Summa sobre a vida de São José

FONTE

            Foi ab aeterno predestinado para ser Pai reputado de Cristo, e Esposo verdadeiro de Maria Santíssima. Foi representado no Testamento velho em várias figuras simbólicas. Procedia da Tribo Real de Judá e soberana casa de Davi. Era parente de Maria Santíssima em terceiro grau. Herdou as virtudes de todos os seus progenitores ilustres. Em certo modo, comunicou nobreza temporal ao mesmo Filho de Deus. Tinha o direito hereditário ao Reino de Israel pela linha de Salomão. Logo aos sete meses, depois de concebido, foi santificado no ventre de sua mãe. Houve quem lhe atribuísse a imunidade da culpa original. Nasceu em Nazaré, conforme a melhor opinião, causando, com o seu nascimento, extraordinária alegria. O nome de José, que se lhe pôs na circuncisão, é o mais admirável e suave, que há, depois dos soberanos nomes de Jesus e Maria. Recopilam-se nele muitas virtudes. Foi nas feições muito semelhante a Cristo, e tinha um aspecto belo e gentil. Ao terceiro ano da sua idade, ou logo que foi concebido, teve uso da razão, e infundiu-lhe Deus uma luz sobrenatural das coisas. Teve coletivamente todas as virtudes e perfeições dos mais Santos. Foi, em ato heróico, humilde, caritativo, constante, mortificado, prudente, puro, sábio, contemplativo e justo. Aos doze anos fez voto de perpétua castidade. Foi confirmado em graça e nunca pecou nem venialmente, sendo-lhe extinto o fomes peccati, isto é, a inclinação para o mal. Sem embargo de ser descendente de Davi, foi pobre de fortuna, mas a sua pobreza era honrada. Foi carpinteiro sem detrimento da sua nobreza e, neste ofício, se equiparou com o Pai Eterno. Foi insigne e afamado na sua arte. Tinha quarenta anos de idade, quando se desposou com a Virgem. Nos seus desposórios houve alguns prodígios. A maravilha de lhe florescer a vara seca e as outras, que sucederam, não são muito certas na opinião de alguns. Neste ato, deu o glorioso Santo um anel à Soberana Virgem, e cobriu-a com parte da sua capa. Contraiu com a Virgem um verdadeiro e substancial matrimônio. Foi o Santo elevado à maior dignidade, que se pode imaginar. Adquiriu a mais alta nobreza. Toda a maioria dos louvores do Santo está em ser Esposo de Maria Santíssima. Levou a Senhora para Nazaré, pátria de ambos. Vida admirável fez em companhia da Virgem. Renovou o voto de virgindade, e Deus o confirmou em graça. A sua prudência enganou o demônio. Foi muito solícito e obsequioso para com Maria Santíssima. Consentia que a Senhora o servisse e lhe chamasse senhor. Conheceu na Senhora indícios de ter concebido, e não a queria receber como esposa por veneração e respeito. Andou vacilante querendo se ausentar da cidade, mas o Anjo do Senhor o tirou dessa perplexidade, mandando-lhe que recebesse a Virgem Maria. Foi com a Virgem a Belém para obedecer ao edito do Imperador. Sucederam-lhe várias tribulações nesta jornada. Foram ardentes os desejos, que teve de ver nascido o Menino Jesus. Chegou a Belém aflito por não achar abrigo, e com a Virgem Maria se recolheu em uma gruta. Ali foi o primeiro, que adorou ao Deus Menino. Circuncidou ao Menino e impôs-lhe o Santíssimo Nome de Jesus, em cuja ação adquiriu autoridade paternal. Ele foi o primeiro, que proferiu tão soberano Nome e nos ensinou a invocá-lo. Como pai de Cristo, excedeu em dignidade a todos os Santos e ainda aos Anjos. Vai com a Virgem ao Templo e oferece pelo Menino um par de rolas. E, como a primogênito, resgatou-o com cinco ciclos. Pelo aviso de um Anjo, fugiu com a Senhora e o Menino para o Egito para o livrar da tirania de Herodes. Padeceu muitos incômodos e sustos nesta longa jornada. Nele se manifestou ser o verdadeiro Anjo Rafael em defesa e guia de Cristo. Teve o gosto de ver cair despedaçados os ídolos nas terras do Egito. Fez habitação no lugar denominado Mathuréa. Logo no princípio do seu estabelecimento, teve perseguições. A sua vida, neste desterro, foi prodigiosa, tendo um sumo júbilo, quando ouviu ao Menino a primeira vez chamar-lhe pai. Esta prerrogativa é inexplicável. Cantava suaves hinos para acalentar ao Menino. Ensinou-o a andar, e serviu-lhe de Mestre e Pedagogo. Retirou-se do Egito com a sua Sacra Família por aviso do Anjo e voltou para Galiléia, padecendo, nesta jornada, bastantes incômodos. Estabeleceu-se em Nazaré e ali passou vida edificante. Indo ao Templo de Jerusalém para a observação das Festas com a Virgem e o Menino, este se deixou ficar no Templo sem eles o saberem, por cuja perda e saudade se afligiu muito, até que, no fim de três dias, o achou disputando com os Doutores. Depois de o achar, trouxe-o pela mãe para Nazaré, e o Menino lhe obedecia com respeitosa humildade. Em todo o tempo, que viveu na companhia de Jesus e Maria, seu gozo foi maior do que se fora arrebatado ao céu. Não padeceu, nesta vida, enfermidades. Morreu nos braços de Cristo e Maria Santíssima. Teve o privilégio de o não perseguir, naquele transe, o demônio. Despediu-se do Senhor e de sua Esposa com palavras ternas e saudosas. Cristo fechou-lhe os olhos e juntamente com a Virgem Maria chorou pelo seu trânsito. Maria Santíssima amortalhou-o com assistência dos Anjos e acompanhou-o à sepultura. Desceu a alma do Santo ao Limbo com o caráter de Precursor de Cristo aos Santos Padres. Depois ressuscitou com o Senhor e apareceu à sua Esposa Maria Santíssima para a consolar das aflições. O Senhor levou-o ao céu em corpo e alma em sua gloriosa Ascensão. Goza na Glória um lugar muito distinto dos mais Santos. Nela excede aos Apóstolos, e ainda a São João Batista. Está no Céu coroado com doze estrelas, à imitação de sua Esposa, Rainha dos Anjos. Foi o primeiro Justo canonizado pelo Espírito Santo. Os seus predicados são tão relevantes, que bem podia ser venerado em todas as hierarquias dos Santos com especiais auréolas. Deve ser venerado com adoração de proto-dulia.

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado - Livraria Francisco Alves, 1927

Jaculatórias a São José


Dai-me São José, inteira confiança na vossa poderosa intercessão. Ao vosso serviço me consagro para sempre, ó São José.
São José, pela obediência que Jesus vos prestou, tornai-me obediente a todas as vontades de Deus.
São José, que sois tão grande, e ao mesmo tempo tão humilde, obtende-me a verdadeira humildade.
São José, salvai-nos. Nossa salvação está em vossas mãos.
São José, sede sempre nosso pai e concedei-nos a graça de sermos verdadeiros filhos vossos.
São José, penetrai nossos corações de contrição e tornai-nos mais sensíveis às amabilidades de Jesus.
São José, quero ser todo vosso, para preservar, por meio de vós, todo de Jesus e Maria.
São José, lírio brilhante de castidade, conservai em nós esta virtude dos anjos.
São José, aumentai a minha devoção à Maria.
São José, inflamai-nos no amor de Jesus.
São José, obtende-me um grande espírito de oração.
São José, poderoso protetor de nossas almas, livrai-me de todo pecado.
São José, sede minha defesa nas tentações e a minha força nas adversidades.
Dai-me, São José, a graça de vencer as paixões e ter horror ao pecado.
São José, socorrei-me em todas as necessidades.
São José, rogai sempre para mim, a perseverança em bem orar.
São José, consolador das almas aflitas, a vós recorro em todas as minhas aflições.
São José, assisti-me em minha agonia.
São José, fazei que vos invoque sempre cheio de confiança.
São José, fazei que eu ame a Jesus como Ele quer ser amado por mim.
São José, fazei que eu morra, como vós, nos braços de Jesus e Maria.
São José, mostrai que sois meu pai.
São José, tenho confiança em vós, defendei-me, guardai-me.
São José, tornai cada vez mais conhecido o poder de vossa proteção eficacíssima.
Bendito sejais, São José, pelo amor com que sois amado por vosso Deus e Senhor.
Amabilíssimo São José, a cada respiração minha, cresça em mim o vosso amor.
São José, mostrai sempre e em toda parte que sois meu pai.
São José, fazei que eu vos ame cada vez mais.

30 de Março - Mês Dedicado à São José

São José, a Igreja e as Almas


São José, pai da Igreja e das Almas
            A divina casa que São José governou com autoridade de pai continha as primícias da Igreja nascente. Da mesma forma que a Santíssima Virgem é mãe de Jesus Cristo, Ela é mãe de todos os cristãos que adotou no monte Calvário, em meio dos supremos sofrimentos do Redentor; e Jesus Cristo é como o primogênito dos cristãos, que, por adoção e redenção, são seus irmãos.
            “Sobre esta grande multidão de cristãos, que compõem a Igreja, sobre esta imensa família espalhada por toda a terra, José, por ser esposo de Maria e pai de Jesus Cristo, possui uma autoridade paterna” (Leão XIII, Encíclica Luamquam plurie).
            Esta origem do patronato de São José nos deve torná-lo caro e venerável. São José, por suas ligações com Jesus e Maria é, por direito divino, o Patrono universal da Igreja e Patrono particular de cada um de nós. E os decretos dos Soberanos Pontífices não fazem mais que declarar o que ele é, proclamando-o Patrono da Igreja Católica.
            Eis porque esse patrocínio, mil vezes bendito, se manifesta, pelo incomparável poder de que dispõe, pela universalidade das graças que pode obter, pela sua influência no céu, na terra e no purgatório, superior ao patrocínio de todos os Santos e de todos os Anjos; suas raízes mergulham na ordem hipostática, é uma manifestação magnífica das prerrogativas de São José na Santa Família.
            Assim, pois, devemos ter confiança completa em seu patrocínio, quer quanto ao que diz respeito à Igreja, quer quanto a nós. Esse patrocínio é universal, para toda a Igreja, e particular para cada um de nós.

São José, protetor e defensor da Igreja e de cada Alma
            São José salvou a vida de Jesus. “Foi São José que preservou da morte o Menino ameaçado pelo ódio de um rei, procurando para ele o refúgio” (Leão XIII).
            E Deus quer que essa proteção e defesa paterna sejam a origem, o penhor, a inauguração de seu ministério paterno no curso dos séculos. “Como cercara santamente a Família de Nazaré com sua proteção, cobre agora com seu celeste patrocínio e defende a Igreja de Jesus Cristo” (Leão XIII).
            Nos perigos que ameaçam sempre a Igreja militante e a cada um de nós, tenhamos confiança no patrocínio de São José, a quem devemos recorrer em nossas orações quotidianas.

São José, pai nutrício da Igreja e de cada Alma

            Pai nutrício de Jesus, São José é, por isso, Pai nutrício da Igreja e de cada alma.
            José no Egito forneceu trigo ao povo judaico, e São José nos preparou o pão celeste. Por vontade de Deus, foi graças a ele que nossa nutrição principal pôde descer do céu. Foi graças a ele que o Verbo se fez homem por uma conceição virginal, cresceu e se preparou para a imolação que o havia de triturar por nossas almas, como o trigo é triturado para alimento dos nossos corpos. O Pão divino começou a ser imolado sob os olhos de São José, na companhia dele, pela pobreza, trabalho, sacrifício... Sobre a Cruz foi somente a consumação das imolações de Nazaré e de Belém.
            Na Igreja, esta casa de Deus, inaugurada na casa de Nazaré, há outros socorros dos quais a nossa vida tem necessidade, tais como os Sacramentos. A São José devemos pedir a recepção digna desses Sacramentos.
            Ainda mais, é de São José que esperamos esta nutrição tão necessária, que se chama a doutrina cristã – a qual por intercessão de São José pedimos que seja muito abundante e proveitosa e que nosso apostolado seja por ele abençoado.

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado. Livraria Francisco Alves. 1927.


30 de Março - Mês Dedicado à São José

São José como intercessor


            Grande deve ser, no Céu, o poder de São José sobre os elementos materiais que pode impedir nos sejam nocivos ou fazer que nos sejam úteis; sobre os demônios, neutralizando seu ódio e desmanchando seus embustes e perfídias; sobre os bons Anjos que pode enviar para nos socorrer.

            Mas, acima de tudo, tem ele o poder da oração, como pai de Jesus e esposo de Maria Santíssima, e esse poder é geral para todas as nossas necessidades e não particular, como é atribuído aos demais santos.

            “Invocam-se os santos, diz São Francisco de Salles, para necessidades particulares, como se as graças e o dom dos milagres fossem partilhados entre eles e cada um tivesse uma parte limitada; mas São José tem o remédio geral para todas as necessidades do corpo e da alma, no crédito absoluto que tem junto de Nosso Senhor”.

            Todos esses pensamentos estão contidos na admirável oração a São José que legou Leão XIII:

            “Recorremos a vós em nossa tribulação, ó bem-aventurado José, e, depois de ter implorado o socorro de vossa santa Esposa, solicitamos, com confiança, vosso patrocínio. Pela afeição que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, e pelo amor paterno de que cercastes Jesus Cristo, vos suplicamos que olheis, com bondade, para a herança que Jesus Cristo conquistou com seu sangue e que nos assistais com vosso poderoso socorro em todas as nossas necessidades.
            Protegei, ó sábio Guarda da divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo; preservai-nos, ó pai amantíssimo, de toda manha de erro e de corrupção; sede-nos propício e assisti-nos do alto do céu, ó nosso poderoso libertador, no combate em que estamos empenhados com o poder das trevas; e, do mesmo modo que livrastes, outrora, o Menino Jesus do perigo da morte, defendei hoje a Igreja de Deus dos embustes do inimigo e de toda a adversidade. Concedei-nos vossa perpétua proteção, afim de que, com vosso exemplo e por vosso socorro, possamos viver santamente, piedosamente morrer e obter a beatitude eterna do céu. Assim seja.”

            São José é, ainda, mais que intercessor, é nosso corredentor. O título de esposo de Maria, Mãe dum Deus Redentor, dá a São José o título de corredentor, tomando, aliás, esta palavra em sentido essencialmente diferente do sentido que tem com relação a Maria Corredentora. Quer isso dizer que São José foi, com efeito, associado como causa, ou ao menos como condição indispensável com relação ao plano divino da Encarnação Redentora; e isso não se pode dizer de nenhum outro santo.

            Os outros santos estão depois da ordem hipostática, ou amo menos fora dela. Eles tem com relação a ela, cada um tomado a parte, uma função super-rogatória.

            O Verbo não quis se encarnar para nos resgatar sem a coparticipação de São José.

            Não queremos terminar estas considerações sem repetir o que escreveu Santa Tereza, em que, para propagar a devoção a São José, vale por tudo o que temos dito:

            “Tomo por advogado e protetor a São José, e recomendo-me instantemente a ele. Seu socorro manifestou-se do modo mais visível. Esse terno pai de minha alma, esse amado protetor, apressou-se em me tirar do estado em que desfalecia meu corpo, bem como me livrou de perigos maiores de outro gênero, que ameaçavam minha honra e minha salvação eterna. Para cúmulo de felicidade, tem-me sempre ouvido além de minhas preces e de minhas esperanças. Não me lembro de lhe ter pedido, até este dia, coisa alguma, que me não tenha concedido.

            O Altíssimo dá somente graça aos demais santos para nos socorrer em tal ou qual necessidade; mas o glorioso São José, eu o sei por experiência, estende seu poder a tudo. Nosso Senhor quer nos fazer entender por aí, que, assim como ele lhe foi submisso na terra do exílio, reconhecendo nele a autoridade dum pai adotivo e dum governador, igualmente se apraz ainda em fazer sua vontade no céu, ouvindo todos seus pedidos...

            Conhecendo hoje, por uma tão longa experiência, o admirável crédito de São José junto de Deus, quereria persuadir todo o mundo a honrá-lo com um culto particular.

            As pessoas, dadas à oração, deveriam principalmente sempre amá-lo com uma filial ternura... Quem não encontrar quem lhe ensine a orar, escolha este admirável santo por mestre...” (Vida de Santa Tereza, escrita por ela mesma).

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado - Livraria Francisco Alves, 1927
  

29 de Março - Mês Dedicado à São José

São José, pai e educador

FONTE
            O Filho de Deus quis ser criado e educado por São José. Que sublime missão! Vossos exemplos e lições admiráveis, desnecessários aliás para o Menino Jesus, que tinha as Virtudes e os Dons do Espírito Santo desde o primeiro instante, sirvam para nós de modelo.

            Em todas as condições de tempo e de lugar, encontramos em São José o modelo mais perfeito: o modelo de vida interior, da contemplação, que transforma a vida pela prática das virtudes; o modelo da vida exterior nas santas viagens, nos trabalhos; o modelo das santas alegrias, das cruzes aceitas e suportadas, em união com Jesus, encontramos nele que é “a Consolação dos desgraçados”; o modelo da fé mais singela e firme encontramos nele que é “fidelíssimo”; o modelo da mais completa confiança em Deus e do mais perfeito abandono; o modelo da caridade mais desinteressada, de esquecimento completo de si mesmo, da dedicação a toda prova; o modelo da coragem nas dores encontramos nele que é o “Espelho da paciência”; o modelo de uma pureza digna da Virgem das virgens e do Santo dos santos encontramos nele que é o “Guarda das virgens”; o modelo da humildade mais profunda; o modelo das virtudes familiares, encontramos nele que é a “Glória da vida da família” e o “sustentáculo das famílias”; o modelo da elevação e da dignidade santas na nobreza; o modelo da resignação em trabalhos rudes encontramos nele que é o “modelo dos operários”; o modelo da vida a mais santa na desgraça encontramos nele que é o “Consolador dos desgraçados”; o modelo da melhor morte encontramos nele que é a “Esperança dos enfermos”, o “Patrono dos moribundos”. Os pais de família encontram em São José a mais bela personificação da vigilância e da solicitude paternas; os esposos, um perfeito exemplo de amor, de concórdia e de fidelidade conjugal; as virgens têm nele ao mesmo tempo o modelo, e o protetor da integridade virginal. Os nobres de nascimento aprendem de José a guardar, até o infortúnio, sua dignidade; os ricos aprendem, em suas lições, quais são os bens que devem desejar e adquirir a custa de toso seus esforços. Quanto aos proletários, aos operários, as pessoas de condição mediana, têm eles um direito especial de recorrer a José e procurar imitá-lo.

            São José, com efeito, de raça real, unido pelo casamento à maior e mais santa das mulheres, considerado como o pai do Filho de Deus, passa sua vida a trabalhar e tira de seu trabalho de artista o necessário par manter sua família.

            “É, pois, um fato que a condição dos humildes nada tem de abjeto, e não somente o trabalho do artista não desonra, mas pode, se si alia à virtude, ser muito enobrecido. José, satisfeito com o pouco que possuía, suportou as dificuldades inerentes a essa mediocridade de fortuna com grandeza d’alma, à imitação de seu Filho, que, depois de ter aceito a posição de escravo, sendo Senhor de todas as coisas, se sujeitou, voluntariamente, à indigência e à falta de tudo” (Leão XIII).

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A vida de São José pela Associação de Adoração Contínua a Jesus Sacramentado - Livraria Francisco Alves, 1927