Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 8

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VIII. Alma de Solidão
O Espírito de Deus disse outrora às almas pela boca do profeta Oséias: “Levar-vos-ei à solidão, onde vos hei de falar intimamente”. Desde esse dia são legião as almas que se enamoraram deste isolamento beatífico. Almas grandes! Porque as almas pequenas não o suportam. Querem o convívio, o barulho, a multidão. Onde procuram esconder ou disfarçar a sua pequenez e miséria. Mas donde saem, quase sempre, menores e mais miseráveis ainda. Confirmando, assim, a frase de um pagão: “toda a vez que estive entre os homens, sempre menos homem deles me afastei”.

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VII. ALMA DE NEVE
O lodo é feio e sujo. A neve é bela, a neve é casta. Por isso deve ter dito o Seráfico Pai São Francisco: a nossa irmã neve é casta, a nossa irmã neve é bela!
Assim era a alma gloriosa de Maria. Branca como a neve. Como ela, toda pura. Isenta da culpa original, sem pecado pessoal algum no decorrer da vida, canta-lhe a Igreja, em arroubos de jubilo: Como sois bela, ó Maria; nódoa alguma se vê em vossa alma!...

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VI. ALMA DE FOGO

A  luz ilumina. Mas a luz aquece também. Jesus gosta das almas luminosas, mas Jesus gosta mais ainda das almas de fogo, das almas abrasadas, das almas que aquecem e que incendeiam. E aborrece as almas tíbias, as almas frias. Por isso Ele confessou, claramente, que veio a esta terra trazer o fogo e quer que ele se alastre por entre as almas. E não seria, então, a alma gloriosa de Maria a primeira a abrasar-se?

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V. ALMA DE LUZ

Jesus Cristo disse: “Eu sou a luz do mundo! Quem me segue não anda em trevas!
Quanto mais uma alma se aproxima de Jesus, tanto mais luminosa ela se torna. E como a alma de Maria andou sempre tão perto de Jesus, na mais íntima união com Ele, foi, por isso, uma alma, verdadeiramente, de luz maravilhosa! Alma que, por isso, tem illuminado com sua luz, reflexo da luz eterna, gerações e gerações de homens, nas mais belas manifestações de seu gênio, de seu espírito, de seu coração.

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Orações para Todos os Dias deste Mês


IV. ALMA DO ESPÍRITO SANTO

Neste título se encerra uma verdade cheia de encanto. Desde toda a eternidade o Espírito Divino, o Espírito Santificador se ocupou com o aperfeiçoamento da alma singularíssima de Maria. Contemplando a qual, Ele murmura: “Tu és toda formosa, amiga minha; não há macula em ti; tu feriste o meu coração, irmã, minha esposa... (Ct 4). E, quando nesta terra, então o Espírito a persegue com seu amor castíssimo, soprando aos seus ouvidos os mistérios da santidade, quer na tranquillidade do lar paterno, quer na solidão do templo. Mas, depois, quando o Arcanjo Gabriel exclama: “O Espírito Santo virá sobre ti... "começa Ele a introduzir a alma gloriosa de Maria nos segredos suavemente puros do grande amor. Torna-se ela, então, de fato, sua esposa fidelíssima. E, num mistério que extasia os céus, vemo-la Virgem e Mãe, porque esposa do Espírito Divino. E o Espírito, cioso de sua beleza, a guarda e vigia — na frase do Bem. de Montfort — com mais solicitude do que o Querubim, com a espada flamejante, à porta do paraíso terreal. E dela, Ele diz: a irmã minha esposa é um jardim fechado, uma fonte com selo inviolável (Ct 4, 12). E ela só ouve as inspirações do Esposo, que depois de a ter preparado no recolhimento do Templo, a faz aceitar a tremenda dignidade de Mãe de Deus. E a leva, em viagem de núpcias, às montanhas do Hebron, onde lhe inspira o seu radioso hino: Magnificat! Depois a esconde no Egito, a esconde em Nazaré, onde há colóquios que só os céus conhecem. E quando o Espírito baixa, oficialmente, sobre a Igreja lá está a Esposa fidelíssima, para receber o raio mais forte e mais fecundo de seu amor. E com este amor ela vai suportado o exílio cá na terra que se prolonga tanto, até soar, enfim, num tom festivo, a voz divina: Vem, ó minha esposa, serás coroada! (Ct 4. 8).