no seu espírito austero num dia de ardência. Cristo, num dia de ardência, isto é, da sua Paixão30, meditou no seu espírito austero, inflexível para suportar a Paixão, enquanto pendia na cruz, como condenaria o diabo, livraria o gênero humano do seu poder e infligiria aos pecadores obstinados a pena eterna. Isto dizia noutro lugar o mesmo profeta31: O dia da vingança está no meu coração. Houve o outono da sua Ressurreição, em que, sacudidas as palhas da humilhação e o pó da morte, aquela humanidade, unida ao Verbo, gloriosa e imortal, foi posta de novo no celeiro, isto é, à direita do Pai. Com razão se diz, pois: E no mesmo ano recolheu o cêntuplo, isto é, escolheu os Apóstolos a quem foi dito: Recebereis o cêntuplo32 etc. Ou então, recebeu o cêntuplo, isto é, a centésima ovelha, ou seja, o gênero humano, que transportou, cheio de alegria, sobre os seus próprios ombros pregados à cruz, até a companhia das nove ordens de anjos33. Vê-se, portanto, abertamente que o semeador é Cristo.

4. Este é Noé, a quem disse o Pai: Faz uma arca de madeiras aplainadas; farás na arca uns pequenos compartimentos, e calafetá-los-ás com betume por dentro e por fora. E hás-de fazê-la do seguinte modo: o comprimento da arca será de trezentos côvados, a largura de cinqüenta côvados e a altura de trinta côvados34. Noé interpreta-se descanso35 e significa Jesus Cristo36, que diz no Evangelho37: Vinde a mim todos os que trabalhais no Egito, no lodo da luxúria e no tijolo da avareza, e estais sobrecarregados com o jugo da soberba, e eu vos farei descansar. Este, como se diz no Gênesis38, nos consolou dos trabalhos e das fadigas das nossas mãos, nesta terra que Deus amaldiçoou. A este disse o Pai: Faz para ti uma arca. A arca é a Igreja39. Saiu, portanto, Cristo a semear; saiu também a fabricar a sua Igreja de madeiras aplainadas, isto é, de santos puros e perfeitos; e calafetou-os com o betume da misericórdia e da caridade40: por dentro no afeto, e por fora no efeito das obras. O seu comprimento é de trezentos côvados por causa das três ordens que nela existem: Noé, Daniel e Job, isto é, os Prelados, os célibes e os casados41. A largura de cinqüenta côvados refere-se aos penitentes da mesma Igreja42. Com efeito, no qüinquagésimo dia depois da Páscoa foi conferida aos Apóstolos pelo Espírito Santo a infusão da graça; e no Salmo cinqüenta, Tem piedade de mim, ó Deus,promete-se aos penitentes a remissão dos pecados43. A altura de trinta côvados refere-se aos fiéis da mesma Igreja, por causa da fé na Santíssima Trindade. Saiu, portanto, Cristo do seio do Pai e veio ao mundo para semear e construir a sua Igreja, na qual se conserva a semente não corruptível, mas que permanece por séculos de séculos.

5. Segue acerca da semente: A semente é a palavra de Deus44. Dela escreve Salomão nas Parábolas45: De manhã lança à terra a tua semente. De manhã, isto é, no tempo da graça, que afasta as trevas do pecado. Ó pregador, lança à terra a tua semente da palavra; a tua, sito é, a que te foi confiada. E vê quão devidamente a palavra de Deus se diz semente. Assim como a semente deitada na terra germina e cresce – primeiramente, como diz o Senhor em S. Marcos46, produz a erva, depois a espiga e por último o trigo maduro na espiga –também a palavra de Deus, semeada no coração do pecador, primeiramente produz a erva da contrição47. de que se lê no Gênesis48: Produza a terra, isto é, o espírito do pecador, a erva verde da contrição; depois, a espiga da confissão49, que se levanta ao alto pela esperança de se ver perdoado; por último, o trigo maduro da satisfação50, de que fala o Profeta51: Os vales, isto é, os penitentes humildes, abundarão do trigo da satisfação perfeita, de modo que a pena corresponda à culpa52. Com razão, pois, se diz: Saiu o semeador a lançar a sua semente.

6. Mas porque nem todos possuem a fé, e nem todos obedecem ao Evangelho53, por isso segue: E quando lança a semente, uma parte caiu junto do caminho e foi calcada aos pés e as aves do céu comeram-na54. E o primeiro compartimento na arca de Noé foi a esterqueira. O caminho calcado aos pés, portanto, e a esterqueira significam os luxuriosos. Daí o dito de Salomão nas Parábolas55: A prostituta assemelha-se ao esterco no caminho. E Isaías56 impropera o luxurioso: Puseste o teu corpo como a terra e como o caminho para os transeuntes, isto é, para os demônios57, que ao passarem conculcam a semente para que não germine58. Por isso, diz Isaías noutro lugar59: Será pisada aos pés a coroa de soberba dos bêbados de Efraim. Efraim interpreta-se fértil60 e significa a abundância dos bens temporais. Os bêbados são os luxuriosos, inebriados com o cálix de ouro de Babilônia, isto é, da abundância temporal; a coroa de soberba é o pensamento altivo no coração impuro. Este é pisado aos pés dos demônios, quando desde o pensamento do coração impuro chega até à embriaguez da luxúria; e, desta forma, na terra maldita não pode germinar a semente do Senhor.
 Também os próprios demônios se chamam aves, por causa da soberba61, do céu, isto é, do ar, em que habitam62. Eles comem e arrebatam a semente do coração do luxurioso, para que não frutifique. Donde Oséias63: Os estranhos, isto é, os demônios, comeram a sua força, que é a virtude da palavra divina. Não se diz que tivesse caído no caminho, mas junto do caminho, porque o luxurioso não recebe a palavra dentro do ouvido do coração, mas passa-lhe levemente junto do ouvido do corpo, como se fora mero som. Estes são os compartimentos da esterqueira, que apodreceram como jumentos no seu esterco64, dos quais diz o Salmo65:Foram destruídos em Endor, que se interpreta fogo de geração66, ou seja, foram destruídos no ardor da luxúria; tornaram-se como esterco da terra. Deste esterco geram-se quatro vermes: a simples fornicação, o adultério, o incesto, o pecado contra a natureza. A simples fornicação, solteiro ou solteira, é pecado moral; e fornicação significa morte da forma, morte da alma, formada à semelhança de Deus. O adultério é uma espécie de aproximação ao tálamo de outrem. O incesto é o abuso de consangüíneas ou afins67, Há pecado contra a natureza quando de qualquer modo se derrama sêmen fora da matriz da concepção, isto é, fora do útero da mulher. Todos estes são caminho conculcado pelo demônio e esterqueira. E por esta causa, a semente da palavra divina desaparece neles, e o diabo arrebata o que fora semeado.

7. Segue: E outra caiu em lugar pedregoso; e uma vez nascida secou, porque lhe faltava umidade68. e o segundo compartimento na arca de Noé foi o armazém. A pedra e o armazém significam os falsos religiosos: pedra, porque se gloriam da excelência da sua religião; armazém, porque vendem as mercadorias da sua vida pelo dinheiro do louvor humano. Diga-se portanto: E outra caiu sobre terreno pedregoso. Dele fala o profeta Abdias69, improperando o religioso soberbo: A soberba do teu coração elevou-te, a ti que habitas nas fendas do rochedo. Soberba70 vem de super (sobre) e de eo, is (ir); e o soberbo como que caminha sobre si. A soberba do teu coração, ó religioso, elevou-te, isto é, levou-te para fora de ti, para que vãmente caminhasses sobre ti, tu que habitas nas fendas do rochedo. A pedra é qualquer religião da Igreja. Dela escreve Jeremias71: Nunca faltará neve nos penhascos do campo. O campo é a Igreja; o penhasco do campo é a religião fundada sobre o rochedo da fé. A neve é a alvura do entendimento e do corpo, que não deve nunca abandonar a religião. Mas, ai! ai! quantas fendas, quantos cismas, quantas divisões e dissensões existem no rochedo, isto é, na religião! Se a semente da palavra divina cair sobre ela, não frutifica, porque não possui a umidade da graça do Espírito Santo, que habita, não nas fendas da discórdia, mas na mansidão da unidade. Entre eles, escreve S. Lucas72,havia uma só alma e um só coração. Na religião há fendas, de verdade, porque há contenda no capítulo, dissonância no coro, murmuração no claustro, gastrimargia73 no refeitório, petulância da carne no dormitório. Com muita razão, pois, diz o Senhor: E outra caiu sobre terreno pedregoso, e uma vez nascida secou, porque,como escreve S. Mateus74, não tinha raiz, ou seja, humildade, raiz de todas as virtudes75. Disto abertamente se conclui que a fenda da religião se abre com um coração soberbo. A religião não pode produzir fruto, porque não tem em si a raiz da humildade.
 Tal religião é o armazém; de fato, depois das dissidências internas, procuram os louvores externos. Com efeito, na praça pública, os falsos religiosos vendem, como se fossem comerciantes, gêneros sofísticos; sob o hábito religioso e à sombra de falso nome apetecem ser louvados, revestem certo fingimento pessoal de perfeição junto dos homens; querem parecer santos, mas não o querem ser. infelizmente, a religião, que devia conservar as mercadorias das virtudes, os aromas dos costumes, é destruída e transforma-se em armazém público. Daí, a deploração de Joel76: Foram demolidos os celeiros, isto é, os claustros dos cônegos, arruinados os armazéns, isto é, as abadias dos monges, porque se perdeu o trigo. No trigo, alvo no interior e avermelhado na casca, significa-se a caridade, que mantém a pureza para consigo e o amor para com o próximo. Por isso, este trigo perdeu-se, por ter caído sobre terreno pedregoso; e uma vez nascido secou, porque não ter raiz da humildade nem a humildade da graça septiforme. Daqui se deduz que da perda do trigo, isto é, da falta de caridade, se destrói o armazém de toda a religião.

  8. Segue: E outra caiu entre espinhos; e cresceram ao mesmo tempo e sufocaram-na77 Lc 8, 7 (Vg... exortae spinae...).. E no terceiro compartimento na arca de Noé foi o dos animais ferozes. Vê quão bem concordam os espinhos e os animais ferozes, que simbolizam os avarentos e os usurários: espinhos, porque a avareza seduz, fere e faz sangue; animais ferozes, porque a usura arrebata e estrangula. Diz, por isso, o Senhor: E outra caiu entre os espinhos, os quais, como Ele mesmo glossa, são as riquezas78, que seduzem o homem e o retardam. Para que Pedro, seduzido por elas, não fosse retardado, diz ao Senhor: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos79. Comentário de S. Bernardo80: Procedeste retamente, Pedro, pois carregado não podias seguir o corredor.
 Os espinhos também ferem. Donde Jeremias81: O Egito é um novilha elegante e formosa; do Aquilão virá quem a aguilhoe. O Egito, que se interpreta trevas82, é o avarento, rodeado das trevas da ignorância. Chama-se-lhe novilha por dois motivos: a lascívia da carne a instabilidade do entendimento; é elegante, por causa da multidão dos filhos e dos vizinhos; é formosa, por causa da posse de propriedades e beleza de vestidos. Do Aquilão vem o diabo, que aguilhoa esta novilha. Da parte do Aquilão,na frase de Jeremias83, manifesta-se todo o mal; e com o aguilhão da avareza espicaça-a, a fim de correr por aqui e por acolá a ajuntar espinhos, isto é, riquezas. Sobre eles escreve Isaías84: Os espinhos reunidos serão queimados pelo fogo.
 O espírito fere e ferindo faz sangue85: Toda a alma, diz Moisés86, existe ou vive no sangue; o sangue da alma é a virtude, em que vive a alma. O avarento perde, portanto, a vida da alma, isto é, a virtude, quando deseja reunir riquezas. Donde a afirmação do Eclesiástico87: Não há coisa mais iníqua do que amar o dinheiro. Ele despoja-se em sua vida das próprias entranhas, isto é, das virtudes88.
 Sobre isto acrescenta o Senhor: E cresceram ao mesmo tempo os espinhos e sufocaram-na. Daí a palavra de Oséias89: Sobre os seus altares crescerão a lapa e os abrolhos. A lapa é uma erva que se apega aos vestidos90; os abrolhos, de tribulo, tribulas (atribular), chamam-se assim, porque atribulam quando ferem. A lapa, portanto, e os abrolhos, para o homem, são as riquezas, que se lhe apegam quando passa e o atribulam. Crescem sobre os seus altares, isto é, sobre os corações dos avarentos, em que deve oferecer-se a Deus um sacrifício, a saber, o espírito contribulado91. E sufocam a semente da palavra de Deus e o sacrifício do espírito contribulado.

9. Estes espinhos e os animais ferozes, conforme dissemos, significam, para nós, os pérfidos usurários. Deles escreve o Profeta92: É teu este mar tão grande e de longos braços; nele pululam répteis sem número, animais pequenos e grandes. Pelo meio deles transitarão os navios. Nota as palavras: Este mar é o mundo cheio de amargura; é grande, por suas riquezas; largo por suas delícias, porque largo é o caminho que conduz à morte93. Mas para quem? Não para os pobres de Cristo, que entram pela porta estreita94, mas para as mãos dos usurários, mãos que já se apoderaram do mundo inteiro. É a sua usura que empobrece as igrejas, despoja os mosteiros dos seus bens. Por isso, o Senhor se queixa deles por boca de Joel95: Um povo forte e inumerável invadirá a minha terra; os seus dentes serão como os do leão, os seus queixais como os dum leãozinho. Este povo reduziu a minha vinha a um deserto e tirou a casca à minha figueira; ele a despojou inteiramente; os seis ramos tornaram-se brancos.
 Um povo maldito de usurários, forte e inumerável, cresceu sobre a terra. Os seus dentes são como os dentes dum leão. Nota duas propriedades no leão: um pescoço inflexível, feito dum só osso96, e o fedor dos dentes97. Assim o usurário é inflexível, porque não reverencia a Deus nem teme o homem98; os seus dentes cheiram mal, por motivo de existir sempre na sua boca o estrume da pecúnia e o esterco da usura. Os seus queixais são como leãozinhos, porque arrebata, mastiga e devora os bens dos pobres, dos órfãos e das viúvas. Ele reduz a vinha, isto é, a Igreja do Senhor, a um deserto, ao reter as suas propriedades com usuras, e tira a casca da figueira do Senhor, isto é, a cada de alguma comunidade, e despoja-a inteiramente ao apropriar-se, por usuras, dos bens oferecidos pelos fiéis à mesma comunidade. E, por isso, os seus ramos tornaram-se brancos, isto é, os monges e os cônegos, ali professos, são mortificados pela fome e pela sede. Eis as mãos que distribuem esmolas! Nelas foi encontrado o sangue dos pobres. Deles ainda se ajunta no Salmo: Ali, isto é, no mundo,existem répteis sem número etc.
 Nota aqui três gêneros de usurários: Há quem pratique a usura à socapa: são os répteis, que se escondem e rastejam e são inumeráveis. Há outros que procedem abertamente, mas não em grande quantidade, a fim de parecerem misericordiosos: são os animais pequenos. Outros são pérfidos, desesperados, e usurários profissionais, que recebem e praticam a usura diante de todos, às claras, como em plena praça pública: são os animais grandes, mais cruéis que os restantes. Mas o caçador, o diabo, os apanhará e os abaterá com o machado da morte eterna, a não ser que restituam o mal adquirido e façam depois penitência. E para que a possam fazer, os navios, isto é, os pregadores da Igreja, devem transitar e lançar a semente da palavra de Deus para o meio deles. Mas por exigência dos nossos pecados, os espinhos das riquezas e os animais ferozes das usuras sufocam a palavra tão constantemente semeada, e por este motivo não produzem fruto de penitência.

10. Segue: E outra caiu em terra boa, e uma vez nascida deu fruto99, uma trinta, outra sessenta e outra cem100. E o quarto compartimento na arca de Noé foi o dos animais mansos, e o quinto o dos homens e das aves. Vede, caríssimos, que nas sobreditas três coisas: no caminho dos luxuriosos, que é a esterqueira, no rochedo dos soberbos religiosos, que é o armazém, nos espinhos dos avarentos e dos usurários, que são os animais ferozes, não pode frutificar a semente da palavra de Deus. E, por isso, os fiéis da Santa Igreja, no Intróito da missa de hoje, clamam no Senhor: Levanta-te, porque dormes101?
 Nota que dizem três vezes: Levanta-te, por causa destes três objetos: o caminho, o rochedo e os espinhos.Levanta-te, portanto, Senhor, contra os luxuriosos, caminho do diabo, que, por dormirem no peado, crêem que tu dormes. Levanta-te contra os falsos religiosos, que são como pedra sem a umidade da graça. Levanta-tecontra os usurários, que são como espinhos pungentes, e ajuda a livrar-nos102 das suas mãos. Nestes três objetos, a semente da tua palavra, Senhor, não pode frutificar, mas quando caiu em boa terra, produziu fruto.

11. E vê como concordam bem a terra boa, os animais mansos, os homens e as aves, que significam os justos e os penitentes, os ativos e os contemplativos. A boa terra, que o Senhor abençoou, é o entendimento do justo, do qual se escreve no Salmo103: A terra toda te adore e te cante salmos; cante um salmo ao teu nome. A terra toda compreende o Oriente, o Ocidente, o Aquilão (Norte) e o Austral (Sul). De fato, o entendimento do justo deve ser terra oriental, pela consideração do seu nascimento; ocidental, pela lembrança da sua morte; aquilonar (norte), considerando as tentações e misérias deste mundo; austral (sul), pela contemplação da felicidade eterna. Portanto, a terra toda, isto é, o entendimento bom do justo, te adore, ó Deus, em espírito e verdade104 e de coração contrito: este é o fruto a trinta por um; e te cante salmos na confissão do teu nome e na acusação do seu crime: este é o fruto a sessenta por um. Nestas duas coisas devemos cantar salmos a Deus nos seis dias de vida laboriosa. E cante um salmo ao teu nome na satisfação de obra e na perseverança final: e este é o fruto a cem por um e número perfeito.

12. Por outras palavras: A boa terra é a Santa Igreja105, a arca de Noé106, que em si contém animais mansos, homens e aves. Os animais mansos significam os fiéis casados que se aplicam a obras de penitência, dão do seu aos pobres, a ninguém lesam107. Deles escreve o Apóstolo108 na Epístola de hoje: De bom grado sofreis os insensatos, sendo vós mesmos sensatos. Porque sofreis quem vos põe em escravidão, quem vos devora, quem vos rouba, quem se exalta, quem vos dá na cara.Estes produzem fruto a trinta por um. Os homens significam os continentes e os ativos, que verdadeiramente são homens, por usarem da razão; estes submetem-se ao trabalho da vida ativa, expõem-se ao perigo a favor do próximo, pregam a vida eterna pelo exemplo e pela palavra, vigiam-se a si e aos seus súditos109. estes, como ajunta o Apóstolo110, vivem no trabalho e na aflição, em muitas vigílias, na fome e na sede, em muitos jejuns, no frio e na nudez, etc.: E estes produzem fruto a sessenta por um.  As aves na parte superior da arca significam as virgens e os contemplativos, que, elevados ao ar por meio das penas das virtudes, contemplam111 o rei na sua glória112. Não digo que eles sejam arrebatados no corpo, mas em espírito são arrebatados na contemplação ao terceiro céu113, contemplando com a sutiliza do espírito a gloria da Trindade. Ali escutam com o ouvido do coração o que não podem exprimir em palavra114, nem ainda compreender com o entendimento: E estes são os que rendem cem por um.
 Rogamos-te, pois, Senhor Jesus, que nos faças terra boa, capaz de receber a semente da tua palavra e produzir fruto digno de penitência115, para que possamos viver eternamente na tua glória. Auxilia-nos, tu que és bendito por séculos de séculos. Assim seja.

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1.Lc 8, 5.
2.Is 32, 20 (Vg... super omnes...).
3.Cf. Ap 17, 15
4.Cf. Ecle 1, 7.
5.Sl 50, 7 (Vg. Ecce enim...).
6.Cf. Ef 2, 3.
7.Cf. Ecli 41, 1.
8.Ecli 41, 1.
9.Cf. Gen 3, 19 e Glo. Ord., ibi.
10.Lc 8, 11.
11.Glo. Ord., Lc 8, 5.
12.Cf. INOC., Epístola 196, PL 218, 1510
13.Is 52, 6.
14.Cf. Glo. Int., ibidem.
15.Os três últimos parágrafos refletem dependência de AGOST,. Sermo ad populum, c. 1, PL 38, 24.
16.Sl 43, 23
17.2Cor 11, 19.
18.Cf. Glo. Ord., Gen 6, 14.
19.Cf. Glo. Ord., Mt 13, 4.
20.Gen 26, 12 (Vg. omite, muda).
21.Glo. Int., Gen 24, 3.
22.Glo. Int., Gen 26, 12.
23.Is 35, 10.
24.JERON., De nominibus hebracis, PL 23, 823.
25.Sl 119, 5 e Glo. Int., ibi.
26.Cant 2, 12 (Vg. muda).
27.Cf. Glo. Int., ibidem
28.Mt 4, 17.
29.Is 27, 8.
30.Glo. Int., ibidem.
31.Is 63, 4 (Vg. Dies enim...).
32.Cf. Mt 19, 29.
33.Cf. Glo. Ord., Lc 15, 4-6.
34.Gen 6, 14-15.
35.Glo. Ord., Gen, 5, 32.
36.Cf. Glo. Int., ibidem
37.Mt 11, 28.
38.Gen 5, 29 (Vg. Iste consolabitur nos...).
39.Cf. Glo. Int., Gen 6, 14.
40.Cf. Glo. Int., ibidem.
41.Cf. Glo. Ord., Job 1, 1; Ez 14, 14. Repare-se nas categorias de pessoas existentes na Igreja: prelados (a hierarquia), os célibes (sacerdotes e religiosos) e os casados
42.Cf. Glo. Ord., Gen 6, 15.
43.Cf. Glo. Ord., Is 3, 3.
44.Lc 8, 11.
45.Ecle 11, 6.
46.Mc 4, 28 (Vg. primum...).
47.Cf. Glo. Ord e Int., ibidem.
48.Gen 1, 11.
49.Cf. Glo. Ord e Int., Mc 1, c.
50.Cf. Glo. Ord e Int., ibidem.
51.Sl 64, 14; cf. Glo. Ord., ibi.
52.Cf. P. LOMB., Sent. IV, dist 16, 2, p. 840.
53.Rom 10, 16 (Vg. muda).
54.Lc 8, 5.
55.Cf. Ecli 9, 10 (Vg. ajunta).
56.Is 51, 23.
57.Glo. Int., ibidem.
58.Cf. Lc 8, 12.
59.Is 28, 3.
60.Cf. Glo. Int., Gen 41, 52.
61.Cf. GREG., Moralium XIX, 1, 2, PL 76, 95-96.
62.Cf. Glo. Ord., Lc 8, 5.
63.Os 7, 9 (Vg. Comederunt alieni...).
64.Joel 1, 17.
65.Sl 82, 11.
66.Glo. Ord.,Sl 82, 9.
67.P. LOMB., Sent. IV, dist 41- 7-8, p. 986.
68.Lc 8, 6.
69.Ab 1 3 (Vg... in scissuris petrarum.).
70.Cf. GREG., Moralium XIX, 1, 2, PL 76, 96.
71.Cf. Jer 18, 4.
72.Atos 4, 32 (Vg. muda).
73.A mesma palavra, mas a principiar por c, aparece no sermão do quarto domingo depois de Pentecostes. Significa ela a concuspiscência da gula. O original grego utilizado pelo Santo é mais expressivo.
74.Mt 13, 6 (Vg. non habebant...).
75.BERN., In die Paschae sermo 3, PL 183, 275.
76.Joel 1, 17.
77.Cf.Lc 8, 7 (Vg…exortae spinae…)
78.Cf. Lc 8, 14; Mt 13, 22.
79.Mt 19, 27.
80.O texto não é de S. Bernardo, sim do Abade GODOFREDO, a quem pertence a autoria de Declamationes 2, PL 184, 438.
81.Jer 46, 20 (Vg. muda).
82.Glo. Ord., Is 19, 1.
83.Jer 1, 14.
84.Is 33, 12 (Vg... igni...).
85.Cf. GREG., In Evangelia homilia 15, 1, PL 76, 1131.
86.Cf. Lev 17, 14.
87.Ecli 10, 10.
88.Ecli 1. c. e Glo. Int., ibidem.
89.Os 10, 8 (Vg. ajunta).
90.Cf. ISID., Etym., XVII, 9, 66, PL 82, 631.
91.Sl 50, 19.
92.Sl 103, 25-26.
93.Cf. Mt 7, 13.
94.Cf. Mt 1. c.
95.Joel 1, 6-7 (Vg. muda).
96.Cf. ARIST., De part. an., IV, 10, 686ª, 21-22.
97.Cf. ARIST., De hist. an., VIII, 5, 594b, 26-27.
98.Cf. Lc 18, 2.
99.Lc 8, 8.
100.Mt 13, 8 (Vg. muda).
101.Sl 3, 23.
102.Sl 43, 26 (Vg. muda).
103.Sl 65, 4.
104.Jo 4, 23.
105.Cf. Glo. Ord. e Int., Job 26, 7.
106.Cf. Glo. Int., Gen 6, 14.
107.Cf. Glo. Ord., Gen 6, 15.
108.2Cor 11, 19-20.
109.Cf. Glo. Ord., Gen 1. c.
110.2Cor 11, 27.
111.Cf. Glo. Ord., Gen 1. c.
112.Is 33, 17.
113.Cf. 2Cor 12, 2.
114.Cf. 2Cor 12, 4.
115.Mt 3, 8.