Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
DIA 20
Segundo motivo: O serviço que prestamos a nós mesmos
1º. Adquirimos um protetor certo no Céu. A alma que nossas orações
tiverem libertado, contraiu para conosco, só pelo fato de seu resgate, uma
estrita obrigação de reconhecimento; primeiro, diz o padre Faber, pela glória
da qual lhe antecipamos a hora; depois, em razão dos horríveis sofrimentos aos
quais a arrancamos; assim, é para ela um dever obter-nos incessantes graças e
bênçãos. No Céu também se ama e se é reconhecido!
E não é somente essa alma
que fica reconhecida, é seu anjo da guarda também, é a Santíssima Virgem a
quem essa alma era consagrada, é o próprio Jesus que a nossas orações deve o glorificá-la mais cedo. — E o anjo da guarda, e Maria e Jesus, também eles nos
testemunham sua alegria com benefícios novos.
2º. — Constituímos no Céu um representante nosso que, em nosso
nome, adora, louva e glorifica o Senhor. — Aquele que serve a Deus na terra,
nunca está satisfeito; não sabe, não pode amar como deseja e sente a
necessidade de fazê-lo; mas, se libertou uma alma do Purgatório, oh que
alegria, que consolação a de poder dizer: Uma alma santa que ama perfeitamente
a Deus, foi amá-lo por mim; e, enquanto eu estou na terra ocupado, nas funções
e trabalhos da vida, talvez até esquecendo-me de Deus, lá no Céu ela, talvez
muitas, sem interromperem um só momento seu cântico de amor indizível, adoram,
glorificam a majestade e a beleza do Altíssimo, e fazem-no em meu nome!
3º. — Constituímos protetores nossos as almas por quem oramos. O
ensino comum dos teólogos é que, não podendo as almas do Purgatório orar
eficazmente por si, podem, todavia, alcançar graças para nós, «São santas, diz
Suarez, caras a Deus; a caridade leva-as a nos amar… Por que não intercederão
conosco, mesmo quando expiam por si? É o que se dá conosco sobre a terra, pois
que, embora devedores em relação a Deus, não hesitamos nunca em rogar pelo
próximo.»
Pode-se, portanto,
invocá-las nas necessidades, nos perigos, nas inquietações. Os fiéis o praticam
habitualmente e há poucas almas piedosas que não possam dizer: Quando tenho
pedido alguma graça pelas almas do Purgatório, é raro que não a tenha
alcançado.
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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia