Março - Mês de São José - Dia 21



VIGÉSIMO PRIMEIRO DIA

Oremos em união com o nosso anjo da guarda incumbido por Deus de proteger-nos.
São José teve sempre confiança em Deus
Dificilmente faremos uma ideia de diversas crises pelas quais as providências fez passar São José... Repelido em Belém e não encontrando um abrigo para a Virgem Maria, que via fatigada; perseguido por Herodes e vendo, a cada instante, os soldados prestes a imolarem o Menino Jesus, abandonado por todos no exílio, trabalhando para ganhar o pão do dia e sem saber se poderia oferecer à sua família o pão do dia seguinte... Quando se consideram estas situações, vê-se, ao mesmo tempo, o santo varão conservar sempre um sorriso, oh! é impossível deixar de admirá-lo... É que ele contava sempre convosco, ó meu Deus!
Ó São José, ensinai-me a dizer o que repetidamente dizeis àqueles que se admiraram talvez, de vossa tranquilidade: "Faço o que posso, Deus proverá a tudo!"

EXEMPLO

Achava-se, em 1862, no hospital de Croix- Rouge em Lião, um militar reformado, que não só se afastara de toda a prática religiosa, mas era até um ímpio. Nascido na pior época da história da França, não fora educado em bons princípios; e tendo feito, sob o primeiro imperador, a guerra da Espanha, tomara para com seus camaradas nos últimos sacrilégios de que fora teatro esse desditoso país. O infeliz não queria ouvir falar de padres, e tinha horror aos religiosos.
Entretanto, Deus, em sua misericórdia, lhe dera uma filha muito piedosa que se afligia profundamente de ver o pobre pai em tão deploráveis disposições. Todos os dias pedia a Deus a conversão dessa alma que cada vez mais dele se afastava. Não confiando na eficácia de suas orações, conjurava todas as pessoas piedosas do seu conhecimento a se unirem com ela para conseguir este milagre de conversão. Um dia uma fiel serva de São José, a quem ela comunicara a sua mágoa, teve a feliz inspiração de mandar a todas as irmãs que serviam no hospital em que se achava o pobre pecador, um exemplar da devoção aos sete domingos "consagrados a honrar as dores e as alegrias de São José," pedindo-lhes que fizesse este santo exercício na intenção do velho militar. Durante esse tempo, a filha redobrou de fervor junto a Jesus, Maria, José. O pecador obstinado rendeu-se à divina graça: depois de ter vivido quase meio século afastado dos sacramentos, confessou-se com vivos sinais de contrição, e sua filha, coroada em seus mais ardentes desejos teve a dita de acompanhá-lo à santa Mesa na festa das Dores da Santíssima Virgem. Desde essa hora feliz, o velho transformou- se completamente; sua conduta não é mais a mesma, e a boa filha não cessa de bendizer por isso e agradecera São José.
Não cessemos de recomendar à intercessão de São José a conversão dos pecadores e a perseverança dos fiéis.


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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira

Março - Mês de São José - Dia 20


VIGÉSIMO DIA
Oremos por todas as pessoas que nos têm hostilizado e a quem não amamos.
São José sofreu muitas vezes contrariedades e perseguições.
Os homens são sempre os mesmos: em todo o tempo, censuram tudo o que não é o que eles praticam. José, modesto em seu porte, reservado no falar, cheio de ordem em sua vida privada, ouvia, por certo, muitas palavras zombeteiras, acres e más: ele oferecia esses dissabores a Deus e continuava em sua vida regular e pobre. No exílio, tratado como estrangeiro, invejado, talvez, por sua aplicação ao trabalho e pela prosperidade com que Deus o abençoava, teve de experimentar tudo o que a injustiça tem de pungente para um coração reto: pedia a Deus por seus inimigos e prosseguia sua vida laboriosa e exemplar.
Tereis as vossas honras de perseguição; talvez tenhais já sentido quanto é desagradável não ser querido por todos... Meus filhos, como São José, orai, suportai, e que nada vos afaste de vosso dever!

EXEMPLO
Duas senhoras, católicas mãe e filha residentes em Londres, rezavam frequentemente juntas o Rosário com o fim de obterem a conversão do chefe da família, homem ilustrado e honesto, porém indiferente à religião e contrário aos católicos, de quem combatia as crenças, e aos quais chamava idolatras pelo culto que rendiam à SS. Virgem e aos Santos. Em Março de 1862, as enfermidades desse cavalheiro, já octogenário, agravaram-se consideravelmente, fazendo recear morte próxima, sem a mínima esperança de conversão. Os zelosos missionários a serviço da capela católica de bairro não ousavam mais falar-lhe de seu estado, e até diminuíram as visitas, para não o irritarem, porém, aconselharam a sua piedosa filha que recorresse a São José. Imagine-se que geral surpresa, quando pouco depois da meia-noite, ele se pôs a recitar em voz alta a "Ave Maria", tão corretamente como um católico e com uma unção que não se podia esperar de quem estava sofrendo tanto. Repetiu muitas vezes essa oração até cerca de cinco horas da manhã, pediu então com instância um padre católico, e este apressou-se a vir completar o que a Santa Virgem e São José haviam com tanta misericórdia começado. O enfermo fez com a maior calma sua confissão, e às cinco horas da tarde abjurou os seus erros, tudo no próprio dia do Patrocínio de São José.
Roguemos ao Padroeiro da Santa Igreja, por todas as vítimas dos erros e das dúvidas contra a fé.

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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira


Coroinha de São José


Em honra das Sete Dores e dos Sete Gozos de São José.
 
I. Ó Esposo puríssimo de Maria Santíssima, glorioso São José, assim como foi grande a amargura e angústia do vosso coração na perplexidade de abandonardes vossa castíssima Esposa, assim foi inexplicável a vossa alegria, quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, vos rogamos a graça de consolardes, agora e nas extremas dores, a nossa alma com alegria de uma morte, semelhante à vossa, entre Jesus e Maria.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.

II. Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhido para o cargo de Pai adotivo do Verbo humanado, a dor que sentistes ao ver nascer em tanta pobreza o Deus Menino se vos trocou em celestial júbilo ao escutardes a angélica harmonia e ao verdes a glória daquela brilhantíssima noite.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, vos suplicamos a graça de nos alcançardes que, depois da jornada desta vida, passemos a ouvir os angélicos louvores e a gozar os resplendores da celeste glória.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre

III. Ó obedientíssimo executor das divinas leis, glorioso São José, o sangue preciosíssimo, que na circuncisão derramou o Redentor Menino, vos traspassou o coração, mas o nome de Jesus vo-lo reanimou, enchendo-o de contentamento.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, alcançai-nos que, sendo arrancados de nós todos os vícios nesta vida, com o nome de Jesus no coração e na boca, expiremos cheios de júbilo.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre

IV. Ó fidelíssimo Santo, que também tivestes parte nos mistérios da nossa Redenção glorioso São José, se a profecia de Simeão, a respeito do que Jesus e Maria tinham de padecer vos causou mortal angústia, também vos encheu de soberano gozo pela salvação e gloriosa ressurreição que igualmente predisse, teria de resultar para inumeráveis almas.
Por esta vossa dor e, por este vosso gozo, obtendo-nos que sejamos do número daqueles que pelos méritos de Jesus e pela intercessão da Virgem sua Mãe têm de ressuscitar gloriosamente.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.

 V. Ó vigilantíssimo Guarda, íntimo familiar do Filho de Deus Encarnado, glorioso São José, quanto penastes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fugida que com ele houvestes de fazer para o Egito; mas qual foi também o vosso gozo por terdes sempre convosco o mesmo Deus, e por vedes cair por terra os ídolos egípcios! Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, alcançai-nos que, expelindo para longe de nós o infernal tirano, especialmente com a fugida das ocasiões perigosas, sejam derribados do nosso coração todos os ídolos de afetos terrenos, e, inteiramente empregados no serviço de Jesus e de Maria, para eles somente vivamos e felizmente morramos.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.

VI. Ó Anjo da terra, glorioso São José, que cheio de pasmo, vistes o Rei do Céu submisso a vossos mandados, se a vossa consolação ao reconduzi-lo do Egito, foi turbada pelo temor de Arquelau, contudo sossegado pelo Anjo, conservastes-vos alegre em Nazaré, com Jesus e Maria.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, alcançai-nos que, desocupado o nosso coração de viciosos temores, gozemos paz de consciência vivamos seguros com Jesus e Maria e também entre Eles morramos.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.

VII. Ó Exemplar de toda a santidade, glorioso são José, perdestes vós, sem culpa vossa, o Menino Jesus, e para maior angústia houvestes de buscá-lo por três dias, até que com sumo júbilo gozastes do que era vossa vida, achando-o no templo entre os doutores.
Por esta vossa dor, e por este vosso gozo, vos suplicamos, com coração nos lábios, que interponhais o vosso valimento, para que nunca nos suceda perdermos a Jesus por culpa grave; mas se por desgraça o perdermos, com tão contínua dor o procuremos, que o achamos favorável, especialmente em nossa morte, para passarmos a gozá-lo no céu, e lá cantarmos convosco, eternamente, suas divinas misericórdias.
Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.

Antífona. O mesmo Jesus tendo quase trinta anos era reputado por Filho de José.
V. Rogai por nós bem aventurado São José.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

ORAÇÃO
Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo.
Amém.

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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira


Março - Mês de São José - Dia 19



DÉCIMO NONO DIA

Oremos em união com Jesus, Maria, José orando em Nazaré.
São José foi sempre inocente.
Foi purificado antes do seu nascimento*, e Deus, que o destinara para companheiro da Virgem Maria, inspirou-Lhe o mais escrupuloso cuidado da pureza de sua alma. Ele amou o retiro e a oração: passou uma vida laboriosa e assaltada de apreensões: submeteu-se inteiramente à vontade de outros, e quase nunca separou-se de Jesus e de Maria.
Estes meios estão ao meu alcance... Eu vos confio minha inocência, ó São José! rodeia-a do retiro, da oração, do trabalho, da obediência; e neste pequeno santuário que lhe tiverdes construído, onde não penetrarão as alegrias nem os prazeres do mundo, fazei uma habitação para Jesus e para Maria. Eu vo-lo peço por vossa festa, em recompensa da minha comunhão e meu favor de hoje. Recitarei devotamente uma oração a São José.

EXEMPLO

 Um missionário marista deu à publicidade, nas colunas do "Propagador da devoção de São José", a seguinte narrativa que lhe foi feita pela superiora das irmãzinhas dos Pobres: "O estabelecimento fundado por essa congregação em Roanne devia dois mil francos de reparos indispensáveis feitos na casa e na capela. Aproximava-se a época do pagamento, e a Irmã ecônoma não tinha nada em caixa; vivia-se, como de costume, possuindo cada manhã só o preciso para aquele dia, e confiando sempre na Providência que abre a cada instante as mãos benfazejas para acudir às criaturas. Fazia pouco tempo que se havia recorrido aos da Obra dos Velhos. Para onde recorrer agora? Não é muito difícil encontrar todos os dias algumas migalhas para dar de comer aos pobres; porém outra coisa é, em tempos tão críticos, obter por esmola dois mil francos.
"Só São José nos livrará do embaraço", dizem entre si as Irmãs, "vamos imediatamente fazer-lhe uma novena para implorar o seu socorro ". E depõem uma petição aos pés da veneranda imagem do Chefe da Sagrada Família. Não era ainda terminada a novena, quando veio alguém dizer à Irmã Superiora que uma senhora que estava de passagem em Roanne, e que caíra enferma no hotel, lhe desejava falar. A irmã não se demora em acudir e encontra uma senhora presa ao leito por moléstia." Minha Irmã," lhe disse ela, " mandei pedir-lhe que viesse cá, para lhe perguntar se recebeis qualquer esmola que vos deem?" -" Como não receber, e até com reconhecimento? Esse é o nosso único recurso! Então a senhora tirou de sob o travesseiro uma bolsa e entregou à Irmã, recomendando-se muito a suas orações. A superiora aceitou com reconhecimento a oferta, e foi grande sua comoção, quando, chegando à casa, ao contar o dinheiro que a Providência lhe enviara, achou exatamente os dois mil francos de que precisaria no dia seguinte.
Nas maiores dificuldades da vida, coragem e recurso ao valimento do glorioso São José!
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* Não é isto uma doutrina da Igreja, mas apenas crença pia, aceita e propugnada por S. Crisóstomo, Teófilo, Gérson, P. Câncio e outros teólogos que o Dr. Pedro Morais cita em seu comentário sobre o primeiro capítulo do Evangelho de S. Mateus, 1º. tomo, pags. 214 a 219. Nota do Tradutor.

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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira


Março - Mês de São José - Dia 18




DÉCIMO OITAVO DIA

Oremos pelas pessoas que são muito susceptíveis
São José era paciente
Paciente em sua pobreza habitual que lhe havia de ser penosa, porque o impedia de prestar a Jesus o conforto que seu coração desejava proporcionar-lhe... Não se lastimava disso. Paciente em seu trabalho de todos os dias que para ele, como para todos, devia ter suas horas de monotonia, de fadiga e de fastídio: nunca o deixava.
Duas lições importantes: contra os acidentes ou males de nossa condição, sejamos pacientes para minorá-los; contra o tédio de nosso trabalho, revistamo-nos de mais firmeza, de mais constância: Deus contará os nossos esforços... Farei hoje um ato de abandono à Providência.

EXEMPLO

Um padre da Companhia de Jesus, em Outubro de 1867, publicou o seguinte: "Estando iminente a invasão dos garibaldinos, seis dos nossos religiosos conduziram os colegiais de Tívoli para Roma, e onze ficaram em Tívoli onde se acharam durante oito dias com os garibaldinos. Fizeram o voto de celebrar o Tríduo solene em honra de São José, se nada sofressem. O inimigo ocupou todas as casas religiosas, menos a nossa. Os garibaldinos dormiam então em cima de palha, acontecendo que as nossas "classes" estavam cheia de bons leitos dos zuavos pontifícios que tínhamos alojado um pouco antes. Não nos impuseram contribuição, fizeram-nos uma só visita, e até um deles, entrando em nossa igreja, ofereceu ao Padre Reitor um livro apanhado na biblioteca do Seminário. Só na manhã última é que nos fizeram uma requisição de quatro barris de vinho, que foram postos à sua disposição mas, à notícia de primeira derrota de Mentona, se retiraram, deixando os barris ainda intactos. O Padre veio com uma deputação de três alunos juntar-se a nós para o encerramento do tríduo solene celebrado em honra de São José. A notícia de nossa preservação causou admiração geral em Roma, e o Santo Padre se dignou conceder, por um breve em pergaminho, uma indulgência plenária para o nosso Tríduo "ad perpetuam rei memoriam."
Seja o Santo Patriarca o defensor de nossas pessoas e de nossos bens contra todas as conspirações e ataques dos injustos e dos maus.


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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira