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21o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Adoração de Ação de Graças de Maria


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Ao ato de fé humilde e simples, à adoração pelo aniquilamento próprio, Nossa Senhora unia a ação de graças. Depois de se ter abismado no sentimento da grandeza e da majestade divinas, veladas sob o Sacramento, volvia o olhar para esse Tabor de amor, a fim de contemplar-lhe a beleza e deleitar-se em sua inefável bondade.
Agradecia a Jesus o seu amor, no dom da Eucaristia, ato supremo de sua caridade infinita. A ação de graças da Santíssima Virgem era perfeita, porque conhecia a grandeza desse dom.
Oh! como foi grande a felicidade de Maria quando, antes da ceia, Jesus lhe revelou que a hora do triunfo de seu amor havia soado e que ia instituir seu adorável Sacramento, por meio do qual, perpetuando-se e sobrevivendo entre nós, proporcionaria a cada fiel a ocasião de participar da felicidade de Maria, podendo recebê-LO em seu corpo como a Virgem, vê-LO, de certo modo, e em seu estado sacramental fruir de todas as graças, fazendo aí reviver todos os mistérios de sua vida mortal! "Depois desse dom, no qual esgoto o meu poder, nada mais tenho a dar ao homem senão o céu".
A essa feliz nova, Maria se prostrou aos pés de Jesus, adorando com efusiva gratidão esse amor excessivo para com os homens, e também para com Ela, sua indigna serva; Maria se havia oferecido para serví-LO em seu adorável Sacramento, consentindo em ver retardada a hora de sua recompensa, a fim de permanecer como perpétua adoradora na terra, encarregada de guardar e de servir a Eucaristia, feliz de morrer aos pés do Divino Tabernáculo.

II. Em suas adorações no Cenáculo, Maria renova diariamente esta ação de graças: Como sois bondoso, ó meu Senhor e meu Filho! Como pudestes amar ao homem até esse ponto, dar-lhe mais do que podia receber, amá-lo mais do que é capaz de avaliar, inventar o que seu coração jamais poderia compreender? Por amor dele esgotastes vossa omnipotência e os tesouros de vosso Coração! Em seguida a Santíssima Virgem entoava louvores a cada uma das potências da alma de Jesus, a cada membro do Salvador que havia cooperado na instituição da Sagrada Eucaristia; consagrando-lhes o ardente amor que abrasava seu Coração.
Oh! com que gozo e complacência não teria Jesus recebido essas primeiras homenagens de sua Santa Mãe, primícias das que lhe foram prestadas em seu Sacramento! e como seu coração devia rejubilar por ter deixado a Maria, para sua consolação, sua presença sacramental! Ainda mesmo que fosse unicamente para Ela, Jesus teria instituído a Eucaristia! E isto não nos deve admirar, pois que as adorações e as ações de graças de Maria eram para Jesus de maior valor do que as homenagens de todos os santos reunidos.
A ação de graças de Maria era também muito agradável a Jesus, porque acima de tudo Ele preza a gratidão e o reconhecimento, e somente isto espera de nós. Adorar dando graças é adorar bem, é reconhecer o primeiro de seus divinos atributos, aquele para cuja manifestação Ele veio especialmente à terra, isto é, a bondade: consideremos isto atentamente quando estivermos a seus pés.
Agradeçamos por intermédio de Maria, pois quando um filho recebe alguma coisa cabe à mãe agradecer por ele; nossa ação de graças identificada com a de Maria Santíssima será perfeita e bem aceita pelo Coração de Jesus.

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A criança preservada das chamas

Era costume dos primeiros séculos da Igreja dar às crianças ainda na idade de inocência batismal as partículas consagradas que ficavam após a comunhão dos fiéis.
Certo dia, o filhinho de um judeu de Constantinopla, que trabalhava numa fábrica de vidros, ao se dirigir à escola em companhia de outras crianças cristãs, entrou com elas na Igreja e inocentemente se apresentou, como as demais, para receber os fragmentos da Santa Eucaristia.
Ao chegar em casa, contou ao seu pai o que fizera. O judeu, homem brutal e dos mais encarniçados contra a religião cristã, ficou possuído de tão violenta cólera que lançou a criança numa fornalha ardente. Instantes depois, a mãe, que estava ausente, regressando ao lar, em vão procurou saber onde se achava o filhinho. Percorreu, em sua aflição, toda a redondeza, porém tanto suas pesquisas como suas indagações não tiveram resultado.
Triste e inconsolável, há três dias chorava a perda de seu filho quando, no excesso de sua angústia, começou a chamá-lo pelo nome, como se ele estivesse em casa.
De repente, ó surpresa! ouve uma voz que lhe responde chamando-a pelo doce nome de mãe. Emocionada, corre à fornalha, de onde lhe parecia proceder o som. Deteve-se, porém, achando impossível que a criança pudesse estar em meio das chamas devoradoras. Mas se repete o chamado, e bem distintamente. Sem mais duvidar, abre a porta da fornalha e vê esse
estranho espetáculo: seu filhinho dentro do braseiro, porém cheio de vida. Chama os vizinhos em seu auxílio, e todos presenciam o milagre.
Interrogada a criança, que saiu sã e salva, conta que seu pai a jogara no fogo por ter assistido as cerimônias dos cristãos, mas que uma linda senhora, resplandecente de luz, a preservara das chamas cobrindo-a com seu manto, lhe dera alimento, e que essa protetora bondosa muito se parecia com a estátua da Santa Virgem que vira na Igreja dos cristãos.
Compreenderam todos então que a criança privilegiada fora salva por Maria, que lhe conservou a vida defendendo-a contra o ardor das chamas. O imperador, tendo conhecimento do ato desnaturado desse pai, mandou prendê-lo e o condenou ao suplício. O miserável, em lugar de se converter, obstinou-se mais e mais no erro. Quanto à mãe e seu filhinho, se instruíram na religião católica, receberam o Batismo e se tornaram cristãos fervorosos.

PRÁTICA — Rogar incessantemente a Maria pelos seminaristas, os coroinhas e todos os fiéis, a fim de que se apliquem com piedade e reverência a suas santas funções.

JACULATÓRIA — Oh! Maria, nós vos bendizemos, vós que sois a perfeita Serva de Jesus Eucaristia.

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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

20o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Adoração de Fé e Respeito de Maria




ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Quantas coisas teríamos a dizer sobre a vida de adoração de Maria no Cenáculo! Vinte e quatro anos passados nesse santo lugar, onde Jesus havia instituído a Eucaristia, e onde fixara seu primeiro Tabernáculo! Maria estava inteiramente ocupada em adorá-LO e honrá-LO na sua vida eucarística; passava a maior parte dos dias e das noites junto desse divino Tabernáculo; aí estava seu Jesus, seu Filho e seu Deus! Quando saía de sua pobre cela para se dirigir ao oratório do Cenáculo, já começava sua adoração; caminhava recolhida, com os olhos baixos, com passo grave e modesto; desse modo se preparava para apresentar-se ao Deus da Eucaristia.
Ao chegar diante do Tabernáculo, prostrava-se com grande devoção e profundo respeito, depois concentrava suas faculdades num simples e piedoso recolhimento; o corpo ereto, as mãos juntas ou cruzadas sobre o peito, ou também, às vezes, quando estava só, erguidas suplicantes para o Tabernáculo no qual conservava quase sempre os olhos fixos.

II. Maria começava então a adoração com a fé mais submissa; adorava seu Filho oculto e velado sob uma forma estranha, porém seu amor atravessava a nuvem do mistério e chegava aos pés sagrados de Jesus, que venerava com o mais respeitoso amor: subia até, suas santas e veneráveis mãos que tinham consagrado e distribuído o Pão da vida. bendizia seus lábios sagrados que haviam pronunciado estas adoráveis palavras: "Isto é meu Corpo, isto é meu Sangue." Adorava esse Coração abrasado de amor donde se originara a Santíssima Eucaristia. Maria quisera abismar-se e aniquilar-se ante a divina Majestade, aniquilada também no Sacramento, a fim de lhe prestar todas as honras e homenagens que Lhe são devidas.

III. A adoração de Maria era profunda, interior, íntima; era o dom de si mesma. Oferecia-se totalmente ao serviço de amor do Deus da Eucaristia, pois o amor não impõe condições nem reservas, já não pensa em si mesmo, nem vive mais para si; já não se conhece, e só vive para o Deus a quem ama. Em Maria tudo convergia para o Santíssimo Sacramento como para o seu centro e seu fim. Uma corrente de graça e amor se estabelecia entre o Coração de Jesus-Hóstia e o coração de Maria adoradora; eram duas chamas que se fundiam numa só. Deus foi, então, perfeitamente adorado por sua criatura.

IV. Que a exemplo de Maria o adorador se coloque de joelhos com o mais profundo respeito, concentre-se, como Maria, e em espírito se ponha a seu lado para adorar; apresente-se diante de Nosso Senhor com aquela modéstia, aquele recolhimento interior e exterior que preparam maravilhosamente a alma ao angelical ofício da adoração.
Debaixo dos véus eucarísticos que encobrem a seus olhos a santa Humanidade, adore a Jesus com a mesma fé que Maria e a Santa Igreja, estas duas Mães que o Salvador, em seu infinito amor, lhe concedeu; adore ao seu Deus como se O visse e ouvisse, porque a fé viva ouve, vê, toca com maior certeza que os próprios sentidos.

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O Santo Viático solicitado e acompanhado por Maria

Piedosa donzela, muito devota de Maria, pobre dos bens deste mundo, porém na posse do maior tesouro que é o espírito de fé, se achava em vésperas de morrer sem o santo Viático, o que muito a entristecia. A Mãe de bondade veio então em seu socorro, e, aparecendo, cercada de um cortejo numeroso de anjos, ao bem-aventurado Oderico de Port-Mahon, que atravessava uma floresta, disse-lhe: "Bem perto daqui, uma fervorosa filha minha agonizante deseja com ardor receber a Santa Comunhão. O Vigário de sua paróquia está ausente; desejo que o substituas. Hei de conduzir-te à Igreja e depois à casa da doente, pois quero assistir a sua última comunhão."
O bem-aventurado obedeceu e tomando o Santíssimo Sacramento O levou com piedade, acompanhado por Maria, que apresentava um semblante radioso e penetrado de doce majestade. E quem poderá dizer as homenagens de respeito e amor que o seu coração tributou ao seu Filho oculto sob as espécies sacramentais?!
A doente recebeu o sagrado Corpo em presença da Santíssima Virgem. De quantas consolações deve se ter sentido inundada, e, certamente, deve ter reconhecido, nesta graça, a recompensa de sua confiança em solicitar a Maria o seu tão caro Jesus, que Ela jamais recusa a quem lh'O pede.
(Rossignoli).

PRÁTICA — Acompanhar em união com Maria o Santíssimo Sacramento quando O levam aos doentes.

JACULATÓRIA — Oh! Rainha de Bondade, nós vos contemplamos ao lado do Rei dos reis, Jesus Eucaristia!


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

19o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

A Vida de Adoração em União com Maria


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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 I. Considerando atentamente as razões pelas quais Nosso Senhor nos deixou sua Mãe, separando-se d’Ela, parece-me que o fez porque desconfiava de nossa fraqueza e inconstância.
Temia Jesus que os homens, não sabendo como encontrá-LO e adorá-LO em seu Sacramento, se desgostassem e O esquecessem. A criança, como sabeis, não procura por muito tempo o que deseja; se não encontra, muda de ideia e recorre a outra coisa. É justamente o que Nosso Senhor receava de nós. Por isso nos deixa sua Mãe com a missão de tomar-nos pela mão, e conduzir-nos a seu Tabernáculo. A Santíssima Virgem vem a ser, pois, nossa Mãe por causa da Eucaristia; está encarregada de fazer-nos encontrar nosso Pão de vida e de no-lo fazer apreciar e desejar, recebendo a missão de nos formar à adoração.
Em Jerusalém, reúne uma piedosa comunidade com a qual distribui seu tesouro e sua graça de amor. Esta ação se estendia aos discípulos e aos primeiros fiéis; Maria educava seus filhos como verdadeira mãe, formando-os à virtude e aos seus deveres de estado. O que Maria fez então continuará a fazê-lo ainda por nós; há de instruir-nos acerca de Nosso Senhor na Eucaristia, fazendo-nos participar de sua piedade para com Ele, e de sua dedicação em seu serviço, porque tudo quanto pertence à mãe pertence aos filhos, é para eles que ela se enriquece.
Maria é mãe, fará portanto nossa educação. Quando o filho se distrai do trabalho, a mãe acorre logo para chamá-lo à ordem; quando está doente, ela o trata; não o deixa nunca; importa que desempenhe sua missão de educadora.
Será, pois Maria quem vos há de formar inspirando-vos seu modo de adorar, fazendo sua adoração em vós; somente Ela poderá vos ensinar a verdadeira e perfeita adoração; só um coração materno é capaz de se fazer compreender por seu filho. É mister que a Santíssima Virgem vos diga: "Vinde adorar comigo."
Nosso Senhor colocou Maria em nosso caminho para que seja o traço de união entre Ele e nós. Maria infunde o primeiro atrativo para Jesus. Instintivamente, a criança se dirige em primeiro lugar à mãe e esta logo a conduz ao pai, mas, por si mesma, não corre para ele; segue, antes, à mãe. E Nosso Senhor nos deu Maria por mãe a fim de que Ela seja para nós um primeiro centro de fácil atração; antes de conhecer a Eucaristia já conhecíamos o nome de nossa Mãe a quem amávamos. Maria nos atraiu, pois a si, formou-nos nas virtudes indispensáveis à vida eucarística, e assim deve ser: para mim. é evidente que não existirá verdadeira devoção à Eucaristia e nem haverá boas vocações para o Santíssimo Sacramento a não ser aquelas formadas por Maria. Não, não, a criança só se forma nos braços de sua mãe e no seu regaço. É preciso que todas as vocações passem pelas mãos de Maria, para que sejam agradáveis ao coração de Nosso Senhor.

II. Examinai vossa vida passada! Não é verdade que já tínheis uma grande devoção a Maria Santíssima antes mesmo de vos dedicardes à Eucaristia? Suspiráveis por seu amor e por sua pureza, embora sem conhecer a sua vida eucarística. Já dizíeis: "Oh! se eu possuísse as virtudes de minha Mãe Santíssima, para servir a Jesus!" Era esse um primitivo atrativo. Fazíeis então como a criancinha que, não podendo pegar na mão de sua mãe, a segura pelo avental ou pela saia, e se esta se afasta um instante, julga que está perdida.
A mãe constitui um centro, e permanece sempre um centro; sentimos a necessidade de viver com ela e de permanecer ao seu lado.
A Santíssima Virgem não é como os santos, que concede certas e determinadas graças. Maria concede todas as graças e por isto sempre necessitamos d'Ela.
É ainda a mãe que ensina ao filhinho as palavras que agradarão ao pai; é ela quem compõe o cumprimento que deverá recitar; e ainda quem prepara o banquete ao gosto do pai. Percebeis onde quero chegar? Quero vos dizer: adorai o Nosso Senhor em companhia da Santíssima Virgem, Não digo permanecei n’Ela; não, Jesus ai está diante de vós para irdes diretamente a Ele, porém fazei-o sem Maria, vivei com Ela e n’Ela; visto que Nosso Senhor vô-LA deu como diretora, jamais deveis adorar sem Ela. Dizei-lhe: "Minha boa Mãe, acompanhai-me; a mãe sempre acompanha seu filho; sem vós nada saberei dizer."
Imaginai ver Maria de joelhos no Cenáculo; vede-A adorando seu Filho oculto na Eucaristia. Oh! quão agradável era a Jesus o que lhe dizia sua Mãe! Como sabia comover o coração do seu Filho! Ajoelhai-vos, pois ao lado de Maria: não queirais caminhar só, não andeis adiante, mas permanecei ao lado d'Ela, fazendo com Ela uma única adoração, apresentando a mesma homenagem. "Oh! Jesus, eu não sei adorar, mas ofereço-vos as palavras, os transportes do coração de vossa Mãe, que é também minha: não sei adorar, mas repetir-vos-ei sua adoração pelos pecadores, pela conversão do mundo e por todas as necessidades da Igreja."
Desse modo contentareis o coração de Maria. Ela vos mostrará a Jesus dizendo-Lhe: "Oh! meu Filho, vede como eu revivo nesta alma, como continuo a adorar-vos nela e por ela!"
Oh! sim, se alguém deve honrar, amar o servir a Maria, é certamente aquele que faz profissão de viver pela Eucaristia, porque precisa de Maria para adorar; na adoração, Maria e o adorador devem se identificar. Ah! deixai que a Santíssima Virgem governe vossa vida, deixai que Ela vos leve a Jesus! Maria só deseja uma coisa: a glória de Seu Divino Filho e a vossa felicidade.

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Maria incita a Comungar

É tão grande o desejo da Santíssima Virgem de que recebamos frequentemente o seu divino Filho, fonte de todo bem e de toda graça, que certa vez se dignou exortar em pessoa um bom religioso a quem um temor exagerado de sua indignidade afastava do divino banquete. Ao se preparar um dia para a Santa Comunhão, assistindo piedosamente a Missa, viu ele nas mãos do Sacerdote, em lugar da Hóstia, Jesus Crucificado, deixando jorrar das chagas dos pés o sangue em abundância. Sentiu-se o religioso tão impressionado que não ousou se aproximar da Santa Mesa. Terminada a Missa, continuou a rezar, ainda sob o peso de sua angústia, quando lhe apareceu a Virgem Imaculada perguntando-lhe por que não fora receber o Corpo de seu amado Filho. O bom Religioso respondeu-lhe que se achava por demais indigno. “E quando conseguireis, retrucou-lhe a Mãe de Deus, tornar-vos digno de participar deste Sacramento? Pedi vós mesmo ao meu Filho que Ele se digne preparar-vos como Lhe apraz e, dora em diante, não vos afasteis, por conta própria, da Sagrada Comunhão.”
(Nicolau Laghi, trat. III, c. I.)

PRÁTICA — Preparar-se à Comunhão, quanto possível, assistindo a Santa Missa.

JACULATÓRIA — Ó bem-aventurada Virgem Maria! Jesus encontrou em vós o seu ninho E aí permaneceu com amor!


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

18o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

A Virgem Maria no Cenáculo


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS
V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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Acompanhemos nossa Mãe ao Cenáculo, e ouçamos as lições que nos dá, lições que Maria recebe de seu divino Filho, com quem conversa dia e noite. Ela é o eco fiel e amável do coração e do amor de Jesus. Amemos ternamente a Maria, trabalhemos sob seu olhar, rezemos com Ela, sejamos-lhe filhos ternamente dedicados, e assim honraremos a Jesus, que no-LA deu por mãe, a fim de que Ela nos eduque em seu amor e em sua própria vida. Entregai-vos pois, integralmente à direção de Maria, adotai seus pensamentos, repeti suas palavras, imitai o seu porte, praticai suas ações, amai com seu amor, compartilhai de seus sofrimentos, e assim tudo n'Ela vos dirá: "Jesus, o melhor serviço de Jesus, a maior glória de Deus!"
Honrai em Maria, aos pés do SSmo, Sacramento, todos os mistérios de sua vida; vereis que eles eram apenas marcos que conduziam ao Cenáculo.
Na vida de Maria no Cenáculo encontrareis o modelo e a consolação da vossa. Ali vereis esta augusta rainha ajoelhada, como adoradora e serva do Santíssimo Sacramento. Ajoelhai-vos junto a vossa Mãe; adorai e orai com Ela: assim continuareis sua vida eucarística na terra.
Quando fordes à sagrada Mesa, revesti-vos das virtudes e méritos de Maria, vossa Mãe; assim comungareis com sua fé e seu coração. Oh! quão feliz será Jesus encontrando em vós a imagem e a reprodução de sua Mãe amabilíssima!
Quando trabalhardes para o culto eucarístico, uni-vos à intenção e ao gozo de Maria trabalhando para Jesus Sacramentado, e sentir-vos-eis felizes!
Oh! quanto Maria vos há de amar se servirdes bem ao seu Jesus! Quanto vos há de proteger se trabalhardes somente para a glória de Jesus! Quanto vos há de enobrecer se viverdes unicamente do amor de Jesus! Desse modo, torná-LA-eis duplamente Mãe, porque A colocais mais perfeitamente na tua graça e na sua missão de Mãe dos adoradores de Jesus.
Porém sede modestos como Maria, lembrai-vos de sua modéstia diante do Anjo e imaginai quão modestamente Ela servia a seu Filho no Sacramento.
Sêde puros como Maria; lembrai-vos de que Ela teria renunciado até mesmo à glória da maternidade divina, para conservar a flor de sua virgindade.
Sêde humildes como Maria, abismada em seu nada, inteiramente entregue à graça de Deus.
Sêde amáveis o mansos como vossa Mãe, que era a suave expressão do coração de Jesus.
Sêde dedicados como Maria; Ela amou até o Calvário, até a morte. Foi no Calvário que se tornou Mãe de amor e será ali que vos tornareis também verdadeiros adoradores, dignos do Cenáculo, dignos de Maria e de Jesus!

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A Imagem e a realidade

É fora de dúvida que o respeito que se testemunha às imagens de Nosso Senhor, e o cuidado em orná-las, são provas de piedade muito agradáveis a Maria, e esta devoção tem sido, muitas vezes, recompensada com prodígios. Entretanto, as imagens, que nos impressionam os sentidos, não nos devem fazer esquecer a realidade adorável, somente percebida por um coração amante e cheio de fé.
A venerável serva de Deus, Tereza Mexia, da Ordem de São Domingos, consagrava uma grande devoção a uma imagem do Menino Jesus nos braços de sua Santa Mãe; a ornamentava com flores, preparava-lhe ricas guarnições e a cumulava de todas as atenções que o seu terno amor sugeria. Certo dia em que, apresentando ao Menino Jesus uma veste trabalhada com esmero, lhe disse: "Vinde, meu bem amado, receber esta veste que vos oferta esta indigna serva", Jesus deixou os braços de sua Mãe para satisfazer os desejos de Tereza, que O reveste então com imensa ternura, esquecendo de cuidar do altar e do Tabernáculo onde reside Nosso Senhor em pessoa. Uma voz porém lhe adverte: "Tereza, te ocupas com a imagem e esqueces a presença real e viva?"
A fervorosa filha compreendeu a lição, e daquele momento em diante, sem deixar no esquecimento a querida imagem do Menino Deus, consagrou os seus maiores desvelos em ornar o altar e o Sacrário; conseguiu mesmo angariar, a custa de sacrifícios, ouro e prata suficientes para confeccionar um dos mais ricos e mais belos Tabernáculos da Espanha.

PRÁTICA — Trabalhar com zelo na ornamentação dos altares eucarísticos, de modo especial para as Igrejas pobres.

JACULATÓRIA — O Senhor, ó Maria, vos ornou como seu tabernáculo escolhido, e Jesus-Hóstia fez suas delícias em habitar em vós.

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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

17o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Maria, Nossa Mestra no Cenáculo


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.

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"Filho, eis aí vossa Mãe." Ao ouvir dos lábios de Jesus estas palavras, tão consoladoras para nós, a Santíssima Virgem devia ter morrido de dor. Como assim?!   O discípulo em lugar do Mestre, João em lugar de Jesus, a criatura em lugar do Filho de Deus?!
A divina Mãe, porém, aceita com amor esta permuta; cobre-nos com o sangue e os merecimentos de Jesus, e começa a nos amar com solicitude ilimitada, a ponto de sentir-se feliz em ficar ainda 24 anos na terra, para nos alimentar com seu amor e suas graças incomparáveis, apesar do imenso desejo que tinha de se ver unida quanto antes a seu Filho na glória.
A missão de Maria será a de fazer nossa educação cristã. Jesus conquistou todos os tesouros da graça; compete a Maria recolhê-los, distribuir o Pão que Ele nos deixou e fazer observar a lei que promulgou.
Jesus não podia ficar entre nós em seu estado glorioso; um certo temor nos afastaria d’Ele. E é por isto que o seu amor, no Santíssimo Sacramento, O priva de toda a ação exterior, a fim de que se torne mais atraente e mais acessível a todos.
Eis, porém nossa Mãe, que também é a Mãe de Jesus; Ela conhece o segredo da vida e do coração de seu Filho, e nos quer manifestar as virtudes de Jesus, no-las mostrar sob esse aspecto amável e fácil de reproduzir, o que somente é dado fazer a um coração de mãe. Se eu ousasse, dizia que Maria vai maternizar Jesus, torná-LO tão meigo, tão acessível e fácil de imitar, como é a mãe para seu filhinho!
Oh! como serão belas e tocantes as palavras de Jesus, passando pelos lábios de Maria! Quão amáveis e facilmente imitáveis se tornarão as virtudes tão sublimes, em si mesmas, ensinadas por Maria! Quão belo e amável será Jesus pintado por Maria! Como será fácil a educação com tão boa Mestra!

II. Maria conceberá, formará e aperfeiçoará Jesus em nós; Ela concebe Jesus em nós e no-lo dá.
O Pai lhe entregou seu Filho para que no-lo transmitivesse; o mundo era indigno de receber o Verbo diretamente de Deus; Maria foi nossa medianeira na Encarnação, e agora continua desempenhando esse mister, pois ninguém chega ao conhecimento de Jesus Cristo nem abraça sua santa Lei, nem obtém o dom da fé que salva, senão pelas súplicas de Maria; sua missão, que Ela sempre desempenha com fidelidade, é nos dar Jesus; importa recebê-LO de suas mãos, e debalde O procuraríamos longe d'Ela. Além disso, Jesus só crescerá em nós por meio de Maria; todas as graças de progresso espiritual só nos advirão por seu intermédio, pois foi sob a direção maternal de Maria que Ele cresceu em Nazaré; Jesus quer fazer-nos seguir a mesma lei. Vede no Santo Evangelho como opera suas primeiras graças por meio de Maria e em união com Ela. Por intermédio d'Ela santifica João Batista; sob seu olhar, glorifica seu Pai e se faz nosso modelo em Nazaré: a seus rogos consolida a fé dos discípulos em Caná, e enfim na Cruz encarrega-A solenemente de nossa formação. É finalmente por meio de Maria que Ele se aperfeiçoará em nós. A perfeição de Jesus em nós é a obra por excelência do Espírito Santo, mas, assim como este Espírito de amor quis realizar sua obra-prima, a Humanidade Santa de Jesus, por meio de Maria, assim também para estabelecer em nós a perfeita semelhança do Salvador e transformar-nos em outros tantos Cristos quer valer-se da cooperação de Maria.
Quanto mais encontra Maria numa alma, com tanto maior poder opera nela. Perguntai a todas essas almas santas nas quais reina soberanamente o amor de Jesus, perguntai-lhes onde o adquiriram e unanimemente hão de responder que foi em Maria.
Não possui Ela o segredo do espírito de Jesus? Sim; mais ainda: possui a plenitude desse Espírito, e é a perfeita imagem do Salvador, assim como o Verbo é a perfeita imagem do Pai.
   A Maria compete dar-nos o espírito de família; para isso se reveste de todas as qualidades de Jesus, de todas as suas virtudes, e fazendo-as passar através do seu maternal coração, no-las torna mais suaves, mais fáceis e nos anima a imitá-las. Por meio do amor de Maria vamos até a santidade de Jesus; vivendo da santidade de Maria, viveremos também da santidade Jesus.

III. Quão belo seria ver como Maria familiariza a criança com a ideia de Jesus, como infunde nos jovens sentimentos de generosidade para com Ele, e após havê-los preparado o disposto para a primeira comunhão, os guia mais tarde na escolha de um estado de vida conveniente e santo!
Essa educação dos jovens por meio de Maria exerce uma influência permanente em toda sua vida; efetuada pelo sentimento tão suave e encantador de seu amor e de sua piedade, causa-lhes uma impressão tão forte que nem mesmo uma vida desregrada conseguirá apagar, e desse modo conservarão sempre um sentimento de amoroso respeito para com Maria, ainda que algum dia venham a se olvidar de Deus.
A suave e excelsa imagem de Maria nos acompanha sempre na vida.
Feliz de quem recebeu d’Ela esta primeira educação; ser-lhe-á uma alavanca para retirá-lo do mal, e seu nome sempre despertará nesse coração uma vibração de amor.
É também Maria que faz a educação da virgem cristã, infundindo-lhe desde a infância sentimentos de piedade e de ternura para com Jesus, e que acende em seu coração a chama ardente do amor, nele excitando uma nobre ambição; mostra-lhe seu lírio imaculado, faz-lhe dele uma coroa, e apertando-a contra o peito, osculando-a casta e maternalmente, lhe diz: "Oh! minha filha, sê um lírio, sê a esposa de meu divino Filho; dá-lhe teu coração e recebe seu anel virginal; olha para minha coroa, recebe em herança meu amor pela virgindade, e sê duplamente minha filha!"
Desse modo, Maria forma as virgens, as guarda e defende. Adducentur virgines post eam. Maria é a sua rainha.
Eis como a educação feita por Maria torna a piedade fácil e suave. O que Ela fez nos primórdios da Igreja, continua a fazê-lo até hoje.
Os Apóstolos, como nós, já possuíam a Eucaristia, porém a primeira educação não é dada pelo pai; uma educação feita sem os carinhos maternais, disso a ressentirá sempre. A santidade formada unicamente por Jesus é mais austera, formada por Jesus e Maria é mais afável; para prová-lo, temos São João e São Paulo. Seja, pois Maria quem nos leve a Jesus, seja ela quem no-lo faça conhecer e amar, assim como O conheceu e amou. Nisto consiste a santidade e a felicidade.

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Maria ama Jesus em nós

Maria nos cerca mui particularmente com sua ternura maternal quando possuímos Nosso Senhor em nosso coração, porque contempla em nós o seu diletíssimo Filho.
Santa Oportuna, abadessa, pediu, no leito de morte, para receber o Sagrado Corpo de Nosso Senhor, e comungou com tanta devoção, que não somente Jesus lhe deu as mais tocantes provas de amor, mas também a Santíssima Virgem se dignou aproximar-se de seu leito para consolá-la e dar-lhe o seu auxílio nesse último combate. A piedosa abadessa lhe confiou então as suas filhas espirituais e os interesses de seu mosteiro. E, estendendo os braços para Maria, num gesto de estreitá-LA ao coração, depositou em suas mãos a vida, exalando o suspiro final.
(Nicolau Laghi, trat. II, c XLVII).

PRÁTICA — Suplicar a Maria para que todos os agonizantes recebam o Sagrado Viático.

JACULATÓRIA — Salve ó Maria! nuvem celeste que espalhais a Eucaristia sobre o mundo, como um orvalho benfazejo.

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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962