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Consagração ao Coração de Jesus



   Sim, Jesus, eu vos prometo recitar, todos os dias, uma oração ao Vosso Sagrado Coração; prometo-Vos venerar as piedosas imagens que o representarem à minha devoção; prometo-vos espalhar o conhecimento desta devoção e propagá-la. Sede a minha fortaleza, a minha alegria, a minha felicidade!


"Farei um Ato de Consagração ao Coração de Jesus". 

   Ao Coração Adorável de Jesus dou e consagro o meu corpo e a minha alma, a minha vida, os meus pensamentos, palavras, ações, dores e sofrimentos. Não me tornarei a servir de parte alguma do meu ser, que não seja para O amar, honrar e glorificar. Tomo-vos, pois, ó Divino Coração, por objeto do meu amor, protetor da minha vida, âncora da minha salvação, remédio das minhas inconstâncias, reparador dos meus defeitos, e seguro asilo na hora da morte. Ó Coração cheio de bondade, sede a minha justificação para com Deus, e apartai de mim a sua justa cólera.
   Ponho em vós toda a minha confiança, porquanto receio tudo de minha fraqueza, como tudo espero de vossa bondade. Aniquilai em mim tudo o que vos possa desagradar e resistir; imprimi-vos em meu coração, como um selo sagrado, para que jamais me possa esquecer de vós, e de Vós ser separado. Isto vos peço por vossa infinita bon-dade: que o meu nome se inscreva em vós, que Sois o livro da vida, e que façais de mim uma vítima consagrada inteiramente à Vossa Glória; que desde este momento seja eu abrasado e um dia inteiramente consumido pelas chamas do Vosso Amor; nisto consiste a minha dita, não tendo outra ambição senão a de morrer em Vós e por Vós.
   Assim seja.

30o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

TRIGÉSIMO DIA
Oremos na intenção de saber agradecer a Deus as graças que nos há concedido. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Os consoladores do Sagrado Coração de Jesus somos nós que viemos, durante este mês, meditar nos seus terníssimos afetos e estudar os seus desejos
Todos estes dias foi Jesus consolado, vendo que fomos constantes, que todas as manhãs o procurávamos fervorosos; mas, ainda quer de nós alguma coisa. O mês con­sagrado ao seu Coração termina hoje; quan­tas almas devotas porão de parte as suas práticas, as suas costumadas orações e es­quecerão a consolação que experimen­tam!… Jesus pede que não nos esqueçamos do seu Sagrado Coração, e quer que esta manhã lho prometamos.
“Farei um ato de consagração ao Coração de Jesus”.
EXEMPLO
Lê-se no livro — O Sagrado Coração de Jesus, — do Pe. Júlio Chevalier, editado em 1886: “Miguel dos Santos, Religioso Trinitário, desde a sua infância, dera-se tão perfeitamente a Deus, que este era tudo para ele, e ele era todo de seu muito Amado. Mas, como o amor nunca diz “basta” — parecia-lhe que ele não amava bem a seu Deus, e todos os seus desejos eram amá-lo cada vez mais. Um dia, fazendo oração nesta ha­bitual disposição de espírito pouco satisfeito da medida do seu amor a Deus, pediu a Nosso Senhor Jesus Cristo que lhe mudasse o coração e lhe desse outro “mais tenro e mais sensível” aos atrativos do amor divino. Esta súplica amorosa foi tão agradável a Nosso Senhor, tão favoravelmente acolhida e generosamente despa­chada, que nem imaginar poderia o suplicante o sinal de amizade que seu divino Senhor lhe ia dar. Jesus tirou o “coração” do seu querido Miguel, e no lugar desse “coração” que tomou e escondeu no peito, pôs o Seu próprio Coração, deixando esse fiel servo tão feliz, tão rico pela incomparável troca, e tão abrasado de amor, que impossível é descrever. Este favor admirável, Miguel mesmo o comunicou a seu confessor, o sábio e virtuoso Fr. Francisco da Madre de Deus, que o ates­tou sob juramento; e Deus o fez conhecer ainda por outro modo. Mas dir-se-á: como viver quando o co­ração é tirado ou substituído? Impossível. —Respon­deremos: Na ordem contingente, nada há de necessário. Deus poderia bem ter organizado o homem sem lhe fazer um coração. Porque lhe não poderia manter a vida, depois de lhe ter retirado uma víscera principal? Seria isso evidentemente uma derrogação às leis atuais e ordinárias de nosso organismo, porém essa derro­gação não constitui uma impossibilidade absoluta, ela tem um nome na Igreja Católica: chama-se um mila­gre. Deus que tirou do nada sua criatura para lhe dar o ser e a sua primeira forma, bem pode refazê-la ou modificá-la a seu agrado. Quem ousaria pôr limites ao seu poder? Surge, porém, dificuldade mais séria: como explicar que o Coração do Salvador possa, sem cessar de lhe pertencer, tornar-se o coração de outro, e até de muitos a um tempo? Aí o mistério. Uns explicam-no, dizendo que Jesus Cristo nestas circunstâncias dá seu Coração do mesmo modo que dá seu Corpo na Santa Comunhão, e que então se faz uma comunicação especial, semelhante a que se faz na Sagrada Eucaristia. Outros interpretam assim: “Jesus Cristo faz à feliz criatura que ele assim despoja e enriquece, um duplo dom: à sua alma, o de disposições e sentimentos que refletem as afeições íntimas de sua alma divina; e ao corpo, o de um coração em harmonia com o estado anterior, como se seu Coração Sagrado se harmonizasse com os impulsos de sua alma”. O Papa Benedito XV adotou essa explicação quando proclamou venerável Miguel dos Santos: “A troca do Coração de Jesus pelo do seu servo fiel, disse ele, foi mística e espiritual”.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

29o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO NONO DIA
Oremos pelas almas inocentes a fim de que se conservem puras.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


Os consoladores do Coração de Jesus que estão em 4º lugar são as crianças devotas e inocentes
As crianças são um objeto especial de amor de Jesus; como outrora, quando vivia cá na terra, ele se compraz em vê-las junto de si… e por que isto? A criança mal sabe orar: depressa se enfastia de repetir as mesmas palavras, e quando tem dito o “Pai Nosso” e a “Ave Maria”, não vai além.
Mas alguma coisa há na criança que “ora” por ela, que “ama” por ela, que “atrai” sempre o benévolo olhar de Jesus: é a sua “inocência”. A criança diante de Jesus é um vaso de flores, que não tem cons­ciência de seu perfume, mas que o exala, embalsamando tudo em redor… Oh! Como Deus ama o coração que sabe conservar-se inocente!
“Hoje imitarei a docilidade das crian­ças e dobrarei de afeto e bondade com as pessoas de minha convivência”.
EXEMPLO
O “Comitê” das obras da Basílica de, Montmartre, no meado do ano de 1880, recebera de Samoa, no ar­quipélago dos Navegadores, com um importante do­nativo, uma carta que terminava assim: “Não nos é lícito comparar à vossa grande obra o que fazemos aqui em Samoa, país pobre; entretanto, nós também cons­truímos uma igreja que tem o nome do Sagrado Co­ração. Temos isso de bom a vos dizer de Samoa: toda ela está agregada ao Apostolado da Oração, muitos são admitidos à Comunhão reparadora “mensal”. Trazia a assinatura do Mataafa, rei de Upolu: era uma va­liosa conquista que o Sagrado Coração havia feito nas regiões da Oceania. Colocado entre a pregação dos mi­nistros protestantes e a dos sacerdotes católicos, a princípio vacilara, e dizia pesaroso: “Vós, europeus, estais nas fontes da verdade, devereis ser zelosos de conservá-la pura e ardentes em propagá-la; mas vin­des a nós, semelhantes a colunas de nuvem do deserto, ora dando a luz ora fazendo escuridão; isto nos con­funde”. Inteligente, porém, sincero e refletido, compa­rou bem as duas doutrinas, e um dia, tomando as vestes das ocasiões solenes, e empunhando o bastão he­reditário, declarou : “Chefes do séquito de Mataafa, e vós membros de sua família e seus guerreiros, desde algum tempo eu abri minha alma ao sacerdote; é che­gado o momento de manifestar-me diante de todos: Mataafa quer ser, e em breve será católico”. E con­vertido, ei-lo já feito um campeão católico, e a rebater os ataques dos protestantes contra o culto das ima­gens, dizendo-lhes na interessante linguagem dos cultos de seu país: “As imagens estão por toda a parte. Os nossos coqueiros balançam nas ondas a imagem dos seus grandes leques; o sol passeia, na flutuante su­perfície dos mares, a imagem de sua coroa de fogo. A natureza inteira não é a imagem do grande Atua (Espírito) que a criou? Os livros são a imagem da palavra, que é a imagem do pensamento. A Bíblia, que vós colocais acima de tudo, o que é senão a ima­gem da palavra, do pensamento de Deus? Deixai pois, de censurar aos católicos que nos dão, com as imagens, o meio de conceber os mistérios de sua fé”.
A vida de Mataafa e a de seus filhos atesta um escritor que historiou a propagação do Evangelho em Samoa, é a de verdadeiros chefes cristãos, servido a Deus sem fraqueza e sem respeito humano. Mataafa, declarou numa ocasião solene o Cardeal Moran, arcebispo de Sidney, traz a cruz sobre a sua pele bron­zeada, e tem sob a cruz o coração de um guerreiro; ele deu provas disso, repelindo no campo de batalha, com heroísmo cristão, os invasores de seu país. Por ocasião da consagração das famílias, que se efetuou solenemente em todo o vicariato apostólico dos Nave­gadores, Mataafa, que acabara de vencer o rei vizinho Matasese, fez uma longa estação na igreja em que se realizava a cerimônia, e aí efetuou a consagração de sua “pessoa”, de sua “família”, e de seu “governo”. Ao retirar-se, pediu que se celebrassem três Missas ao Sagrado Coração pela paz de Samoa.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

28o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO OITAVO DIA
Oremos pelas pessoas que o mundo despreza, a fim de que elas suportem com paciência os seus dissabores.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Os consoladores do Coração de Jesus que estão em 3º lugar são as almas humildes e desconhecidas, que se julgam felizes com este esquecimento
São estas almas as que, com maior per­feição, imitam a vida oculta em Nazaré sob o olhar de Maria; almas que ninguém co­nhece, em que pessoa alguma pensa e que vão acumulando todos os dias tesouros de paciência, de abnegação, de resignação, de caridade, suportando os defeitos dos outros, muitas vezes o desdém, dedicando-se por todos… e que, no fim de cada dia, sem mes­mo terem consciência do seu mérito, ofere­cem a Deus um coração imolado e puro, que consola o Coração de Jesus…
“Aplicar-me-ei, hoje, em falar pouco e em praticar ocultamente algumas ações boas”.
EXEMPLO
O “Estandarte”, jornal canadense de Montreal, em 1891 publicava: “O comandante da “Naiade”, o Sr. Almirante de Cuverville, passou muitos dias em Montreal, onde deixou a mais favorável impressão entre todos os que tiveram a honra de o conhecer. Católico fervoroso, ele fez empenho em visitar os nossos estabelecimentos religiosos e, em várias casas, dirigiu a palavra à comunidade. Terça-feira o Sr. Arcebispo o conduzia ao Grande Seminário para lhe apresentar seu clero, que se achava em retiro: a recepção fez-se no salão do colégio, e o ilustre marinheiro pronunciou um discurso vibrante de patriotismo e amor à Igreja. A pedido do Prelado, o Sr. Almirante referiu a história da pacificação do Pe. Dorgère; depois, terminou dizendo: “Quero fazer-vos uma confidência: A devo­ção que me é cara sobre todas é a devoção do Sa­grado Coração de Jesus; devo-lhe todos os triunfos de minha carreira. Uma imagem do Sagrado Coração está fixada na proa da “Naiade”. Outra está em meu camarote, constantemente sob as minhas vistas. Toda sexta-feira, o capelão diz a Missa em minha câmara. Eu tenho um jornal fiel de tudo o que me sucede e já verifiquei que muitos acontecimentos, dos mais fe­lizes, se deram na sexta-feira, dia do Sagrado Coração. Esse jornal eu envio regularmente a Montmartre, e foi também neste santuário do Sagrado Coração que fiz depositar, como “ex-voto’, a riquíssima alabarda que foi levada em triunfo através do Dahomey em sinal do restabelecimento da paz e da proteção concedida pela França”.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

27o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO SÉTIMO DIA
Oremos pelos enfermos desamparados. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Os segundos consoladores do Coração de Jesus são as almas que sofrem pacientemente
Oh! Como uma alma paciente em seus sofrimentos físicos ou morais consola o Co­ração de Jesus!
“Ela sofre”, mas bem sabe que o seu sofrimento vem de Deus… e submete-se com amor, resigna-se com a maior confiança! “Sofre” e por isso compreende mais viva­mente as dores de Jesus, — e oferece as suas em compensação e consola seu Divino Mes­tre com maior sinceridade. “Sofre”; condoer-se-á, pois, com mais comiseração do seu próximo; nunca se é tão compassivo como depois de se haver sofrido com pa­ciência! Quanta virtude nessas almas!
“Não me lastimarei quando Deus me enviar algum sofrimento”.
EXEMPLO
Mons. Ségur, um dos mais ilustres e valorosos apóstolos da Igreja de França, foi também um fervorosís­simo devoto do Sagrado Coração. Nas muitas obras ca­tólicas que fundou e dirigiu, em suas pregações que eram incessantes, nos 70 opúsculos e livros que publicou sobre assuntos variadíssimos, a devoção ao Coração de Jesus ocupou sempre o seu pensamento e a sua palavra, e dela fez ardente propaganda o novo sacerdote. Salienta-o, porém, e glorifica sobretudo um traço característico dos perfeitos devotos do Sagrado Coração: o amor às cruzes da vida, a resignação ao sofrimento. Em sua primeira Missa, à hora da elevação, Gastão de Ségur pediu a Maria Santíssima que lhe con­cedesse uma enfermidade, cruciante, mas que lhe não tolhesse o exercício do ministério: queria ter um lugar ao pé da cruz do Divino Mestre. Quando perdeu um dos olhos, exclamou: “A Santa Virgem mandou-o para o Purgatório, para lá fazer as minhas vezes”. Aos 34 anos de idade, cegando de todo, disse a um amigo: “Pedi ao Senhor que eu carregue dignamente sua Santa Cruz. Já não correrei mais. Ganham com isto os grandes pecadores, que terão menos acanhamento em confessar-se a quem lhes não vê um traço.” Foi instado a tentar a cura, que Nélaton lhe prometia, e sujeitou-se à baldada operação, fazendo o sinal da cruz e dizendo calmo: “Como Deus quiser”. Aconselharam-lhe que recorresse às orações de pessoas santas, e à virtude de imagens milagrosas: obedeceu muito dócil e buscou o venerando Cura d’Ars, e M. Depont, o devoto da Santa Face. O santo homem de Tours dizia a Mons. Ségur: Não é fácil obter de Deus uma graça corporal, quando não se pede na forma do postulante do Evangelho: “Domine, fac ut videam— Senhor, fazei que veja”. O piedoso sacerdote, porém, não pôde conformar-se a dizer outra coisa, senão a pa­lavra do Padre Nosso: “Faça-se a vossa vontade”. Fa­lhando também todos os pios recursos, Mons. Ségur aceitou por toda a vida a cegueira, bendizendo-a. To­davia, o Sagrado Coração, conservando-o preso à cruz, dava-lhe a virtude de comunicar a outros sua edificante resignação: o Jovem cego Afonso Landais, de irritadiço, turbulento e mau, se tornava, com as suas exortações, um exemplo de paciência e bondade Mons. Ségur foi mesmo favorecido com a graça de curar a um cego, e assim aconteceu no ano de 1869, com um menino Felix Garé, em Lorient: sua tia o levou à presença de Mons. Ségur para que o abençoasse, confiando em que isto o curaria. Monsenhor pôs-se quase de joelhos para se aproximar dele, abraçou-o carinhoso e o abençoou com um grande sinal da cruz. Na manhã seguinte, quan­do a tia de Felix entrou no quarto deste, para levar, lhe o seu chocolate, e lh'o quis dar por suas mãos, ele o desviou, docemente, dizendo: “Que faz, minha tia? eu a vejo bem, meus olhos estão curados! E, em vez de que a cegueira de Mons. Ségur lhe encurtasse em nada o exercício de seu santo ministério, este se manifestava, até o fim, tão ativo, contínuo e prodi­gioso, que a maioria dos operários da vinha do Senhor poderiam, sem nenhum desdouro, dizer dele com o santo Cura d’Ars: Eis um cego que vê mais claro que nós.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

26o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO SEXTO DIA
Oremos por aqueles a quem Deus confiou o cuidado da nossa alma. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Entre os consoladores do Coração de Jesus acham-se primeiramente os zelosos Ministros de Deus e os santos Religiosos e Religiosas
É o exército visível de Jesus, são os seus Anjos sobre a terra.
O fim deles é a glória de Deus — a honra e glória de Maria, — a salvação das almas, — o triunfo da Igreja, — numa pa­lavra, todos os interesses de Jesus Cristo. — Cada manhã, recebem as ordens do seu Deus e Senhor; cada noite dão conta do seu dia… Oh! Pedi a Jesus que este exército se aumente cada vez mais; oferecei-vos, al­gumas vezes, para que, também vós, sejais alistados no serviço de tão bom Senhor. — Oh! Se soubésseis como ali se está bem! Como se vive feliz! Como se morre cheio de confiança!
“Ora hoje pelos Padres Religiosos; e lê alguma cousa sobre a vocação”.
EXEMPLO
No ano de 1884, um seminarista de uma diocese da Áustria dirigia-se ao órgão da Liga do Apostolado, para fazer pública a sua ação de graças por três mercês alcançadas do Sagrado Coração:
1ª — No meio de seus estudos teológicos foi atin­gido pela lei militar e logo considerado válido para o serviço ativo. Com essa perspectiva de três anos de vida de quartel, recorre ao Coração de Jesus, e confia-lhe sua pessoa e sua vocação. Alguns meses mais tarde, realiza-se a segunda inspeção, cuja sentença é definiti­va. Qual não foi então a sua alegria, ao ouvir essa decisão: Inapto para o serviço militar!
2ª — Uma demasiada aplicação aos estudos lhe aba­lou a saúde, ao ponto de que o médico lhe mandou interrompê-los, durante alguns anos talvez. Cheio de confiança na promessa do Divino Mestre, invocou o seu Coração compassivo e, contra as previsões huma­nas, recobra em pouco tempo todas as suas forças.
3ª — Uma terceira provação lhe sobrevém: sua fa­mília empobrece e não pode mais pagar a sua pensão; ele pede aos superiores um abatimento, ou, ao menos uma espera, que a princípio não lhe é concedida. Não desanima, e redobra de orações, invocando o Sagrado Coração com inteiro abandono à sua providência paternal. Sua confiança perseverante não é frustrada: al­gum tempo depois, sem nova diligência de sua parte, lhe anunciam que terá de pagar só uma pequena parte da pensão.
Não sabendo exprimir quanto se sente agradecido, o jovem espera o momento em que, revestido do sacer­dócio, o possa mostrar, dedicando-se a servir e glorificar o Santíssimo Coração de Jesus.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

25o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO QUINTO DIA
Oremos para que o Coração de Jesus nos inspire gosto pela Comunhão frequente. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


6º espinho do Coração de Jesus são as almas que se afastam voluntariamente da Sagrada Comunhão
Afastar-se voluntariamente da Sagrada Comunhão, quando ela nos é permitida, é dizer a Jesus Cristo: “Não quero estar convosco”. Não se pôr em estado de comungar frequentemente, ao menos todos os oito dias, é dizer a Jesus Cristo: “Não me quero inco­modar”. É, com efeito, para não se incomo­darem que estas pessoas não comungam to­dos os oito dias. Certamente não vos per­tence regular as vossas Comunhões, mas per­tence-vos o preparar-vos para elas; cortai pelos sentimentos de vaidade, pelas amizades excessivas, pelas maledicências, pelas perdas de tempo… vereis como se vos despertará o gosto pela Sagrada Comunhão e como vo­luntariamente o vosso confessor vo-la per­mitirá.
“Vou, desde já, preparar-me para co­mungar no próximo domingo”.
EXEMPLO
Uma zeladora do Apostolado comunicou ao “Mensa­geiro do Coração de Jesus” o seguinte, ocorrido em 1883:
“Uma de minhas antigas discípulas adoeceu gravemente e, a despeito das reiteradas preces e promessas piorava e chegou a perigo extremo. Ao visitá-la nestas circunstâncias me disse: “A Santíssima Virgem não me quer curar”. — Não desanimeis, respondi, ela quer por­ventura que invoqueis o seu Divino Filho; recorri ao Sagrado Coração, prometendo-lhe três coisas : —1º consagrar-lhe-eis toda a vossa casa; — 2º colocareis sua imagem ali em lugar de honra; — 3º quando estiverdes curada, fareis nove Comunhões sucessivas de 1ª sexta-feira do mês. Desde hoje começaremos uma novena ao Sagrado Coração; uni vossas orações às nossas, e do fundo d’alma dizei a Jesus: “Jesus, outrora Vós curáveis na Judeia todos os enfermos que a Vós recorriam; curai-me para glória do Vosso Divino Coração”. Ela prometeu tudo. Pela minha parte, eu comecei a orar com fervor, e fiz a oferenda de um sacrifício pessoal. A noite foi medonha para a pobre enferma: crises repe­tidas e delíquios assustadores. Todavia, na manhã seguinte pôde comungar; mas o dia foi todo de extremas dores. Eu a animei a confiar, mesmo quando se sentisse agonizante; e redobrei de instâncias e de súplicas ao Coração de Jesus. Qual não foi a minha alegria, quando, no dia seguinte, 16 de agosto, li este bilhete: “A moribunda renasce; a noite foi muito calma; seu estômago, que se recusava absolutamente a qualquer bebida, suporta-a sem fadiga. A enferma sente-se vol­tar à vida”. Em menos de oito dias, e antes do fim da novena, achava-se ela já em plena convalescença, e antes mesmo de haver decorrido um mês tornava de novo às ocupações de antes e se dispunha a cumprir suas promessas. Dois magníficos quadros ornam hoje o salão de sua morada: um representa o Divino Coração de Jesus, e outro, o Imaculado Coração de Maria, e todos os meses ela renova a esses Corações a consa­gração de sua pessoa e da família inteira. Quanto à novena de Comunhões mensais de 1ª sexta-feira, ela começou-a, mas um dia viu-se forçada a interrompê-la. — “Que fareis?” lhe perguntei eu. Respondeu-me : “Vou recomeçar e, se ainda for obrigada a interrompê-la recomeçarei sempre até cumprir a promessa. Os negócios de minha casa de comércio me embaraçam muito nesse dia, mas, custe o que custar, cumprirei o que prometi. Nisso tenho até muito prazer; não compreendo mais, presentemente, como podia passar meses sem me aproximar da Santa Mesa. A Comunhão mensal é uma necessidade para a minha alma”.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

24o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO QUARTO DIA
Oremos por todos os nossos parentes e amigos para que Deus lhes recompense a sua dedicação para nós. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


O 5º espinho do Coração de Jesus são os que corrompem a infância
Eis uma outra espécie de sacrilégio não menos doloroso ao Coração de Jesus, talvez ainda mais doloroso que a profanação do seu corpo… Queridas almas das criancinhas que tanto ama Jesus, almas inocentes e pu­ras, será possível que haja seres tão per­versos que vos ensinem o mal e vos levem a praticá-lo? Ah! que tesouro de cólera se amontoa contra eles lá no céu! Todo o pe­cado pode, sem dúvida, obter o seu perdão, mas para obter o perdão de haver ensinado o mal a uma alma inocente, sobretudo se esta pobre criança morreu com esse pecado, que penitências, que expiações, que tormentos não serão necessários!…
“Hoje hei de orar muito pelas almas inocentes”.
EXEMPLO
Em Homs, na Síria, durante as chuvas do inverno que em 1890 causaram muitos desmoronamentos, um menino de uma família cismática havia colocado “uma imagem do Sagrado Coração no compartimento da casa em que, segundo o costume geral, a família dormia. Uma noite, o pai vendo que o madeirame aí, pela sua vetustez, ameaçava desabar sob a violência da chuva, disse à família: “Devemos passar para o cômodo vi­zinho, porque pode acontecer alguma desgraça esta noite; o teto aqui ameaça ruína e o de lá está mais sólido”. Concordaram todos, à exceção do me­nino, que exclamou: “Que temeis então? Não temos nós aqui a imagem do Sagrado Coração, que nos protege? Por mim não tenho medo; eu fico”. A fa­mília toda, impressionada com as palavras do meni­no, resolveu não sair ainda essa noite do seu pouso, entregando-se à guarda do Sagrado Coração; e em boa hora o fez. Antes de amanhecer, uma parte da casa abateu; mas foi aquela que parecia mais sólida e em que tinham pensado abrigar-se. O aposento em que estava a imagem do Sagrado Coração, nada so­freu.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

23o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO TERCEIRO DIA
Oremos para que se propague a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

4º espinho do Coração de Jesus são as almas que profanam os sacramentos
Estas almas chamam-se “sacrílegas”; ora, sabeis o que fazem os sacrílegos? Unem-se ao demônio para o auxiliar no mais horrível crime: a profanação do Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
Convertem a alma numa sentina re­pleta de vergonhosos vícios e, depois, conhe­cendo bem o que fazem, lançam aí o Corpo de Jesus Cristo e esperam pelo agradeci­mento do demônio ufano deste crime que ele por si não podia cometer. Meu Deus! Meu Deus! Deixai que eu vos peça perdão por todos estes cruéis pecadores.
“Hoje farei um ato de reparação ao Sagrado Coração de Jesus”.
EXEMPLO
Chamado a missionar numa aldeia de Pondichery, escreve o Pe. Fourcade, eu comecei por consagrar aque­las regiões ao Coração de Jesus e em sua honra disse uma novena de Missas. Tínhamos ali só uma Capelinha e 8 a 9 famílias cristãs. Precisávamos de um terreno e, perto da capela, havia um, em que estava o pagode chinês, e que pertencia a Balekichnen, chefe da aldeia. Convindo-nos possuí-lo para nos livrarmos da má vizi­nhança, e precisando o proprietário vendê-lo para pagar dívidas, contratamos a compra, sob a condição de ser demolido antes o templo chinês. Os pagãos se enfurece­ram com a notícia e procuraram por todas as formas tolher-nos a aquisição. O proprietário, porém, atormentado pelo credor, vinha a miúdo, pedir o dinheiro, respon­dendo-lhe nós, invariavelmente: “Derrubai o pagode, e o tereis”. Conservando-se as coisas neste pé, longo tempo, recorri ao Sagrado Coração, a quem consagrara a aldeia, e prometi erigir-lhe um templo no próprio local do pagode, se a resistência cessasse. Poucos dias depois, Balekichnen veio comunicar-nos que estava a demolir o pagode, e por nossos próprios olhos o veri­ficamos, rendendo graças ao céu. Dentro de poucos anos, tinha eu batizado ali cerca de sete mil pagãos.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

22o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação


VIGÉSIMO SEGUNDO DIA
Entre os nossos parentes, oremos por aqueles que não cumprem seus deveres religiosos. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


O 3º espinho do Coração de Jesus são as almas frouxas e tíbias
Estas almas não são indiferentes, mas o quereriam ser talvez… O amor de Jesus Cristo lhes é molesto e pesado, e, to­davia, já sentiram toda a doçura deste amor. Ó vós, que por influência duma paixão oculta, dum amor próprio e de um orvalho sem medida, vos afastais de Jesus, ouvi esta queixa: “Se fosse um inimigo que me tra­tasse assim, eu suportaria; mas uma alma que amo, que admiti à minha mesa!…” Vin­de de novo lançar-vos aos pés de Jesus… Talvez que amanhã já seja tarde… Se ele já vos não pudesse receber!…
“Rezarei o terço para pedir a Maria Santíssima me alcance o fervor primitivo”.
EXEMPLO
Do relatório anual das obras do Apostolado da Oração, publicado em novembro de 1884, consta a seguinte narração, feita pela professora da escola pri­mária de uma aldeia da França: No ano passado, ao partir eu para o novo posto que me fora designado, informavam-me que me teria de haver com meninos indóceis e sem nenhuma piedade, filhos de gente descuidada de seus deveres religiosos e pouco zelosa dos bons costumes. Parti um tanto impressionada, porém cheia de confiança em Deus; e, logo ao chegar, pus mãos à obra. Comecei por uma fervorosa novena ao Coração de Jesus; manifestei-lhe meus receios e mi­nhas esperanças, e procurei depois ganhar, pouco a pouco, o coração dos meus novos discípulos. Alistei-os no Apostolado da Oração, instando a recitarem todos os dias, ao despertar, a pequena fórmula: “Divino Coração de Jesus, eu vos ofereço o meu dia, pelo Coração Ima­culado de Maria, em todas as vossas intenções”. No começo da aula, recitávamos em comum a dezena do Terço. Até aí tudo ia bem e os meninos se mostravam muito dóceis. Por fim, um dia lhes disse: “Meus amiguinhos, não é bastante o recitar todas as manhãs a vossa curta oração e a dezena da Terço; é preciso co­mungar todas as primeiras sextas-feiras do mês em honra ao Sagrado Coração. Assim é que estareis com­pletamente no Apostolado da Oração”. A tal proposta, houve espanto e desassossego entre os pequenos; não tinham o costume de comungar tantas vezes: desde a Páscoa (sete meses passados), não se tinham confessa­do! Todavia, passada a surpresa, consentiram e, em dezembro, inaugurávamos as nossas “Comunhões men­sais”. Entre os alunos, um, de 10 a 11 anos, resistia a princípio, e dizia: “Eu não quero me confessar hoje, eu não tenho pecados”. “Pois bem, lhe respondia eu, rindo; confessarás as tuas virtudes, vem sempre co­nosco à Igreja”. Na volta, ele dizia aos companheiros: “Era o demônio que me fazia gritar que não tinha pe­cados; estou bem contente de minha confissão”. A dificuldade estava assim vencida, e no mês seguinte os alunos, por si próprios, apresentavam-se para a Comunhão. Em fevereiro caíra a neve e fazia muito frio; quis dispensá-los, porque a igreja ficava a 5 quilômetros, mas acudiam todos: “Não cai mais neve, e a gente que tem passado já abriu o caminho; nós queremos comungar hoje em honra do Sagrado Coração”. Um deles percorreu a pé, em jejum, 10 quilômetros, e, de volta a casa, ainda não quis comer imediatamente, dizendo: “Eu quero ter ainda por algum tempo só a Jesus em meu coração”. Outro que teve de deixar a escola e de empregar-se para ganhar, não podendo fazer a Comunhão na 1ª sexta-feira, veio muito pesaroso dizer-mo, e, propondo-lhe eu que a fizesse, ele só, no 1º do­mingo do mês, aceitou-o com alegria, e tem perseverado. Com isto, os meninos, que à minha chegada eram revessos e turbulentos, se tornaram, pouco a pouco, obedientes e piedosos; e os pais experimentaram tam­bém a boa influência da mudança, melhorando os costumes em toda a aldeia, sobretudo no tocante à re­ligião. Enfim, eu mesma que viera cheia de apreensões, hoje estou contente, e rendo graças ao Sacratíssimo Coração de Jesus.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

21o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

VIGÉSIMO PRIMEIRO DIA
Oremos pelas almas que Deus chama à vida religiosa. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O 2º espinho do Coração de Jesus são as almas indiferentes
Há algumas almas que ouvem falar do amor de Jesus, e veem nisto apenas uma pia exageração, — que pouco se lhes dá de co­meter ou não pecados, contanto que nisto tenham prazer ou proveito, — que se riem do cuidado com que as almas piedosas procuram evitar os pecados veniais, que assistem às orações por complacência, mas considerando esse tempo, se não mal empregado, perdido. Oh! Quanto Jesus há de sofrer com esta indiferença!…
Meu Deus, não permitais que eu caia em tal!—Bem leviano e esquecido sou eu, mas não, não quero ser indiferente no que toca à Vossa glória!
“Hoje farei uma fervorosa visita ao SS. Sacramento, pedindo-lhe pelos infelizes que resistem a Jesus Cristo”.
EXEMPLO
Assim como são uniformes as manifestações do amor e misericórdia do Coração de Jesus, multiforme é o zelo de seus fervorosos devotos em corresponder-lhe; fazem-no com a adoração, a expiação e o desagravo, pondo em obra a piedade infantil, a devoção das vá­rias classes sociais e o fervor das Comunidades reli­giosas. Mas, tendo sempre em vista, com a agonia de Deus, a salvação das almas, os servos do Coração de Jesus não poderiam deixar de ocupar-se, particularmen­te, do transe da morte e dessa hora solene que decide da conversão dos pecadores e da perseverança dos justos. Pesando os interesses eternos de mais de cem mil almas que todos os dias comparecem diante do Tribunal Divino, e desejoso de valer, por algum modo, aos que sucumbem de morte súbita, e no mar ou em desertos e países paganizados, sem que se lhes possa ministrar os socorros da religião, o Pe. Lyonard, em 1847, quando fazia ainda, em Vals, os seus estudos para o sacerdócio, compôs, em favor dos agonizantes, a oração— “Ó mi­sericordiosíssimo Jesus” — que, enriquecida de indul­gências pela Igreja, e traduzida em todas as línguas cultas, é hoje recitada em todo mundo.
Em 1885, sob o mesmo impulso piedoso, e arcando com dificuldades, que só por uma visível proteção di­vina pôde vencer, a viúva Joana Trapadoux, diretora do Hospício do Calvário em Lião, erigia ai uma Igreja sob a invocação do “Coração Agonizante de Jesus”.
Depois de levantar um templo ao “Coração Agonizante”, a piedosa senhora desejou formar uma congregação de Religiosas para o servir; o Pe. Lyonard, que havia sido mestre de um filho da Sra. Trapadoux, veio coadjuvá-la na realização dessa ideia; e o céu a patrocinou; pois querendo ter por auxiliar a Agostinha Vallete, que então se achava entrevada, fez-se para esse fim uma novena e, ao terminar, a enferma subitamente se erguia curada. A congregação fundou-se em 1859, tendo por sua primeira professora e primeira superiora a Sra. Trapadoux, que tomou o nome de Maria Madalena do Coração Agonizante. “O pensamento da perda eterna dos remidos por Jesus Cristo, e do quanto há de isto doer ao seu coração me impressionou profundamente, di­zia ela. Diante desta ideia, não me parece que possa recusar coisa alguma a Nosso Senhor, ainda quando não viesse daí nenhuma recompensa, nem neste mundo nem no outro. Mil vidas quisera ter para dar, e sinto só ter uma e tão incapaz! E os vinte e um anos que ainda viveu, consumiu-os todos a exemplar Reli­giosa num continuado trabalho e sofrimento como ví­tima voluntária da expiação dos pecados do mundo, e pela salvação dos agonizantes de cada dia.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.