Capítulo XVII - Tenho medo

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XVII
Tenho medo
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TENHO visto mais de um a morrer... Às vezes encontram-se motivos de consolação; mas quantas vezes o nosso espírito fica aterrado! Ao ver a resignação, que em muitos acompanha os espasmos da agonia, o coração enternece-se e sente-se inveja daqueles moribundos; ao assistir aos últimos arrancos da morte, sente-se o peito oprimido de terror. Como suportar sem um lamento e uma impaciência os tormentos da última hora?

Capítulo XVI - O Coração de Jesus

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XVI
O Coração de Jesus
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TODAS as almas cristãs o conhecem... Ao menos de nome; mas quantas o conhecem como ele é em si mesmo? Se fosse bem conhecido, seria mais vivo e potente, e desapareceriam de vez certos receios que, de cristãos, só têm uma leve aparência.
Jesus, ao apresentá-lo à Beata Margarida, disse estas palavras: — «eis o Coração que tanto amou os homens.» — Palavras que deviam ser recordadas por todos, quando se lê o Evangelho, quando se meditam os novíssimos, quando se teme a justiça divina, sempre e em toda a parte.

Capítulo XV - Alma distraída

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XV
Alma distraída
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QUANDO oro, desejaria estar toda recolhida em Jesus, como que encarcerada no Tabernáculo e encadeada à píxide... Mas, ao contrário, sou flagelada pelas distrações contínuas, e não consigo estar atenta um minuto sequer.
Como seria belo ter a mente toda ocupada em Jesus, a imaginação toda impregnada de Jesus, o coração todo palpitante por Jesus, a alma toda absorvida em Jesus! Seria belo, mas essa beleza não é para mim.

Capítulo XIV - Fala, ó Jesus

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XIV
Fala, ó Jesus

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tanto tempo que não me dizes nada! Na comunhão emudeces, calas-te na visita, e o mesmo fazes durante a Missa... Porque me tratas assim? Bem sei que eu só mereço castigos, por ser muito má; mas afinal, uma pequena palavra jamais a negaste, mesmo aos teus inimigos; falaste até aos endemoninhados... E a mim porque não me dizes nada?

Capítulo XIII - A hora avizinha-se

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XIII
A hora avizinha-se 
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O tempo que passo vizinho a Jesus voa rápido como qualquer outro; à medida que eu oro, avanço para a morte. A morte! Quem sabe quando soará a hora tremenda! Sabe-o Jesus, mas não mo diz. Tantas outras coisas me revela claramente ao coração, mas esta não... Devo, portanto, caminhar às cegas, sempre preparada para baixar à sepultura. Paciência! Também eu irei para debaixo da terra; mas, antes disso, quero pensar um pouco, prever o meu caso.