Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
DIA 29
DIA 29
II. Reparar os pecados pela
penitência
Santa Brígida viu, um dia,
ante o Soberano Juiz, uma alma do Purgatório, que estava trêmula e confusa e a
quem era intimada que declarasse publicamente os pecados que não tinham sido
seguidos de penitência suficiente e que lhe haviam merecido a punição que
sofria.
A alma exclamava com uma
voz que cortava o coração: Infeliz de mim, infeliz! — e em soluços, fazia a
enumeração de tudo o que a manchava e prendia tão longe do Céu.
Não reproduziremos essa
visão, mas dela extrataremos a relação das principais faltas que, como vermes
roedores, torturam uma pobre alma do Purgatório.
«Perdi meu tempo, esse
tempo bem precioso do qual todos os momentos podiam servir para expiar meus
pecados, praticar uma virtude, merecer o Céu: eu o perdi em conversações
fúteis, em ocupações banais e sem objeto, em leituras recreativas demasiado
prolongadas; — é por isso que sofro!
Esqueci por negligência
minhas penitências sacramentais: as fiz mal por dissipação, e aceitei-as sem
espírito de fé: — é por isso que sofro!
Caí em murmurações contra
meus superiores, meu confessor, meus parentes; murmurações leves, sem dúvida,
mas partidas do amor próprio magoado, da falta de respeito, do ciúme; — é por
isso que sofro!
Consenti em pensamentos de
vaidade a respeito do trajar, sobre os acessórios da casa, acerca de predicados
de família; vesti-me com orgulho, segui as modas com ostentação, afetei um
asseio exagerado; — é por isso que sofro.
Eu me proporcionei, sem
nenhuma necessidade, pequenas sensualidades durante minhas refeições e fora
delas, num viver voluptuoso e descuidado, num zelo excessivo do bem estar, no
abuso do descanso corporal, na fuga de tudo que naturalmente modificaria os
sentidos;— é por isso que sofro!
Em conversação, atirei
ditos espirituosos com o fim de ser elogiado, apreciado, distinguido, e para
brilhar mais que os outros; — é por isso que sofro!
Faltei à caridade que me
chamava em socorro do próximo: faltei à caridade, deixando de o consolar, de o
defender, de o aconselhar ao bem; conservando voluntariamente um pequeno
pensamento de rancor, de inveja; — é por isso que sofro!
Omiti por negligência e
incúria muitas comunhões que me eram permitidas: fui remisso em minhas
devoções, pouco aplicado em meu terço e na oração; — é por isso que sofro!»
Meu Deus! como estas
confissões me instruem!
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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia