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Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 19

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XIX. ALMA DE MÁRTIR
Se Maria soube cantar e, com seu cântico inspirado, encher de tons alegres as naves do templo imenso deste mundo, não foi porque lhe tivesse sido poupado o sofrimento. Não; depois de Jesus, foi ela que do sofrimento recebeu maior quinhão. De modo que a Igreja lhe chama na sua linguagem exata “Rainha dos Mártires”. E com quanta razão! — Quem ama quer dar provas de seu amor. E quanto maior for o amor, maior será a prova. Por isso afirmou Jesus Cristo que não há maior caridade do que dar a vida por quem se ama... As almas mesquinhas não amam. Porque amar é dar uma parcela de si mesmo. Ou dar-se todo inteiro. E disso são elas incapazes. As almas grandes, porém, amam. Porque sentem necessidade de se sacrificar. Dividem-se. Dão-se aos pedaços. E, sendo intenso o amor, é completo o holocausto. É, assim, a história do martírio. A história de Cristo, o mártir divino. A história de Maria, rainha dos mártires. Cuja vida é um sacrifício perene, marcado pelos sete grandes sacrifícios que fizeram, por assim dizer, Maria ser martirizada sete vezes.

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XVIII. ALMA QUE CANTA
Uma boa mãe deve saber cantar, ao menos para, com suas toadas, embalar e fazer dormir os seus filhinhos. E, quantas vezes, ela canta, escondendo as lágrimas de suas dores. Maria, nossa boa Mãe, também cantou. E cantou um canto admirável que, com sua melodia suavíssima, acalmou, alegrou e transformou até boa porção de filhos seus. O canto começa assim: Engrandece, minha alma, ao Senhor! (Lc 1, 46). Os primeiros privilegiados que ouviram este canto maravilhoso foram São José, Santa Isabel, Zacarias e, sobretudo, o grande João Batista, que, ao escutá-lo, exultou no seio materno. Mas, por graça de Deus, as montanhas de Hebron não guardaram, ciumentas, a melodia celeste, mas deixaram que os ventos espalhassem os seus ecos por toda a vastidão da terra. E é com eles que se têm embalado os filhos de tão boa Mãe, em todas as idades.

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XVII. ALMA DE MÃE
Um dia, o grande e humilde santo jesuíta, Afonso Rodrigues, que foi, toda a vida, porteiro no Colégio de Maiorca, ajoelhado diante de uma imagem de Maria, exclamou num ousado arroubo de amor: “Ó mãe minha amabilíssima, sei que me amais, mas não me amais tanto, como eu amo a vós”. Ao que Maria respondeu como ofendida — se no céu a ofensa pudesse entrar: “Que dizes, Afonso? Quanto o amor que te tenho leva vantagem ao que me tens! Fica sabendo que há menor distância entre o céu e a terra, do que entre o meu amor e o teu”. O mesmo e com a mesma sinceridade, diz a Senhora a todos os homens, a cada um de nós. Por grande que seja o nosso amor para com ela: “Fica sabendo, meu filho, que há menor distância entre o céu e a terra, do que entre o meu amor e o teu”. É que ela nos ama como Mãe. — Dizia-me, uma vez, uma pequena asilada: “Padre, aqui é bom, as Irmãs são boas, as companheiras são boas, a comida é boa... só uma coisa me falta: a minha querida mãezinha!” e desandou a chorar. — Nosso Senhor Jesus Cristo conhecia perfeitamente o feitio do coração humano.

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XVI. Alma de Paz
Jesus, o Mestre Divino, ensinando a humildade e a doçura, acrescentou como prêmio: se as praticardes, achareis a paz para vossas almas”. Ora, se Maria, como vimos, praticou, com tanta perfeição, as duas encantadoras virtudes do Coração Divino, não pode haver dúvida de que a sua paz foi grande, imensa, profunda! Paz! como soa deliciosamente aos nossos ouvidos esta palavra, tão curta e tão imensa, que a maldade dos homens vai desterrando, pouco a pouco, de sobre a face da terra! Paz! E a gente se lembra da superfície tranquila do lago onde tudo se espelha, até o azul do céu e as aves que voam nas alturas; do campo verdejante, acariciado pela aragem da tarde e beijado pelo sol que se deita; do lar feliz, onde se vê a família reunida em doce comunhão; das naves silenciosas de um templo e do claustro de um convento; imagens da paz...

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XV. ALMA DE MANSIDÃO
Jesus, ensinando a humildade, ensinou também a mansidão. “Aprendei de mim que sou de coração manso”. Oh! se nós compreendêssemos toda a força que se encerra na fraqueza aparente da mansidão!

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XIV. alma humilde
Disse o Divino Mestre um dia: “Aprendei de mim que sou humilde de coração”. Palavra admirável, que tem sido repetida, inúmeras vezes, através dos séculos, infelizmente não com aquele resultado que quisera Cristo. Pois se há virtude posta de lado nos nossos dias, como mesquinha e apoucada, é a muito nobre virtude da humildade. 

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XIII. ALMA DE BONDADE
Era de rochedo, a Alma gloriosa de Maria. Mas como aquele maravilhoso rochedo do deserto que, ao contato da vara de Moisés, jorrou água em abundância, para desalterar a multidão que morria de sede e de cansaço. Do rochedo da alma de Maria, percutido pela graça, não tem cessado de brotar a água límpida da verdadeira caridade, o mel da bondade (Ps 80, 17). É esta a única força capaz de fender este rochedo: a força do amor. E é o seu amor para com os homens que faz promanar da pedra — como dizia Job — rios de azeite. Foi o Verbo Humanado que tocou neste rochedo prodigioso, pois — como escreve Cornélio a Lápide — habitando Ele no seio de Maria, encheu de tal modo a Divina Mãe de bondade, que ela valesse sempre a todos os que precisassem de seu auxilio. Por isso, ela, que tanto amava a solidão de sua morada, corre apressada à casa de Isabel e lá fica três meses, derramando o óleo de sua bondade, nutrindo com o mel de sua doçura.

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XII. Alma de Rochedo
O corpo do primeiro homem era de argila. A sua alma, porém, um sopro de Deus. E Deus é imutável no meio de tudo o que muda. Assim como o rochedo batido pelos vagalhões revoltos do mar. Rochedo! Que coisa solene, grandiosa! As ondas se movem. Levantam-se. Bramem enfurecidas. Açoitam desesperadas. O rochedo lá está. Imóvel. Soberano. Assim são as almas que mais se aproximam de Deus. Entre as quais, em primeiro lugar, a alma gloriosa de Maria: alma de Deus, já o vimos, portanto, alma de rochedo. Sobre elas é que Jesus Cristo constrói as suas maravilhas. Pois não foi sobre São Pedro, a grande Pedra, que Ele construiu a sua Igreja? Sobre o rochedo da alma de Maria, Ele mesmo repousou e, tendo experimentado a sua firmeza, descansou sobre ela a humanidade redimida. Alma de rochedo! Foi por isso que o vento da soberba a não derribou, quando foi escolhida para a tremenda dignidade de Mãe de Deus, nem se curvou à saudação grandemente honrosa de sua prima Santa Isabel. Foi esta alma de rochedo que resistiu, quando lhe bateu de encontro a profecia cruel de Simeão; ou, quando, tão jovenzinha ainda, teve que fugir para o Egito, para lá esconder o seu tesouro. Nem sucumbiu quando lhe disseram que o Filho Divino fora preso, esbofeteado, cuspido, julgado, condenado. Era o rochedo sempre firme. E teve fortaleza ainda para afrontar — na rua da ignomínia em busca de seu Filho — aquele mar revolto da populaça desvairada que esbravejava, blasfemava, urrava, ameaçava...  E ao expirar a grande Vítima, quando o sol perdeu a sua luz, e o véu do templo se rasgou, quando a terra toda tremeu e os rochedos se partiram, só um rochedo ficou inabalado: foi o rochedo maravilhoso da alma de Maria. Admirável firmeza! E não foi junto deste rochedo que se refugiaram os apóstolos, depois da morte do Divino Mestre, com medo dos judeus?

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XI. Alma Eloquente
 As almas silenciosas são as mais eloquentes, se tomamos eloquencia pelo dom de convencer e de mover os homens. E isto porque suas palavras, sendo raras, não aborrecem, mas vêm sempre a propósito; sendo antes meditadas, soam sempre com a força da concentração e da convicção donde nasceram. Esta eloquencia possuiu a alma gloriosa de Maria em grau elevado. Pois, em grau elevado, foi ela, também, uma alma de silêncio. E não é assim? Diz algumas palavras ao Anjo embaixador de Deus e estas palavras, ecoando pelo mundo afora, operam maravilhas de transformação. “Eis aqui a serva do Senhor” exclama a Virgem — e, desde então, não têm faltado legiões de almas que fizeram de sua vida inteira um serviço exclusivo e dedicado a Deus Nosso Senhor. Servindo-O não só em seu templo com orações e sacrifícios, mas pelas estradas, pelos hospitais, pelas casas da pobreza e terras pagãs, na pessoa dos infiéis, dos leprosos, dos mendigos, de todos os que sofrem. É o verdadeiro serviço de Deus no seu duplo aspecto: vida contemplativa e vida ativa. Santa Teresa e Santa Isabel, S. Bruno e S. Vicente de Paulo, frutos da palavra de Maria:   Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a vossa Palavra — diz a Senhora e com esta palavra só o mundo todo começa a submeter-se à civilização cristã. As suas palavras do “Magnificat” são de eloquencia tão arrebatadora, tão do céu, que, ao seu lado, as vozes de um Bossuet são balbucios apenas. E, depois, quando, em Caná, ela docemente ordena: Fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser, não são somente aqueles servos das bodas que lhe obedecem, vencidos pela eloquencia suave de sua voz, mas é toda esta interminável procissão de almas, que no andar dos tempos fizeram da devoção esclarecida a Maria um meio de chegarem integralmente a Jesus. Elas têm em seu estandarte o lema: Por Maria a Jesus! — E que frutos de consolo e de salvação já não produziu o silêncio eloquente de Maria, sentada ao pé da cruz, tendo em seus braços morto o Filho divino! É como si dissesse: “Ó vós todos que passais sofrendo pelo caminho da vida, parai um instante e vede se há dor semelhante à minha!”

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X. ALMA DE SILÊNCIO
"O silêncio é o segredo das grandes almas" já escreveu alguém. As grandes almas são raras. Por isso há pouco silêncio no mundo. Mas muito barulho. Muita confusão. Muitas palavras. Já não se ouvem, por isso, as discretas admoestações da consciência. Nem o perpassar dulcíssimo da graça. Nem os convites suaves para as boas resoluções. O barulho a tudo sufoca. Dispersando forças. Enfraquecendo energias. Mirrando as almas. Tornando-as mesquinhas também. Pois “é no silêncio que as almas crescem’’ diz a Imitação de Cristo. O silêncio é força. “O silêncio é vida — escreveu a santa carmelita Ir. Marie Aimée — ele é que forja os santos, trabalha-os, aperfeiçoa-os”. O Eterno Pai é vida. Por isso Ele diz uma só palavra: o Verbo Eterno. E por meio deste único Verbo criou todas as maravilhas do Universo. — Maria, melhor do que ninguém, compreendeu toda a força e todo o encanto do silêncio.

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IX. Alma Ativa
 “O meu consolo, nesta hora extrema, é pensar que não perdi o meu tempo, cá na terra”. Mais ou menos assim disse a jovem belga Maggy, alma de apóstola, pouco antes de morrer. Era a expressão de uma grande verdade. Pois ela desenvolvera uma atividade quase incrível entre as crianças e os pobres operários. Nunca estava parada. A não ser para a oração, que, afinal, é um modo de andar, de correr até, sem que ninguém o perceba. Maria Santíssima não desenvolveu, está claro, uma atividade, assim, que desse na vista. Outros eram os tempos; outras, as necessidades; outra, a sua vocação! Entretanto que alma ativíssima, a alma gloriosa de Maria! E não podia ser de outra maneira. A atividade, diríamos quase ser uma virtude de família em Deus. Que é a mesma atividade, desde o Princípio, pois que é — na expressão teológica — um Ato puríssimo. Por isso o Padre Meschler, S. J. ficava contrariado quando os seus noviços lhe falavam de plena quietação no céu. “Não, não; no céu há atividade, há movimento, há vida”. É esta, aliás, a doutrina de Jesus Cristo. “Meu Pai, dizia o Divino Mestre, opera sem cessar e Eu também opero” (Jo 5, 17). — Ora, esta doutrina Nossa Senhora via corporificada, a todo o instante, diante de seus olhos. Jesus trabalhava, ajudando a ganhar o pão quotidiano que Ele bem podia — si o quisesse — adquirir, como lá no deserto ou na montanha, de modo maravilhoso; José trabalhava na sua oficina que era um verdadeiro templo onde habitava e operava o Homem Deus; Maria trabalhava, também, solícita, em casa, no jardim. A vida em Nazaré era portanto a lição mais perfeita do “Reza e trabalha” que se tornou depois regra de tanta Ordem e de todas as almas que querem cumprir a sua missão.

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VIII. Alma de Solidão
O Espírito de Deus disse outrora às almas pela boca do profeta Oséias: “Levar-vos-ei à solidão, onde vos hei de falar intimamente”. Desde esse dia são legião as almas que se enamoraram deste isolamento beatífico. Almas grandes! Porque as almas pequenas não o suportam. Querem o convívio, o barulho, a multidão. Onde procuram esconder ou disfarçar a sua pequenez e miséria. Mas donde saem, quase sempre, menores e mais miseráveis ainda. Confirmando, assim, a frase de um pagão: “toda a vez que estive entre os homens, sempre menos homem deles me afastei”.

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VII. ALMA DE NEVE
O lodo é feio e sujo. A neve é bela, a neve é casta. Por isso deve ter dito o Seráfico Pai São Francisco: a nossa irmã neve é casta, a nossa irmã neve é bela!
Assim era a alma gloriosa de Maria. Branca como a neve. Como ela, toda pura. Isenta da culpa original, sem pecado pessoal algum no decorrer da vida, canta-lhe a Igreja, em arroubos de jubilo: Como sois bela, ó Maria; nódoa alguma se vê em vossa alma!...

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VI. ALMA DE FOGO

A  luz ilumina. Mas a luz aquece também. Jesus gosta das almas luminosas, mas Jesus gosta mais ainda das almas de fogo, das almas abrasadas, das almas que aquecem e que incendeiam. E aborrece as almas tíbias, as almas frias. Por isso Ele confessou, claramente, que veio a esta terra trazer o fogo e quer que ele se alastre por entre as almas. E não seria, então, a alma gloriosa de Maria a primeira a abrasar-se?

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V. ALMA DE LUZ

Jesus Cristo disse: “Eu sou a luz do mundo! Quem me segue não anda em trevas!
Quanto mais uma alma se aproxima de Jesus, tanto mais luminosa ela se torna. E como a alma de Maria andou sempre tão perto de Jesus, na mais íntima união com Ele, foi, por isso, uma alma, verdadeiramente, de luz maravilhosa! Alma que, por isso, tem illuminado com sua luz, reflexo da luz eterna, gerações e gerações de homens, nas mais belas manifestações de seu gênio, de seu espírito, de seu coração.

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IV. ALMA DO ESPÍRITO SANTO

Neste título se encerra uma verdade cheia de encanto. Desde toda a eternidade o Espírito Divino, o Espírito Santificador se ocupou com o aperfeiçoamento da alma singularíssima de Maria. Contemplando a qual, Ele murmura: “Tu és toda formosa, amiga minha; não há macula em ti; tu feriste o meu coração, irmã, minha esposa... (Ct 4). E, quando nesta terra, então o Espírito a persegue com seu amor castíssimo, soprando aos seus ouvidos os mistérios da santidade, quer na tranquillidade do lar paterno, quer na solidão do templo. Mas, depois, quando o Arcanjo Gabriel exclama: “O Espírito Santo virá sobre ti... "começa Ele a introduzir a alma gloriosa de Maria nos segredos suavemente puros do grande amor. Torna-se ela, então, de fato, sua esposa fidelíssima. E, num mistério que extasia os céus, vemo-la Virgem e Mãe, porque esposa do Espírito Divino. E o Espírito, cioso de sua beleza, a guarda e vigia — na frase do Bem. de Montfort — com mais solicitude do que o Querubim, com a espada flamejante, à porta do paraíso terreal. E dela, Ele diz: a irmã minha esposa é um jardim fechado, uma fonte com selo inviolável (Ct 4, 12). E ela só ouve as inspirações do Esposo, que depois de a ter preparado no recolhimento do Templo, a faz aceitar a tremenda dignidade de Mãe de Deus. E a leva, em viagem de núpcias, às montanhas do Hebron, onde lhe inspira o seu radioso hino: Magnificat! Depois a esconde no Egito, a esconde em Nazaré, onde há colóquios que só os céus conhecem. E quando o Espírito baixa, oficialmente, sobre a Igreja lá está a Esposa fidelíssima, para receber o raio mais forte e mais fecundo de seu amor. E com este amor ela vai suportado o exílio cá na terra que se prolonga tanto, até soar, enfim, num tom festivo, a voz divina: Vem, ó minha esposa, serás coroada! (Ct 4. 8).

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III. ALMA DO FILHO DIVINO
Se é insondável a união da alma de Maria com o Eterno Pai, que se dirá, então, de sua união com o Verbo Eterno? Verbo que se encarnou no seu seio virginal e, feito homem, lhe deu o nome dulcíssimo de Mãe! E Mãe, como nunca houve segunda. Que soube amar e que, por amor, soube sacrificar-se sem medida. Foi, justamente, por meio de seu Divino Filho que Maria, única entre as criaturas, atingiu — como diz Sto. Tomás — às fronteiras da divindade.

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II. ALMA DO PAI ETERNO
Um dos mais belos ensinamentos que nos trouxe Jesus Cristo a esta terra, foi o da paternidade divina a nosso respeito. Para os antigos, Deus era soberano, era juiz. O Divino Mestre no-Lo mostrou como nosso Pai. E ninguém, melhor do que Maria, compreendeu esta sublime doutrina, ninguém melhor do que ela penetrou no sentido profundíssimo desta paternidade.

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Capítulo I
ALMA DE DEUS

É o seu título mais glorioso!
Depois da humanidade santíssima de Jesus Cristo, nada de mais belo, nem de mais perfeito saiu das mãos criadoras de Deus, do que a alma gloriosa de Maria.
É a sua magnífica obra prima, na qual se revê toda a adorável Trindade.

Um pouco da história do Mês de Maria

Do livro:
A Alma Gloriosa de Maria
Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. 
Livros de 1937

Como prefácio*

Muito devemos varões
loar a Santa Maria,
que sas graças e seus dões
da a quem por ela fia.
(Cantigas de D. Affonso, o sábio)

O nosso pobre mês de Maio, de primeiros frios, de chuva e vento, é no hemisfério setentrional o mês do despertar glorioso da Natureza. A primavera, por toda a parte, irrompe vitoriosa, numa profusão deslumbrante de flores e perfumes. E lá na Europa, — naquela Europa à qual pertencemos, no dizer de Nabuco, pelas camadas estratificadas do nosso espírito — o mês de Maio é sinônimo de beleza e poesia.
A piedade dos cristãos d’além-mar consagra a Nossa Senhora este mês privilegiado.
E realmente, melhor parece que não poderá ser nem a escolha nem a oferta: à Virgem Imaculada super omnem speciosa, o mês régio da ressurreição e das flores.
Interessante, sem dúvida, é investigar as origens do mês de Maria, acompanhar como um rito pagão se foi cristianizando, pouco a pouco, através dos séculos, até alcançar a forma definitiva da nossa devoção atual.

Leitura Indulgenciada para o Mês de Maio - 2014

ACOMPANHE DIARIAMENTE
NESTE MÊS DE MAIO - 
AS POSTAGENS DO LIVRO:

A Alma Gloriosa de Maria
Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. 
Livros de 1937


Benção do Em. Sr. Cardeal:
Aos devotos de Nossa Senhora e aos católicos em geral, com muito empenho recomendamos a leitura de “A Alma Gloriosa de Maria”, de Fr. Henrique Golland Trindade. São páginas de elevada, afetuosa e bem compreendida espiritualidade mariana.
 Concedemos 100 dias de indulgência (nota do blog - indulgência parcial), uma vez por dia, aos fiéis que lerem um capítulo, pelo menos, desse livro piedoso.

†Sebastião, Cardeal Arcebispo
Rio de Janeiro, 25 de Março de 1935.


NA VIGÍLIA DO MÊS
E todo o bom cristão se alegra!. . .
Eis que começa, amanhã, o glorioso mês de Maio, o mês abençoado de Maria. Um mês inteiro, todo de propósito, para glorificar a boa Mãe do céu, cantar os seus louvores, contemplar as suas virtudes, apregoar as suas grandezas, oferecer-lhe flores, sacrifícios, orações. . . E todo o bom cristão se alegra!. . .

A Ressurreição de Jesus Cristo e a esperança do cristão

Santo Afonso Maria de Ligório

Desde o Domingo da Páscoa até a
Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive
Edição 1921, p. 1-3


Haec dies quam fecit Dominus: exultemus et laetemur in ea — “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Ps. 117, 24).

Sumário. Façamos um ato de fé viva na ressurreição de Jesus Cristo; cheguemo-nos a Ele em espírito para Lhe beijar as chagas glorificadas, e regozijemo-nos com Ele por ter saído do sepulcro vencedor da morte e do inferno. Lembrando-nos em seguida que a ressurreição de Jesus é o penhor e a norma da nossa, avivemos nossa esperança, e ganhemos ânimo para suportar com paciência as tribulações da vida presente. Lembremo-nos, porém, que para ressuscitarmos gloriosamente com Jesus Cristo devemos primeiro morrer com Ele a todos os afetos terrestres.

I. O grande mistério que em todo o tempo pascal, e especialmente no dia de hoje, deve ocupar as almas amantes de Deus, e enchê-las de dulcíssima esperança, é a felicidade de Jesus ressuscitado. Já meditamos que Jesus, no tempo de sua Paixão, perdeu inteiramente as quatro espécies de bens que o homem pode possuir na terra. Perdeu os vestidos até a extrema nudez; perdeu a reputação pelos desprezos mais abomináveis; perdeu a florescente saúde pelos maus tratos; perdeu finalmente a vida preciosíssima pela morte mais horrível que se pode imaginar. Agora porém, saindo vivo do fundo do sepulcro, recebe com lucro abundantíssimo tudo quanto perdeu.
O que era pobre, ei-Lo feito riquíssimo e Senhor de toda a terra. O que a si próprio se chamava verme e opróbrio dos homens, ei-Lo coroado de glória, assentado à direita do Pai. O que pouco antes era o Homem das dores e provado nos sofrimentos, ei-Lo dotado de nova força e de uma vida imortal e impassível. Finalmente o que tinha sido morto do modo mais horrível, ei-Lo ressuscitado pela sua própria virtude, dotado de sutileza, de agilidade, de clareza, feito as primícias de todos os que dormem com a esperança de ressuscitarem também um dia à imitação de Cristo: Christus resurrexit a mortuis, primitiae dormientium (1)
Detenhamos-nos aqui para tributar a nosso Chefe divino as devidas homenagens. Façamos um ato de fé viva na sua ressurreição, e cheguemo-nos a Ele para beijarmos em espírito os sinais de suas cinco chagas glorificadas. Alegremo-nos com Ele, por ter saído do sepulcro, vencedor da morte e do inferno, e digamos com todos os santos: “O Cordeiro que foi imolado por nós, é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a fortaleza, a honra, a glória e a bênção.” (2)

II. Regozijemo-nos com Jesus Cristo; mas regozijemo-nos também por nós mesmos, porquanto a sua ressurreição é o penhor e a norma da nossa, se ao menos, como diz São Paulo, morrermos primeiro interiormente ao afeto das coisas terrestres: Si commortui sumus, et convivemus (3) — “Se morrermos com Ele, com Ele também viveremos”. Ó doce esperança! “Virá a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus” (4); e então pelo poder divino retomaremos o mesmo corpo que agora temos, mas formoso e resplandecente como o sol. Nós também ressuscitaremos!
A esperança da futura ressurreição é o que consolava o santo Jó no tempo de sua provação. “Eu sei”, disse ele, e nós, digamos o mesmo no meio das cruzes e tribulações da vida presente: “eu sei que o meu Redentor vive, e que no derradeiro dia surgirei da terra; e serei novamente revestido de minha pele, e na minha própria carne verei a meu Deus... esta minha esperança está depositada no meu peito.” (5)
Meu amabilíssimo Jesus, graças Vos dou que pela vossa morte adquiristes para mim o direito à posse de tão grande bem, e hoje pela vossa ressurreição avivais a minha esperança. Sim, espero ressurgir no último dia, glorioso como Vós, não tanto por meu próprio interesse, como para estar para sempre unido convosco, e louvar-Vos e amar-Vos eternamente. É verdade que pelo passado Vos ofendi com os meus pecados; mas agora arrependo-me de todo o coração e pela vossa ressurreição peço-Vos que me livrais do perigo de recair na vossa desgraça: Per sanctam resurrectionem tuam, libera me, Domine — “Pela vossa santa ressurreição, livrai-me, Senhor”.

“E Vós, Eterno Pai, que no dia presente nos abristes a entrada da eternidade bem-aventurada, pelo triunfo que vosso Unigênito alcançou sobre a morte: aumentai com o Vosso auxílio os desejos que a vossa inspiração nos instila” (6). Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo e de Maria Santíssima.
__________
1. 1 Cor. 15, 20.
2. Ap 5,12.
3. 2 Tim. 2, 11.
4. Io. 5, 28.
5. Iob 19, 25.
6. Or.festi curr.