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Capítulo XII - O meu posto

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XII
O meu posto
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SOU peregrina do Céu. Sobre a terra estou só de passagem... Mas o meu posto, o lugar onde estou melhor e onde estou certa de não errar o caminho, é nas vizinhanças do Tabernáculo.
Com Jesus vizinho, a via do exílio já não é tão longa, a do Céu é mais segura, e a do inferno desaparece... Ah! Como se está bem aqui! Afinal Jesus está na Hóstia para mim, eu fui criada para Ele... Portanto, é natural que vivamos sempre perto um do outro.

Capítulo XI - Não ouso

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XI
Não ouso
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QUISERA dizer tantas coisas a Jesus: sobretudo quisera dizer-lhe que o amo... Mas não ouso. Parece-me que, se lho dissesse, sairia do Tabernáculo uma voz indignada a dizer-me que minto. E, contudo, sinto que, com Jesus, não sei usar de ficções.
Esforço-me por dizer-lhe que o amo, mas penso logo que, aquela migalha de amor, que sinto no coração, poderei oferecê-la às criaturas, às quais se contentam com pouco; dá-la, porém, a Jesus... Parece-me que é fazer-lhe um ultraje.

Capítulo X - Semelhanças

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X
Semelhanças 
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EM certas horas encontro-me tão triste, que até a própria vida me pesa. Mas, refletindo um pouco, vejo que é tudo questão do amor próprio ofendido, ou d'alguma paixão contrariada.
Disseram-me alguma palavra humilhante, mimosearam-me com exprobrações injustas ou palavras injuriosas, fui malsinada por aqueles mesmos cuja estima me é tão cara e preciosa... E por tudo isto me deixo dominar da melancolia? Que cabeça pequenina não é a minha! Não foi Jesus tratado pior do que eu? Não lhe chegaram a dizer que era dado ao vinho, que era um furibundo, um possesso do demônio? Portanto, porque hei de entristecer-me? Reparando bem, toda esta aparente desonra que me aflige, não representa senão um traço de semelhança entre mim e Jesus... E será isto um mal?

Capítulo IX - Aquele dia

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IX
Aquele dia
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RECORDÁ-lo-ei sempre: enquanto sobre a terra houver um Tabernáculo, hei de levar-lhe sempre a homenagem da minha gratidão para com Jesus.
Que alvor de graça não foi aquele! Jesus olhava-me enquanto eu dirigia os meus passos não sei para onde... Invocava o lume do Céu, e o Céu estava escuro como uma noite de tempestade; volvia-me para a terra, e a terra estava envolta em trevas densas, impenetráveis... Devia decidir-me... Resolver sobre o meu futuro... E estava só... Desamparada...

Capítulo VIII - Que mal há nisso?

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VIII
Que mal há nisso?
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SE uma alma prova alguma ternura na oração, se chora de suavidade diante do Santíssimo Sacramento, se experimenta doçuras sensíveis em muitos atos de piedade, e se até deseja estas coisas... que mal há nisso?

Capítulo VII - Como chamar-Lhe?

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VII
Como chamar-Lhe?
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NÃO sei, realmente, que nome deva dar às minhas comunhões, principalmente em certas manhãs.
Chamo-lhe comunhão, só para dar-lhe um nome menos impróprio: mas a minha comunhão não é certamente aquela que fazia dizer a São Paulo: Vivo eu, já não eu, mas vive Cristo em mim. Ah! Como eu estou longe das comunhões do grande Apóstolo!

Capítulo VI - Adeus, Jesus

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VI
Adeus, Jesus
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CAIU a noite sobre a terra e vai também caindo sobre a minha alma. Em breve ficarei sepultada num sono profundo... Não pensarei em ninguém e ninguém pensará em mim... Ninguém? Mas que fará Jesus no Tabernáculo? Para quem estará Ele ali? Ele que nunca dorme, que sempre ama, não pensará em mim?

Capítulo V - O Crucifixo

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V
O Crucifixo
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PONHO nele muitas vezes os meus olhos; beijo-o, de manhã, apenas desperto; beijo-o à noite antes de adormecer, e durante o dia... quantas vezes... mas Jesus não está todo aqui. Aqui está a figura, um pouco mais longe a realidade; aqui Jesus sem palavra, além com as suas palavras de vida eterna; aqui vejo-O morto, acolá encontro-O vivo; aqui o Calvário, além o Cenáculo.

Capítulo IV - Contradições

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IV
Contradições
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 DIGO muitas vezes que quero amar a Jesus, e realmente quero amá-lo; sei que o amor conduz necessariamente à imitação, e que não pode amar-se a Jesus sem imitá-lo; mas, se se trata de eu sofrer um pouco por seu amor tornando-me deste modo semelhante a Ele, logo a coragem me falta e o desânimo se apodera de mim.

Capítulo III - Ao Anoitecer

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III
Ao anoitecer
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MUITAS vezes eu procuro alguma coisa que possa oferecer a Jesus e lhe dê consolação, mas apesar da minha boa vontade quase nada encontro; é por isso que, chegando à noitinha, me dirijo a Ele para obsequiá-lo com algum presentinho, mas vejo-me com as mãos cheias de... Pobreza.

Capítulo II - O Dileto

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II
O Dileto
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QUEM O chamou assim não foi um simples mortal, mas o próprio eterno Deus, quando Jesus se humilhava sobre as margens do Jordão e se transfigurava nos cimos do Tabor. E eu ouço ainda agora essa voz divina, que me diz: Este é o meu Filho dileto em quem pus todas as minhas complacências. Como, pois, deve ser belo Jesus! Que beleza na sua inteligência! Que beleza na sua vontade! Que beleza mesmo no seu corpo!... E eu vou procurando belezas terrenas... E deixo-me distrair e enganar... Mas se tenho aqui no Tabernáculo Aquele que eu procuro, Aquele que pode saciar a minha fome de beleza, Aquele que me pode contentar... Porque ando divagando pelas criaturas? Às vezes julgo ser ainda alguma coisa sobre a terra, mas agora vejo realmente que sou uma louca.

Capítulo I - Horas Lânguidas

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__________

Tradução do italiano
pelo
Rev. Dr. Antônio José Gomes
Missionário da diocese de Macau na China

Com aprovação e recomendação de Suas Ex.as Rev.mas os Senhores Arcebispo Primás, Bispo do Porto, Bispo de Macau e Vigário Apostólico de Hong-Kong
__________

 5.a SÉRIE
__________
 BRAGA
Livraria Cruz — Editora
Rua Nova de Sousa

1924

~ * ~

PREFÁCIO
da 2.ª edição italiana

O livro "A Alma Gloriosa de Maria" para Download

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Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 31

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XXXI. ALMA BEM AVENTURADA! ALMA GLORIOSA
Ao terminar, enlevados, as páginas deste livrinho singelo, mas que tanta coisa nos diz da alma de nossa Senhora e Mãe, uma exclamação, espontaneamente, brota de nossos lábios comovidos: Oh! A alma de Maria! Que alma feliz! Que alma Bem Aventurada!...  E caindo em meditação e recordando, mais uma vez, o que lemos... repetimos, cônscios da verdade que dizemos: Oh! Sim, realmente, que alma Bem Aventurada! — E então, nos lembramos de que a própria Virgem Maria jà o profetizara no seu admirável cântico: “Eis que me chamarão Bem Aventurada todas as nações”. 

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XXX. ALMA QUE SE PRENDE E VOA
Maria teve alma de peregrina, alma, portanto, desprendida, inteiramente, das coisas da terra. Mas à medida que se ia aproximando de seu fim glorioso, mais se desprendia de qualquer coisa que, mesmo de leve, a impedisse de voar. Com muito mais verdade do que São Paulo, podia ela exclamar: “desejo, com veemência, desprender-me dos laços da carne para estar com Cristo” (Phil 1, 23). Já havia muito, desde a vinda do Divino Espírito Santo, que Maria guiava e elevava a Igreja nascente, assim quase como havia guiado e guardado o Menino Deus... 

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XXIX. ALMA DA IGREJA
Antes de tudo a Ssma. Virgem exerce sua ação misericordiosa em favor da Obra por excelência de Jesus Cristo, a sua Igreja. Ela zela pela sua conservação e dilatação.  Protege-a e a defende; consola-a, assiste-lhe, paralisa as investidas dos maus, põe freio ao furor do inferno, que não deseja senão o seu aniquilamento.

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XXVIII. ALMA DE MEDIANEIRA
A Beatíssima Virgem Maria não somente intercede e suplica por nós, mas nos alcança também todas as graças de que precisamos. É a grande medianeira depois de Jesus, único mediador perfeito entre Deus e o homem, pois que Homem-Deus. Mas Ele quis auxiliares, cooperadores: os seus santos, os seus apóstolos e, numa posição única, Maria Santíssima. Por isso Leão XIII, na sua Encíclica Adjutricem em nome da Tradição, a proclamou “Medianeira nossa”, “aquela que nos dispensa todos os dons divinos”.

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XXVII. ALMA SUPLICANTE
Maria possui, de fato, uma alma de rainha, mas de rainha que sabe compadecer-se de seu povo. Assim como a rainha Esther, diante de Assuero, suplicou pelo povo judaico que, deste modo, foi salvo, assim Maria suplica, de continuo, diante do trono de Deus, pelo seu povo cristão. E como estas súplicas são ouvidas sempre e sempre se transformam em graças, Maria é chamada pelos santos de omnipotentia supplex. Onipotência suplicante!

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XXVI. ALMA DE RAINHA
Entre os verdadeiros peregrinos de Cristo, que passaram por este mundo sem se apegarem a nada, demandando, cheios de fervor, a Pátria celestial, se encontram também rainhas, como Santa Clotilde, Santa Cunegundes, Santa Isabel de Portugal e tantas outras: a maior de todas, porém, foi a Rainha do Universo, a Bem Aventurada Virgem Maria, gloriosa soberana nossa.

Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 25

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XXV. ALMA PEREGRINA

E vemos uma estrada comprida, sem fim, quase... O peregrino cansado, coberto de poeira, apoiado ao seu bordão. Sacola ao lado, com pão e livros de sua fé. E caminha sempre. Lá, ao longe, sobre a montanha, divisa, o santuário... Onde há paz, frescor e harmonia. E ele se anima e caminha sempre avante. E vai fazendo o bem. Reparte de seu farnel aos que têm fome. E serve de arrimo aos que não têm bordão. E de olhos aos que são cegos. E canta e reza pelos que são mudos. E ama pelos que não têm coração. E caminha, caminha sempre... Lá, em cima, o santuário, onde a grande paz e o descanso...
Nada de fantasia. Foi, exatamente, assim, a alma gloriosa de Maria em sua peregrinação terrestre.
Ela corporificou, perfeitamente, a doutrina de Jesus Cristo e que S. Paulo soube tão bem repetir: que nós, nesta terra, não temos morada permanente, mas que demandamos a futura, e que, enquanto peregrinamos por cá, a nossa missão é ir distribuindo o bem a todos os que encontramos no caminho. Como Jesus Cristo, que passou por este mundo, fazendo o bem.
O divino Mestre costumava dizer que não tinha onde reclinar a cabeça, apesar de as raposas terem as suas tocas e as aves do céu, os seus ninhos. É esta a virtude principal do verdadeiro peregrino: o desprezo das coisas que o cercam, o desapego de tudo o que é terreno. Ele segue a sua rota, sem se prender a nada do que vai encontrando; do contrário, não chegaria ao lugar de seu descanso. Sempre avante! E se ele deve ser desapegado, deve ser também muito animoso e confiante, para vencer as dificuldades, lembrando-se sempre do fim que o espera. Foi assim a alma gloriosa de Maria: alma desapegada e alma animosa! Portanto, uma alma verdadeira de peregrina. O seu grande desapego se vê na sua pobreza voluntária, desde a vida no Templo até à morte, pobreza que é desapego dos bens materiais; e se vê, também, na sua profunda humildade, que é desapego, desprezo, até, de louvores e de honrarias. O seu ânimo e coragem, nós o vemos na sua atitude resoluta de quem avança, ou melhor, de quem sobe, sobe sempre, vencendo todas as dificuldades e todos os empecilhos. Não se prende a lugar algum, nem à paz de sua habitação. Vai às montanhas de Hebron, vai a Belém e vai para o Egito. Lá, então, na terra estrangeira, na terra pagã, ela era duplamente peregrina, cheia de saudades das duas pátrias distantes...
E volta para Nazaré, a cuja paz doméstica ela sempre renuncia, sem demora, quando era preciso, para suas visitas de religião e de caridade.
E de Nazaré — onde passara os anos mais felizes e tranquilos com Jesus e São José — vai para Jerusalém — onde o trecho mais doloroso de sua peregrinação — e de Jerusalém para Éfeso, percurso dos suspiros e das saudades, mas última passagem, antes de chegar à Pátria, o grande Santuário de Deus, para onde ela peregrinara, sem repouso, a vida inteira já...  Agora sim, era o descanso, o frescor do templo, a paz, as harmonias...
Quer o queiramos, quer não, nós somos peregrinos. Mas seguimos o exemplo de Maria? E a rota, traçada por Cristo, no seu Evangelho? Desapegados das coisas do mundo? Cheios de ânimo e alegria para vencer as dificuldades? Ou nos arrastamos de má vontade, presos a mil ninharias que nos rodeiam? Sejamos prudentes; façamos como aquele escudeiro de S. Wenceslau da Boêmia. Sem o fervor do rei, sentia muito as caminhadas longas e feitas sobre a neve em demanda de algum santuário. Estava por desanimar e atirar-se, sem forças, sobre a estrada, quando o Soberano, voltando-se para trás, disse: “Trata, amigo, de pisar justamente nas minhas pegadas e não sentirás nem cansaço, nem frio!” O resultado foi maravilhoso — Pisemos nós, também, exatamente, nas pegadas de Maria, e chegaremos sem desfalecimentos, ao santuário do céu... Façamos como S. Francisco de Assis, que tão bem pôs em prática esta doutrina da peregrinação...

Ó MARIA, Virgem prudente e fiel, fazei que nos lembremos sempre de que somos peregrinos e de que, desapegados de tudo e alegres e animosos, devemos demandar, continuamente, a Pátria celeste. Assim seja!


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Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição

Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 24

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XXIV. ALMA EUCARÍSTICA
Ser uma alma eucarística não significa, apenas, comungar todos os dias ou fazer, de vez em quando, uma hora de adoração.
São Luiz Gonzaga comungava uma vez por semana; nós, talvez, comungamos todos os dias. Entretanto, não pretenderemos ter uma alma eucarística como a sua, que durante os três primeiros dias da semana dava contínuas ações de graças pela comunhão recebida e nos três últimos se preparava, fervorosamente, para a comunhão que havia de receber. Era uma alma eucarística!

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XXIII. ALMA HUMANA
A santidade não é a destruição da natureza. Que sim o seu aperfeiçoamento e a sua elevação. Por isso, quanto mais santo é um homem, mais homem ele é, mais natural, mais perto de nós. O exemplo clássico, por excelência, é Jesus Cristo, Senhor Nosso, cuja vida foi a melhor glorificação da verdadeira humanidade. Logo depois, vem a vida de Maria Santíssima. Vida tão santa e, justamente, por isso, tão simples, tão humana. Que há nela de extraordinário, a não ser o seu amor? Que ações grandiosas ela realizou, a não ser a grandiosa singeleza e perfeição com que executava todas as suas ações, até as mais humildes?

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XXII. ALMA DE ORAÇÃO
O sacerdote reza e reza muita. Principalmente antes e depois de oferecer o Santo Sacrifício. Maria Santíssima, a Virgem Sacerdotiza, não podia agir de outro modo. E como toda a sua vida foi um sacrifício, uma missa perene, todo o dia recomeçada e recomeçada com novo fervor, também toda a sua vida foi uma oração perene. No Templo era a sua vida: a oração que a conservava em íntimo comercio com a Divindade. No lar, todo o tempo livre de suas ocupações, era consagrado a este santo exercício.

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XXI. ALMA SACERDOTAL
São Pedro  apostolo escreveu, na sua epistola;  “Vós sois a geração escolhida, o SACERDÓCIO REAL, a gente santa, o povo de aquisição, para que publiqueis as grandezas d'Aquele que das trevas vos chamou à sua maravilhosa luz”.

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XX. ALMA JUBILOSA
A Igreja que, na sua liturgia, chama à Virgem “Rainha dos Mártires”, lhe chama também “Causa da nossa alegria”. Ora, ninguém dá o que não tem. Se Maria distribui entre seus filhos o belo dom da verdadeira alegria, é porque ela a possui em abundância. Nem podia ser de outro modo. Pois não é a alegria um presente do céu? E que haverá lá pelo céu, de belo, de bom, de elevado, que Deus Nosso Senhor não tenha concedido a sua Mãe? Nem teria sido perfeita, se não tivesse conhecido a alegria de Deus. Porque desta, somente, aqui se trata. E não da alegria ruidosa deste mundo, alegria falsa, fugaz, enganadora. Maria é a nova Judite, cheia de graça, bendita entre todas as mulheres, a quem a Igreja, com todos os fiéis, saúda: Ó Senhora, vós sois a alegria do nosso povo... Por isso São Francisco, se bem que fosse grande devoto das dores da Virgem, não o era menos de suas alegrias.

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XIX. ALMA DE MÁRTIR
Se Maria soube cantar e, com seu cântico inspirado, encher de tons alegres as naves do templo imenso deste mundo, não foi porque lhe tivesse sido poupado o sofrimento. Não; depois de Jesus, foi ela que do sofrimento recebeu maior quinhão. De modo que a Igreja lhe chama na sua linguagem exata “Rainha dos Mártires”. E com quanta razão! — Quem ama quer dar provas de seu amor. E quanto maior for o amor, maior será a prova. Por isso afirmou Jesus Cristo que não há maior caridade do que dar a vida por quem se ama... As almas mesquinhas não amam. Porque amar é dar uma parcela de si mesmo. Ou dar-se todo inteiro. E disso são elas incapazes. As almas grandes, porém, amam. Porque sentem necessidade de se sacrificar. Dividem-se. Dão-se aos pedaços. E, sendo intenso o amor, é completo o holocausto. É, assim, a história do martírio. A história de Cristo, o mártir divino. A história de Maria, rainha dos mártires. Cuja vida é um sacrifício perene, marcado pelos sete grandes sacrifícios que fizeram, por assim dizer, Maria ser martirizada sete vezes.

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XVIII. ALMA QUE CANTA
Uma boa mãe deve saber cantar, ao menos para, com suas toadas, embalar e fazer dormir os seus filhinhos. E, quantas vezes, ela canta, escondendo as lágrimas de suas dores. Maria, nossa boa Mãe, também cantou. E cantou um canto admirável que, com sua melodia suavíssima, acalmou, alegrou e transformou até boa porção de filhos seus. O canto começa assim: Engrandece, minha alma, ao Senhor! (Lc 1, 46). Os primeiros privilegiados que ouviram este canto maravilhoso foram São José, Santa Isabel, Zacarias e, sobretudo, o grande João Batista, que, ao escutá-lo, exultou no seio materno. Mas, por graça de Deus, as montanhas de Hebron não guardaram, ciumentas, a melodia celeste, mas deixaram que os ventos espalhassem os seus ecos por toda a vastidão da terra. E é com eles que se têm embalado os filhos de tão boa Mãe, em todas as idades.

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XVII. ALMA DE MÃE
Um dia, o grande e humilde santo jesuíta, Afonso Rodrigues, que foi, toda a vida, porteiro no Colégio de Maiorca, ajoelhado diante de uma imagem de Maria, exclamou num ousado arroubo de amor: “Ó mãe minha amabilíssima, sei que me amais, mas não me amais tanto, como eu amo a vós”. Ao que Maria respondeu como ofendida — se no céu a ofensa pudesse entrar: “Que dizes, Afonso? Quanto o amor que te tenho leva vantagem ao que me tens! Fica sabendo que há menor distância entre o céu e a terra, do que entre o meu amor e o teu”. O mesmo e com a mesma sinceridade, diz a Senhora a todos os homens, a cada um de nós. Por grande que seja o nosso amor para com ela: “Fica sabendo, meu filho, que há menor distância entre o céu e a terra, do que entre o meu amor e o teu”. É que ela nos ama como Mãe. — Dizia-me, uma vez, uma pequena asilada: “Padre, aqui é bom, as Irmãs são boas, as companheiras são boas, a comida é boa... só uma coisa me falta: a minha querida mãezinha!” e desandou a chorar. — Nosso Senhor Jesus Cristo conhecia perfeitamente o feitio do coração humano.

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XVI. Alma de Paz
Jesus, o Mestre Divino, ensinando a humildade e a doçura, acrescentou como prêmio: se as praticardes, achareis a paz para vossas almas”. Ora, se Maria, como vimos, praticou, com tanta perfeição, as duas encantadoras virtudes do Coração Divino, não pode haver dúvida de que a sua paz foi grande, imensa, profunda! Paz! como soa deliciosamente aos nossos ouvidos esta palavra, tão curta e tão imensa, que a maldade dos homens vai desterrando, pouco a pouco, de sobre a face da terra! Paz! E a gente se lembra da superfície tranquila do lago onde tudo se espelha, até o azul do céu e as aves que voam nas alturas; do campo verdejante, acariciado pela aragem da tarde e beijado pelo sol que se deita; do lar feliz, onde se vê a família reunida em doce comunhão; das naves silenciosas de um templo e do claustro de um convento; imagens da paz...

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XV. ALMA DE MANSIDÃO
Jesus, ensinando a humildade, ensinou também a mansidão. “Aprendei de mim que sou de coração manso”. Oh! se nós compreendêssemos toda a força que se encerra na fraqueza aparente da mansidão!

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XIV. alma humilde
Disse o Divino Mestre um dia: “Aprendei de mim que sou humilde de coração”. Palavra admirável, que tem sido repetida, inúmeras vezes, através dos séculos, infelizmente não com aquele resultado que quisera Cristo. Pois se há virtude posta de lado nos nossos dias, como mesquinha e apoucada, é a muito nobre virtude da humildade. 

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XIII. ALMA DE BONDADE
Era de rochedo, a Alma gloriosa de Maria. Mas como aquele maravilhoso rochedo do deserto que, ao contato da vara de Moisés, jorrou água em abundância, para desalterar a multidão que morria de sede e de cansaço. Do rochedo da alma de Maria, percutido pela graça, não tem cessado de brotar a água límpida da verdadeira caridade, o mel da bondade (Ps 80, 17). É esta a única força capaz de fender este rochedo: a força do amor. E é o seu amor para com os homens que faz promanar da pedra — como dizia Job — rios de azeite. Foi o Verbo Humanado que tocou neste rochedo prodigioso, pois — como escreve Cornélio a Lápide — habitando Ele no seio de Maria, encheu de tal modo a Divina Mãe de bondade, que ela valesse sempre a todos os que precisassem de seu auxilio. Por isso, ela, que tanto amava a solidão de sua morada, corre apressada à casa de Isabel e lá fica três meses, derramando o óleo de sua bondade, nutrindo com o mel de sua doçura.

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XII. Alma de Rochedo
O corpo do primeiro homem era de argila. A sua alma, porém, um sopro de Deus. E Deus é imutável no meio de tudo o que muda. Assim como o rochedo batido pelos vagalhões revoltos do mar. Rochedo! Que coisa solene, grandiosa! As ondas se movem. Levantam-se. Bramem enfurecidas. Açoitam desesperadas. O rochedo lá está. Imóvel. Soberano. Assim são as almas que mais se aproximam de Deus. Entre as quais, em primeiro lugar, a alma gloriosa de Maria: alma de Deus, já o vimos, portanto, alma de rochedo. Sobre elas é que Jesus Cristo constrói as suas maravilhas. Pois não foi sobre São Pedro, a grande Pedra, que Ele construiu a sua Igreja? Sobre o rochedo da alma de Maria, Ele mesmo repousou e, tendo experimentado a sua firmeza, descansou sobre ela a humanidade redimida. Alma de rochedo! Foi por isso que o vento da soberba a não derribou, quando foi escolhida para a tremenda dignidade de Mãe de Deus, nem se curvou à saudação grandemente honrosa de sua prima Santa Isabel. Foi esta alma de rochedo que resistiu, quando lhe bateu de encontro a profecia cruel de Simeão; ou, quando, tão jovenzinha ainda, teve que fugir para o Egito, para lá esconder o seu tesouro. Nem sucumbiu quando lhe disseram que o Filho Divino fora preso, esbofeteado, cuspido, julgado, condenado. Era o rochedo sempre firme. E teve fortaleza ainda para afrontar — na rua da ignomínia em busca de seu Filho — aquele mar revolto da populaça desvairada que esbravejava, blasfemava, urrava, ameaçava...  E ao expirar a grande Vítima, quando o sol perdeu a sua luz, e o véu do templo se rasgou, quando a terra toda tremeu e os rochedos se partiram, só um rochedo ficou inabalado: foi o rochedo maravilhoso da alma de Maria. Admirável firmeza! E não foi junto deste rochedo que se refugiaram os apóstolos, depois da morte do Divino Mestre, com medo dos judeus?

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XI. Alma Eloquente
 As almas silenciosas são as mais eloquentes, se tomamos eloquencia pelo dom de convencer e de mover os homens. E isto porque suas palavras, sendo raras, não aborrecem, mas vêm sempre a propósito; sendo antes meditadas, soam sempre com a força da concentração e da convicção donde nasceram. Esta eloquencia possuiu a alma gloriosa de Maria em grau elevado. Pois, em grau elevado, foi ela, também, uma alma de silêncio. E não é assim? Diz algumas palavras ao Anjo embaixador de Deus e estas palavras, ecoando pelo mundo afora, operam maravilhas de transformação. “Eis aqui a serva do Senhor” exclama a Virgem — e, desde então, não têm faltado legiões de almas que fizeram de sua vida inteira um serviço exclusivo e dedicado a Deus Nosso Senhor. Servindo-O não só em seu templo com orações e sacrifícios, mas pelas estradas, pelos hospitais, pelas casas da pobreza e terras pagãs, na pessoa dos infiéis, dos leprosos, dos mendigos, de todos os que sofrem. É o verdadeiro serviço de Deus no seu duplo aspecto: vida contemplativa e vida ativa. Santa Teresa e Santa Isabel, S. Bruno e S. Vicente de Paulo, frutos da palavra de Maria:   Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a vossa Palavra — diz a Senhora e com esta palavra só o mundo todo começa a submeter-se à civilização cristã. As suas palavras do “Magnificat” são de eloquencia tão arrebatadora, tão do céu, que, ao seu lado, as vozes de um Bossuet são balbucios apenas. E, depois, quando, em Caná, ela docemente ordena: Fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser, não são somente aqueles servos das bodas que lhe obedecem, vencidos pela eloquencia suave de sua voz, mas é toda esta interminável procissão de almas, que no andar dos tempos fizeram da devoção esclarecida a Maria um meio de chegarem integralmente a Jesus. Elas têm em seu estandarte o lema: Por Maria a Jesus! — E que frutos de consolo e de salvação já não produziu o silêncio eloquente de Maria, sentada ao pé da cruz, tendo em seus braços morto o Filho divino! É como si dissesse: “Ó vós todos que passais sofrendo pelo caminho da vida, parai um instante e vede se há dor semelhante à minha!”

Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 10

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X. ALMA DE SILÊNCIO
"O silêncio é o segredo das grandes almas" já escreveu alguém. As grandes almas são raras. Por isso há pouco silêncio no mundo. Mas muito barulho. Muita confusão. Muitas palavras. Já não se ouvem, por isso, as discretas admoestações da consciência. Nem o perpassar dulcíssimo da graça. Nem os convites suaves para as boas resoluções. O barulho a tudo sufoca. Dispersando forças. Enfraquecendo energias. Mirrando as almas. Tornando-as mesquinhas também. Pois “é no silêncio que as almas crescem’’ diz a Imitação de Cristo. O silêncio é força. “O silêncio é vida — escreveu a santa carmelita Ir. Marie Aimée — ele é que forja os santos, trabalha-os, aperfeiçoa-os”. O Eterno Pai é vida. Por isso Ele diz uma só palavra: o Verbo Eterno. E por meio deste único Verbo criou todas as maravilhas do Universo. — Maria, melhor do que ninguém, compreendeu toda a força e todo o encanto do silêncio.

Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 9

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IX. Alma Ativa
 “O meu consolo, nesta hora extrema, é pensar que não perdi o meu tempo, cá na terra”. Mais ou menos assim disse a jovem belga Maggy, alma de apóstola, pouco antes de morrer. Era a expressão de uma grande verdade. Pois ela desenvolvera uma atividade quase incrível entre as crianças e os pobres operários. Nunca estava parada. A não ser para a oração, que, afinal, é um modo de andar, de correr até, sem que ninguém o perceba. Maria Santíssima não desenvolveu, está claro, uma atividade, assim, que desse na vista. Outros eram os tempos; outras, as necessidades; outra, a sua vocação! Entretanto que alma ativíssima, a alma gloriosa de Maria! E não podia ser de outra maneira. A atividade, diríamos quase ser uma virtude de família em Deus. Que é a mesma atividade, desde o Princípio, pois que é — na expressão teológica — um Ato puríssimo. Por isso o Padre Meschler, S. J. ficava contrariado quando os seus noviços lhe falavam de plena quietação no céu. “Não, não; no céu há atividade, há movimento, há vida”. É esta, aliás, a doutrina de Jesus Cristo. “Meu Pai, dizia o Divino Mestre, opera sem cessar e Eu também opero” (Jo 5, 17). — Ora, esta doutrina Nossa Senhora via corporificada, a todo o instante, diante de seus olhos. Jesus trabalhava, ajudando a ganhar o pão quotidiano que Ele bem podia — si o quisesse — adquirir, como lá no deserto ou na montanha, de modo maravilhoso; José trabalhava na sua oficina que era um verdadeiro templo onde habitava e operava o Homem Deus; Maria trabalhava, também, solícita, em casa, no jardim. A vida em Nazaré era portanto a lição mais perfeita do “Reza e trabalha” que se tornou depois regra de tanta Ordem e de todas as almas que querem cumprir a sua missão.