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O Purgatório - Parte V

Trechos do Livro
Como evitar o Purgatório
Pe. Francisco Xavier Schouppe, S.J.
Edição de 1973

Na edição anterior, o Pe. Schouppe discorreu sobre a duração e a razão das penas do Purgatório; nesta, reproduzimos o que ele escreveu sobre certo alívio que as almas padecentes podem receber.

A misericórdia de Deus é exercida, em relação ao Purgatório, de uma tríplice maneira: 1 – consolando as almas que nele estão; 2 – mitigando seus sofrimentos; 3 – dando-nos mil meios de evitar esse fogo punitivo. [...]
As almas do Purgatório também recebem grande consolação da Santíssima Virgem. Não é Ela a Consoladora dos Aflitos? E qual aflição pode ser comparada à das pobres almas do Purgatório? Não é Ela Mãe de Misericórdia? E não é com relação a essas santas almas padecentes que Ela mostra toda a misericórdia de seu coração? Não nos devemos, pois, espantar de que, nas Revelações de Santa Brígida, a Rainha do Céu atribua a si o nome de Mãe das Almas do Purgatório. “Eu sou – disse Ela à santa – a Mãe de todos aqueles que estão no lugar de expiação; minhas preces mitigam os castigos que lhes são infligidos por suas faltas”. [...]
Além do consolo que as almas recebem da Santíssima Virgem, elas são também assistidas e consoladas pelos santos Anjos, e especialmente por seus Anjos-da-Guarda. Os Doutores da Igreja ensinam que a missão tutelar dos Anjos-da-Guarda termina somente na entrada de seus protegidos no Paraíso. [...] O Anjo guardião conduz a alma ao seu lugar de expiação e lá permanece com ela para proporcionar-lhe toda a assistência e consolações em seu poder. [...]
Diminuição e mitigação da pena
Se Deus consola as almas com tanta bondade, sua misericórdia brilha ainda maisclaramente no poder que dá à sua Igreja de encurtar a duração de seus sofrimentos. Desejando executar com clemência a severa sentença de sua justiça, Ele concede diminuição e mitigação da pena. Mas faz isso de maneira indireta, através da intervenção dos vivos. A nós Ele concede todo o poder para socorrer nossos aflitos falecidos, por meio do sufrágio, isto é, através dos meios da impetração e da satisfação.
A palavra sufrágio, em linguagem eclesiástica, é sinônimo de prece; contudo, quando o Concílio de Trento declara que as almas do Purgatório são assistidas pelos sufrágios dos fiéis, o sentido da palavra é mais compreensível. Inclui, em geral, tudo o que se pode oferecer a Deus pelos falecidos. Podemos assim oferecer a Deus não somente nossas preces, mas também nossas boas obras, tanto quanto elas sejam impetratórias ou satisfatórias.
Para entender esses termos, lembremo-nos de que cada uma de nossas boas obras, feitas em estado de graça, ordinariamente possui um tríplice valor aos olhos de Deus:
A obra é meritória, quer dizer, aumenta nosso mérito; dá-nos direito a um novo grau de glória no Céu;
É impetratória (impetrar, obter), pois, como a prece, ela tem a virtude de nos obter algumas graças de Deus;
É satisfatória, tendo, por assim dizer, um valor pecuniário e podendo satisfazer à divina justiça e pagar nossas dívidas de punição temporal diante de Deus.
O mérito é inalienável, e permanece propriedade da pessoa que pratica a ação. Pelo contrário, os valores impetratórios ou satisfatórios podem beneficiar outros, em virtude da Comunhão dos Santos. [...] Quais são os sufrágios pelos quais, de acordo com a doutrina da Igreja, podemos ajudar as almas do Purgatório?
Respondemos: Consistem nas orações, esmolas, jejuns e penitências de qualquer gênero, indulgências, e sobretudo no santo Sacrifício da Missa. Nosso Senhor Jesus Cristo permite-nos oferecer à Divina Majestade todas as obras, feitas em estado de graça, para alívio de nossos falecidos no Purgatório, e Deus as aplica a essas almas, de acordo com sua Justiça e Misericórdia.
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Fonte do texto: Revista Catolicismo


Novembro - Mês de socorrer as Almas do Purgatório

MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO


Sancta et salubris est cogitatio pro defunctis exorare,
ut a peccatis solvantur.

É um santo e salutar pensamento orar pelos mortos,
para que lhes sejam perdoados os seus pecados (2 Mac 12, 46).

A devoção às almas do purgatório é muito agradável ao Senhor, e utilíssima a quem a pratica. Jesus Cristo ama imensamente essas almas e suspira pelo momento em que as possa estreitar contra o peito; e as santas prisioneiras mostrar-se-ão gratas para com aquele que lhes obtém o livramento do seu cárcere ou ao menos algum alívio nas suas penas. Sufraguemos, pois, constantemente as almas do purgatório, particularmente no mês consagrado à sua memória.  É tão fácil oferecer, em sufrágio das benditas almas, alguma esmola, algum jejum ou qualquer outra mortificação. Para o mesmo fim frequentemos os santos sacramentos, fazendo uma sincera confissão, uma santa comunhão e, sendo possível, algumas vezes por semana a Via-Sacra. Mas, sobretudo assistamos por elas, o mais possível, à Santa Missa, e, se o permitir a nossa condição, mandemos celebrar alguma Missa, que é o sufrágio mais proveitoso às almas. Afirma S. Jerônimo que "cada Missa devotamente celebrada faz sair várias almas do  purgatório" e em outras partes "as almas que penam no purgatório, pelas quais o sacerdote ora durante a celebração da Missa, não sentem as penas enquanto durar a celebração".
E é também neste mês que a nossa boa mãe, a Santa Igreja, dá os seus tesouros de indulgências para ajudar as almas. O Papa Leão XIII (17 de jan. de 1888) concedeu a todos os fiéis que cada dia do mês de novembro, em público ou em particular, se aplicarem em socorrer as almas do purgatório, por exercícios de piedade, as indulgências seguintes, aplicáveis às mesmas almas: 7 anos e 7 quarentenas uma vez cada dia do mês de novembro e plenária cumprindo as condições de costume num dia do dito mês à escolha da pessoa. Com as mesmas condições todos os fiéis podem lucrar uma indulgência plenária, quantas vezes visitarem uma igreja, ou capela ou oratório públicos, no dia 2 de novembro, rezando cada vez 6 Padre-nossos e 6 Ave-Marias e 6 Glória ao Padre (decr. 26 de junho de 1914). Esta indulgência não está fixa ao dia 2 de nov. mas ao dia em que se celebrar cada ano a comemoração de todos os fiéis defuntos (13 de nov. de 1916).

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para auxiliar estas almas que tanto precisam de nossa ajuda!





DIA 19 DE SETEMBRO


MEDITAÇÃO


Aproveitamento do Tempo
Ponto 1. — O tempo é o preço da eternidade... Vale tanto como Deus, diz São Bernardo, porque com ele se compra a Deus. Um momento aproveitado produz um peso imenso de glória. O tempo usado como Deus quer, proporciona uma morte como razoavelmente  podemos apetecer. Que fazemos do tempo?
Ponto 2. — O tempo é chamado pelos mundanos ouro, e pelos santos céu. A cada instante aproveitado corresponde no céu um grau de glória. Os santos de nada foram avaros senão do tempo: podiam eles vender tão barato o que tão caro custou a Cristo? E tu como aproveitas o tempo? Que ideia fazer dele?
Ponto 3. — São José conhecia o tempo porque tinha diante de si o Eterno e a mesma eternidade divina. Não perdeu na virtude nem no conhecimento de Deus, nem da perfeição, porque aproveitou o tempo; mas na morte e no céu encontrou o preço que aqui dera,  aproveitando o tempo. Como o aproveitas?...
Fruto. — Recordar com frequência que um momento de tempo bem aproveitado produz em  nós um peso imenso de glória.

ORAÇÃO DE SÂO CLEMENTE
São José, meu terno pai, ponho-me para sempre sob vossa proteção; considerai-me como vosso filho, e preservai-me de todo pecado. Lanço-me nos vossos braços, para que me acompanheis no caminho da virtude, e me assistais na hora da morte.

Orações Finais para o Dia 19 de Cada Mês

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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE AGOSTO


MEDITAÇÃO


A Vida de São José

Ponto 1. — A vida de São José foi bem aproveitada: não perdeu tempo. Era facilmente encontrado em casa, na oficina, no templo; nunca, porém, em divertimentos. Uma morte feliz, é o prêmio duma vi da tão bem aproveitada. O tempo e o preço da eternidade.
Ponto 2. — A vida de São José foi uma vida atormentada. Foi vi da de tristezas, de exílios, de temores, de pobreza e de martírio; de coração acompanhados das aflições inerentes à pobreza. Esses foram os degraus que levantaram São José tão alto na glória, passando antes pela morte dos justos.
Ponto 3. — A vida de são José foi vida feliz e origem duma morte felicíssima. O mundo chama-os bem-aventurados, como também aos que choram, aos que sofrem, aos perseguidos... e manifesta-lhes ser verdadeira sua palavra na paz da consciência... São José tinha a Deus consigo em meio de sua pobreza, por isso foi feliz em vida e agora é felicíssimo depois da morte.
Fruto. — Em todas tuas ações pergunta-te: Que me aproveitará o que agora vou fazer para a eternidade?

ORAÇÃO PEDINDO A SAÚDE PARA UM DOENTE
Omnipotente e poderosíssimo Senhor, que sois saúde eterna para todos os que creem em Vós e de coração vos amam, escutai, pelos méritos de São José, pai adotivo de vosso Filho Jesus, as orações que vos dirigimos por este doente.
Pelo cuidado e diligência com que o Santo Esposo de Maria tratou da saúde e vida de Jesus, vos pedimos, que aparteis deste doente a doença que o aflige, e fazei que os remédios que se lhe apliquem produzam com eficácia o efeito desejado.
Bem conhecemos que todos os remédios humanos nada podem sem Vós, autor e inspirador de todo conhecimento útil; em Vós, pois, pomos nossa confiança, e não seremos confundidos. Consolai, ó bom Jesus, este pobre doente que tanto sofre, assim como outrora vos consolou o glorioso S. José, para que livre da doença que o atormenta, louve vossa misericórdia eternamente.

Orações Finais para o Dia 19 de Cada Mês

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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE JULHO


MEDITAÇÃO


Presença de Maria na morte de São José

Ponto 1. — Maria verdadeira Mãe de Deus era também esposa verdadeira de S. José; foi sempre sua companheira, foi sua testemunha, foi sua admiradora, foi seu constante auxiliar em todos os momentos. Que morte santa a presenciada e auxiliada pela mesma Mãe de Deus!

Ponto 2. — São José auxiliou sempre a Maria. Em suas necessidades, em seus momentos de aflição, a única proteção e apoio que Maria tinha na terra, era invocar a São José! São José foi seu benfeitor. seu único amparo... Que agradecimento guardaria para ele sua Esposa!

Ponto 3. — Maria como esposa, como companheira, não podia abandonar a São José: fiel a seu dever, nunca o abandonou, senão que o seguia sempre, assistindo-o e consolando-o, particularmente, na morte. Morte feliz a de São José!... É tua vida do agrado de Maria? Se viveste conforme aos desejos de Maria, também tua morte será conforme a teus desejos.

 Fruto. — Antes de cada ação pergunta-te: Como faria isto Maria?

ORAÇÃO
LEMBRAI-VOS DE SÃO JOSÉ

Lembrai-vos, ó puríssimo Esposo de Maria Virgem, ó doce protetor meu S. José, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado vossa proteção e não fosse por Vós consolado. Com esta confiança venho a vossa presença, a Vós fervorosamente me recomendo. Ah! não desprezeis a minha súplica, ó pai adotivo do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de acolhê-la piedosamente. Assim seja.


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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE JUNHO

MEDITAÇÃO

Amor que S. José teve a Jesus
Ponto 1. — Outra das causas da felicidade de São José em sua morte foi seu amor a Jesus. Aos que amam a Deus tudo, até a mesma morte, se lhes converte em bem: a mesma morte, que é o maior de todos os males naturais. Por isso foi preciosa a morte de São José.
Ponto 2. — São José amou a Jesus como a seu Deus e como a seu filho: como a Deus amava-O como santo, como o maior de todos os santos; como a filho amava-O como pai e como o pai mais amoroso: Jesus por tanto como Deus e como filho, assistiu na morte de São José.

Ponto 3. — São José amou a Jesus com todo seu entendimento, porque O via e conhecia perfeitamente: e com todo o seu coração, porque era o objeto único de suas aspirações, e a única afeição de sua alma: era todo de Deus e na morte foi Deus todo de São José.
Amas assim a Deus?...

Fruto. — Recorda com frequência que o primeiro e principal mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas.

ORAÇÃO EFICACÍSSIMA PARA SE OBTER A PUREZA
Glorioso S. José, pai e protetor das virgens, guarda fiel a quem Deus confiou Jesus, a mesma inocência, e Maria, a Virgem das virgens, eu vos peço e conjuro por Jesus e por Maria, este duplo depósito a Vós tão caro, com vosso eficaz auxílio dai-me conservar meu corpo isento de toda mancha, e que puro e casto, sirva perpetuamente a Jesus e a Maria em perfeita castidade. Assim seja.




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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

31/05 - Consideração para a véspera do Mês do Sagrado Coração

Por um decreto de 3 de Maio de 1873, o Papa Pio IX de santa memória concedeu a todos os que fizerem o mês do Sagrado Coração, sete anos de indulgência* em cada dia do mês de Junho, e indulgência plenária em um dia do mesmo mês à vontade do fiel, observadas as condições ordinários.

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Consideração para a véspera do mês
A oração tem sido sempre as delicias das almas fervorosas. Estas delicias, querido leitor, o Sarado Coração vos convida  hoje a saborear. Mais aparentes do que reais são as dificuldades deste santo exercício. «Fazer oração mental ou meditação, diz Monsenhor Dechamps, é pensar nas verdades da fé, para se excitar no amor divino e na prática das virtudes, cuja graça será obtida pela oração. A meditação chama-se  oração mental, pois a oração ou suplica é a parte principal da meditação. Assim, fazer oração mental é pensar nas verdades da fé, por exemplo, na morte, no juízo, no céu, no inferno, na  eternidade, em Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho único de Deus, que desceu do céu, fez-se Homem por nosso amor no seio da bem-aventurada Virgem Maria, padeceu e morreu na cruz para nos alcançar o perdão de nossos pecados. Quando o cristão pensa numa das grandes verdades que a santa fé ensina, e pensa para se excitar a evitar o pecado, imitar a Jesus Cristo e  empregar para isto os meios que ele nos deixou, principalmente a oração e os sacramentos, que são os canais da graça, então faz a meditação ou oração mental.
Bem vedes que muitos cristãos que nunca ouviram talvez  pronunciar estas palavras, fazem contudo a oração, visto como pensam algumas vezes nas verdades da salvação, por exemplo, quando depois de ouvirem o sermão do domingo, pedem a Deus perdão dos pecados, tomam a resolução de confessar-se e lhe rogam a graça de vida melhor. Faz também oração mental aquele que se prepara para uma boa confissão, porque então, depois de ter orado e reconhecido suas faltas, excita-se à contrição pensando no inferno que mereceu, no céu e na graça de Deus que perdeu, em Jesus Cristo a quem nossos pecados fizeram chorar, padecer e morrer. Ainda faz oração mental, quem, depois de ter lido n’algum bom livro, para um pouco considerando um ponto que lhe diz respeito e mais o comove, o depois ora a Deus, a Jesus, a Maria, aos santos anjos, ou aos santos padroeiros, a fim de conseguir uma graça que deseja, ou cumprir uma coisa  que Deus exige dele. Em viagem e até no trabalho pode uma  pessoa fazer oração mental, pois ainda então pode pensar nas verdades da salvação, e dirigir-se a Deus em súplicas. Não se creia, pois, que este exercício, por difícil, seja raro. Não,quando se toma a peito o negócio da salvação eterna, nele se pensa todos os dias com tão boa vontade como os negociantes no seu comércio; e tão impossível é que nos saiamos bem no negócio de nossa salvação, sem nele pensarmos e nos resolvermos a empregar os meios necessários, como o é ao negociante prosperar, sem pensar nos meios de adquirir  fortuna. O mundo está cheio de pecados e o inferno de réprobos, afirma Santo Afonso, por que não se medita nas verdades eternas.
Por tanto, alma cristã, nada mais fácil que fazer oração mental. Santo Afonso torna sua prática extremamente simples, clara, fácil e não menos frutuosa; graças ao método que ele
ensina, este exercício indispensável a quem quer santificar-se, é posto com toda verdade ao alcance de todos: também seu desejo é que todos aprendam a meditar. Eis aqui o método de fazer a oração mental segundo o santo doutor: «A oração mental contem três partes: a preparação, a meditação e a conclusão.
I. Na Preparação fazem-se três atos:
1. Ato de Fé na presença de Deus.
Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e vos adoro.
2. Ato de humildade.
Eu deveria estar a esta hora no inferno; Senhor, eu me arrependo de vos ter ofendido.
3. Ato de petição de luzes.
Eterno Pai, por amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.
Uma Ave Maria à Mãe de Deus, e um Gloria Patri a S. José, ao anjo custódio e ao nosso santo protetor. Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente; depois faz-se a meditação.
II. Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. S. Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.
Cumpre, além disto, saber que os frutos da meditação são três: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado uma verdade eterna, e ter Deus falado a vosso  coração, é mister que faleis a Deus:
1o. Pelos afetos, isto é, pelos atos de fé, agradecimento, humildade, esperança; mas repeti de preferência os atos de amor e contrição. Conforme Santo Tomás, todo ato de amor nos merece a graça de Deus e o paraíso. O mesmo se deve dizer do ato de contrição. Eis aqui exemplos de atos de amor:
Meu Deus, eu vos amo sobre todas as coisas. — Eu vos amo de todo o meu coração. — Quero fazer em tudo vossa vontade. — Muito me regozijo por serdes infinitamente feliz.
Para o ato de contrição basta dizer:
Bondade infinita, pesa-me de vos ter ofendido.
2o. É necessário também falar a Deus pelas súplicas,  pedindo-lhe as luzes que havemos mister, a humildade ou outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna, mas principalmente seu amor e a santa perseverança. E si nossa alma está em grande aridez, basta repetirmos:
Meu Deus, socorrei-me. — Senhor, tende compaixão de mim. — Meu Jesus, misericórdia! — Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.
3o. E mister enfim falar a Deus pelas resoluções: antes de terminar-se a oração, cumpre tomar alguma resolução particular, por exemplo, fugir de tal ocasião, sofrer o que parece nos molestar em tal pessoa, corrigir-se de tal defeito, etc.
III. Enfim a Conclusão compõe-se de três atos:
1o. Meu Deus, eu vos agradeço as luzes que me destes.
2o. Proponho observar as resoluções que tomei.
3o. Peço-vos, por amor de Jesus e Maria, a graça de pô-las em prática.
Termina-se a oração por um Padre Nosso e uma Ave Maria, para recomendar a Deus as almas do purgatório, os prelados da  Igreja, os pecadores, parentes e amigos.
S. Francisco de Sales aconselha notar algum pensamento que mais impressão nos faz na oração, para o recordarmos de tempos a tempos durante o dia. Útil é referir aqui o que Santo Afonso escreveu a seus religiosos numa circular em data de 26 de Fevereiro 1771. «Recomendo-vos de preferência para meditação os meus livros: A Preparação para a morte, as Meditações sobre a Paixão, as Setas de fogo e as Meditações do Advento até a Oitava da Epifania. Digo isto, não para exaltar meus pobres escritos, mas, porque estas meditações estão entremeadas de pios afetos, e cheias, o que mais importa, de santas  súplicas, o que quase não se acha noutros livros. Recomendo,
pois, que se leia sempre, na meditação, a segunda parte que consiste nos afetos e súplicas
«Além da oração, diz Santo Afonso, é utilíssimo fazer também, cada dia, uma Leitura Espiritual por espaço de meia hora, ou ao menos de um quarto de hora, em algum livro que trate da vida dos santos, ou das virtudes cristãs.
Quantos há que foram convertidos e se tornaram grandes santos, por terem lido um livro de piedade! Aí estão S. João Colombini, Santo Inácio de Loyola, e muitos outros.»
[...]


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* indulgência parcial

Trecho do livro: O Sagrado Coração de Jesus segundo Santo Afonso de Ligório ou Meditações para o Mês do Sagrado Coração, A Hora Santa e a Primeira Sexta-Feira do Mês coligidas das Obras do Santo Doutor pelo Pe. Saint-Omer, Redentorista

DIA 19 DE MAIO


MEDITAÇÃO


Serviços prestados a Jesus
Ponto 1. — São José teve uma morte feliz, porque sempre viveu em amizade com Jesus, serviu-lhe sempre, fez sempre a vontade de Deus. Queres morte de São
José? procura agora a amizade de Deus.
Ponto 2. — São José foi constante até a morte nos serviços prestados a Jesus. Para servir a Jesus trabalhou, suou, fugiu, exilou-se... mas apesar das dificuldades, perseverou no serviço de Jesus, e morreu santíssima e felicíssimamente.
Ponto 3. — A morte de São José foi felicíssima, porque Jesus lhe serviu e assistiu nos últimos instantes. Que morte feliz! Jesus está perto de José moribundo, assistindo-lhe e servindo-lhe... Guarda a lei de Deus, teme a Deus e, em tua morte, Deus fará tua vontade.
Fruto. — Meditar com atenção aquelas palavras de Cristo: Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
ORAÇAO DE SÃO BERNARDINO
Lembrai-vos de nós, ó bem-aventurado S. José, e ajudai-nos com vossas orações e intercessão junto daquele que quis ser chamado vosso filho. Tornai-nos também propicia a bem-aventurada Virgem vossa esposa, Mãe do Redentor, que vive e reina com o Padre e o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Assim seja.


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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE ABRIL


MEDITAÇÃO


Presença de Jesus

Ponto 1. — São José teve uma morte muito feliz, porque serviu a Jesus. Serviu-lhe sempre sem arredar-se por dificuldades, serviu-lhe nas provas, nas tribulações. Serve a Jesus em vida, si desejas uma boa e santa morte.

Ponto 2. — A morte de São José foi feliz, porque viveu em amizade íntima com Jesus, serviu-lhe sempre, fez sempre a vontade de Deus. Queres a morte feliz de S. José? Procura agora a amizade com Deus e serás perfeito.

Ponto 3. — A morte de São José foi felicíssima, porque nunca se apartou de Jesus por culpa própria. Quando Jesus para prová-lo apartou-se dele, procurou-o nosso Santo com diligência e amor. Não percas a Jesus em vida, e ele estará contigo na morte.

Fruto. — Fazer cada hora um ato da presença de Deus.

ORAÇÃO

Ó amantíssimo Jesus, que com vossas inefáveis virtudes e com os exemplos de vossa vida oculta, consagrastes a família que escolhestes para vossa! Lançai um olhar de clemência sobre os moradores desta casa, que prostrados a vossos pés, vos pedem que lhes sejais propício. Lembrai-vos que sois o dono desta casa, porque a Vós está exclusivamente entregue e consagrada. Guardai-a com benignidade, apartai dela os perigos, socorrei-a nas necessidades, plantai nela as virtudes que floresceram na vossa casa de Nazareth, para que dedicada com fidelidade a vosso serviço e amor na vida, possa cantar no céu eternamente vossos louvores.
Ó Maria, Mãe dulcíssima, recorremos confiados a vosso socorro, na certeza de que vosso Unigênito acolherá nossas suplicas.
E Vós, gloriosíssimo S. José, socorrei-nos com vosso poderoso patrocínio, e depositai nossas orações em mãos de Maria, para que as apresente a Jesus Cristo.
(Trezentos dias de indulgência para os que se consagram à Sagrada Família).

Jesus, Maria e José, iluminai-nos, socorrei-nos. salvai-nos. (200 dias de indulgência diariamente).



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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE MARÇO


Porque foi tão feliz a morte de S. José

Ponto 1 — A morte de São José foi felicíssima, porque foi a morte do justo... Ao justo mandou Deus dizer que se alegrasse porque lhe iria bem na morte, e que nesse momento ha de receber o premio e fruto do que sofreu e praticou em vida. Como foi até agora a tua vida?

Ponto 2 — a morte de São José foi a morte do servo fiel, a quem Nosso Senhor constituiu sobre sua família... Cumpriu ele fielmente seu ministério, foi guarda diligente de Jesus, esposo fidelíssilmo de Maria. Que felicidade escutar na morte aquelas palavras: alegra-te servo fiel, entra no gozo do teu
Senhor. Como serves tu a Deus?...

Ponto 3 — Foi São José administrador da herdade e riqueza que Deus tinha na terra; mas que conta tão boa soube ele dar!... Guardou e defendeu a Jesus, alimentou a Deus! conservou a vida de Deus!... Foi custódio da Virgem Imaculada. Maria... Na hora da morte era justo que Deus lhe pagasse, que lhe pagasse Nossa Senhora... Agora é feliz para sempre! ...
Fruto. — Pergunta-te a miúde: como quereria ter servido a Deus na hora de minha morte?

ORAÇÃO
RESPONSÓRIO DE SÃO JOSÉ

Quem dá saúde e ventura
E feliz morte deseja.
Recorra a José piedoso,
Seu devoto sempre seja.

De Jesus pai adotivo,
Esposo da Virgem bela,
Casto, fiel, justo, santo,
Tudo alcança Dele e Dela.

Quem dá saúde, etc.

De Belém no pobre albergue
Adora o infante divino.
Desterrado o guarda e ampara.
Perdido acha o Menino.


Quem dá saúde, etc.

Com teu trabalho alimenta
Do universo o grande autor:
O Filho do Eterno Padre
Lhe obedece com amor.

Quem dá saúde, etc.

Assistindo-lhe na morte.
Vê Jesus e vê Maria,
Que em brando sono lhe tornam
Mortal extrema agonia.

Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Quem dá saúde, etc.

Antiph. — Eis aqui o servo fiel e prudente, a quem o Senhor deu o governo da família.
V. Rogai por nós, bem-aventurado São José.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

OREMUS


Ó Deus, que por uma inefável providencia vos dignastes escolher o bem-aventurado José para esposo de vossa Mãe Santíssima; concedei-nos, que aquele mesmo que na terra veneramos como protetor. mereçamos tê-lo no céu por nosso intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. — Amen.
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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE CADA MÊS - Orações Preparatórias

CONSAGRADOS A SÃO JOSÉ


  É prática geralmente admitida entre os devotos de São José consagrar-lhe o dia 19 de cada mês. Além da comunhão, costumam fazer outras preces, podendo servir para esse fim as seguintes:

Vinde, ó Espírito Santo, enchei os corações de vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso divino amor.
V. Mandai o vosso Espírito e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra.

OREMUS
Ó Deus, que doutrinastes os corações dos fieis pela ilustração do Espírito Santo, concedei-nos que pelo mesmo Espírito Santo saibamos o que é reto, e gozemos sempre de sua preciosa consolação.

Amen.


ORAÇÃO PREPARATÓRIA

Senhor Meu Jesus Cristo, que tanto amor manifestastes a esse Varão justo, a quem na terra daveis o nome de pai, e que vos gozais nos louvores que damos às virtudes que ele praticou, e às grandezas e privilégios com que Vós mesmo o enriquecestes, fazei que conheçamos essas virtudes e que as pratiquemos.
Intentamos nestes cultos unir-nos ao vossa coração agradecido, para com ele agradecer os benefícios que São José Vos fez, e sobre tudo os muitos, que por sua intercessão, temos nós recebido.
Virgem Santíssima, Esposa Amantíssima e Amadíssima de S. José, Vós honrastes este grande Santo como ele merecia ser honrado, porque conhecíeis seus méritos e o muito que ele valia, e também porque com o trato continuo com ele e com os serviços que Vos fazia, tinha obrigado o vosso coração: fazei que eu conheça suas virtudes e que as imite, para me fazer digno de seu amor.

Ó glorioso Patriarca, pai nutrido de Jesus, Esposo de Maria, pelo amor que tivestes a estes dois entes queridos, suplico-vos que me alcanceis o amor de Deus, e uma devoção constante a estes meus queridos Jesus e Maria, e graça para aproveitar-me deste exercício.

Amen.


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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

DIA 19 DE CADA MÊS - Orações Finais


Para alcançar as graças que pedimos rezaremos em honra do santíssimo nome de S. José quatro Padre-Nossos, Ave-Marias e Glória Patri com as seguintes:
JACULATÓRIAS
1. — Justíssimo José e Pai nutrício do Verbo encarnado alcançaI-nos amor a Jesus e devoção constante a seu Sagrado Coração.
Padre Nosso, Ave Maria e Gloria Patri.
2. — Obedientíssimo Patriarca e cabeça da Sagrada Família, por vosso amor e respeito a Imaculada Virgem nossa Mãe, eu vos peço devoção constante a esta augustíssima Rainha.
Padre Nosso, Ave Maria e Gloria Patri.
3. — Sapientíssimo Patriarca, ilustrado com a verdadeira ciência do céu, pelos altíssimos conhecimentos que vos  comunicou o Verbo e Sabedoria do Pai, peço-vos que me  alcanceis fé nas verdades reveladas e a perseverança nela.
Padre Nosso, Ave Maria e Gloria Patri.
4. — Esposo castíssimo da Esposa do Espírito Santo, e amador do amor divino, pela ardentíssima caridade com que cuidastes  de vosso Deus, e pelos sacrifícios que por ele sofrestes,  peço-vos a virtude da caridade e amor de Deus até a morte.
Padre Nosso, Ave Maria e Gloria Patri.
ORAÇÃO FINAL PARA TODOS OS DIAS

Felicíssimo Patriarca, tão ternamente amado de Jesus e de Maria, que vos manifestaram esse amor principalmente na morte soberanamente preciosa que tivestes. Que consolação a vossa, meu amantíssimo Protetor, quando nesse derradeiro instante, Jesus e Maria, assistindo a vosso lado, defenderam vossa alma dos insultos dos inimigos e a levaram depois ao seio de Abraão! Este instante espantoso há de chegar sem remédio para nós e ainda na hora menos pensada: que será então de nossas almas? Vossa vida inocente e as heróicas virtudes que praticastes, e sobre tudo a presença de vossos queridos Jesus e Maria, vos deram essa preciosa tranquilidade com que passastes deste mundo; mas que será de nós? Iludidos pelos inimigos e pelas paixões, nos entregamos muitas vezes em suas mãos ofendendo a Jesus, que nos ha de julgar! Ah! amantíssimo Protetor nosso, à vista de uma vida tão pouco conforme à nossa fé, aguardamos com espanto a morte e a conta que depois dela nos espera! Ó pai e protetor nosso nós, sós, não ousaríamos aparecer nesse tão justo tribunal, onde é o mesmo Deus que nos há de julgar; vimos por tanto pedir-vos por vossa preciosíssima morte e por vosso felicíssimo trânsito, a vossa poderosíssima proteção agora, para que vivendo uma vida digna do título que levamos, mereçamos também vossa proteção e assistência na morte. Manifestai, pai amantíssimo, vosso amor em nossa morte; protegei-nos então, protetor nosso eficacíssimo, para que morrendo em graça de Deus, vamos convosco à morada felicíssima dos justos gozar de Jesus e de Maria por toda uma eternidade. Amen.


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Do livro: Devoto Josephino - edição de 1935

O CULTO DE PROTODULIA

Retirado da Coleção - Leituras Católicas de Dom Bosco - No.633
São José
Mons. Ascânio Brandão
Edição de 1943
Sabemos que há três espécies de culto em relação ao objeto.
O culto de latria, devido só a Deus.
Hiperdulia, especial culto tributado à Mãe de Deus, rainha dos santos e singular criatura.
Dulia, o culto dos santos.
O culto de S. José não se pode comparar ao de Maria por ser Ela a Mãe Santíssima, Nossa Corredentora e Mãe de Deus. Todavia, não pode ser igual ao dos demais santos, visto ser ele o maior dos santos e singular entre todos, como sabemos, pelas prerrogativas que possui. A Igreja celebra a memória de S. José de modo singular em sua Liturgia com honras sumas e sumos louvores, diz Pio IX, e repetem estas expressões vários documentos da Igreja. Por isso, o culto de S. José costuma ser chamado de suma dulia, ou protodulia, culto acima do dos santos: dulia. E abaixo do de Maria: hiperdulia.
Esse culto de suma dulia foi pedido ao Papa Pio IX pelos Padres do Concilio do Vaticano. Em nada se opõe à fé e está conforme a dignidade e aos privilégios singulares do maior dos santos.
Nos últimos tempos se tem introduzido na Liturgia da Igreja o nome de S. José, nas Ladainhas maiores, no rito da Extrema-Unção, e da assistência aos agonizantes, em várias orações da Missa e Breviário.
A festa do Patrocínio da 4a feira depois da II Dominga da Páscoa, com Missa e ofício próprios e oitava comum.
O Ritual tem benção de dois escapulários de S. José; uma própria dos Capuchinhos, outra dos Carmelitas. Ha benção para o anel em honra do santo Esposo de Maria.
Inúmeras indulgências e práticas tocantes de devoção a S. José!
O culto de suma dulia, ou protodulia, tem inúmeras e tocantes manifestações na Liturgia e na devoção dos fiéis.


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