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23o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Adoração de propiciação de Maria



ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Maria adorava seu amantíssimo Filho na qualidade de vítima perpétua, sempre imolada em nossos altares, implorando sem cessar, por sua morte, graça e misericórdia para os pecadores. Maria adorava o Salvador nesse novo Calvário, onde O crucificava o seu amor; O presentava a Deus Padre pela salvação de sua nova família, e a vista de Jesus na Cruz com as chagas abertas renovava em sua alma o martírio de sua compaixão.
Na Santa Missa, parecia-lhe ver ainda seu Jesus Crucificado, derramando seu sangue a jorros, em meio das dores e da ignomínia; abandonado dos homens e de seu Pai Celestial, e finalmente expirando no ato supremo de seu amor. Adorando a seu Deus presente no altar pela Consagração, Maria derramava abundantes lágrimas, chorava principalmente vendo que os homens não faziam nenhum caso desse augusto sacrifício, tornando ineficaz para eles esse mistério de Redenção; chorava ainda considerando também aqueles que ousavam ofender e desprezar essa Vítima adorável oferecida sob seus olhos e por sua própria salvação.
Nossa Senhora teria querido morrer mil vezes a fim de reparar tantos ultrajes, porque os desgraçados que disso se tornavam culpados eram seus filhos, aqueles que Jesus, ao morrer, lhe havia confiado. Pobre Mãe! não lhe bastava um Calvário? Para que renovar todos os dias suas dores e traspassar seu coração com novos gládios de impiedade? No entanto, como a melhor das mães, em lugar de repelir e de amaldiçoar os pecadores, Maria tomava sobre si a dívida de seus crimes, fazia-se vítima aos pés do altar, implorando graça e misericórdia para seus filhos culpados.

II. Maria adorava Jesus no estado de prisioneiro a que se sujeitou, unindo-se inseparavelmente às sagradas espécies; contemplava seu Corpo glorioso, seus pés e mãos, ligados por imobilidade material; seus lábios emudecidos, sua alma sem expansão exterior, seu amor sem manifestação sensível, porém ligado e encadeado e só podendo mostrar aos homens sua amáveis cadeias.
Oh! felizes laços que conservais Jesus em nosso meio, exclama Ela, sede benditos. Sois as cadeias abrasadas que me prendeis a esse divino Tabernáculo! Silêncio de meu Deus, como sois eloquente para o meu coração! Membros sagrados de meu Salvador, para mim sois mais caros ainda do que quando os cravos vos fixavam na cruz, ou quando vos envolviam as dobras do sudário: é o amor que aqui vos prende e para sempre, e isso afim de que Eu possa fazer de Jesus meu bem, meu prisioneiro de amor, o companheiro de meu cativeiro na terra, o Deus de meu coração.

III. Maria adorava o estado oculto da divindade e da humanidade de Jesus em seu Sacramento, veladas a fim de que o homem não se apegasse à glória e à beleza de seu corpo, mas fosse diretamente à divindade do Verbo. Com efeito, Jesus velando-se desse modo quer espiritualizar, no homem, a virtude da fé; purificar seu coração, estimular seu amor e atraí-LO para o infinito, a uma beleza sempre crescente e sempre nova.
Maria adorava, pois a Jesus velado, mas transparente pelo amor; através da nuvem contemplava a beleza desse Sol, que manifesta seus ardores pelo fulgor que irradia ao nosso espírito, e faz sentir sua presença por meio de sua doçura.
Maria honrava a vida oculta de Jesus, por meio de uma vida solitária e retirada. Passava a maior parte do seu tempo reparando pelos homens ingratos. À vista dos aniquilamentos eucarísticos de Jesus, também desejaria ser aniquilada, transformada numa espécie sacramental, sem vida própria; e realmente sua vida natural tinha desaparecido e sido transformada em Jesus, assim como o pão se transforma na substância de Jesus Cristo.
Contemplando aos seus pés sua divina Mãe, o Salvador consolava-se do abandono dos homens, se alegrava pelos sacrifícios que tão generosamente havia feito, preferindo à sua glória esse estado de aniquilamento. Maria, sua Mãe e Mãe de todos os adoradores, O compensava de tudo, e o amor de Jesus se deleitava num gozo indizível ao receber a súplica e
as lágrimas que Ela derramou pela salvação do mundo.

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Ensinamento de Maria sobre a infelicidade das comunhões mal feitas

Transcrevemos aqui algumas palavras das instruções que a Santíssima Virgem ministrou à venerável Madre Maria de Jesus sobre a Comunhão. Disse-lhe Maria, certa vez: Se o amor de Deus para com o próximo teve em mim tanta repercussão e força, imaginai, minha filha, a veemência do amor que eu experimentava para com o próprio Deus ao recebê-lO na Comunhão! Quero vos revelar o que me aconteceu quando O recebi pela primeira vez das mãos de São Pedro; o Altíssimo se dignou deixar que o meu amor se dilatasse com tamanha expansão que o meu peito se abriu realmente, permitindo, como Eu desejava, que o meu Filho Sacramentado nele penetrasse e permanecesse como um rei em seu próprio trono. Podeis então compreender, minha filha, que se eu fosse, na glória, susceptível à dor, haveria de sentir profundamente, dentre todas que eu tivesse de suportar, a de ver a temeridade incompreensível dos homens em receberem o Corpo Sagrado de meu Filho, uns manchados por crimes abomináveis, outros sem devoção e respeito, e a maior parte sem considerar a importância e aquilatar o valor desta Hóstia, o próprio Deus, gérmen de vida ou de morte eterna. Temei, ó filha, este perigo; reparai esse desleixo de um tão crescido número de filhos da Igreja; pedi perdão por eles, e, aproveitando os meus conselhos, procurai penetrar profundamente este Mistério de amor. Quando O receberdes, afastai de vosso pensamento todas as preocupações terrestres; abismai-vos na lembrança de que ides receber o vosso Deus em pessoa; empregai todos os vossos esforços para Lhe testemunhar o vosso amor, a vossa humildade e gratidão, convencida, porém, de que, mesmo assim, estais muito longe de
corresponder ao que merece um Sacramento tão venerável.
(Cidade Mística, p. III ( I. VII, c. VII.).

PRÁTICA — Assistir o Santo Sacrifício para reparar, em união com Maria, o pecado daqueles que faltam à Missa.

JACULATÓRIA — Oh! Maria! sois a verdadeira Mesa mística, onde encontramos o delicioso manjar de nossas almas, Jesus Sacramentado.


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962