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17o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

DÉCIMO SÉTIMO DIA
Oremos pelos Ministros de Deus — os Padres, — a fim de os ajudarmos na salvação das almas. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O terceiro desejo do Coração de Jesus é a salvação das almas
Se nos fosse permitido, como a S. João, reclinar a nossa cabeça sobre o peito de Je­sus, e perscrutar-lhe as palpitações do cora­ção, ouviríamos estas palavras: “Almas! almas! quero salvar as almas!” Se não fôssemos tão distraídos pelas coisas exte­riores, ouviríamos a voz suplicante de Jesus dizer-nos: “Ajudai-me a salvar as almas!” — Uma alma que se condena é um triunfo para o demônio! é um blasfemo que, du­rante toda a eternidade, amaldiçoará Jesus!… Salvemos as almas: podemo-lo fazer “pelos bons exemplos, pelas palavras e, sobretudo, pelas orações”.— Se salvarmos uma alma, teremos salva a nossa.
“Ouvirei uma missa pela conversão dos pecadores”.
EXEMPLO
Havia em Forte de França, na Martinica, e era ali muito conhecido, um homem abastado que nunca recebera o ensino religioso, e, tendo-se casado com uma boa senhora, porém tíbia e tímida, contentava-se de ser probo. Aos sessenta anos de idade, em 1880, atacou-o uma fraqueza geral, que aumentava dia a dia, inquietando a família que pensou em lembrar-lhe que se devia apro­ximar de Deus. O doente, porém, respondia, a galhofar, que se havia de arranjar bem com Deus, quando o visse face a face. Progredia, entretanto, a moléstia e mais se afligiam, cada dia, os parentes, mormente considerando que nem a sua primeira Comunhão ele fizera; conseguira, tão somente, um deles, que deixasse coser ao seu travesseiro um escapulário do Sagrado Coração, e a este recomendava todos os dias o doente. Após seis meses de sofrimento, perdeu um dos olhos, redobram então as orações ao Sagrado Coração, e um dia o rebelde pediu que lhe trouxessem um Padre e, depois de várias visitas deste e longas conferências decidiu-se a confessar-se, fazendo-o com boas disposições, mas sem querer ainda a Comunhão, por lhe parecer desnecessária. Passado um mês, trouxeram-lhe uma imagem do Sa­grado Coração, que foi colocada em seu quarto. No dia imediato, veio-lhe um escarro de sangue, e, assustado, pediu a Comunhão. O sacerdote marcou-a para alguns dias depois, e durante esse tempo vinha exortá-lo, de modo que fez uma excelente preparação, e no ato mostrou uma fé e humildade verdadeiramente edifi­cantes. Viveu ainda três meses, mas suportando com a maior resignação os seus cruéis sofrimentos e, se acaso lhe escapava algum movimento de impaciência, logo o corrigia com invocação piedosa, ou beijando o Crucifixo. Comungou ainda outras vezes, sentindo pelo seu estado de fraqueza não poder ajoelhar-se para receber o seu Deus com toda reverência; e teve morte serena e consoladora. Tudo isto foi publicado em 1881, em honra do Coração de Jesus, por testemunhas dos fatos re­latados.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

16o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação



DÉCIMO SEXTO DIA
Oremos por todos os membros de nossa família.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O segundo desejo do Coração de Jesus é a honra e glória da SS. Virgem
Oh! como é agradável a Jesus ver honrar e amar sua Mãe; essa Mãe, a quem por tanto tempo obedeceu; essa Mãe, tão virtuosa, tão santa, tão boa; essa Mãe, a quem tanto viu sofrer!… Por isso, vede como Ele inspira um tão grande número de práticas de devoções em sua honra, como enche de bênçãos aos que a invocam, como concede a paz e a alegria aos que a amam… Ó Jesus, queremos amar, com todo o nosso coração, a vossa Mãe… Teremos por Maria a mais terna devoção.
“Recitarei, hoje, um ato de abandono à SS. Virgem”.
EXEMPLO
Mons. Bossé, prefeito apostólico de S. Lourenço no Canadá, em 1883 relata o seguinte: “Um milagre acaba de ser operado na missão de “Betchouan” pelo Sa­grado Coração de Jesus. Numa pequena casa achavam-se treze pessoas. Trazem ali um barril de 36 libras de pólvora para fazer a divisão. Um homem pega num vaso, enche-o de explosivo e derrama-o também numa garrafa. Entra um rapaz com um cachimbo, em torno do qual estavam sete homens. Uma parede inteira da casa é atirada longe, o fogão se esboroa, o teto é sacudido à altura de quatro pés e cai desconjuntado. Portas, janelas, móveis ficam em pedaços; a caixa do edifício é só o que resiste. Três dos homens cujas roupas se incendiaram, correram à praia e se atiraram na água. Sete queimaram as mãos e o rosto; mas estão em via de cura. Todos, no momento do desastre, in­vocaram Jesus e Maria. Havia nesse aposento, prega­das na parede destruída, duas imagens do Sagrado Co­ração e uma de Maria, que estavam em quadros com vidros: os quadros e os vidros se esmigalharam, mas as três imagens se acharam intactas a doze pés da casa, sobre uma pilha de destroços… O papel não estava nem roto, nem machucado, nem enegrecido: até mesmo as estrelas doiradas, que ornavam o manto de Jesus, nada sofreram. Os feridos fizeram celebrar uma Missa em ação de graças, e nela comungaram.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

15o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

— II —
Desejos do Sagrado Coração
DÉCIMO QUINTO DIA
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O primeiro desejo do Coração de Jesus é a glória de seu Pai
Amamos aos nossos pais como a nós mesmos: queríamos que todos dissessem como nós, que não os há mais nobres, nem mais virtuosos, nem mais ilustres, nem me­lhores; revolta-nos uma injúria feita a eles. — Oh! Como estes sentimentos eram ar­dentes, justos, no Coração de Jesus! Nada mais quer do que a glória do seu Pai; o zelo de sua honra devora-o, tem fome e sede de o fazer amar… Oh! ajudemos Jesus, fa­lemos daquele Deus de bondade, dirijam-se nossas ações para Deus, façamos recitar al­gumas vezes as criancinhas alguns atos de amor de Deus.
“Hoje farei todas as minhas orações para que Deus seja conhecido e amado”.
EXEMPLO
O relatório do Apostolado da Oração, apresentado no Congresso Eucarístico de Liège em 1883, consigna o se­guinte fato, referido por um dos zeladores: “Havia nessa cidade um homem que desde muito não ia à Missa nem procurava os sacramentos; dera-se à em­briaguez, blasfemava; em suma, tinha uma péssima conduta. Em casa, eram contínuas as rixas com a família. A mulher, encontrando-se um dia comigo fez-me chorosas queixas e eu, consolando-a como pude, acon­selhei que com os filhos recitasse todos os dias um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria” em honra do Coração de Jesus; e ela o prometeu. Tempos depois, uma zeladora da Liga fala ao marido transviado para que se aliste no Apostolado, e ele anui, recebe o escapulário e obriga-se a recitar as orações. Desde logo opera-se nele mudança total: começou a ir à Missa e, cada vez que lhe vai escapar uma blasfêmia, refreia-se humilha­do. Indo uma vez significar-lhe o meu prazer pela boa transformação, vi a seu lado um livre pensador que, oferecendo até dinheiro, procurava persuadi-lo a dei­xar os filhos na escola municipal onde se não dava o ensino religioso. Em oposição, eu mostrei-lhe o que há de precário e falso nos gozos deste mundo e que só é feliz quem serve a Deus. Ele me ouviu com aten­ção, e mostrou-se resolutamente de acordo, o livre pensador retirou-se desconcertado e não voltou. En­contrando, mais tarde, o convertido, perguntei-lhe se era fiel ao seu compromisso com o Sagrado Coração, e respondeu: “Sim, e me sinto feliz; falta-me, porém, uma coisa; é fazer uma boa confissão e comungar”. Ajudei-o a preparar-se, e fez com todo o recolhimento a sua Comunhão pascoal. Esse homem hoje é um modelo: colocou os filhos numa escola católica, leva a filha a comungar em cada lª sexta-feira do mês, e, à força de exortações e conselhos, reconduziu também à vida cristã um de seus cunhados. É ocioso dizer que a paz voltou a essa casa, e que toda a família vive tranquila e feliz, depois de tal conversão, operada toda pelo Coração de Jesus, que mais uma vez realizou a sua promessa: “Os pecadores se converterão por esta devoção; eu estabelecerei a paz nas famílias”.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

14o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação



DÉCIMO QUARTO DIA
Oremos pelos pobres pecadores endurecidos.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus e o Bom Ladrão
Toda a vida mortal de Jesus pode reduzir-se a uma só palavra: “misericórdia”. Não é também isto o que resume a sua vida eucarística? Nunca repelia ninguém. —Ia sempre ao encontro dos pecadores. — In­tercedia sempre por aqueles mesmos que o magoavam: e, desde que via numa alma a menor vontade de voltar ao bom caminho, usava para ela de tais cuidados e carinhos, que, diz um Santo, quase faz inveja o ser pe­cador. —O ladrão, pendente de uma cruz, reconhece o seu crime e, restando-lhe apenas alguns momentos de vida, ouve estas consoladoras palavras: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Oh! dizei-me também estas pala­vras, meu Jesus!
“Confessar-me-ei com mais cuidado”.
EXEMPLO
O “Mensageiro do Coração de Jesus” de setembro de 1880 menciona a seguinte conversão sucedida na Bélgica: “Um médico rico e conhecido, que casara com uma senhora piedosa, de há muito desprezara os seus deveres religiosos, e, às exortações da consorte para que voltasse a Deus, respondia ser mais católico que muitos outros, fiel a seus deveres de família e generoso com os pobres. Na guerra de 1870, ele sustentara, às suas custas, uma das principais ambulâncias belgas, enviara socorros a Metz e Sedan, sem querer por isso nenhuma indenização; tratava e fornecia remédios gratuitamente aos pobres da aldeia em que estava situada a sua quinta. Depois de passados assim 20 anos, sobrevieram- lhe repetidos reveses que o arruinaram: mas com eles, em vez de se voltar para Deus, mais infenso à religião se mostrava. Aos desgostos pelo abandono em que os amigos de outrora o deixavam, associou-se uma grave enfermidade. A família então juntou-se toda a trabalhar por convertê-lo, e nessa intenção se fizeram orações e promessas, celebraram-se missas, e começou uma no­vena de primeiras sextas-feiras. Em outubro piorou muito; alguns Padres o visitaram, a quem recebeu com polidez, mas recusando o socorro de seu ministério. Aceitou., afinal, um belo Cristo, que mandou colocar perto de si, mas declarando que, munido deste sinal da Redenção, não precisava de intermediários entre Deus e sua alma. A moléstia progrediu, e o assistente a dizia já no termo; nesse tempo, uma sua tia, Reli­giosa do Sagrado Coração, mandou-lhe uma imagem, abaixo da qual estava escrita uma fórmula de consa­gração, e pediu que com a esposa a recitasse durante uma novena das primeiras sextas-feiras.
Deu-se isto numa quinta-feira à tarde, e no dia se­guinte o doente anuiu ao pedido, e recitou, com sua mulher, a pequena oração. A noite que se seguiu foi má, e a boa cristã, ao amanhecer, estando só com o marido, lembrou-lhe o dever de pensar seriamente na eternidade: ele calou-se por instantes e, perguntando o que julgavam do seu estado os médicos, à resposta de que o consideravam gravíssimo, disse: “Mande cha­mar o Padre, porque eu quero morrer como perfeito cristão”. Devidamente preparado, recebeu com devoção os últimos sacramentos; ao chegarem os médicos e amigos, contrários às práticas religiosas, perguntando-lhe surpreendidos, se não se impressionara, respondeu: “Sinto-me feliz, só quero agora ocupar-me das coisas celestes”. Quando o cercavam as pessoas piedosas da família, queria que lhe recitassem jaculatórias e pedia perdão a todos, dizendo: “Logo que estiver no céu, farei por vós o que não pude na terra, onde tudo me saiu mal”. Os próprios criados exclamavam admira­dos: “É um milagre! O amo a pedir perdão! Morre como um santo! Não foi em vão que tanto se rezou por ele!” Falava da morte com alegria, e fez suas dis­posições querendo um enterro pobre, e sepultura no cemitério da aldeia, que era sagrado. E morreu, excla­mando: “Eis o caminho do céu! como é belo!”
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

13o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

DÉCIMO TERCEIRO DIA
Oremos a fim de obter uma grande e terna devoção para com a SS. Virgem.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus negado por S. Pedro
Pobre Apóstolo, que remorsos em sua alma culpada e que temor ao pensar que devia tornar a ver Jesus! Procurava, talvez trêmulo e confuso, ver, sem ser visto, seu bom Mestre, a quem tinha negado… O di­vino Mestre também o buscava… Que se lia então, ó Jesus, no vosso divino olhar? não era a “cólera”, nem a “queixa” nem a “exprobração”; cólera, queixa, exprobração, te­riam morto o Apóstolo… Em vosso olhar só se havia de ler o “amor”…! Como sois bom, ó Jesus meu! Por isso, quaisquer que sejam as minhas faltas, jamais me apartarei de vós!
“Farei hoje um fervoroso ato de espe­rança”.
EXEMPLO
Quando, em 1883, rompeu a guerra de França com os malgaches, os missionários católicos, estabelecidos entre estes, houveram de retirar-se do país para não serem perseguidos pela população pagã, mas o Cora­ção de Jesus os protegeu e o seu rebanho. No dia 1º de junho, festa do Sagrado Coração, enquanto os missionários, na primeira estação do caminho do exílio invocam o seu celeste patrono, o rebanho sem pastor era congregado na catedral por uma piedosa pastora diante do tabernáculo vazio, e aos pés da imagem do Coração de Jesus ereta no altar mor. A Genoveva de Tananarive, cujo nome é Vitória, escrevia nesse mesmo dia ao Diretor das missões: “Padre, esta manhã, con­forme vossas recomendações, nos reunimos na igreja; recitamos o terço e entoamos os dois cânticos; e assim continuaremos todos os dias, com o auxílio de Deus”.
De fato, as reuniões continuaram em Tananarive e na Imerina. Os antigos alunos dos Padres organizavam o serviço do culto, distribuindo entre si os papéis em que poderiam substituir os missionários, e Vitória percorria as igrejas, a animar e exortar os fiéis. O triunfo maior, porém, foi o seguinte: o bispo anglicano quis aproveitar-se da situação e, dirigindo-a ao grupo mais importante dos convertidos, lhes disse: “Os Padres não estão mais aqui; vós não tendes dinheiro, eu vo-lo posso dar; ides ser forçados ao serviço militar, mas eu vos livrarei. Como católicos romanos, sereis considerados cúmplices dos franceses: comigo, sereis tratados como amigos do Estado, sem deixar de ser católicos, pois que nós somos católicos anglicanos. Vinde para a minha igreja!’ Todos responderam : “Senhor, nós somos filhos da Igreja Católica, não vos podemos acompanhar”. E cumpriram a palavra: feita a paz, ao voltarem os mis­sionários em 1886, o rebanho os cercou de novo, fiel ao Sagrado Coração de Jesus.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.