Adoração de Ação de Graças de Maria
ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS
V). Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V). Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R). E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Ao ato de fé humilde e simples, à adoração pelo aniquilamento próprio, Nossa Senhora unia a ação de graças. Depois de se ter abismado no sentimento da grandeza e da majestade divinas, veladas sob o Sacramento, volvia o olhar para esse Tabor de amor, a fim de contemplar-lhe a beleza e deleitar-se em sua inefável bondade.
Agradecia a Jesus o seu amor, no dom da Eucaristia, ato supremo de sua caridade infinita. A ação de graças da Santíssima Virgem era perfeita, porque conhecia a grandeza desse dom.
Oh! como foi grande a felicidade de Maria quando, antes da ceia, Jesus lhe revelou que a hora do triunfo de seu amor havia soado e que ia instituir seu adorável Sacramento, por meio do qual, perpetuando-se e sobrevivendo entre nós, proporcionaria a cada fiel a ocasião de participar da felicidade de Maria, podendo recebê-LO em seu corpo como a Virgem, vê-LO, de certo modo, e em seu estado sacramental fruir de todas as graças, fazendo aí reviver todos os mistérios de sua vida mortal! "Depois desse dom, no qual esgoto o meu poder, nada mais tenho a dar ao homem senão o céu".
A essa feliz nova, Maria se prostrou aos pés de Jesus, adorando com efusiva gratidão esse amor excessivo para com os homens, e também para com Ela, sua indigna serva; Maria se havia oferecido para serví-LO em seu adorável Sacramento, consentindo em ver retardada a hora de sua recompensa, a fim de permanecer como perpétua adoradora na terra, encarregada de guardar e de servir a Eucaristia, feliz de morrer aos pés do Divino Tabernáculo.
II. Em suas adorações no Cenáculo, Maria renova diariamente esta ação de graças: Como sois bondoso, ó meu Senhor e meu Filho! Como pudestes amar ao homem até esse ponto, dar-lhe mais do que podia receber, amá-lo mais do que é capaz de avaliar, inventar o que seu coração jamais poderia compreender? Por amor dele esgotastes vossa omnipotência e os tesouros de vosso Coração! Em seguida a Santíssima Virgem entoava louvores a cada uma das potências da alma de Jesus, a cada membro do Salvador que havia cooperado na instituição da Sagrada Eucaristia; consagrando-lhes o ardente amor que abrasava seu Coração.
Oh! com que gozo e complacência não teria Jesus recebido essas primeiras homenagens de sua Santa Mãe, primícias das que lhe foram prestadas em seu Sacramento! e como seu coração devia rejubilar por ter deixado a Maria, para sua consolação, sua presença sacramental! Ainda mesmo que fosse unicamente para Ela, Jesus teria instituído a Eucaristia! E isto não nos deve admirar, pois que as adorações e as ações de graças de Maria eram para Jesus de maior valor do que as homenagens de todos os santos reunidos.
A ação de graças de Maria era também muito agradável a Jesus, porque acima de tudo Ele preza a gratidão e o reconhecimento, e somente isto espera de nós. Adorar dando graças é adorar bem, é reconhecer o primeiro de seus divinos atributos, aquele para cuja manifestação Ele veio especialmente à terra, isto é, a bondade: consideremos isto atentamente quando estivermos a seus pés.
Agradeçamos por intermédio de Maria, pois quando um filho recebe alguma coisa cabe à mãe agradecer por ele; nossa ação de graças identificada com a de Maria Santíssima será perfeita e bem aceita pelo Coração de Jesus.
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A criança preservada das chamas
Era costume dos primeiros séculos da Igreja dar às crianças ainda na idade de inocência batismal as partículas consagradas que ficavam após a comunhão dos fiéis.
Certo dia, o filhinho de um judeu de Constantinopla, que trabalhava numa fábrica de vidros, ao se dirigir à escola em companhia de outras crianças cristãs, entrou com elas na Igreja e inocentemente se apresentou, como as demais, para receber os fragmentos da Santa Eucaristia.
Ao chegar em casa, contou ao seu pai o que fizera. O judeu, homem brutal e dos mais encarniçados contra a religião cristã, ficou possuído de tão violenta cólera que lançou a criança numa fornalha ardente. Instantes depois, a mãe, que estava ausente, regressando ao lar, em vão procurou saber onde se achava o filhinho. Percorreu, em sua aflição, toda a redondeza, porém tanto suas pesquisas como suas indagações não tiveram resultado.
Triste e inconsolável, há três dias chorava a perda de seu filho quando, no excesso de sua angústia, começou a chamá-lo pelo nome, como se ele estivesse em casa.
De repente, ó surpresa! ouve uma voz que lhe responde chamando-a pelo doce nome de mãe. Emocionada, corre à fornalha, de onde lhe parecia proceder o som. Deteve-se, porém, achando impossível que a criança pudesse estar em meio das chamas devoradoras. Mas se repete o chamado, e bem distintamente. Sem mais duvidar, abre a porta da fornalha e vê esse
estranho espetáculo: seu filhinho dentro do braseiro, porém cheio de vida. Chama os vizinhos em seu auxílio, e todos presenciam o milagre.
estranho espetáculo: seu filhinho dentro do braseiro, porém cheio de vida. Chama os vizinhos em seu auxílio, e todos presenciam o milagre.
Interrogada a criança, que saiu sã e salva, conta que seu pai a jogara no fogo por ter assistido as cerimônias dos cristãos, mas que uma linda senhora, resplandecente de luz, a preservara das chamas cobrindo-a com seu manto, lhe dera alimento, e que essa protetora bondosa muito se parecia com a estátua da Santa Virgem que vira na Igreja dos cristãos.
Compreenderam todos então que a criança privilegiada fora salva por Maria, que lhe conservou a vida defendendo-a contra o ardor das chamas. O imperador, tendo conhecimento do ato desnaturado desse pai, mandou prendê-lo e o condenou ao suplício. O miserável, em lugar de se converter, obstinou-se mais e mais no erro. Quanto à mãe e seu filhinho, se instruíram na religião católica, receberam o Batismo e se tornaram cristãos fervorosos.
PRÁTICA — Rogar incessantemente a Maria pelos seminaristas, os coroinhas e todos os fiéis, a fim de que se apliquem com piedade e reverência a suas santas funções.
JACULATÓRIA — Oh! Maria, nós vos bendizemos, vós que sois a perfeita Serva de Jesus Eucaristia.
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Oração Final
Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna. Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.
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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962