SEXTO DIA
Oremos em união com as Religiosas que por voto guardam silêncio.
Pai Nosso ...
Ave Maria ...
Glória ...
Jaculatória: “Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.
Jesus e o paralítico da piscina
Há já 38 anos que este infeliz está ali, esperando a sua cura sem pensar em pedi-la àquele que é só quem lha pode dar, ao Deus da imensa bondade.
Passa Jesus… o doente nem pensa nele, e contudo é este bom Mestre que lhe diz: “Queres ser curado…?”— “Não tenho quem me valha”, responde o doente… Ah! com certeza tu não conheces Jesus, pobre desgraçado!… Pede-lhe que te cure. Ele nem sequer lho pede, e Jesus cura-o… Como sois bom, ó meu Jesus! Fazei-nos bem, ainda quando vo-lo não sabemos pedir… e eu que vo-lo peço; serei desatendido? Não, não! creio-o firmemente!
“Hoje praticarei algum ato particular de bondade a fim de agradar a Deus”.
EXEMPLO
Em outubro de 1890, de uma cidade do sul de França, recebia o diretor do Apostolado a seguinte comunicação: “Aproveito a minha primeira hora livre, para vos noticiar que o Sagrado Coração ouviu as minhas súplicas em favor do meu querido pai. De 22 para 23 anos minha alma não cessava de recorrer a Deus; mas, obtendo aos poucos a liberdade de fazer as minhas devoções, eu vi esse coração de pai sempre afastado da religião. Não porei na balança da misericórdia divina meus sacrifícios contínuos, minhas promessas de “vítima” pela salvação dessa alma cara. Mas uma enfermidade longa, inexorável, veio visitar meu pobre pai, e com ela o isolamento, a reclusão, a inação forçada. Cerquei-o de cuidados e de afeição: mas tinha sempre motivos de chorar por sua alma. O caro enfermo tinha consigo o escapulário do Sagrado Coração que eu lhe cosera nas vestes… Um zeloso missionário renovava, mas em vão, suas visitas, no intuito de trazer a melhores sentimentos o velho advogado e político. O santo sacrifício da missa era oferecido quase diariamente por ele. Afinal, uma noite em que o bom religioso velava ao seu lado, ele chama de repente : “Padre, eu preciso que me ajudeis a cumprir um grande dever: eu quero confessar-me”. Quando terminou, eu me aproximei do leito e lancei-me em seus braços. Disse-me então com lágrimas: “Fiz o que de há muito desejavas, e me sinto satisfeito”.
O enfermo testemunhava com lágrimas sua fé e arrependimento. Alguns dias depois, uma crise terrível quase o leva repentinamente. — “Meu Deus, dizia eu, vós fizestes tanto: concedei-lhe ainda uma absolvição e o sacramento dos moribundos”. E o Senhor ouviu minha súplica; a morte, que parecia já arrancá-lo, mo restituiu: ele recebeu com alegria a santa unção. Enfim, no dia 8 de junho, um mês depois de voltar a Deus, extinguia.se, docemente, com o crucifixo nas mãos, a serenidade nos traços e a resignação no coração” .
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.