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14 de Março - Mês Dedicado a São José

Os Sete Domingos em Honra de São José

FONTE

Esta eficaz devoção, manifestada pelo mesmo São José a dois religiosos franciscanos, foi confirmada e indulgenciada pelos Sumos Pontífices, principalmente por Pio IX.

Os Sete Domingos são indicados, principalmente, como preparação para as festas de 19 de março e 1º de maio e em circunstâncias difíceis ou importantes da vida como: escolha da vocação, cura de doenças, conversão de um pecador, paz na família, bom êxito em algum negócio, conseguir emprego, que digam respeito à glória de Deus e ao bem da alma. É bom praticar esta eficaz devoção em qualquer época do ano.


Oração Inicial para todos os Sete Domingos em Honra de São José

Glorioso Patriarca São José, pai nutrício de Jesus e esposo da Santíssima Virgem Maria; vosso poder no céu é sem limites e grande sobremaneira é vossa compaixão por nossas necessidades e misérias; pela ternura e bondade de vosso Coração, peço-vos humildemente que tenhais compaixão deste vosso devoto e que lhe assistais em todas as suas necessidades e misérias, alcançando-lhe de Deus a graça especial que deseja conseguir nestes sete domingos. Vossa vida, meu pai protetor, foi um tecido de alegrias e tristezas, que Nosso Senhor permitiu para que soubéssemos por própria experiência o que nós sofremos e mais prontamente e com maior eficácia acudísseis às nossas súplicas.
Vinde, meu pai protetor, em meu auxílio na presente necessidade, confirmai, mais uma vez, o que dizem todos de vós, que ninguém se retira de vossa presença sem ter recebido vossos favores.
Este favor de que necessito, está em vossas mãos. Olhai-me com compaixão, e Jesus fará a vossa vontade. Em vós confio, não serei jamais confundido. Amém.

Para ler em cada um dos Sete Domingos

 1º Domingo – José na Encarnação do Filho de Deus

Estando Maria, sua Mãe, desposada com José, achou-se ter concebido (por obra) do Espírito Santo, antes de coabitarem (Mat. 1, 18).
José, seu esposo, sendo justo, não a querendo difamar, resolveu deixá-la ocultamente.
Ora, andando ele com isto no pensamento, eis que apareceu-lhe o Anjo do Senhor, em sonhos, e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo (Mat. 1, 19-20).

2º Domingo – Nascimento de Jesus

E Maria deu à luz a seu Filho primogênito e O envolveu com faixas e reclinou-O numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na estalagem (Luc. 2,7).
Ele estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não O conheceram (Jo. 1,10-11).

3º Domingo – Circuncisão de Jesus

Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o Menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o Anjo, antes que fosse concebido (Luc. 2, 21).

4º Domingo – A profecia de Simeão

Quando se completaram os dias para a purificação de Maria, segundo a Lei de Moisés, levaram-No a Jerusalém a fim de O apresentarem ao Senhor (Luc. 2,22).
Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e temente a Deus, e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. E tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo (o Ungido) do Senhor. E, levando os pais o Menino Jesus, para com ele procederem segundo o costume da lei, ele então o tomou em seus braços, e louvou a Deus (Luc. 2,25-28).
E Simeão os abençoou e disse à Maria, sua Mãe: Eis que este (Menino) está posto para queda e para reerguimento de muitos em Israel, como sinal de contradição. E uma espada transpassará a tua alma! (Luc. 2,34-35).

5º Domingo – A fuga para o Egito

O Anjo do Senhor apareceu, em sonhos a José e lhe disse: levanta-se, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egito e fica lá até que eu te avise porque Herodes vai procurar o Menino para O matar (Mat. 2,13).
E ele, levantou-se, tomou o Menino e Sua Mãe, pela noite, e foi para o Egito (Mat. 2,14).

6º Domingo – A volta do Egito

Tendo morrido Herodes, eis que o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José no Egito, dizendo: Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe e volta à terra de Israel, porque os que procuravam tirar a vida do Menino já morreram (Mat. 2,19).
E ouvindo que Arquelau reinava na Judéia em vez de Herodes, temeu ir para lá; e, avisado em sonhos, retirou-se para a Galiléia, indo habitar em Nazaré (Mat. 2,22).

7º Domingo – O Menino Jesus perdido e achado no Templo

Terminados os dias (de festa) eles voltaram, mas o Menino Jesus ficou em Jerusalém sem que seus pais o notassem (Luc. 2,43).
Três dias depois, eles O encontraram no Templo sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que O ouviam ficavam maravilhados com a Sua sabedoria e as suas respostas. Ao vê-lo, ficaram surpresos e a Mãe lhe disse: Filho, por que agiste assim conosco? Eis que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos (Luc. 2,46-48).

Oração final para todos os Sete Domingos em Honra de São José

Oração das Sete Dores e dos Sete Gozos de São José

1. Ó esposo puríssimo de Maria Santíssima, glorioso São José, assim como foi grande a amargura do vosso Coração na perplexidade de abandonardes vossa castíssima esposa, assim foi inexplicável a vossa alegria, quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação.
Por esta vossa dor e por este vosso gozo, vos pedimos a graça de consolardes, agora e nas extremas dores, a nossa alma com a alegria de uma boa morte, semelhante à vossa, entre Jesus e Maria. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

2. Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhido para o cargo de pai adotivo do Verbo humanado, a dor que sentistes ao ver nascer em tanta pobreza o Deus Menino, se vos transformou em júbilo celeste ao escutardes a angélica melodia e ao verdes a glória daquela brilhantíssima noite.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, suplicamos a graça de nos alcançardes, que depois da jornada desta vida, possamos ouvir os angélicos louvores e gozar os resplendores da glória celeste. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

3. Ó obedientíssimo executor das divinas leis, glorioso São José, o sangue preciosíssimo, que na circuncisão o Redentor Menino derramou, vos transpassou o coração, mas o nome de Jesus vo-lo reanimou, enchendo-o de contentamento.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, alcançai-nos que, arrancados de nós os vícios, nesta vida, com o nome de Jesus no coração e na boca, expiremos cheios de júbilo. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

4. Ó fidelíssimo Santo, que também tivestes parte nos mistérios de nossa redenção, glorioso São José, se a profecia de Simeão, a respeito do que Jesus e Maria tinham de sofrer, vos causou mortal angústia, também vos encheu de um sumo gozo pela salvação e gloriosa ressurreição, que igualmente predisse teria de resultar para inúmeras almas.
Por esta vossa dor e por este vosso gozo, obtende-nos que sejamos daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da Virgem sua Mãe, hão de ressuscitar gloriosamente. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

5. Ó vigilantíssimo guardião, íntimo familiar do Filho de Deus Encarnado, glorioso São José, quanto penastes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga, que com Ele fizestes para o Egito! Mas, qual não foi também o vosso gozo por terdes sempre convosco o mesmo Deus e por verdes cair por terra os ídolos do Egito.
Por esta vossa dor e por este vosso gozo, alcançai-nos que, seja expelido de nós o infernal pecado, especialmente com a fuga das ocasiões perigosas, sejam derrubados de nosso coração todos os ídolos de afetos terrenos, e que inteiramente empregados no serviço de Jesus e de Maria, para eles somente vivamos e felizes morramos. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

6. Ó Anjo da terra, glorioso São José, que cheio de admiração vistes o Rei do céu submisso às vossas ordens; se a vossa consolação, ao reconduzi-lo do Egito, foi turbada pelo temor de Arquelau, contudo, sossegado pelo Anjo, permanecestes alegre em Nazaré com Jesus e Maria.
Por esta vossa dor e por este vosso gozo, alcançai-nos que, desocupado o nosso coração de vãos temores, gozemos paz de consciência, vivamos seguros com Jesus e Maria e entre eles morramos. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

7. Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São José, que perdestes o Menino Jesus, sem culpa vossa, e com aflição O procurastes por três dias, até que com sumo júbilo gozastes de quem era vossa vida, achando-O no Templo de Jerusalém, entre os doutores.
Por esta vossa dor e por este vosso gozo, vos suplicamos, com o coração nos lábios, que interponhais o vosso valimento para que nunca nos suceda perdermos a Jesus por culpa grave, mas, se por desgraça O perdermos, com tão contínua dor O procuremos, que O achemos favorável, especialmente em nossa morte, para pássaros a gozá-lo no Céu e lá cantarmos convosco eternamente suas divinas misericórdias. Amém.
Pai-Nosso... Ave-Maria... Glória ao Pai...

Ato de Consagração ao Glorioso Patriarca São José
(Para o Último dos Sete Domingos)

Prostrados aos vossos pés, eis-nos aqui, gloriosíssimo José. Injustiça seria não reconhecer os benefícios sem número que de vós havemos recebido. É ingratidão deixar de manifestar-vos o nosso reconhecimento. E que faremos nós, e que vos daremos, pobres e sem mérito como somos?
Pois isso é o que vemos oferecer-vos. Nada valemos, nada podemos, mas o que temos, nossa vida, nossas forças, nossa atividade e, pelo menos, nosso bom desejo, isso vos oferecemos; de agora em diante nos propomos consagrar-nos inteiramente a vosso serviço, e não somente nós, pois trabalharemos quanto estiver em nossas forças para que sejais de todos conhecido e amado, para que se propague vossa devoção, para que seja, cada dia, mais os que vos honrem e participem de vossas graças. Somos fracos e inconstantes, bem o sabemos.
Choramos nossos pecados e por isso mesmo vimos a vós para que intercedais por nós e nos alcanceis de Deus bênçãos e graças perenes.
Lembrai-vos que ninguém que, até agora, recorreu a vós fosse rejeitado; acolhei-nos, aceitai-nos por vossos amorosos servos agora e por vossos companheiros e amigos no Céu. Amém.

São José Protetor da Santa Igreja
Editora da Divina Misericórdia

Mês de Março e as Quartas-Feiras são dedicados a São José

O Mês de Março e as Quartas-Feiras
são dedicados a São José

 

    Quase todos católicos sabem que o mês de maio é dedicado a Nossa Senhora, assim como o mês de junho ao Sagrado Coração de Jesus, mas são poucos os que sabem que o mês de março é dedicado a São José, assim como também todas as quartas-feiras da semana. A origem da devoção no mês de março ao santo Patriarca é devida a pequenos impulsos provenientes de alguns livros que incentivaram a referida devoção e que encontraram ressonância nos fieis devotos. De fato, em 1802, foi impresso para uso da Confraria de uma paróquia de Modena-Itália, um opúsculo “O mês do Lírio, ou seja, o mês de junho consagrado a São José”. Um título estranho, assim como estranho foi o mês escolhido, mas foi o começo de uma prática devocional ao nosso Santo que perdurou mais de 200 anos.

     Contudo, o mês de março se impôs com a publicação em 1810, em Roma, do livro de Marconi intitulado “ O mês de março consagrado ao glorioso Patriarca São José, esposo da Virgem Maria para obter o seu patrocínio na vida e na morte”. São Gaspar Bertoni ficou entusiasmado com esse livro e procurou ler suas meditações durante toda a sua vida passando a recomendar e a celebrar os exercícios de piedade contidos nele, e, por fim, se preocupou com a edição deste em 1844.

     Em seguida, a prática do mês de São José foi aprovada e indulgenciada; primeiro com uma explícita referência de Pio IX, no dia 12 de junho de 1855; “sobre as virtudes do santo patriarca José ao dedicar-lhe o mês de março”, depois, no dia 27 de abril de 1865, com as palavras: ” para que aumente sempre mais a devoção para com o grande patrono celeste e para que este método de oração se propague mais facilmente e amplamente”; e com isso o papa concedeu indulgências a todos que praticassem o exercício de oração e virtudes em relação a São José durante todo o mês de março. O mesmo papa, no dia 4 de fevereiro de 1877, deu permissão para iniciar o mês de São José no dia 16 ou 17 de fevereiro e para terminá-lo no dia 19 de março, dia em que se celebra em toda a Igreja a festa do glorioso Patriarca.

     O papa Leão XIII, na encíclica “Quamquam pluries “ de 15 de agosto de 1889, lembra o salutar costume de dedicar o mês de março a São José com exercícios de piedade e o recomenda a todos os cristãos pedindo que se pratique ao menos um tríduo de oração por ocasião de sua festa.
     Por ocasião do cinquentenário da proclamação de São José como Patrono da Igreja, no dia 25 de julho de 1920, o papa Bento XV em seu Motu próprio Bonum sane pedia a todos os bispos para implorarem a ajuda de São José lembrando-lhes as várias maneiras de devoção dedicadas a ele, especialmente todas as quartas-feiras e o mês de março.

     Da mesma maneira o papa João XXIII, no dia 28 de fevereiro de 1962, lembrava que estava na vigília do mês de março e que este mês era dedicado de maneira particular a São José, guarda puríssimo de Maria e pai putativo do Redentor. Exortava, aos fieis a aproveitarem desta ocasião propícia para seguirem com assiduidade e devoção a pia prática do mês de março em honra a São José.

    O papa João Paulo II em sua exortação apostólica “Redemptoris custos” ensinou que São José é muito mais que uma “piedosa presença” no âmbito das devoções populares, pois ele teve a missão de servir diretamente a pessoa e a missão de Jesus mediante o exercício de sua paternidade, cooperando com o mistério da salvação da humanidade.

    Diante de lúcido pensamento, o mês de março se apresenta como uma oportuna ocasião para conhecer o guarda do Redentor e a ele tributar nossos louvores de devotos josefinos.

     Ainda no que diz respeito a prática da devoção a São José, é preciso dizer que os cristãos desde o século II celebravam os domingos referência a Páscoa e as quartas e sextas-feiras em referência ao dia a prisão e da morte de Cristo; inclusive estes dois dias da semana eram considerados dias de jejum. Mais tarde, a partir do monge Alcuíno, morto em 804, os dias da semana foram coligados com um mistério da salvação em referência a uma virtude ou a um santo e então a quarta-feira passou a ser ligada, dentre outras coisas, à virtude da humildade.

     O nome de São José era celebrado no dia 19 de março, segundo o Missal romano de Pio V, editado no ano de 1570, mas seu nome não era ligado às quartas-feiras. Foi com o jesuíta Paul Barry, que em 1939 publicou um livro sobre a devoção a São José que se consolidou o costume de dedicar um dia da semana a São José, mas este não foi a quarta-feira, mas o sábado. Para justificar essa prática o autor dizia de ”Destinar um dia da semana para honrar de maneira particularíssima São José, e o sábado parece o mais indicado de todos para que ele seja honrado conjuntamente com sua esposa no mesmo dia”. Esta ideia se difundiu, mas é preciso notar que em vários países havia uma corrente de pensamento que propunha a quarta-feira para honrar São José, e esta se tornou mais forte depois do ano de 1650, sem, contudo desaparecer a ideia da prática devocional nos sábados, sobretudo pela razão alegada de “não separar nas orações os esposos de Nazaré”.

     A confirmação da prática da devoção a São José nas quartas-feiras se consolidou, sobretudo pelos incentivos dos papas, como por exemplo, do papa Inocêncio XII que em 1695 concedia indulgências aos membros da Confraria de São José que visitassem na quarta-feira a igreja dos carmelitanos descalços em Bruxelas. Já o papa Bento XIV concedia aos carmelitas descalços da Catalunha em 1745, a permissão de celebrar uma missa solene de São José toda quarta-feira do ano. Da mesma maneira o papa Clemente XIV autorizava aos mesmos religiosos celebrar uma segunda missa solene aos fieis no mesmo dia. O papa Pio VII, em 1819, concedia indulgência para todas as quartas-feiras do ano a quem rezasse nestes dias as Dores e Alegrias de São José. No dia 5 de julho de 1883, o papa Leão XIII confirmava a quarta-feira como dia de São José em toda a Igreja com missa votiva correspondente. O papa Bento XV por ocasião do cinqüentenário da proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal enfatizava a importância da consagração de todas as quartas-feiras e dos dias do mês de março consagrados a São José.

     Juntamente com as quartas-feiras dedicadas a São José não faltou também, a partir de 1645, com o carmelitano Antonie de La Mère de Dieu, da região de Avinhão – França, a prática devocional “das quinze quartas-feiras” com meditações sobre os mistérios dolorosos e gozosos de São José. Em 1676 o carmelitano belga Ignace de Saint-François propôs a devoção “das sete quartas-feiras” em honra dos sete privilégios de São José. Esta prática foi incentivada e seguida por várias congregações religiosas. Por fim, Madre Marie-Marguerite de Valbelle no início de 1700, colocava para sua comunidade a prática da “primeira quarta-feira” do mês com o objetivo de obter do santo Patriarca a graça de uma santa morte. Esta prática foi acolhida por Bento XV com indulgência plena para todos fieis que cumprissem esse exercício de piedade josefina.

Pe. José Antonio Bertolin, OSJ

12 de Março - Oração a São José Composta por São Pio X

Indulgência de 300 dias se recitada uma vez ao dia


Glorioso São José, modelo de todos aqueles que são votados ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência para expiação de meus numerosos pecados; trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações; trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus; trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades; trabalhar, sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos desperdiçados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus, tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, Ó! Patriarca São José! Tal será a minha divisa na vida e na morte!
 Amém.


10 de Março - Início da Novena - Sobre o Cordão de São José

Cordão de São José


     O Cordão de São José teve sua origem na Bélgica, mais precisamente, na cidade de Anvers, onde se localizava o convento das Agostinianas. Conta-se que Sóror Isabel Sillevorts foi, em determinada ocasião, atacada do “mal de pedra”, sem que todos os recursos da medicina, empregados para curá-la, surtissem qualquer efeito. Devota de São José, Sóror Isabel, animada da mais firme confiança no Patrocínio deste Glorioso Santo, conseguiu que um Sacerdote lhe benzesse um cordão, cingindo-o à cintura, em homenagem ao grande Patriarca, abandonando, dessa forma, os recursos da terapêutica e iniciando, com todo o fervor, uma Novena de Súplica ao Esposo puríssimo da Virgem Maria, Mãe de Deus. Alguns dias depois, mais precisamente em 10 de junho de 1649, quando, entre fortes dores, fazia ao Santo as mais ardentes súplicas, Sóror Isabel se vê livre de um cálculo de dimensões muito grandes, ficando, assim, completamente curada. A repercussão do milagre foi muito grande e rápida, fazendo com que aumentasse, nos habitantes de Anvers, a devoção a São José, que já não era pequena. Em 1842, na Igreja de São Nicolau, em Verona, por ocasião dos piedosos exercícios do mês de São Paulo, foi esse fato publicado, causando grande repercussão e muitas pessoas enfermas cingiram-se com o cordão bento e experimentaram o valioso auxílio do Glorioso Patriarca, o Santíssimo José. O uso do Cordão de São José foi crescendo cada vez mais e, hoje, ele não é só procurado para alívio das enfermidades corporais, mas, também, e com igual sucesso, para os perigos da alma. Devemos, também, salientar que, o Cordão de São José é utilizado como uma arma poderosa, contra o demônio da impureza. Devido à sua comprovada eficácia contra os males corporais, espirituais e morais, a Santa Sé autorizou a Devoção do Cordão de São José, permitindo até que fosse usado pública e solenemente. Permitiu, também, a Santa Sé a fundação da Confraria e Arquiconfraria do Cordão de São José, elevando uma delas à categoria de PRIMÁRIA. Em setembro de 1859, dando provimento a uma petição do Bispo de Verona, a Sagrada Congregação dos Ritos aprovou a fórmula da Bênção do Cordão de São José.
     O cordão de São José deve ser feito de linho ou algodão bem alvejado. A pureza e a alvura desses materiais indicam a candura e virginal pureza de São José, Castíssimo Esposo da Virgem Mãe de Deus. Numa das extremidades leva sete nós que representam as sete dores e alegrias do Glorioso Patriarca. Por fim, deve ser bento com a bênção própria, por sacerdotes que tenham faculdades para isso.
     O cordão de São José, desde que esteja devidamente bento, pode ser usado cingido à cintura (o cordão maior) sobre ou abaixo da roupa, pulso (o cordão menor), pode, também, ser usado no carro, nos livros escolares, na carteira de documentos, na carteira de motorista, no travesseiro etc. Pode, também, ser colocado na cabeceira da cama ou bem guardado, para, por ocasião de dores ou sofrimentos físicos, aplicá-lo com fé e confiança na parte enferma do corpo, como se costumam fazer com medalhas.
Quem usa habitualmente o cordão de São José recebe a graça da boa morte.
Quem traz constantemente o cordão consigo tem a proteção, especialmente na guarda e defesa da sublime virtude da Castidade, em qualquer de seus três graus e categorias (castidade dos esposos, dos solteiros e dos consagrados).
     É de surpreendente efeito para as gestantes, que o levam cingido, protegendo-as em perigo de aborto, nos partos difíceis, etc., como o atestam centenas de testemunhos.
   Deve-se rezar diariamente 7 Glórias em honra das dores e alegrias de São José, ou qualquer outra oração a São José.
     O Papa Pio IX enriqueceu esta fácil e benéfica devoção, com várias indulgências plenárias e parciais.

Dias nos quais se lucram indulgências plenárias trazendo consigo o
Cordão de São José



  • No dia do recebimento do Cordão;
  • No Natal (25/12);
  • Na Festa de Nossa Senhora Mãe de Deus e Circuncisão (01/01);
  • Na Festa de Reis (06/01);
  • Na Festa dos Esponsais de São José (23/01);
  • Na Festa de São José (19/03);
  • Na festa de São José Operário (01/05);
  • Na Festa da Assunção de Nossa Senhora (15/08);
  • Na Festa do Imaculado Coração de Maria (22/08);
  • Na Festa da Páscoa;
  • Na Festa da Ascensão;
  • Na Festa de Pentecostes;
  • Na Festa de Corpus Christi;
  • Na Festa do Sagrado Coração de Jesus e
  • Em perigo de morte.

Condições para ganhar as indulgências plenárias


a) Confissão;
b) Comunhão;
c) Um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória ao Pai, nas intenções do Santo Padre o Papa.

9 de Março - Mês Dedicado a São José

Da Jornada que São José fez a Belém com a Virgem
Para Obedecer ao Edito de Cesar

FONTE

              Havia já a soberana Senhora chegado ao nono mês da maravilhosa Conceição do Verbo Divino, quando se publicou em Nazaré a notícia de que mandava Cesar Augusto, imperador segundo dos romanos, que naquele tempo regia grande parte do mundo conhecido, e gozava de suma paz no seu império, que todos os seus vassalos se alistassem naquelas cidades onde tinham sua origem, a fim de pagarem certo tributo em sinal de reconhecimento e vassalagem.
            Remeteu o Imperador esta ordem a Quirino, Governador da Síria, o qual, por edito público, a fez promulgar em todas as províncias da sua jurisdição.
            Para obedecer pronto a este decreto, viu-se São José obrigado a passar a Belém, que era o solar de toda a estirpe régia de Davi, donde o Santo procedia.
            Este era o ambicioso projeto do Imperador Augusto; mas a providência incompreensível de Deus dispôs que juntamente fosse Maria Santíssima, não sendo obrigada, com seu esposo São José, não só para que ali nascesse o Verbo Divino humanado, segundo a profecia de Miquéias, que no capítulo 5, versículo 3, claramente anunciara que o Messias havia de ter Belém por pátria, mas para ficar por aquele meio descrito, nos fatos romanos, a família e progênie de Jesus Cristo enquanto homem, de cujo assentamento se valeram São Justino Mártir e Tertuliano para convencerem os ímpios.
            Distava Belém de Nazaré trinta léguas com pouca diferença, indo a Virgem Maria montada em um jumento, que São José guiava, e acompanhados de um boi, para suprir com a venda da carne do mesmo os gastos do tributo e da viagem e para solenizar o dia em que nascesse feito homem o Primogênito do Pai Eterno, distribuindo-a pelos pobres.
            Seriam cinco horas da tarde do dia quinto da sua jornada, quando São José e a Virgem chegaram a Belém, e entrando na cidade para buscarem abrigo, e descansarem de tão larga viagem, não foi possível achar aposento. Seguia a honestíssima Rainha e seu Esposo, de porta em porta, procurando agasalho entre o tumulto de muita gente que ali havia concorrido para obedecer ao Decreto do Imperador romano.
            Caminhando pela cidade, chegaram à casa onde estavam os oficiais do registro público, e ali se alistaram e pagaram o competente tributo. Logo prosseguiram em sua diligência, buscando cômodo em outras muitas casas, mesmo de parentes e amigos, e em todas respondiam ao pacientíssimo São José, como diz São Lucas, que não havia lugar para se hospedarem.
            Grande foi a aflição da Senhora, vendo-se entre tanta multidão de gente contra o seu gênio modesto e retraído; porém, o Santo e fidelíssimo São José sentia muito mais aquela extrema impossibilidade, em que se via, de não poder acomodar sua Santíssima Esposa, donzela tão delicada, que ainda não tinha feito quinze anos, a quem ele amava, e venerava sobre tudo, vendo estar tiritando, em uma noite tão fria, a formosura dos Anjos, exposta a todos os rigores do tempo, sem descanso, sem casa, sem abrigo; mas, sem dúvida, não foi pequena a glória para o nosso Santo achar-se entre as trevas da noite, aspereza da estação, desprezo dos parentes, e, desamparado dos amigos, ser ele só o único e fiel amparo e consolação da Rainha dos céus e Senhora do mundo.
            A ingratidão dessa gente deu motivo a que São José e sua Esposa para sair da cidade e procurarem uma caverna, que estava junto aos muros, para a parte do Oriente, na qual, como receptáculo comum, costumavam albergar-se os pastores e pobres peregrinos. Esta concavidade estava aberta no penhasco, e a ela seguia-se outra que servia de redil com uma manjedoura feita na mesma penha.
            Uma vez entrados, os santos Esposos puseram-se de joelhos, dando graças ao Senhor pelos altos juízos, com que dispunha os seus Mistérios, e logo começaram ambos a limpar a gruta com grande e santa emulação. São José acendeu uma pequena fogueira porque o frio era grande, e acercaram-se dela para receber algum calor, e do pobre sustento, que levavam, comeram, ou cearam com incomparável alegria de suas almas. Depois deram graças a Deus, e a Virgem rogou a seu Esposo José que se recolhesse a descansar e dormir um pouco, pois já era alta noite.
            Nessa ocasião, entra também a Virgem em êxtases e, de repente, radiante de felicidade, aperta nos braços contra o peito um menino, seu filho. Veio, como vêm os raios do sol, como a luz atravessa o cristal e o ilumina com seus raios, fazendo sobressair a sua transparência e pureza.
            Pura, sem mácula, antes do parto, pura e sem mácula ficou depois.
            Voltando a si do êxtase, ouviu São José o vagido de uma criança e correu pressuroso para junto de sua Virginal Esposa, encontrando-a com seu divino Filho nos braços.
            Foi São José o primeiro homem que mereceu e gozou, neste mundo, ver, com os próprios olhos, nascido o que não tem princípio, o imenso reduzido a lugar, o resplendor do Pai Eterno disfarçado na fraqueza humana.
            A Virgem depôs seu divino Filho sobre as palhas da manjedoura, tendo por travesseiro uma pedra que cobrira com panos e que ainda se mostra na Terra Santa e é reverenciada e beijada, com devotas lágrimas, pelos peregrinos.
            Junto estavam o jumento em que tinha viajado a Virgem e o boi que os Sagrados Esposos levaram para festejar o nascimento, e que com seus bafos aqueciam o divino recém-nascido. Sendo muito o frio, a Virgem Maria cobriu o tenro corpo do Menino com o seu véu, e São José com a sua capa.
            A alegria e júbilos que teria a soberana Senhora com o nascimento de seu amado Filho, não há entendimento ou língua que o possa compreender ou declarar vendo a Deus incriado nascido no tempo, ao Deus imenso e insensível apertado em seus braços, já adorando-o como Senhor, já beijando-o como Menino; e sendo também incompreensíveis as consolações celestiais, que, nesta ocasião, recebeu o bem-aventurado São José. Alegrava-se o Santo, vendo aquela joia divina, que o Pai Eterno lhe havia confiado, e considerando-se enriquecido com tão altos títulos de que Deus o havia feito participante na pessoa de seu Filho, repartindo com ele a dignidade real e fazendo-o não só guarda, aio e camarista do Rei da Glória, mas também pai legal por o haver adotado como Filho, e Filho de sua Esposa, gerado por obra e graça do Espírito Santo.
            Alegrava-se pelos bens incomparáveis de sua Esposa, tomando em seus braços a Jesus, doce prenda, em que estava recopilada toda a onipotência do Pai Eterno, que, ainda que pequenino no corpo, não só enchia todo o mundo, mas vinha para o reparar.
            Alegrava-se e também se confundia, vendo que, no segredo desta dignidade suprema de pai de Cristo, que o Altíssimo lhe concedera por um privilégio de graça mui especial, não só ficara excedendo a Patriarcas, Profetas, Evangelistas e Apóstolos, mas a todas as criaturas até as angélicas, pois que a Mãe e o Filho de Deus, elegendo-o para esposo e pai, quiseram, de algum modo, ser menos que ele.

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado. Livraria Francisco Alves. 1927.

8 de Março - Mês Dedicado a São José

Vida de São José com a Virgem Maria na casa de Nazaré
       
FONTE
      Após as cerimônias do matrimônio, começou São José a preparar sua casa com aquele incomparável contentamento que recebeu na posse e companhia da soberana Senhora, na qual notava os tesouros imensos das excelências e virtudes que Deus tinha depositado em seu coração.
       Notara a providência solícita, que aplicava ao bom governo da sua casa; o alinho, a limpeza e o asseio dela, exercendo as ocupações domésticas com tal perfeição, como se toda a vida as tivera usado. Experimentava a contínua caridade com que o tratava, como se de outra coisa não cuidasse; e de tal maneira se empregava nas obras ativas, que não faltava as da religião e contemplação, concordando, sem faltar à gravidade decente e humildade profunda, a temperança prudente com a penitência exata, e assim nas demais virtudes.
            Tudo isto causara no venturoso Santo tão grande admiração e reverência, que a terra, que a Virgem pisava, tinha por digna de veneração, observando, interiormente, maravilhosos efeitos da companhia de tão santa Esposa, assim nos afetos da pureza, como no desprezo eficaz das coisas terrenas e mundanas. Causara-lhe a formosura da Virgem tantos motivos de perfeição e efeitos de virtude, que andava o bem-aventurado José todo espiritualizado, parecendo-se com aquela sarça ardente que admirou Moisés no monte Horeb, a qual ardia e não se queimava, fazendo também em 
si possível o que Salomão teve por dificultoso, que era poder alguém trazer fogo no seio sem se abrasar, isto é, habitar um homem moço com sua esposa donzela e formosa, conservando o mesmo estado virginal juntamente com o matrimônio. Esta dificuldade da fraqueza humana venceu o nosso Santo, que, com estar casado com a mesma beleza e formosura, vivendo e comendo na mesma casa com a Virgem, procedeu com tanta pureza, que não teve lugar em seu peito nem ainda um pensamento que não fosse reto e puro. Verdade seja que estava a Virgem cheia de castidade tão intensa e eficaz, que movia os corações de todos à pureza de pensamentos.
            Para corroborar mais esta pureza, em que ambos os Santos esposos desejaram permanecer heroicamente cândidos, renovaram o voto de virgindade que tinham feito, e, nesta conformidade, suplicou logo a Virgem ao Altíssimo o aumento da graça para seu Esposo, e o Senhor, condescendendo propício a tão humildes rogos, operou no espírito de São José efeitos tão divinos, que não podem reduzir a palavras. Infundiu-lhe de novo perfeitíssimos hábitos de todas as virtudes, e o confirmou em graça por modo admirável, ficando o Santo Esposo na virtude de castidade em grau mais excelente que a pureza dos Serafins.
            Quão profundamente devia estar radicada em São José aquela virtude, para conviver diariamente com sua esposa a Virgem das virgens! A virgindade, a mais nobre de todas, a mais zelosa e delicada, e tal, que toda se turbou, quando houve de falar só com um Anjo porque o viu em forma de homem! Por outro princípio, devia São José com tal cautela ser custódia de tal virgindade, que havia de dar, exteriormente, a entender ao mundo o contrário, para que o parto santíssimo de Maria não fosse reputado ilegítimo, e a Mãe não arriscasse a vida e a reputação. De quanta prudência, pois, devia ser dotado São José para negócio tão difícil? De quanta circunspecção, de quanta capacidade, de quanta advertência, de maneira que tratasse com a Virgem por um modo que lhe mostrasse uma segurança de amante Esposo, e lhe tivesse um reverente respeito de pessoa estranha?
            Basta dizer que chegou a tanto o seu prudentíssimo trato que pode enganar o próprio demônio.
            Desta forma, reduzido ao mais puro exemplar de candura, dispôs-se o venturo São José a viver na companhia de sua puríssima Esposa com uma união sociável a mais perfeita e excelente. Oh que amor tão doce, tão verdadeiro e inseparável, unido com o maior vínculo do amor divino! Guardaram-se neste santo Matrimônio os ápices da perfeição, e esta união de pensamentos e semelhança de virtudes e costumes foi a primeira base em que o Espírito Santo estabeleceu a vida conjugal dos santíssimos Esposos com as consequências que pondera São Bernardino de Sena, dizendo:
            “Por atenção e respeito à Santíssima Virgem, foi preciso que este Varão fosse de maravilhosa graça e virtude, principalmente em três coisas: na união matrimonial, convivência contínua e administração solícita”.
            “O certo é que a honra, que o ditosíssimo José recebia da Rainha do céu, foi tão grande, que a podiam cobiçar os Serafins, segundo a veneração com que o tratavam, como a quem Deus havia constituído cabeça e príncipe da sua casa, chamando-lhe Senhor, do que admirado o devotíssimo Gerson exclamou: “Ó admirável alteza tua, José! Ó dignidade incomparável! Que a Mãe de Deus, a Rainha do céu, e Senhora do mundo não julgasse coisa indigna da sua grandeza chamar-te Senhor!”.
            Diz um cronista da Virgem que, “não obstante ser São José santo e reto, depois que se desposou com a soberana Princesa, se deixava respeitar e servir dela, guardando em tudo a autoridade de cabeça e de varão, ainda que a temperava com a rara humildade e prudência, à imitação dos Padres antigos e Patriarcas, de quem não devia degenerar, para que as mulheres fossem obedientes e sujeitas a seus maridos. E a Senhora – conclui – o servia com incomparável respeito e prontidão, e muitas vezes de joelhos. Servia-o à mesa, dava-lhe o lugar para se assentar, trazia-lhe a comida, administrava-lhe a bebida, e depois disso lhe mandava São José que se assentasse”.
            Ó incomparável regalia de São José! Como dignos exemplares dos bons esposos, eram ambos solícitos no trabalho, tudo fazendo por suas mãos, não só para não comer o pão ocioso, mas para que, à custa do seu suor, pudessem remediar a pobreza. De todos os bens, que herdaram de seus pais, e de seu patrimônio fizeram depositário os pobres e herdeiro a Deus, reservando unicamente para si a casa, em que a Virgem havia nascido e seus pais lhe deixaram, com alguns pobres móveis, sem os quais não se podem acomodar à vida comum de família.
            Estava a humilde, porém ditosa casa, habitação dos dois Esposos, repartida em três aposentos: em um dormia São José, que talvez, para imitar o rigor de seu bisavô Jacó, repousasse sobre a dura terra com uma pedra à cabeceira; em outro trabalhava e tinha os instrumentos de seu ofício; no terceiro assistia e dormia a Rainha dos céus em uma cama feita pelas mãos do Santo, e, sem criado ou serva, derribavam esses valorosos desposados, com dois golpes, o poder do reino da carne e do mundo, desprezando deleites e riquezas, para voarem, sem embaraços, pelo caminho das virtudes; e porque haviam de ser pais de Cristo, que foi pobre e elegeu os pobres, ganhavam o alimento com o trabalho de suas mãos em uma honestíssima pobreza. Desta maneira, ainda que Nazaré admirava as resplandecentes virtudes dos virginais Esposos, ignorava, contudo, o tesouro encoberto, que possui neles.

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado. Livraria Francisco Alves. 1927

7 de Março - Mês Dedicado a São José

Como São José conheceu a misteriosa
Conceição do Verbo na Virgem, e não a quis receber em Matrimônio;
Declaração do Anjo ao mesmo Santo
            De volta a Nazaré, foram se acentuando os sinais da maternidade na Virgem Maria. Como Deus salvaria a honra de sua virgindade, perante os homens e aos olhos de São José? Este pensamento teve a Virgem Maria, mas o que teria sido uma angústia para uma alma de natureza vulgar, preocupada consigo mesma, não podia perturbar a serenidade daquela que tinha dito: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”. – Os que se reconhecem instrumentos de Deus e se entregam a Ele na plenitude da fé, põem n’Ele toda sua confiança. Maria, diz Bossuet, entregou-se a Deus e permaneceu em paz.
            São José que não tinha sido iniciado no mistério do qual a Virgem Maria, por humildade e reserva, guardara o segredo, percebeu o seu estado. As aparências levariam a crer na infidelidade, mas o respeito à sua virtude afastava toda a suspeita. Não podendo penetrar nos desígnios de Deus, ele estava perplexo e na dúvida de recebê-la em matrimônio, isto é, de recebê-la em sua casa, para conviver com ela. Em sua justiça humana, tomou o partido que lhe pareceu melhor, qual o de afastar-se da cidade, fugindo daquele lugar para não denunciá-la, o que era obrigado a fazer pela lei.
            São José, em vez de fazer juízo temerário, via e ouvia o que se passava, sem dizer coisa alguma contra a Virgem Maria, tornando-se por isso o defensor da boa reputação, entre os cristãos.
            Versado como era nas sagradas escrituras e com a ciência infusa, lembrou-se que os Profetas asseguraram que uma Virgem seria a Mãe do Messias e então, em sua humildade, pensara: Ah! Que sou indigno; é preferível que me afaste secretamente por causa da minha indignidade e que não habite em sua companhia.
            Deus, porém, não quis deixá-lo neste estado por muito tempo. Uma noite, o Anjo do Senhor, o mesmo que lhe ordenou que comparecesse ao Templo e aceitasse a Virgem Maria como esposa, apareceu-lhe durante o sono e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por tua mulher: porque o que nela se passa é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e o chamará – Jesus (Salvador) – porque Ele há de salvar o seu povo dos seus pecados”.
            E tudo isto aconteceu, para que se cumprisse o que disse o Senhor pelo profeta: “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho. E chamarão o seu nome Emmanuel, que quer dizer: Deus conosco”.
            Certificado assim São José pela revelação do Anjo na evidência do mistério, despertou com o espírito sereno e cheio de incomparável júbilo, conheceu, manifestamente, a excelência de sua puríssima esposa, a quem reputou por Mãe verdadeira do mesmo Deus, dispondo-se, com o mais profundo desvelo e afeto, a servi-la e venerá-la, e nela ao mesmo Senhor, que trazia em seu virginal seio! Logo convocando os seus amigos e parentes, para a celebração das cerimônias externas a que os judeus chamavam casamento, recebeu-a como sua esposa; e viveram sempre como irmãos.

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado. Livraria Francisco Alves. 1927.

6 de Março - Mês Dedicado a São José

Encarnação do Verbo Divino e Visita da Virgem Maria à Sua Prima Santa Isabel
                        Corria o quarto mês depois dos Desposórios, quando o Senhor, encontrando na puríssima Virgem todas as virtudes heroicas correspondentes ao seu agrado, quis estender o braço da Onipotência à maior de suas obras, dispondo a Encarnação inefável do Verbo Divino no virginal seio de Maria Santíssima.
            Para isto, entrando já o tempo alegre da primavera, a 25 de Março, enviou Deus o Arcanjo São Gabriel por embaixador de tão alto mistério, o qual por sua natural sutileza, penetrando a clausura da porta, apareceu, em forma humana e refulgente, à ditosíssima Virgem, que estava só e recolhida, orando no cubículo interior da sua pobre casa de Nazaré. Saudou-a com uma profunda veneração e com termos mui novos e especiais, como a sua Rainha e Senhora, em quem adorava os mistérios altíssimos de seu Criador. Deu-lhe a saber que o Verbo Divino tinha resolvido tomar a forma de homem para remir e salvar a humanidade e a tinha escolhido para sua Mãe augusta, ficando sem detrimento, antes muito mais pura, a sua virginal integridade, concorrendo para isso a virtude do Espírito Santo, que também era a do Altíssimo.
            Ouvindo a Virgem o que lhe anunciava o Anjo, se turbou, e ele, para alentar a sua humilde modéstia e corroborar a sua fé na Onipotência divina, lhe advertiu que sua prima Isabel também havia concebido um filho sem embargo de a ter posto a natureza em esterilidade e os anos em velhice.
            Confortada a Virgem com as palavras do Anjo, e esperando este pela sua resposta e consentimento, pôs a Rainha dos céus os joelhos em terra e, erguendo o coração e as mãos a Deus, aniquilando-se diante dele, disse, com profunda humildade: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra; e no mesmo instante, por virtude do Espírito Santo, concebeu Maria Santíssima em seu puríssimo seio ao Filho de Deus, dignando-se o Verbo eterno, sem horror, de trocar o seio celestial do Pai pelo sagrado seio virginal de sua Mãe, passando a Virgem Maria de consorte de um pobre carpinteiro a ser Esposa do Arquiteto do Céu, como ponderou Santo Agostinho.
            Há dúvida com relação à hora em que se realizou essa divina embaixada, se pela manhã, ao meio dia ou à tarde, nascendo daí o louvável costume que a Igreja tem em dizer àquelas horas a saudação angélica da Ave Maria. Pensam alguns que fora à meia noite em ponto.
            Executado o profundo mistério da Encarnação do Verbo, e certificada a soberana Virgem pela embaixada do Anjo de que Santa Isabel, sua prima, havia já seis meses, gozava a milagrosa fortuna da fecundidade, concebendo também um filho, que seria grande diante de Deus e dos homens, resolveu, inspirada pelo Espírito Santo, ir visitá-la imediatamente, porque entendeu ser este o beneplácito do Altíssimo, o qual, com a presença do Verbo eterno, queria santificar esse filho, sendo esse um dos principais intentos desta visita.
            A Virgem Maria partiu, pois, a 28 de Março para a cidade de Karem, onde residia sua prima, indo acompanhada de alguma parenta ou amiga, ou fazendo parte de alguma caravana, tendo de percorrer trinta léguas até as montanhas da Judéia, por caminhos ásperos e fragosos.
            Chegada à casa de Santa Isabel foi recebida por ela com a saudação: “Bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre. Donde me vem a honra de ser visitada pela Mãe do meu Senhor. Porque mal a vossa saudação me feriu os ouvidos, a criança que eu trago, estremeceu. E bem-aventurada sois vós que crestes, porque se hão de cumprir aquelas coisas que vos foram ditas da parte do Senhor”.
            A Virgem Maria, ao ouvir a saudação de Santa Isabel, deixa transbordar seu coração e entoa esse admirável cântico de profissão de fé, hino de humildade de gratidão, profecia do futuro – o Magnificat.
            Sucedeu esta misteriosa visita poucos dias depois da Encarnação do Verbo, pelos fins de Março, ou princípios de Abril, mas a Igreja determinou que se celebrasse esse mistério a 2 de Julho, porque, realizando-se a festa da Encarnação em tempo de Quaresma, em que a Igreja está toda ocupada em celebrar a Paixão de Jesus Cristo, não era próprio, nem justo celebrar com galas esse acontecimento.  A estada da Virgem Maria em casa de sua prima Santa Isabel foi de perto de três meses, e os documentos evangélicos levam a crer que não assistira ao nascimento de São João Batista por dizer São Lucas que ai estivera perto de três meses e não três meses como seria preciso para completar os nove da gestação de Santa Isabel, e por mencionar sua volta a Nazaré antes do nascimento de São João Batista e mesmo pelo decoro e pudicícia da Santa Virgem.


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Fonte: A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado. Livraria Francisco Alves. 1927.

5 de Março - Mês Dedicado a São José

Desposórios Misteriosos do Bem-Aventurado São José com a Puríssima Virgem Maria

            Estando próximo o feliz tempo da Redenção humana, ardentemente suspirado por tão dilatados séculos, ordenou Deus que Maria Santíssima tivesse por esposo a São José. Convinha que assim fosse por muitas razões misteriosas e oportunas, referentes ao crédito do Verbo Divino, à nossa utilidade e a outros fins ocultos.
            Havia onze anos que a Santíssima Virgem estava consagrada a Deus no Templo de Jerusalém, para onde fora desde o terceiro ano de sua idade. Apresentada por seus ditosos pais Joaquim e Santa Ana, ali se havia despedido de todo o comércio humano, transformada no amor casto e puro daquele Sumo bem, que nunca desfalece, e a quem de todo o coração só desejava ter por Esposo, repetindo para esse fim o voto expresso de castidade inviolável, que, antecipadamente, lhe havia feito; porém, a tão impensado preceito resignada a prudentíssima donzela na mais heroica obediência, suspendeu o seu juízo, e só o teve em esperar e crer melhor, que o Patriarca Abraão, na esperança contra a esperança. Era costume e instituição do Templo que ao chegarem as Virgens que nele se educavam, à idade competente de poderem casar, serem mandadas aos Sacerdotes ou para casa de seus pais para tomarem estado, ou do mesmo Templo, com o seu consentimento, saírem casadas; e, como à Santíssima Virgem lhe haviam falecido seus ditosos pais, e ela já contava quatorze anos, idade competente para o matrimônio, consultaram os Sacerdotes com os seus parentes o que deviam fazer e, por inspiração divina, escolheram a São José para seu Esposo. Ao mesmo tempo que a Virgem Santíssima se ocupava em suplicar a Deus, falara o Altíssimo ao interior do Sumo Sacerdote Abiathar, mandando-lhe que se ocupasse com o casamento da Virgem Maria, filha de São Joaquim e Santa Ana, por quem tinha especial cuidado e grande amor. O Sumo Sacerdote já havia intimado a Virgem a cumprir o uso do Templo e costume do povo, mas pela reposta que lhe dera a incomparável donzela, de ter feito voto de perpétua virgindade, e estar por seus pais consagrada para servir a Deus naquela clausura sem limitação de tempo, se achava embaraçado e confuso; pois, de um lado, estava a obrigação do voto e, de outro, o receio de quebrar o antigo costume fundado na Lei.
            Nesta colisão, ordenou orações a Deus, para que inspirasse o que se devia fazer e a Virgem não cessava de pedir ao Senhor que a conservasse no estado virginal, tendo aviso do céu que o se propósito estava a cargo de Deus e que fizesse o que o Sumo Sacerdote ordenasse.
            Nesta mesma ocasião, ouviu-se uma voz que saiu do Propiciatório (lâmina de ouro na Arca do Testamento, donde se ouvia a voz de Deus) do Templo que dizia assim: É tempo que se realize o oráculo de Isaías: “Sairá uma haste da raiz de Jessé e uma flor desabrochará desta haste. Que todos os membros da família de Davi deponham uma haste de amendoeira no Templo. Aquele a quem pertencer a haste que florir e sobre o qual o Espírito de Deus vier repousar sob a forma de pombo, deverá ser o esposo da Virgem”. A ordem do Senhor foi publicada por arautos, ao som da trombeta sagrada, por todo o país de Judá, e todos os jovens da família de Davi (em número de 23) se apresentaram. Depois que cada um colocou a vara no altar do Propiciatório, foram oferecidos sacrifícios a Deus que fez florescer a vara de Aarão, para que renovasse esse prodígio.
            O Sumo Sacerdote saiu do Santo dos Santos e declarou que nenhuma das varas florescera, a não ser a de Agabo que, por meio de mágicas, fizera florescer a sua, cujas flores logo se estiolaram, mas que faltava um dos descendentes de Davi, chamado José, e ordenou que o fossem buscar.
            Habitava São José só numa pequena casa em Tiberíades, na margem do lago e, estando construindo um oratório, o Anjo lhe apareceu e disse que interrompesse o trabalho e que, como outrora tinha Deus confiado o seu homônimo, o patriarca José, a administração do trigo do Egito, assim o celeiro que continha a colheita da salvação lhe seria confiado.
            São José não compreendeu essas palavras e continuou a orar pelo advento do Messias, quando foi chamado ao Templo.
            São José, em vista do seu voto de virgindade, não queria comparecer e só o fez depois que o Senhor, aquém implorara, manifestou a sua vontade no sentido de se apresentar, aceitando a mão da Virgem Maria e tornando-se o guarda de sua inviolável virgindade. Comparecendo São José, a prova foi renovada e sua haste floresceu e, ao ser-lhe entregue, um pombo esvoaçou por sobre sua cabeça. São José era um varão de quarenta anos, formoso como vimos e duma disposição corpórea muito elegante.
            Foi santificado antes de nascer, nunca tendo pecado mortalmente, era virgem e tinha feito voto de virgindade, que o Espírito Santo lhe certificou que não perderia, por ter Maria Virgem também feito.
            Assim a desposou só para a servir, e por obediência a Deus. Ao saberem do voto um do outro, ambos ficaram muito alegres e, no dia seguinte, foram celebrados os esponsais, tendo a Virgem quatorze anos e São José quarenta.
            O ato era solene e constava de três cerimônias. A primeira consistiu em São José entregar à sua divina Esposa, como era costume entre os noivos, em sinal de estreita união de seus corações, um anel, no qual estava engastada uma pedra preciosa e provavelmente também esculpida em hebraico a palavra Mazal, que quer dizer – boa fortuna, ou boa estrela, e nunca mais bem verificada que em semelhante desposório.
            Na segunda cerimônia foi o glorioso Santo cobrir com parte de sua capa, reverentemente, a beatíssima Virgem, como fórmula e rito daquele ato, em demonstração de mútua fidelidade e proteção recíproca dos desposais. A terceira cerimônia se colige do Livro de Tobias, onde, no capítulo 7º, se escreve que Raquel, quando entregara sua filha Sara a Tobias para sua esposa, pegando Raquel na mão direita da filha e na de Tobias, disse: O Deus de Abraão, e o Deus de Isaac, e o Deus de Jacó seja convosco, ele vos ajunte e lance sobre vós a sua benção; de cujo texto e cerimônia usada entre os hebreus é crível e provável que os Sacerdotes do Templo se servissem nos felicíssimos desposórios do casto Esposo com a puríssima Virgem. Sendo dada finalmente a benção sacerdotal, segundo o costume hebraico, partiram os felicíssimos Esposos para Nazaré, pátria de ambos, indo a Virgem para a casa que herdara de seus venturosos pais, onde permaneceu um ano separada de São José, ocupando-se na confecção de seu enxoval até se realizar o matrimônio judaico que consistia na vida em comum dos esposos.
            Os judeus distinguiam no enlace matrimonial a promessa, os esponsais e o casamento. A primeira fazia-se nos primeiros encontros, seguindo-se depois os esponsais, que duravam um ano, durante o qual a jovem preparava seu enxoval e reunia seu dote, sendo finalmente recebida em casa do esposo pelo matrimônio. Tinham, portanto, significações diferentes das que chamamos casamento, e o que eles chamavam casamento era apenas uma solenidade externa, uma formalidade legal da habitação conjunta do casal.
            Celebrado tão misterioso ato, se contraiu entre os Santos Esposos, São José e a Virgem Maria, não só um verdadeiro e legítimo casamento, porém o mais perfeito e quase celeste, sem que o voto de virgindade, que havia entre os contraentes, prejudicasse a essência do vínculo daquelas duas vontades mais puras unidas em um só querer; pois, como diz o Doutor Angélico, foram ambos os Esposos certificados por Deus de sua perseverança e integridade do voto; e acrescenta São Francisco de Salles que, sendo São José vigilantíssimo em guardar suas virtudes debaixo da chave da humildade, tinha um particular cuidado em ocultar a preciosa pérola da sua virgindade, e que por isso consentira no Desposório com o fim de que nenhuma pessoa a pudesse conhecer e ficar assim mais oculta. Neste sagrado e estreito vínculo, é certo que Maria Santíssima recebeu um Esposo, que foi o Custódio e o Protetor da sua honra e da sua pureza; um Esposo o mais idôneo, que entre todos os filhos de Israel escolheu o Altíssimo com vigilante cuidado: um fidelíssimo guarda da Joia mais preciosa, particularmente engastada no coração do Senhor; sendo o ditoso São José elevado à mais sublime fortuna e suprema dignidade, que se pode imaginar neste mundo. Recebeu São José por sua legítima Esposa a Virgem Maria, Senhora tão incomparável e excelente, que só Deus é maior que ele. Não pode haver elogio, por maior que seja, que comparado com esta dignidade, não seja muito diminuto. Mais alta nobreza adquiriu São José desposando-se com a Santíssima Virgem, que toda a que herdara de seus régios e ilustres progenitores; pois, sendo a Senhora rainha dos céus, da terra e de todos os santos, São José foi diretamente promovido às grandezas, honras e títulos supremos, a que a fortuna régia costuma elevar. Basta dizer que o bem-aventurado São José desposou a imaculada Virgem Maria, Rainha e Senhora soberana de todas as criaturas, para se verificar nele a participação de toda a enchente de virtudes e felicidades. Oh que divina união (exclama São Francisco de Salles) entre a Virgem Maria e o Glorioso São José! União, que bastou, para que o Bem dos bens eternos, Cristo Senhor nosso, pertencesse a São José, assim como pertenceu à sua Esposa, segundo a graça que o fez participante de todos os bens de sua amada.
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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado - Livraria Francisco Alves, 1927