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Novembro - Mês das Almas do Purgatório - 8

Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
 livro de 1943 
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)


DIA 8
Consolação
Nosso Senhor Jesus Cristo quis para nossa consolação experimentar as amarguras que causa ao coração humano a perda daqueles a quem ama.
«Lázaro era apenas seu amigo, diz Mon­senhor Segur; Jesus ia cientemente res­suscitá-lo, e, todavia, quis chorar, quis sofrer, para santificar as dolorosas emo­ções da separação.
A morte dos que nos são intimamente caros é, pode-se dizer, a dor das dores».
«Vedes este esquife? dizia-me um dia um pobre operário que seguia, soluçando, o préstito de seu filho único: é minha vida que se vai!»
Para essas torturas, para tais dores que, com toda a verdade, se tem chamado uma dor louca, só há uma consolação: a que Vós dispensais, ó meu Deus! Perto de Vós, sob vossa mão paternal, que fere e que cura, o pobre coração recobra a paz, a própria felicidade, não a da terra, mas a do Céu: a felicidade da terra cessou para ele.
Escutemos algumas palavras, eco aben­çoado de um coração partido, mas de um coração ditoso dessa ventura celeste.
«Haveis de vos considerar muito in­feliz», dizia-se uma mãe verdadeiramente cristã que acabava de perder sua filha.
— «Infeliz? respondeu ela brandamente, oh! não! eu sofro muito, mas sei que minha filha está com Deus».
«Meu coração está traspassado, dizia um pai a quem falavam da morte de seu filho, o único arrimo de sua velhice. Mas, eu sinto ainda assim uma certa alegria no fundo d’alma: Meu filho está salvo! Sabeis o que ele era para comigo, sabeis quanto eu o queria e ele a mim. Pois bem, se o bom Deus me propusesse restituir-mo, eu não o aceitaria. Meu filho está salvo, salvo por toda a eternidade! Tudo mais não é nada!»
«Eis que vosso filho está a seguro e possui a salvação eterna! escrevia a uma mãe S. Francisco de Sales. Ei-lo escapo e garantido contra toda a perdição!… Foi para proteger vosso filho que Deus o le­vou tão cedo… Oh! quanto ele há de estar contente e agradecido pelo cuidado que dele tivestes enquanto se achava a vosso cargo, e principalmente pelas devo­ções que praticais em seu benefício! Em compensação, roga ele a Deus por vós e faz mil votos por vossa vida, para que ela seja cada vez mais conforme à vonta­de divina e assim possais ganhar o Céu de que ele goza. Ficai, portanto, em paz e erguei bem o vosso coração ao Céu on­de contais com esse bom santinho.»
Ei-las, as palavras de verdadeira conso­lação: Aquele que eu choro está no Céu, está ao abrigo das misérias… e me es­pera!


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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia