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27o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

A Eucaristia centro da Vida de Maria


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. A Santíssima Virgem vivia da vida eucarística de Jesus porque o amor requer a comunhão de vida.
Em Belém e Nazaré viveu da vida pobre e oculta de Jesus; no Egito, de sua vida perseguida; através das aldeias da Judeia, de sua vida apostólica, e, tendo também compartilhado de sua vida crucificada, devia, por conseguinte, e com maior razão, viver da vida eucarística de seu Divino Filho, que é a coroa de todas as outras.
Por meio da Eucaristia a Santíssima Virgem vivia uma vida totalmente interior, silenciosa e oculta, afastada do mundo, tendo Jesus por única testemunha e confidente. Sua vida transcorre na contemplação, em agradecer a infinita bondade da Eucaristia, e esta visão absorve completamente seu espírito, alimentando-o com a verdade; penetra suavemente seu coração, que não tem outro desejo e necessidade senão amar sempre melhor entregando-se completamente e cada vez mais a Jesus; o próprio corpo de Maria participa dos gozos e da paz celestial dessa vida; está totalmente espiritualizado; "Cor meum et caro mea exsultaverunt in Deum vivum". “Meu coração e minha carne exultaram em Deus meu Salvador”.
                                                  
II. Esta contemplação eucarística é mais ativa que passiva; é a alma que se entrega sem cessar a Deus, sob a impressão sempre nova e sempre mais deliciosa de sua bondade, sob a influência crescente das chamas de seu amor que a purificam dando-lhe a verdadeira liberdade e unindo-a mais intimamente ao seu Amado.
O recolhimento é a primeira condição para atingir esta contemplação; a alma, livre das imagens, dos objetos exteriores, desprendida de todo o afeto desordenado, se dirige diretamente a Deus como a agulha magnética para seu polo. A alma recolhida e fixada em Jesus alimenta-se de sua verdade, de sua bondade e de seu amor; a oração prolongada pouco ou nada lhe custa, pois livre de toda a escravidão pode seguir o Salvador por onde quer que vá sem que coisa alguma a violente ou a atraia para outro objeto; e ademais porque, sempre presente a si mesma, pode estudar e aprofundar os mistérios sobre os quais medita; vê as coisas em Jesus Cristo, em toda a sua realidade; o recolhimento e a contemplação fortificam sua vista tornando-a refletida e penetrante.

III. Quão perfeita devia ser a contemplação de Maria aos pés do Santíssimo Sacramento, dadas as luzes tão extraordinárias de sua fé, a pureza de sua vida e o amor tão perfeito de seu coração! Certamente as distrações, essa febre do espírito e do coração, jamais perturbariam a paz que fruía no seu Dileto. Sua alma, mais intimamente unida a Jesus do que seu próprio corpo, sorvia a largos tragos a água viva da graça e do amor; olvidava-se da terra para ficar só com Jesus, porque o amor se compraz em isolar-se, em simplificar-se e concentrar-se na unidade a fim de aderir sempre mais estreitamente a seu objeto.
O adorador, unindo-se a Maria adoradora, aplique-se com paciência e constância à virtude do recolhimento; exercite-se na contemplação de Jesus Cristo, procurando antes conhece-lO que gozar d’Ele, porque o amor nasce da verdade conhecida e, por isso, uma graça de luz vale muito mais do que a maior graça de consolação ou de doçura; o sentimento passa, mas a verdade permanece.
Oh! feliz a alma que a exemplo de Maria compreende esse mistério de amor, o deseja, clama por ele sem tréguas, e nele se exercita sem cessar; o reinado de Deus estabeleceu-se nela.

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A Primeira Procissão do Santíssimo Sacramento em Lourdes em 1888

As grandes peregrinações de Lourdes, após a que se efetuou em 1888, revestem-se agora de um caráter particular: a procissão eucarística, em que o Divino Sacramento faz refulgir sua glória e seu poder. De certo, o Salvador Jesus não era esquecido, anteriormente, nas piedosas homenagens prestadas à sua Santa Mãe; sem dúvida, igualmente. Maria operava as suas curas admiráveis nos corpos e nas almas, pela virtude omnipotente de seu Filho, cuja Presença real domina o recinto da Gruta bendita, visto que somente Deus é autor de toda maravilha. Mas, naquele ano, conforme refere o Jornal de Lourdes, "aprouve à nossa boa Mãe ocultar-se para fazer manifestar-se com mais esplendor seu divino Filho na Eucaristia."
O dia 21 de agosto de 1888 foi, para a peregrinação nacional, um dia de provação: registraram-se poucos milagres e, à tarde, desabou uma tremenda tempestade que impediu de se realizar a costumada procissão das lanternas. Diante da tristeza dos peregrinos, que, contudo, não haviam perdido a confiança, um pensamento do céu ocorreu de repente a um piedoso Sacerdote. Fazer-se uma aclamação triunfal ao Santíssimo Sacramento e, enquanto o Deus da Eucaristia passasse no meio dos doentes, a multidão prorrompesse em aclamações, repetindo as mesmas súplicas com que se obtiveram milagres do Salvador durante sua vida mortal. O projeto foi acolhido, naturalmente, com entusiasmo.
No dia seguinte, às quatro horas da tarde, Jesus-Hóstia saía da Basílica precedido e acompanhado por inúmeros fiéis empunhando círios. Após a Bênção, na Gruta, começaram as invocações, assinaladas por uma alegria e fervor indescritíveis. Um impulso de entusiasmo divino dominava a assembleia. De todos os catres, de todos os leitos, de todas as carruagens
em que os enfermos se apresentavam, alguma coisa de súplice e tocante se fazia ouvir, e a multidão, num movimento unânime, clamava ao Filho da Imaculada, como outrora o paralítico e o cego de Jericó: "Se quiserdes, Senhor, me podeis curar!"
Eis que, diante da Gruta, oito doentes se levantaram. Como descrever esta cena? Ao ser entoado o Magnificat, foi impossível conter as lágrimas.
E, depois, todos os anos, nas procissões numerosas que passam diante da Gruta milagrosa, constata-se o mesmo entusiasmo de fé, igual ardor de oração por parte dos fiéis, e, da parte de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, iguais prodígios de sua misericordiosa omnipotência. Verdadeiramente, Maria preparou, em Lourdes, o triunfo de seu Filho Sacramentado.
(Os Milagres históricos do Santíssimo Sacramento,
pelo Pe. Eugenio Cout)

PRÁTICA — Pedir a Maria pela fiel perseverança das almas consagradas a Jesus no claustro ou no mundo.

JACULATÓRIA — Ó Maria, quais criancinhas recém-nascidas, nós vos pedimos o leite espiritual de nossas almas, Jesus Eucaristia.


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962