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1o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Maria — Mãe dos Adoradores da Eucaristia


V).   Louvores e graças se deem a todo momento.
R).   Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
(300 dias de ind. Plenária ao mês P. et P. O. 110).

V).   Bendita seja a Santa e Imaculada Conceição.
R).   Da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus.
(300 dias de ind. Plenária ao mês P. et P. O. 324).

ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I.   Se nossa vida não estivesse sob o patrocínio de Nossa Senhora, poderia haver dúvidas quanto à nossa perseverança e salvação. Nossa vocação, que de modo especial nos liga ao serviço do divino Rei dos reis, exige terminantemente que recorramos a Maria. No Santíssimo Sacramento Jesus é Rei, e quer a seu serviço servos adestrados e que tenham feito o seu tirocínio; antes de alguém se apresentar ao rei, aprende a servir. Jesus nos deixou sua divina Mãe para ser a Mãe e o Modelo dos adoradores. Segundo a opinião mais aceita, deixou-A vinte e cinco anos na terra para que nos ensinasse a adorá-lO perfeitamente. Quão sublime foi esta vida de vinte e cinco anos passados na adoração! Quando se considera o amor que Jesus dedicava a sua Mãe, fica-se admirado de que tenha consentido separar-se d'Ela. Acaso não atingira o seu termo a santidade de Maria? Não tinha sofrido bastante no Calvário, onde padeceu mais do que todas as criaturas? Sem dúvida; porém os interesses da Eucaristia reclamavam sua presença; Jesus não queria ficar no Santíssimo Sacramento sem a companhia de sua Mãe; não desejava que a primeira hora da adoração eucarística fosse confiada a pobres adoradores, incapazes de adorá-lO dignamente. Os Apóstolos, obrigados a se dedicar à salvação das almas, não dispunham do tempo necessário à adoração eucarística; apesar do amor que os teria retido aos pés do Tabernáculo, a sua missão de apóstolos chamava-os a outros lugares. Aos cristãos, semelhantes a criancinhas ainda no berço, era necessário uma boa mãe que os educasse e um modelo que pudessem copiar; e foi a Sua Mãe Santíssima que Jesus Cristo lhes deixou.

II. Se bem a considerarmos, a vida de Maria se resume nesta palavra: adoração, porque a adoração é o serviço de Deus em toda a sua perfeição, abrangendo os deveres da criatura para com o seu Criador.
Nossa Senhora foi a primeira adoradora do Verbo Encarnado, pois Ele já estava em seu seio e ninguém sabia na terra. Oh! como Nosso Senhor foi bem servido no seio de Maria! Jamais encontrou Ele um cibório ou vaso de ouro mais precioso e mais puro do que o seio de sua Mãe. Esta sua adoração lhe era mais agradável do que a de todos os anjos. “O Senhor colocou o seu Tabernáculo no sol”, diz o Salmista, e este é o coração de Maria.
Em Belém, é a primeira a adorar seu divino Filho, reclinado no presépio. Adora-O com o perfeito amor de Virgem Mãe, um amor de dileção, segundo a palavra do Espírito Santo; depois d'Ela, adoram-nO São José, os pastores e os Magos; foi Maria quem abriu este sulco de fogo que se estenderá pelo mundo.
Que coisas sublimes, que palavras divinas não diria Ela, vivendo num estado de amor que não podemos avaliar nem medir!
Maria continua a adorar Nosso Senhor em sua vida oculta de Nazaré; depois, em sua vida pública, e enfim no Calvário, onde sua adoração foi o sofrimento. Considerai a natureza da adoração da Santíssima Virgem; adora Nosso Senhor conforme os seus diversos estados, adaptando sua adoração ao estado de Jesus; mais: o estado de Jesus determina o cará ter
de sua adoração. Maria não permaneceu numa adoração invariável; adorou o Deus aniquilado em seu seio, depois pobre em Belém, trabalhando em Nazaré, e mais tarde evangelizando e convertendo os pecadores; adorou Jesus nos sofrimentos do Calvário, padecendo com Ele; sua adoração acompanhava todos os sentimentos de seu divino Filho, que lhe eram conhecidos e manifestos, e seu amor A fazia entrar em perfeita conformidade de pensamentos e de vida com Ele.


III. A vós, adoradores, também se recomenda: Adorai sempre Jesus Eucaristia, mas a exemplo da Santíssima Virgem, variai as vossas adorações. Relacionai todos os mistérios com a Eucaristia, fazendo-o reviver nela. Sem isto, caireis na rotina. Se o espírito, de vosso amor não for alimentado de uma forma, de um pensamento novo. haveis de vos sentir lânguidos e áridos na oração. Ê necessário, pois, celebrar todos os mistérios na Eucaristia, como fazia a Santíssima Virgem no Cenáculo.
Nos aniversários dos grandes mistérios que se haviam realizado sob os seus olhos, pensais por acaso que Ela não renovava em si as circunstâncias, as palavras e as graças desses mistérios? Na festa do Natal, por exemplo, julgais que Maria não recordava a seu Filho, então oculto sob os véus eucarísticos, o amor de seu nascimento, seu sorriso, suas adorações, bem como as de São José, dos pastores e dos Magos? Procurava, neste como nos demais mistérios, regozijar o Coração de Jesus, relembrando-Lhe o seu amor.
Que fazemos nós com um amigo? Acaso lhe falamos sempre do presente? Não, de certo; evocamos o passado, fazendo-o reviver. E quando queremos cumprimentar o nosso pai ou a nossa mãe, não lhes recordamos o imenso amor, a dedicação constante e generosa que nos prodigalizaram em nossa infância? Pois bem; da mesma forma, em suas adorações no Cenáculo, a Santíssima Virgem repetia a Jesus tudo o que Ele havia feito para a glória de seu Pai; lembrava-Lhe seus grandes sacrifícios, e assim penetrava na graça da Eucaristia. O Santíssimo Sacramento é o memorial de todos os mistérios e renova-lhes o amor e a graça. Deveis à imitação de Maria, corresponder a esta graça, reavivando as ações de Nosso
Senhor, adorando todos os seus estados, e unindo-vos a eles.
A Santíssima Virgem tinha uma atração tão forte pela Eucaristia, que não lhe era possível separar-se do Santíssimo Sacramento; vivendo, portanto, n'Ele e por Ele. Passava os dias e as noites aos pés de seu divino Filho; porém, sem deixar de se entreter com os Apóstolos e os fiéis que A procuravam; seu ardente amor para com o Deus oculto transluzia então em seu semblante, e comunicava seus ardores a todos que A cercavam.
Ó Maria, ensinai-nos a vida de adoração! Fazei-nos encontrar, como vós, todos os mistérios e todas as graças na Eucaristia; reviver o Evangelho, e ler as suas páginas na vida eucarística de Jesus. Lembrai-vos, ó Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, que sois a Mãe dos adoradores da Eucaristia.

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Nossos Modelos

Entre os santos personagens que ilustraram o século XVII, muitos nos mostram como podemos unir o culto da Eucaristia à devoção para com a Santíssima Virgem, fazendo-os se auxiliarem mutuamente.
O venerável Cardeal de Bérulle, que mereceu do Papa Urbano VIII o título de Apóstolo do Verbo Encarnado, e cuja predileção por Maria era mais angélica do que humana, e o Padre de Condren, que recebeu, conforme atestam os mais ilustres doutores de seu tempo, luzes sublimes sobre os mistérios, tinham o costume de oferecer a Santa Missa, aos sábados, em
honra da Santíssima Virgem. Mons. Olier, o santo fundador de São Sulpício e o reformador do clero na mesma época, imitou-lhes esta piedosa prática; fazia celebrar diariamente três missas, cujos frutos colocava entre as mãos da Santa Virgem, afim de que, oferecendo-os a seu Filho, obtivesse para a Igreja tesouros infinitos de graças.
Houve também um piedoso missionário jesuíta, em Québec, que propôs a São João Eudes, fundador da Congregação que tem o seu nome, um projeto de associação de padres, que se chamariam os Capelães de Nossa Senhora, e que se deveriam unir para oferecer o Santo Sacrifício segundo as intenções desta augusta Rainha do Céu, afim, dizia ele, de que o Filho de Deus se apresentasse ao seu Pai, no estado de Hóstia, pelas mãos puríssimas d'Aquela de quem se servira para descer até nós em se fazendo homem.
(Vida de m. Olier, t. II, passim,).

PRÁTICA — Oferecer nossas adorações a Jesus Sacramento pelas mãos de Maria.

JACULATÓRIA — Bendita sois entre as mulheres, ó Maria, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus Eucaristia!

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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

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