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Festa do Santíssimo Nome de Jesus

Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus



Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai celeste que sois Deus,
tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus,
tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus,
tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
tende piedade de nós.

Jesus, Filho de Deus vivo,
Jesus, esplendor do Pai,
Jesus, pureza da luz eterna,
Jesus, Rei da glória,
Jesus, sol da justiça,
Jesus, Filho da Virgem Maria,
Jesus amável,
Jesus admirável,
Jesus, Deus forte,
Jesus, Pai do futuro do século,
Jesus, Anjo do grande conselho,
Jesus poderosíssimo,
Jesus pacientíssimo,
Jesus obedientíssimo,
Jesus, brando e humilde de coração,
Jesus, amante da castidade,
Jesus, amador nosso,
Jesus, Deus da paz,
Jesus, autor da vida,
Jesus, exemplar das virtudes,
Jesus, zelador das almas,
Jesus, nosso Deus,
Jesus, nosso refúgio,
Jesus, Pai dos pobres,
Jesus, tesouro dos fiéis,
Jesus, bom Pastor,
Jesus, luz verdadeira,
Jesus, sabedoria eterna,
Jesus, bondade infinita,
Jesus, nosso caminho e nossa vida,
Jesus, alegria dos anjos,
Jesus, Rei dos patriarcas,
Jesus, Mestre dos apóstolos,
Jesus, Doutor dos evangelistas,
Jesus, fortaleza dos mártires,
Jesus, luz dos confessores,
Jesus, pureza das virgens,
Jesus, coroa de todos os santos,

Sede-nos propício; perdoai-nos, Jesus.
Sede-nos propício; ouvi-nos, Jesus.

De todo o mal, livrai-nos, Jesus.
De todo o pecado,
De vossa ira,
Das ciladas do demônio,
Do espírito da impureza,
De morte eterna,
Do desprezo das vossas inspirações,
Pelo mistério da vossa santa Encarnação,
Pela vossa natividade,
Pela vossa infância,
Pela vossa santíssima vida,
Pelos vossos trabalhos,
Pela vossa agonia e paixão,
Pela vossa cruz e desamparo,
Pelas vossas angústias,
Pela vossa morte e sepultura,
Pela vossa ressurreição,
Pela vossa ascensão,
Pela vossa instituição da Santíssima Eucaristia,
Pelas vossas alegrias,
Pela vossa glória,

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos, Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
ouvi-nos, Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós, Jesus.

Jesus, ouvi-nos.
Jesus, atendei-nos.


Oremos.

Senhor Jesus Cristo, que dissestes: Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á, nós vos suplicamos que concedais a nós que vo-lo pedimos, os sentimentos afetivos de vosso divino amor, a fim de que nós vos amemos de todo o coração e que esse amor transcenda por nossas ações, sem que deixemos de vos amar.
Permiti que tenhamos sempre, Senhor, um igual temor e amor pelo vosso santo nome; pois não deixais de governar aqueles que estabeleceis na firmeza do vosso amor. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.

Amém.

Kýrie, eléison.
Christe, eléison.
Kýrie, eléison.
Iesu, audi nos.
Iesu, exáudi nos



Pater de cælis, Deus,
miserére nobis.
Fili, Redémptor mundi, Deus,

miserére nobis.
Spíritus Sancte, Deus,
miserére nobis.
Sancta Trínitas, unus Deus,
miserére nobis.



Iesu, Filii Dei vivi,
Iesu, splendor Patris,
Iesu, candor lucis æternæ,
Iesu, Rex gloriæ,
Iesu, sol iustitiæ,
Iesu, Fili Mariæ Virginis,
Iesu amabilis,
Iesu admirabilis,
Iesu, Deus fortis,
Iesu, pater futuri sæculi,
Iesu, magni consilii angele,
Iesu potentissime,
Iesu patientissime,
Iesu obedientissime,
Iesu, mitis et humilis corde,
Iesu, amator castitatis,
Iesu, amator noster,
Iesu, Deus pacis,
Iesu, auctor vitæ,
Iesu, exemplar virtutum,
Iesu, zelator animarum,
Iesu, Deus noster,
Iesu, refugium nostrum,
Iesu, pater pauperum,
Iesu, thesaure fidelium,
Iesu, bone pastor,
Iesu, lux vera,
Iesu, sapientia æterna,
Iesu, bonitas infinita,
Iesu, via et vita nostra,
Iesu, gaudium Angelorum,
Iesu, rex Patriarcharum,
Iesu, magister Apostolorum,
Iesu, doctor Evangelistarum,
Iesu, fortitudo Martyrum,
Iesu, lumen Confessorum,
Iesu, puritas Virginum,
Iesu, corona sanctorum omnium,
 


Propitius esto; parce nobis, Iesu.
Propitius esto; exaudi nos, Iesu.
   


Ab omni malo, libera-nos, Iesu.
Ab omni peccato,
Ab ira tua,
Ab insidiis diaboli,
A spiritu fornicátionis,
A morte perpetua,
A neglectu inspirationum tuarum,
Per mysterium sanctæ incarnationis tuæ,
Per nativitatem tuam,
Per infantiam tuam,
Per divinissimam vitam tuam,
Per labores tuos,
Per agoniam et passionem tuam,
Per crucem et derelictionem tuam,
Per languores tuos,
Per mortem et sepulturam tuam,
Per resurrectionem tuam,
Per ascensionem tuam,
Per sanctissimæ Eucharistiæ institutionem tuam,
Per gaudia tua,
Per gloriam tuam,


Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
parce nobis, Iesu. 

Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
exáudi nos, Iesu.
Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
miserére nobis, Iesu.

Iesu, audi nos.
Iesu, exáudi nos.


Oremus.

Domine Iesu Christi, qui dixisti: Petite, et accipietis; quærite, et invenietis; pulsate, et aperietur vobis; quæsumus, da nobis, petentibus, divinissimi tui amoris affectum, ut te todo corde, ore et opere diligamus et a tua nunquam laude cessemus.
Sancti nominis tui, Domine, timorem pariter et amorem fac nos habere perpetuum; quia nunquam tua gubernatione destituis, quos in soliditate tuæ dilectionis instituis. Qui vivis et regnas in sæcula sæculorum.



Amen.

Apresentação de Nossa Senhora no Templo

XXI de Novembro
VII Aniversário do Blog Alexandria Católica



O DIA de hoje é a despedida das festas marianas no ano eclesiástico. Tudo que sabemos da Apresentação de Nossa Senhora no Templo, sabemo-lo por lendas e informações extrabíblicas, o que não quer dizer que o assunto da festa careça de probabilidade histórica. Segundo uma piedosa lenda, Maria Santíssima, tendo apenas três anos de idade, foi pelos Pais, em cumprimento de uma promessa, levada ao templo, para ali, com outras meninas, receber educação adequada à sua idade e posição. A Igreja Oriental distinguiu este fato com as honras de uma festa litúrgica. A Igreja Ocidental conhece a comemoração da Apresentação de Nossa Senhora desde o ano de 1371.
Prescrita primeiramente só para a corte papal, então residente em Avignon, em 1585, Sixto V ordenou que fosse celebrada em toda a Igreja.
A Apresentação de Nossa Senhora encerra dois sacrifícios: a dos Pais e o da menina Maria. Diz a lenda que Joaquim e Ana ofereceram a Deus a filhinha no templo, quando esta tinha três anos. Sem dúvida foi para estas santas pessoas um sacrifício muito grande separar-se da filhinha, que se achava numa idade em que não há pais que queiram confiar os filhos a mãos estranhas. Três anos é a idade em que a criança recompensa já de algum modo os trabalhos e sacrifícios dos pais, formulando
palavras e fazendo já exercícios mentais que encantam e  divertem, dando ao mesmo tempo provas de gratidão e amor filiais. Joaquim e Ana não teriam experimentado o sacrifício em toda a sua amargura? O coração dos amorosos pais não teria sentido a dor da separação? Que foi que os levou a fazer tal
sacrifício? A lenda fala de um voto que tinham feito. Votos desta natureza não eram raros no Antigo Testamento. As crianças eram educadas em colégios anexos ao templo, e ajudavam os múltiplos serviços e funções da casa de Deus. Não erramos em supor que Joaquim e Ana, quando levaram a filhinha ao templo, fizeram-no por inspiração sobrenatural, querendo Deus que sua futura esposa e mãe recebesse uma educação e instrução primorosíssima.
Grande era o sacrifício de Maria: Não resta dúvida que para Maria, a criança entre todas mais privilegiada, a cerimônia da apresentação significava mais que a entrada no colégio do  templo. Maria reconhecia em tudo uma solene consagração da vida a Deus, a oferta de si mesma ao supremo Senhor. O  sacrifício que oferecia, era a oferta das primícias e as primícias, por mais insignificantes que sejam, são preciosas por serem uma demonstração da generosidade do ofertante e uma homenagem a quem as recebe. Maria ofereceu-se sem reserva, para sempre, com contentamento e júbilo d’alma. O que o  Psalmista cantou, cheio de entusiasmo, traduziu-se n’alma da bem-aventurada menina: "Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor." (Ps.83, 3) E entrarei junto ao altar de Deus; do Deus que alegra a minha mocidade.
Que espírito, tanto nos santos pais como na santa menina!Que espetáculo para o céu e para os homens! O que encanta a Deus e lhe atrai a graça, em toda a plenitude, edifica e enleva a todos que se ocupam deste mistério, na vida de Nossa Senhora. Poderá haver coisa mais bela que a piedade, o desprendimento completo no serviço do Senhor?
A vida de Maria Santíssima no templo foi a mais santa, a mais perfeita que se pode imaginar. O templo era a casa de Deus e na proximidade de Deus se sentia bem a bela alma em flor. "O passarinho acha casa para si e a rola ninho nos altares do Senhor dos exércitos, onde um dia é melhor que mil nas tendas dos pecadores." (Ps 83) Santo era o lugar onde Maria vivia. Era o templo onde os antepassados tinham feito orações, celebrando as festas; era o templo onde se adiava o santuário do Antigo Testamento, a arca, o trono de Deus no meio do povo; era o templo afinal, de que as profecias diziam que o Messias nele devia fazer entrada.
Naquele templo a menina Maria rezava e se preparava para a grande missão, que Deus lhe tinha reservado. "Como os olhos da serva nas mãos da Senhora, assim os olhos de Maria estavam fitos no Senhor seu Deus." (Ps.122) Segundo uma revelação com que Maria agraciou a Santa Isabel de Turíngia, todas as orações feitas naquele tempo se lhe resumiam no seguinte: 1) alcançar as virtudes da humildade, paciência e caridade; 2) conseguir amar e odiar tudo a que Deus tem amor ou ódio; 3) amar ao próximo e tudo que lhe é caro. 4) a conservação da nação e do templo, a paz e a plenitude das graças de Deus e 5) finalmente ver o Messias e poder servir a sua santa mãe.
Maria era o modelo de obediência, amor e respeito para com os superiores, de caridade e amabilidade para com as companheiras. Tinha o Coração alheio à antipatia, à rixa, ao azedume e ao amor próprio.
A Maria no templo eram aplicáveis as palavras do Psalmista (Ps. 139): "Senhor, meu coração não se ensoberbeceu; nem meus olhos se elevaram. Não andei em grandeza, nem em magnificências sobre a minha sorte. Se não fosse humilde o meu sentimento, não se elevaria a minha alma (ai de mim!), mas como o menino, apartado já do peito da mãe, lhe fica  descansando nos braços, assim está a paz na minha alma."
Maria era uma menina humilde, despretensiosa e amante do trabalho. Com afã lia e estudava os santos Livros.
Como as meninos do Colégio do templo se ocupavam de outros serviços concernentes ao serviço santo, é provável que Maria tenha recebido instruções sobre diversos trabalhos, como fossem: pintura, trabalhos de agulha, canto e música. É opinião de muitos que o grande véu do Templo, que na hora da morte de Jesus se partiu de alto a baixo, tinha sido confeccionado por Maria Santíssima e as companheiras.
Assim foi santíssima a vida de Maria no Templo. O Divino  Espírito esmerilhou o coração e o espírito da esposa, mais do que de qualquer outra criatura. Maria poderia aplicar a si as palavras de Sirach (51, 18) "Quando ainda era pequena, procurei a sabedoria na oração. Na entrada do templo instava por ela... Ela floresceu como uma nova têmpora. Meu coração nela se alegrou e desde a minha mocidade procurei seguir-lhe o rasto."
É de admirar que Maria, assim amparada pelos cuidados humanos e divinos, progredisse de virtude em virtude?
De Nosso Senhor o Evangelho constata diversas vezes esta circunstância. Como Jesus, também Maria cresceu em graça e  sabedoria, diante de Deus e dos homens. Este crescimento a Igreja contempla-o em imagens grandiosas, traçadas por Sirach (24, 17-23): "Sou exaltada qual cedro no Líbano e qual cipreste no monte Sião. Sou exaltada qual palma em Cades e como os rosais em Jericó. Qual oliveira especiosa nos campos e qual platano, sou exaltada junto da água nas praças. Assim como o cinamomo e o bálsamo que difundem cheiro, exalei fragrância: como a mirra escolhida derramarei odor de suavidade na  minha  habitação; como uma vide, lancei flores d'um agradável perfume e as minhas flores são frutos de honra e de honestidade." Nunca houve mocidade tão santa e esplendorosa como a de Maria Santíssima. Outra não poderia ser, devendo Maria preparar-se para a realização do mistério  dos mistérios; da Encarnação do Verbo Eterno.


REFLEXÕES

A festa da Apresentação de Nossa Senhora encerra belos ensinamentos para a família cristã, para pais e filhos. Que  modelo mais perfeito pais cristãos poderiam procurar, que Joaquim e Ana? Que exemplo de verdadeiro amor de Deus nos dão! Os pais não devem sacrificar os filhos ao egoísmo e às paixões, mas a Deus, que Lhos deu. Como Joaquim e Ana devemos estar prontos e oferecer os filhos, quando Deus os chama para o seu serviço. Todos nós vemos em Maria o exemplo que devemos imitar, se queremos que nossa vida seja agradável a Deus. Oração, pureza, de coração e trabalho — eis os capítulos principais no índice da vida cristã.

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Excertos do Livro: Na Luz Perpétua - Volume II

Solenidade da Epifania do Senhor

Vidimus enim stellam eius in oriente, et venimus adorare eum
“Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-Lo”
Matth. 2, 2



Sumário. Jesus, apenas nascido, quis começar a comunicar-nos as graças da Redenção. Por meio de uma estrela chama os Magos, e na pessoa destes a todos nós, a fim de O venerarem. Os santos Reis põem-se logo a caminho, entram na gruta, adoram o santo Menino e oferecem-Lhe as suas ofertas místicas. Adoremo-Lo nós também, em união com os santos Reis, e ofereçamos-Lhe pelas mãos de Maria os nossos corações arrependidos e amantes.

I. Jesus nasce pobre numa lapinha: os anjos do céu, é verdade, reconhecem-No por seu senhor, mas os homens da terra deixam-No abandonado. Vêm apenas uns poucos pastores para O adorar. O Redentor, porém, já quer começar a comunicar-nos a graça da Redenção, e por isso começa a manifestar-se aos gentios que menos O conheciam. Manda uma estrela iluminar os santos Magos, para que venham conhecer e adorar o seu Salvador. Foi esta a primeira e também a maior graça que Jesus nos deu: a vocação à fé, à qual sucede a vocação à graça, de que os homens se achavam privados.

Sem demora os Magos se põem a caminho; a estrela acompanha-os até à gruta, onde está o santo Menino. Chegados ali, entram, e o que acham? Invenerunt Puerum cum Maria (1) — “Acharam o Menino com Maria”. Eles acham uma donzela pobre e um menino pobre envolto em paninhos, sem ninguém para o servir ou assistir. Mas como? Ao entrarem naquela humilde gruta, os santos peregrinos sentem uma alegria nunca antes experimentada; sentem seu coração atraído para aquele Menino pequenino. Aquela palha, aquela pobreza, aqueles vagidos de seu pequeno Salvador, ah! Que setas de amor para seus corações, que chamas felizes de amor neles se acendem! O Menino acolhe-os com sorriso amável, demonstrando assim o afeto com que os aceita entre as primeiras presas da sua Redenção.

Os santos Reis olham depois para Maria, que queda silenciosa, mas com semblante no qual reluz uma doçura celeste, acolhe-os e agradece-lhes o terem vindo os primeiros a reconhecer-lhe o Filho por seu soberano Senhor. Eis que os santos varões, silenciosos pelo respeito, adoram o Filho da Virgem e reconhecem-No como Deus, beijando-Lhe os pés e oferecendo-Lhe os seus presentes; ouro, incenso e mirra. Em união com os santos Magos, adoremos o nosso pequenino Rei Jesus e ofereçamos-Lhe todo o nosso coração.

II. Ó amável Menino Jesus, ainda que Vos veja nessa gruta, deitado sobre a palha, tão pobre e tão desprezado, a fé ensina-me que sois meu Deus, descido do céu para a minha salvação. Reconheço-Vos por meu soberano Senhor e meu Salvador, mas nada tenho para Vos oferecer. Não tenho ouro de amor, porque amei as criaturas e os meus caprichos, e não Vos amei a Vós que sois infinitamente amável. Não tenho incenso de oração, porque até hoje vivi miseravelmente esquecido de Vós. Não tenho mirra de mortificação, porquanto tantas vezes tenho desgostado a vossa infinita bondade. — Que poderei eu oferecer-Vos? Ofereço-Vos este meu coração, imundo e pobre como é; aceitai-o e transformai-o. Viestes sobre a terra exatamente para, com o vosso sangue, purificar os corações humanos do pecado e assim transformá-los de pecadores em santos. Dai-me Vós mesmo o ouro, o incenso e a mirra que desejais. Dai-me o ouro de vosso santo amor; dai-me o espírito da santa oração; dai-me o desejo e a força para me mortificar em todas as coisas que Vos possam desagradar. Estou resolvido a obedecer-Vos e a amar-Vos; mas Vós conheceis a minha fraqueza, dai-me a graça de Vos permanecer fiel.

Ó Virgem Santíssima, Vós acolhestes com tamanha benignidade e consolastes os santos Magos, acolhei-me e consolai-me também, agora que venho adorar vosso Filho e consagrar-me inteiramente a Ele. Minha Mãe, tenho confiança absoluta em vossa intercessão. Recomendai-me a Jesus. Em vossas mãos deposito a minha alma e a minha vontade; ligai-a para sempre ao amor de Jesus.

“E Vós, ó meu Deus, que por meio de uma estrela manifestastes no dia presente vosso Unigênito aos gentios: concedei propício, que visto já Vos conhecermos pela fé, cheguemos também a contemplar a beleza de vossa majestade. Fazei-o pelo amor desse mesmo Jesus Cristo, vosso Filho.” (2) (II 377.)

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1. Matth. 2, 11.
2. Or. Festi.

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Santo Afonso Maria de Ligório - Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 122 - 124

Ano Mariano no Brasil

Papa Francisco concede indulgência plenária aos fiéis


Por ocasião do Ano Nacional Mariano, em comemoração pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul, o Papa Francisco autorizou a concessão de indulgência plenária aos fiéis, conforme indicações apresentadas pela Penitenciária Apostólica.

 Para alcançar a indulgência plenária, é preciso cumprir com as condições habituais, que são a confissão sacramental, a comunhão eucarística e a oração na intenção do Santo Padre.

Além disso, documento enviado pela Penitenciária Apostólica explica que poderão obter a indulgência os fiéis que “verdadeiramente penitentes e impulsionados pela caridade, se em forma de peregrinação visitarem a Basílica de Aparecida ou qualquer Igreja paroquial do Brasil, dedicada a Nossa Senhora Aparecida”.

No local, explicam, os peregrinos deverão “devotamente participar das celebrações jubilares ou de promoções espirituais ou ao menos, por um conveniente espaço de tempo, elevarem humildes preces a Deus por Maria”.

Em seguida, a conclusão deverá acontecer com a Oração Dominical, pelo Símbolo da Fé e pelas invocações da Beata Maria Virgem, em favor da fidelidade do Brasil à vocação cristã, impetrando vocações sacerdotais e religiosas e em favor da defesa da família humana.

O documento estabelece ainda condição especial para os devotos impedidos de realizar peregrinação, especificamente os idosos e enfermos. Estes poderão lucrar a indulgência plenária se “assumida a rejeição de todo pecado, e com a intenção de cumprir onde em primeiro lugar for possível as três condições, espiritualmente se dedicarem diante de alguma pequena imagem da Virgem Aparecida, a funções ou peregrinações jubilares, ofertando suas preces e dores ao Deus misericordioso por Maria”.

Além disso, apresenta algumas orientações aos sacerdotes responsáveis pelo cuidado pastoral da Basílica de Aparecida e de paróquias dedicadas à Padroeira do Brasil. A estes, afirma que deverão ““com animo pronto e generoso” se oferecer para a celebração da Penitência e muitas vezes administrar “a Sagrada Comunhão aos enfermos”.

Ano Mariano

O Ano Nacional Mariano foi convocado pela presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), estabelecido como um tempo para celebrar, fazer memória e agradecer pelos 300 anos do encontro da imagem da Padroeira do país. Esta iniciativa foi aprovada pela 54ª Assembleia Geral da CNBB, teve início no dia 12 de outubro de 2016 e segue até o dia 11 de outubro de 2017.

Por sua vez, o Arcebispo emérito de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, solicitou a concessão da indulgência plenária durante o Ano Nacional Mariana.

O Purpurado explicou que durante o tempo jubilar na Igreja no Brasil serão realizadas “várias celebrações sagradas e peregrinações em honra da celeste Padroeira do Brasil não só na Basílica Nacional Santuário de Aparecida, mas também em todas as igrejas paroquiais dedicadas em honra dela”, para que cresça nos fiéis “piedoso afeto para com a ‘Virgem Aparecida’ e assim se tornem mais fortes nos veneradores dela a fé, a esperança e a caridade, e eles próprios, refeitos pelos sacramentos, sejam mais e mais estimulados a conformarem a vida ao Evangelho”.
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XXI de Novembro - Festa da Apresentação de Maria Santíssima

Por Santo Afonso Maria de Ligório


En dilectus meus loquitur mihi: Surge, propera, amica mea, columba mea, formosa mea, et veni: — «Eis aí o meu amado que me diz: Levanta-te, apressa-te, amiga minha, pomba minha, formosa minha, e vem»
(Cant 2, 10).


Sumário. Afiguremo-nos ver a santa Menina que, acompanhada dos seus pais e de numerosos anjos, se põe a caminho de Jerusalém. Chegada que é aos degraus do templo, beija, de joelhos, as mãos de São Joaquim e de Santa Ana, pede-lhes a bênção, e, sem mais olhar para trás, despede-se do mundo e consagra-se irrevogavelmente ao seu Deus. Felizes de nós, se pudéssemos oferecer hoje ao Senhor os primeiros anos da nossa vida! Ofereçamos-lhe ao menos os poucos que ainda nos restam; pois, melhor é começar tarde do que nunca.


I. A santa Menina Maria, apenas chegada à idade de três anos, rogou a seus santos pais, que, conforme a sua promessa, a levassem a encerrar-se no templo. Quando chegou o dia marcado, eis que parte de Nazaré a imaculada Virgenzinha com São Joaquim e Santa Ana e com uma multidão de anjos, que acompanham a santa Menina destinada a ser a Mãe do seu Criador. Vai, pois, lhe diz São Germano, vai, ó Virgem santa, vai à casa do Senhor, e espera a vinda do Espírito Santo, que te fará Mãe do Verbo Eterno.


Chegada que foi a santa comitiva ao templo de Jerusalém, a santa Menina se volta para seus pais, e, de joelhos, beijando suas mãos, pede-lhes a bênção, e depois, sem mais olhar para trás, sobe os degraus do templo, e, despedindo-se então do mundo, e renunciando a todos os bens que o mundo lhe podia prometer, oferece-se e consagra-se inteiramente ao Criador.


A vida de Maria no templo não foi senão um ato contínuo de amor e de consagração de si mesma ao Senhor: ela ia crescendo de hora em hora, ou antes, de instante em instante, nas santas virtudes, auxiliada, sim, pela graça divina, mas também trabalhando com todas as suas forças para cooperar com a graça. — Ela mesma se mostrou um dia à virgem Santa Isabel e lhe disse: «Pensas, porventura, que obtive as graças e as virtudes sem fadiga? Sabe que não obtive graça alguma de Deus sem grande trabalho, oração contínua, desejo ardente e muitas lágrimas e penitências».




II. A vida da virgenzinha Maria no templo foi uma oração contínua. Vendo o gênero humano perdido e em inimizade com Deus, orava principalmente pela vinda do Messias, com o desejo de ser serva da virgem feliz que viria a ser Mãe de Deus. — Imaginemos que então alguém lhe tivesse dito: Ó santa Menina, sabe que movido pelas tuas preces o Filho de Deus já se apressa a vir e remir o mundo; e sabe que é tu a bendita, escolhida para ser sua mãe.

Ó Maria, Filha amadíssima de Deus, Menina santa, que rogais por todos, rogai também por mim. Vós vos consagrastes inteiramente desde criança ao amor do vosso Deus; oh! não poder eu do mesmo modo, neste dia, oferecer-vos as primícias da minha vida e dedicar-me inteiramente ao vosso serviço, ó minha santa e dulcíssima Soberana! Não é mais tempo disto, pois, desgraçadamente, perdi tantos anos servindo o mundo e os meus caprichos, sem pensar em vós nem em Deus. Maldigo o tempo em que não vos amei! Mas é melhor começar tarde do que nunca. Eis-me aqui, ó Maria; apresento-me hoje a vós e me ofereço inteiramente ao vosso serviço, para o resto de minha vida; como vós, renuncio a todas as criaturas, e me dedico sem reserva ao amor do meu Criador. Consagro-vos, pois, ó minha Rainha, o meu espírito para pensar sempre no amor que mereceis, a minha língua para vos bendizer, o meu coração para vos amar.
Acolhei, ó Virgem santa, a oferta que vos faz um miserável pecador; acolhei-a, eu vos suplico pelo prazer que experimentou o vosso coração, no momento em que vos dáveis a Deus no templo. Se tarde começo a servir-vos, justo é que redima o tempo perdido redobrando o meu zelo e o meu amor. — «E Vós, ó Deus, que no dia presente quisestes que no templo fosse apresentada a Bem-Aventurada sempre Virgem Maria, digna morada do Espírito Santo: concedei-me que pela sua intercessão mereça ser apresentado no templo da vossa glória»[1]. Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo. (*I 344)

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[1] Or. festi.



Retirado do livro: Santo Afonso Maria de Ligório. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Duodécima Semana depois de Pentecostes até ao fim do Ano Eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p.393-395.