Homilia Sobre a Dormição da Santíssima Mãe de Deus, a Bem Aventurada Virgem Maria

São João Damasceno (675-749)
Monge, Teólogo, Pai da Igreja
"Antologia dos Santos Padres"
Folch Gomes
1979



Quem ama ardentemente alguma coisa costuma trazer seu nome nos lábios e nela pensar noite e dia. Não se me censure, pois, se pronuncio este terceiro panegírico da Mãe de meu Deus, como oferenda em honra de sua partida. Isso não será favor para ela mas servirá a mim mesmo e a vós, aqui presentes - divina e santa assembleia - como um manjar salutar que, nesta noite sagrada, satisfaça nosso gosto espiritual. Estamos sofrendo, como sabeis, de penúria de alimentos. Assim, improviso a refeição; se não é suntuosa nem digna daquilo que no-La inspira, possa ao menos acalmar-nos a fome. Sim, não é Maria que precisa de elogios, nós é que precisamos de sua glória. Um ser glorificado, que glória pode receber ainda? A fonte da luz, como será iluminada ainda? É pois para nós mesmos que fazemos a coroa. "Vivo eu, diz o Senhor, e glorificarei os que me glorificam”. (2Sm 2, 30)
O vinho agrada sem dúvida, é deliciosa bebida, e o pão alimento nutritivo: um alegra, o outro fortifica o coração do homem (Sl 104, 15). Mas que existe de mais suave do que a Mãe de meu Deus? Ela cativou meu espírito, ela reina sobre minha palavra, dia e noite sua imagem me é presente. Mãe do Verbo, dá-me de que falar! Filha de mãe estéril, torna fecundas as almas estéreis! Eis aquela cuja festa celebramos hoje em sua santa e divina Assunção.
Acorrei, pois, e subamos a montanha mística. Ultrapassando as imagens da vida presente e da matéria, penetrando na treva divina e incompreensível, ingressando na luz de Deus, celebremos o seu infinito poder. Aquele que, de sua transcendência superessencial e imaterial, desceu ao seio virgíneo para ser concebido e se encarnar, sem deixar o seio do Pai; aquele que através da Paixão marchou voluntariamente para a morte, conquistando pela morte a imortalidade e voltando ao Pai; como não pôde ele atrair ao Pai sua Mãe segundo a carne? como não elevaria da terra ao céu aquela que fora um verdadeiro céu sobre a terra?
Hoje a escada espiritual e viva, pela qual o Altíssimo desceu, se fez visível e conversou entre os homens (Baruc 3, 38), ei-La que sobe, pelos degraus da morte, da terra ao céu.
Hoje a mesa terrestre que, sem núpcias, trouxera o pão celeste da vida e a brasa da divindade, foi levada da terra aos céus, e para a Porta oriental, para a Porta de Deus, se ergueram as portas do céu.
Hoje, da Jerusalém terrestre, a Cidade viva de Deus foi conduzida à Jerusalém do alto; aquela que concebera como seu primogênito e unigênito o Primogênito de te da criatura e o Unigênito do Pai, vem habitar na Igreja das primícias (Hb 12, 23); a arca do Senhor, viva e racional, é transportada ao repouso de seu Filho (Sl 132, 8).
As portas do paraíso se abrem para acolher a terra portadora de Deus, onde germinou a árvore da vida eterna, redentora da desobediência de Eva e da morte infligida a Adão. É o Cristo, causa da vida universal, quem recebe a gruta escondida, a montanha não trabalhada, donde se destacou, sem intervenção humana, a pedra que enche a terra.
Aquela que foi o leito nupcial onde se deu a divina encarnação do Verbo, veio repousar em túmulo glorioso, como em tálamo nupcial, para de lá se elevar até a câmara das núpcias celestes, onde reina em plena luz com seu Filho e seu Deus, deixando-nos também como lugar de núpcias seu túmulo sobre a terra. Lugar de núpcias, esse túmulo? Sim, e o mais esplendoroso de todos, a refulgir não por revérberos de ouro, de prata ou de gemas, porém pela divina luz, irradiação de Espírito Santo. Proporciona, não uma união conjugal aos esposes da terra, mas a vida santa às almas que se prendem pelos laços do Espírito, proporciona uma condição junto de Deus, melhor e mais suave que outra qualquer.
Seu túmulo é mais gracioso do que o Éden: neste, sem querermos repetir tudo o que lá se passou, houve a sedução do inimigo, sua mentira apresentada como conselho amigo, a fraqueza de Eva, sua credulidade, o engodo - doce e amargo - ao qual seu espírito se deixou prender e pelo qual em seguida aliciou o marido; a desobediência, a expulsão, a morte, mas - para não trazermos com tais lembranças assunto de tristeza à nossa festa - houve o túmulo que elevou ao céu o corpo de um mortal, ao contrário daquele primeiro jardim, que derrubou do céu nosso primeiro pai. Pois não foi ali que o homem, feito à imagem divina, ouviu a sentença: "tu és terra e em terra te hás de tornar"? (Gn 3, 19)
O túmulo de Maria, mais precioso que o antigo tabernáculo, encerrou o candelabro espiritual e vivo, brilhante de divina luz, a mesa portadora de vida, que recebeu, não os pães da proposição, mas o pão celeste, não o fogo material mas o fogo imaterial da divindade.
Esse túmulo é mais feliz que a arca mosaica, pois teve por partilha a verdade, já não as sombras e as figuras; acolheu a urna áurea do maná celeste, a mesa viva do Verbo encarnado por obra do Espírito Santo, dedo onipotente de Deus, Verbo subsistente; acolheu o altar dos perfumes, a brasa divina que aromatizou toda a Criação.
Fujam portanto os demônios, gemam os míseros nestorianos - como outrora os egípcios - com seu chefe, o novo faraó, o cruel flagelo, o tirano, pois foram engolidos pelo abismo da blasfêmia. Nós, porém, salvos, que atravessamos a pé enxuto o mar da impiedade, cantemos à Mãe de Deus o canto do Êxodo. Miriam, que é a Igreja, tome nas mãos o tamborim e entoe o hino de festa; saiam as jovens do Israel espiritual com tamborins e coros (Ex 15, 20), exultando de alegria! Que os reis da terra, os juízes e os príncipes, os jovens e as virgens, os velhos e as crianças, celebrem a Mãe de Deus! Que reuniões e discursos de toda espécie, raças e povos na diversidade de suas línguas, componham um cântico novo! Que o ar ressoe de flautas e trombetas espirituais, inaugurando com brilho de fogos o dia da salvação! Alegrai-vos, ó céus, e vós, nuvens, fazei chover a alegria! Saltai, novilhos do rebanho eleito, apóstolos divinos que, como montanhas altas e sublimes, aspirais às mais altas contemplações; e vós, também, ó cordeiros de Deus, povo santo, filhos da Igreja, que pelo desejo vos alçais como colinas até as altas montanhas!
Mas então? Morreu a fonte da vida, a Mãe de meu Senhor? Sim, era preciso que o ser formado da terra à terra voltasse, para dali subir ao céu, recebendo o dom da vida perfeita e pura a partir da terra, após ter-lhe entregue seu corpo. Era preciso que, como o ouro no crisol, a carne rejeitasse o peso da mortalidade e se tornasse, pela morte, incorruptível, pura, e assim ressuscitasse do túmulo.
Começa hoje para Maria uma segunda existência, recebida daquele que a fez nascer para a primeira, como também ela mesma dera uma segunda existência - a vida corpórea - àquele, cuja primeira existência, a eterna, não teve começo no tempo, embora principiada no Pai como em sua divina causa.
Alegra-te, Sião, montanha divina e santa, onde habitou a outra montanha divina, a montanha vivente, a nova Betel, ungida na pedra, a natureza humana ungida pela divindade. De ti, como de um jardim de oliveiras, e Filho se elevou às celestes alturas. Que uma nuvem se componha, universal e cósmica, e que as asas dos ventos tragam os apóstolos dos confins da terra até Sião!1 Quem são aqueles que, como nuvens e águias, voam para o corpo - fonte de toda ressurreição, a fim de cultuar a Mãe de Deus? Quem é a que sobe, na flor de sua alvura, toda bela, brilhante como o sol? Que cantem as cítaras do Espírito, isto é, as línguas dos apóstolos! Que ressoem os címbalos, isto é, os arautos eminentes da palavra de Deus! Que esse vaso de eleição, Hieroteu2, santificado pelo Espírito Santo e pela união divina capacitado a sofrer as realidades divinas, seja arrebatado do corpo, e em transportes de fervor entoe seus hinos! Que todas as nações aplaudam e celebrem a Mãe de Deus! Que os anjos prestem culto ao corpo mortal!
Filhas de Jerusalém, feitas cortejo da Rainha, e virgens suas companheiras, ide com ela até o Esposo, levai-a à direita do Senhor! Desce, ó Soberano, vem pagar à tua Mãe a dívida que ela merece por te haver nutrido! Abre tuas mãos divinas e acolhe a alma de tua mãe, tu que sobre a cruz entregaste o espírito às mãos do Pai! Dirige-lhe um suave apelo: vem, ó formosa, ó bem-amada, mais resplandecente pela virgindade do que o sol, tu me partilhaste teus bens, vem agora gozar junto de mim o que te pertence!
Aproxima-te, ó Mãe, de teu Filhe, aproxima-te e participa do poder régio daquele que, nascido de ti, contigo viveu na pobreza! Ascende, ó Soberana, ascende! Já não vale a ordem dada a Moisés: "Sobe e morre..." (Dn 31, 48) Morre, sim, mas eleva-te pela própria morte!
Entrega tua alma às mãos de teu Filho e devolve à terra o que é da terra, pois mesmo isso será carregado por ti.
Erguei vossos olhos, Povo de Deus, alçai vosso olhar! Eis em Sião a arca do Senhor Deus dos exércitos, à qual vieram pessoalmente prestar assistência os apóstolos, tributando seu derradeiro culto ao corpo que foi princípio de vida e receptáculo de Deus. Imaterialmente e invisivelmente os anjos o cercam com respeito, como servidores da Mãe de seu Senhor. O próprio Senhor lá está, onipresente, ele que tudo enche e abraça, que na verdade não está em lugar algum porque nele tudo está como na causa que tudo criou e tudo encerra.
Eis a Virgem, filha de Adão e Mãe de Deus: por causa de Adão entrega seu corpo à terra, mas por causa de seu Filho eleva a alma aos tabernáculos celestes! Santificada seja a Cidade santa, que acolhe mais essa bênção eterna! Que os anjos precedam a passagem da divina morada e preparem seu túmulo, que o fulgor do Espírito a decore! Preparai aromas para embalsamar o corpo imaculado e repleto de delicioso perfume! Desça uma onda pura a fim de haurir a bênção da fonte imaculada da bênção! Alegre-se a terra de receber o corpo e exulte o espaço pela ascensão do espírito! Soprem as brisas, suaves como o orvalho e cheias de graça! Que toda a criação celebre a subida da Mãe de Deus: os grupos de jovens em sua alegria, a boca dos oradores em seus panegíricos, o coração dos sábios em suas dissertações sobre essa maravilha, os velhos de veneráveis cãs em suas contemplações. Que todas as criaturas se associem nessa homenagem, que ainda assim não seria suficiente. Todos, pois, deixemos em espírito este mundo com aquela que dele parte. Sim, todos, pelo fervor do coração, desçamos com a que desce à sepultura e ali nos coloquemos. Cantemos hinos sacros e nossas melodias se inspirem nas palavras: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo!" Permanece na alegria, tu que foste predestinada a ser Mãe de Deus. Permanece na alegria, tu que foste eleita antes dos séculos por um desígnio de Deus, germe divino da terra, habitação do fogo celeste, obra-prima do Espírito Santo, fonte de água viva, paraíso da árvore da vida, ramo vivo que portas o divino fruto, donde fluem o néctar e a ambrosia, rio de aromas do Espírito, terra produtora da divina espiga, rosa resplandecente da virgindade, donde emana o perfume da graça, lírio da veste real, ovelha que geras o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, instrumento de nossa salvação, superior às potências angélicas, serva e Mãe!
Vinde, enfileiremo-nos em torno ao túmulo imaculado para dali sorvermos a divina graça! Vinde, abracemos em espírito o corpo virginal. Entremos no sepulcro e morramos nele, rejeitando as paixões da carne, vivendo uma vida sem concupiscência e sem mácula. Escutemos os hinos divinos, cantados imaterialmente pelos anjos. Entremos para adorar, aprendamos a conhecer o mistério inaudito: como esse corpo foi elevado às alturas, arrebatado ao céu, como a Virgem foi posta junto de seu Filho acima dos coros angélicos, de sorte que nada se interpusesse entre Mãe e Filho.
Tal é, depois de outros dois, o terceiro discurso que compus acerca de tua partida, ó Mãe de Deus, em honra e amor da Trindade, cuja cooperadora foste, por benevolência do Pai e por virtude do Espírito, quando recebeste o Verbo sem princípio, a Sabedoria onipotente, a Força de Deus. Aceita, pois, minha boa vontade, maior do que minha capacidade, e dá-me a salvação, a libertação das paixões da alma, o alívio das doenças dos corpos, a salvação das dificuldades, a vida de paz, a luz do Espírito. Inflama nosso amor por teu Filho, regula nossa conduta sobre o que lhe apraz, a fim de que, na posse da bem-aventurança do alto, e vendo-te refulgir com a glória de teu Filho, façamos ressoar hinos sagrados, na eterna alegria, na assembleia dos que celebram, em festa digna do Espírito, aquele que por ti opera nossa salvação, o Cristo Filho de Deus e nosso Deus, a quem pertence a glória e o poder, com o Pai sem princípio e o Espírito Santo e vivificador, agora e sempre pelos séculos. Amém.

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1 O autor passa a aludir aqui a certa tradição, segundo a qual Nossa Senhora, ao morrer em Jerusalém, teve à sua volta os apóstolos
2 O autor pensa em Hieroteu, apresentado como mestre de Dionísio em seu livro "Os Nomes Divinos"


O Vício da Ira - Santo Afonso Maria de Ligório


Primeiro Ponto
A ruína que a ira desenfreada traz para a alma


São Jerônimo diz que a ira é a porta pela qual todos os vícios entram na alma. "Omnium vitiorum janua est iracundia”. A ira precipita os homens em ressentimentos, blasfêmias, atos de injustiça, detrações, escândalos e outras iniquidades, pois a paixão da ira escurece o entendimento e faz o homem agir como uma besta e um louco. "Caligavit ab indignatione oculus meus" – Jó 17:7. Meu olho perdeu a visão, por causa da indignação. Davi disse: "Meu olho está atribulado pela ira." - Salmo 30:10. Por isso, segundo São Boaventura, um homem irritado é incapaz de distinguir entre o que é justo e injusto. "Iratus non potest videre quod justum est, vel injustum". Em uma palavra, São Jerônimo diz que a ira priva o homem da prudência, da razão e do entendimento. "Ab omni consilio deturpat, ut donee irascitur, insanire credatur". Assim, São Tiago diz: "Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus." - Tiago 1:20. Os atos de um homem sob a influência da ira não podem estar de acordo com a justiça divina e, consequentemente, não podem ser irrepreensíveis.
Um homem que não refreia o impulso da ira cai facilmente em ódio contra a pessoa que tenha sido ocasião de sua paixão. Segundo Santo Agostinho, o ódio nada mais é que uma raiva perseverante. "Odium est ira diuturno tempore perseverans". Por isso, Santo Tomás diz que "a ira é súbita, mas o ódio é duradouro". Parece, então, que naquele em quem persevera a ira, o ódio também reina. Mas alguns dirão: Eu sou o chefe da casa, devo corrigir os meus filhos e servos, e, quando necessário, tenho que levantar a voz contra os distúrbios que testemunho. Digo como resposta: Uma coisa é ter ira contra um irmão, outra coisa é ficar descontente com os pecados de um irmão. Ter ira contra o pecado não é ira, mas Zelo e, portanto, não somente é permitido, mas às vezes é um dever. Mas a nossa ira deve ser acompanhada pela Prudência, e deve ser dirigida contra o pecado, não contra o pecador, pois se a pessoa que estamos corrigindo perceber que falamos por meio da paixão e do ódio contra ele, a correção será inútil e até mesmo perversa. Portanto, ter ira contra o pecado de um irmão é certamente legítimo. Santo Agostinho diz: "Não está irado contra um irmão, aquele que está irado contra o pecado de um irmão". Assim, como disse Davi, podemos estar irados sem pecar. "Irai-vos e não queirais pecar." - Salmo 4:5. Mas, estar irado contra um irmão por causa do pecado que ele cometeu não é permitido, porque, de acordo com Santo Agostinho, não estamos autorizados a odiar os outros por causa de seus vícios. "Nec propter vitia (licet) homines odisse".
O ódio traz consigo um desejo de vingança, pois, segundo Santo Tomás, a ira, quando totalmente voluntária, é acompanhada por um desejo de vingança. “Ira est appetitus vindictoe”. Mas talvez você diga: Se eu me ressinto de tal injúria, Deus terá piedade de mim, porque eu tenho motivos justos de ressentimento. Quem, pergunto eu, lhe disse que você tem motivos justos para buscar vingança? É você, cujo entendimento está obscurecido pelas paixões, quem diz isso. Já disse que a raiva obscurece a mente e tira a razão e o entendimento.
Enquanto durar a paixão da ira, você considerará a conduta de seu próximo como muito injusta e intolerável, mas, quando a sua ira tiver passado, você verá que o ato dele não foi tão ruim como pareceu antes. Mas, apesar de a injúria ser grave, ou mesmo muito grave, Deus não terá compaixão de você, se você procurar vingança. Não, Ele diz: A vingança pelos pecados não pertence a você, mas a Mim, e quando chegar o tempo, vou castigá-los como eles merecem. "A Mim pertence a vingança e eu lhes darei a paga a seu tempo." - Deuteronômio 32:35. Se você se ressente de uma injúria feita pelo próximo, Deus justamente infligirá vingança sobre você por todas as injúrias que você tiver feito a ele, e em particular por se vingar de um irmão, a quem Ele ordena que se perdoe. "Aquele que quer vingar-se encontrará a vingança do Senhor.... Um homem conserva a sua ira contra outro homem, e pede a Deus remédio?.... Aquele que, sendo apenas carne, conserva rancor e pede propiciação a Deus?, quem lhe alcançará perdão por seus pecados?” - Eclesiástico 28:1,3,5. O homem, um verme feito de carne, conserva rancor e se vinga de um irmão, e depois se atreve a pedir misericórdia de Deus? E quem, acrescenta o Sagrado Escritor, pode obter o perdão para as culpas de tão ousado pecador? Diz Santo Agostinho: "Qua fronte indulgentiam peccatorem obtinere poterit, qui praecipienti dare veniam non acquiescit". Como aquele que não obedece à ordem de Deus de perdoar o seu próximo pode esperar obter de Deus o perdão dos seus próprios pecados?
Imploremos ao Senhor que nos preserve de ceder a qualquer paixão forte e particularmente à ira. "Não me entregueis a uma alma sem vergonha e sem recato." - Eclesiástico 23:6. Porque aquele que se submete a tal paixão está exposto ao grande perigo de cair em um pecado grave contra Deus ou contra o próximo. Quantos, em consequência da não conterem a ira, cometeram blasfêmias horríveis contra Deus ou seus santos. Mas, ao mesmo tempo em que estamos em uma onda de indignação, Deus está armado com flagelos. O Senhor disse um dia ao profeta Jeremias: "Que vês tu, Jeremias? Eu respondi: Vejo uma vara vigilante." - Jeremias 1:11. Senhor, vejo uma vara vigilante a infligir punição. O Senhor lhe perguntou de novo: "Que vês tu? Respondi: Vejo uma panela a ferver." - Jeremias 1:13. A panela a ferver é a figura de um homem inflamado de ira e ameaçado com uma vara, ou seja, com a vingança de Deus. Percebam, então, a ruína que a ira desenfreada traz ao homem. Primeiro, ela o priva da graça de Deus, e depois da vida corporal. "A inveja e a ira abreviam os dias." - Eclesiástico 30:26. Jó diz: "Verdadeiramente, a ira mata o insensato e a inveja mata o pequeno." - Jó 5:2. Em todos os dias da sua vida, pessoas viciadas em irar-se são infelizes, porque estão sempre em uma tempestade. Mas passemos ao segundo ponto, no qual eu tenho muitas coisas a dizer que irão ajudá-lo a superar este vício.


Segundo Ponto
Como devemos aplacar a ira nas ocasiões de provocação


Em primeiro lugar, é necessário saber que não é possível para a fraqueza humana, em meio a tantas ocasiões, estar totalmente livre de todo o movimento de ira. Ninguém, como diz Sêneca, pode estar totalmente isento dessa paixão. "Iracundia nullum genus hominum excipit". Todos os nossos esforços devem estar direcionados para a moderação dos sentimentos de ira que brotam na alma. Como eles devem ser moderados? Pela mansidão. Essa é chamada a virtude do Cordeiro - isto é, a amada virtude de Jesus Cristo. Porque, como um cordeiro sem ira e nem mesmo queixa, Ele suportou as dores de Sua Paixão e Crucificação. "Tal como cordeiro, ele foi levado para o matadouro; como ovelha muda diante do tosquiador, ele não abriu a boca." – Isaías 53:7. Por isso Ele nos ensinou a aprender com Sua mansidão e humildade de coração. "Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração." - Mateus 11:29.
Oh! quão agradáveis os mansos são aos olhos de Deus, aqueles que se submetem pacificamente a todas as cruzes, infortúnios, perseguições e injúrias! Aos humildes é prometido o Reino dos Céus. "Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra." - Mateus 5:4. Eles são chamados filhos de Deus. "Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus." - Mateus 5:9. Alguns se gloriam de sua mansidão, mas sem qualquer fundamento, pois eles são mansos apenas com aqueles que os elogiam e lhes favorecem, mas, para os que ferem ou censuram, eles se enchem de fúria e vingança. A virtude de mansidão consiste em ser manso e pacífico com aqueles que nos odeiam e maltratam. "Com os que odiavam a paz eu era pacífico." - Salmo 119:7.
Precisamos, como diz São Paulo, revestir-nos de entranhada misericórdia para com todos os homens, e suportar-nos uns aos outros. "Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem." - Colossenses 3:12-13. Você quer que outros suportem seus defeitos e perdoem suas falhas, então você deve agir da mesma maneira em relação aos outros. Assim, sempre que você receber um insulto de uma pessoa enfurecida contra você, lembre-se que "Uma resposta branda aplaca o furor, uma palavra dura excita a cólera." Provérbios 15:1. Um monge certa vez passou por um campo de milho, o proprietário do campo não gostou e falou-lhe em linguagem muito ofensiva e injuriosa. O monge humildemente respondeu: Irmão, você está certo, eu agi de maneira errada, me perdoe. Com esta resposta o lavrador ficou tão acalmado, que instantaneamente perdeu toda a raiva, e até quis seguir o monge e entrar na vida religiosa. O orgulhoso faz uso das humilhações que recebem para aumentar o seu orgulho, mas os humildes e os mansos transformam os desprezos e insultos oferecidos a eles em ocasião de avançar na humildade. São Bernardo diz: "É humilde aquele que converte a humilhação em humildade".
São João Crisóstomo diz que "um homem de mansidão é útil para si e para os outros". Os mansos são úteis para si mesmos, porque, de acordo com o Pe. Alvarez, o tempo de humilhação e desprezo é para eles o tempo de mérito. Assim, Jesus Cristo chama os seus discípulos de felizes por que serão injuriados e perseguidos. "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem e perseguirem." - Mateus 5:11. Por isso, os santos sempre desejaram ser desprezados, como Jesus Cristo foi desprezado. Os mansos são úteis para os outros, porque, como o mesmo São João Crisóstomo diz, não há nada melhor calculado para atrair outros para Deus, do que ver um cristão manso e alegre quando recebe um ferimento ou um insulto. "Nihil ita conciliat Domino familiares ut quod illum vident mansuetudine jucundum". A razão disso é que a virtude se torna conhecida ao ser testada e, como o ouro é provado no fogo, a mansidão dos homens é provada na humilhação. "Porque o ouro é provado no fogo e as pessoas escolhidas no forno da humilhação." - Eclesiástico 2:5. "O meu nardo", diz a esposa no Cântico, "exala o seu perfume." - Cânticos 1:11. O nardo é uma planta aromática, mas só difunde seus odores quando é rasgada ou ferida. Nesta passagem, o escritor inspirado nos dá a entender, que um homem não pode ser chamado de manso, a menos que seja conhecido por exalar o perfume de sua mansidão suportando injúrias e insultos em paz e sem raiva. Deus quer que sejamos mansos, até em relação a nós mesmos. Quando uma pessoa comete uma falha, Deus certamente deseja que ela se humilhe, se arrependa de seus pecados, com o propósito de nunca cair neles novamente, mas Ele não quer que ela fique indignada consigo mesma, dando lugar a problemas e agitações na consciência, pois, quando a alma está agitada, o homem é incapaz de fazer o bem. "O meu coração está conturbado, a minha força me desamparou." - Salmo 37:11.
Assim, quando recebemos um insulto, devemos fazer violência a nós mesmos, a fim de aplacar a ira. Respondamos com mansidão, como recomendado acima, ou fiquemos em silêncio, e assim venceremos, como diz Santo Isidoro. "Quamvis quis irritet, tu dissimula, quia tacendo vinces". Mas, se você responder com a paixão, você fará mal a si e aos outros. Seria ainda pior dar uma resposta com ira a uma pessoa que o corrige. Pois São Bernardo diz: "Medicanti irascitur qui non irascitur sagittanti". Alguns não ficam com raiva, mas deveriam estar indignados com aqueles que ferem suas almas pela lisonja, e ficam cheios de indignação contra a pessoa que o censura para curar as suas irregularidades. Contra o homem que detesta a correção, a sentença de perdição, de acordo com o Homem Sábio, já foi pronunciada. "Porque odiaram as instruções e não abraçaram o temor do Senhor, nem se submeteram ao meu conselho, mas desprezaram todas as minhas repreensões, comerão, pois, o fruto do seu próprio proceder e fartar-se-ão dos seus conselhos. A indocilidade dos fátuos os matará e a (falsa) prosperidade dos insensatos os destruirá." - Provérbios 1:29-32. Os insensatos contam como prosperidade estarem livres de correção, ou desprezar as advertências que recebem, mas tal prosperidade é a causa de sua ruína. Quando você se deparar com uma ocasião de ira, você deve, em primeiro lugar, estar em guarda para não permitir que a ira entre em seu coração. "Não seja fácil em te irares." - Eclesiastes 7:10. Algumas pessoas mudam de cor, e caem em uma paixão a cada contradição, e quando a raiva foi admitida, Deus sabe a que ela deve levá-los. Por isso, é necessário prever essas ocasiões em nossas meditações e orações, pois, a menos que estejamos preparados para elas, será tão difícil aplacar a ira quanto pôr um freio em um cavalo enquanto ele está fugindo.
Sempre que tivermos a infelicidade de permitir que a ira entre na alma, sejamos cuidadosos para não permitir que ela permaneça. Jesus Cristo diz a todos para se lembrarem de que se um irmão estiver ofendido com você, não se deve oferecer os dons no altar, sem primeiro se reconciliar com o próximo. “Vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, depois vem fazer a tua oferta.” - Mateus 5:24. E aquele que tenha recebido qualquer ofensa, deve se esforçar para extirpar do seu coração não só toda a raiva, mas também todo sentimento de amargura para com as pessoas que o ofenderam. "Toda a amargura, animosidade, cólera, clamor, maledicência, com toda espécie de malícia seja banida de entre vós." - Efésios 4:31. Enquanto a ira persistir, siga o conselho de Sêneca - "Quando você estiver com raiva, não faça nada, não diga nada que possa ser instigado pela raiva". Como Davi, fique em silêncio, e não fale quando você sentir que está perturbado. "Fiquei perturbado e não falei." - Salmo 76:5. Quantos, quando estão inflamados pela ira, dizem e fazem aquilo de que eles mais tarde, em seus momentos mais calmos, se arrependem e se desculpam dizendo que estavam transtornados pela paixão? Enquanto a ira persistir, devemos ficar em silêncio, e abster-nos de fazer ou resolver fazer qualquer coisa, pois, o que é feito no calor da paixão será, de acordo com a máxima de São Tiago, injusto. "Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus." – Tiago 1: 20. Também é necessário se abster completamente de consultar aqueles que poderiam fomentar a nossa indignação. Davi diz: "Ditoso o homem que não se deixou levar pelo conselho dos ímpios." – Salmo 1:1. Para aquele a quem se pede conselho, o Eclesiástico diz: "Se assoprares a uma faísca, ela se inflamará, se cuspires sobre ela, se apagará: e uma e outra coisa saem da boca." – Eclesiástico 28:14. Quando uma pessoa está indignada por causa de alguma injúria que recebeu, você deve apagar esse fogo, exortando-o à paciência, mas, se você incentivar a vingança, você poderá acender uma grande chama. Que aquele que se sente de alguma forma inflamado pela raiva, ponha-se em guarda contra os falsos amigos, que, por uma palavra imprudente, podem ser a causa de sua perdição.
Sigamos o conselho do apóstolo: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem." - Romanos 12:21. Não te deixes vencer pelo mal: não se permita ser conquistado pelo pecado. Se, pela ira, você buscar vingança ou proferir blasfêmias, você será vencido pelo pecado. Mas você dirá: eu tenho, naturalmente, um temperamento forte. Pela graça de Deus e fazendo violência a si mesmo, você será capaz de vencer essa disposição natural. Não consinta com a ira, e você dominará o calor do seu temperamento. Mas você dirá: eu não posso suportar o tratamento injusto. Em resposta eu lhe direi, em primeiro lugar, lembre-se que a ira obscurece a razão e nos impede de ver as coisas como elas são. "Caiu fogo de cima sobre eles, e não viram mais o sol." - Salmo 57:9. Em segundo lugar, se você pagar o mal com o mal, o se inimigo terá uma vitória sobre você. Davi disse: "Se paguei com mal aos que mo faziam, caia eu com razão debaixo dos meus inimigos, sem esperança." - Salmo 7:5. Se eu pagar o mal com o mal, serei derrotado pelos meus inimigos. "Supere o mal com o bem". Dê a todos os inimigos o bem em troca do mal. Jesus Cristo diz: “Fazei bem aos que vos odeiam.” - Mateus 5:44. Esta é a vingança dos santos e é chamada por São Paulino de vingança celestial. É por meio dessa vingança que você deve conquistar a vitória. E se algum desses, de quem o profeta diz: "O veneno de víbora está nos seus lábios." – Salmo 139: 4, perguntar a você como pode se submeter a tal injúria, responda: "Não hei de beber o cálice que meu Pai me deu?" - João 18:11. E, em seguida, voltando-se a Deus, você dirá: "Emudeci e não abri a minha boca, porque Tu o fizeste.” - Salmo 38:10, pois é certo que cada cruz que recai sobre você, vem do Senhor. "Os bens e os males, a vida e a morte, a pobreza e a riqueza, tudo isto vem de Deus." - Eclesiástico 11:14. Se alguém lhe tirar a sua propriedade, recupere-a se for possível, mas, se não for, diga com Jó: "O Senhor o deu, o Senhor o tirou." - Jó 1:21. Certo filósofo, que perdeu alguns de seus bens em uma tempestade, disse: "Perdi os meus bens, mas não perderei a minha paz". E você dirá: Perdi a minha propriedade, mas não vou perder minha alma.
Em suma, quando nos encontrarmos com cruzes, perseguições e injúrias, voltemo-nos para Deus, que nos ordena suportá-las com paciência, e assim sempre evitaremos a ira. "Lembra-te do temor de Deus, e não te ires contra o teu próximo." - Eclesiástico 28:8. Demos uma olhada na vontade de Deus, que dispõe todas as coisas desta maneira para o nosso mérito, e assim a ira cessará. Demos uma olhada em Jesus crucificado, e não teremos coragem de reclamar. Santo Eleazar, ao ser perguntado por sua esposa, como suportava tantas injúrias, sem ceder à ira, respondeu: eu me viro para Jesus Cristo e assim preservo a minha paz. Finalmente, demos uma olhada em nossos pecados, para os quais merecemos muito mais desprezos e castigos, e nós calmamente nos submeteremos a todos os males. Santo Agostinho diz que, embora às vezes sejamos inocentes de um crime pelo qual somos perseguidos, nós somos, no entanto, culpados de outros pecados que merecem castigo maior do que aquele que estamos sofrendo. "Esto non habemus peccatum, quod objicitur; habemus tamen, quod digne in nobis flagelletur".

O que Rezar Diariamente?


1. Oferecimento de Obras

É a oração recomendada para fazer logo ao acordar. Os santos nos ensinam que, se queremos amar a Deus sobre todas as coisas, o primeiro pensamento do dia deve ser para Deus. Com essa oração, nós agradecemos a Deus mais um dia de vida e oferecemos a Ele tudo aquilo que faremos ao longo do dia.

2. Leitura do Santo Evangelho

É a leitura dos livros da Bíblia que narram a vida de Jesus: Mateus, Marcos, Lucas e João. Essa leitura é fundamental, pois é através dela que vamos conhecer e amar Jesus Cristo, vamos entender a fonte de toda a sabedoria humana e espiritual, vamos aprender, olhando para Jesus, o modo de nos comportarmos em cada situação da vida.
Tempo recomendado: 5 minutos por dia.

3. Leitura Espiritual

É a leitura de algum livro espiritual: sobre a vida de santos, textos que aprofundam algum aspecto da fé, que explicam alguma virtude cristã etc. Essa leitura é fundamental, pois nos ajudará a sempre progredir na vida espiritual, a entender cada vez mais a Deus e também os seus mistérios. Tempo recomendado: 10 minutos por dia.

4. Angelus (Anjo do Senhor)

É a oração antiquíssima que se reza a Nossa Senhora ao meio-dia. Tem o objetivo de pôr Nossa Senhora no centro do nosso dia e da nossa vida.

5. Oração Mental

É a oração em que paramos um momento do dia para conversar com Deus. É diferente da conversa que estabelecemos com Ele ao longo do dia. Na oração mental, nós paramos TUDO para estar a sós com Ele. Sem ela, não temos ocasião para aprender tudo o que Deus tem a nos ensinar nem para intensificar nossa sintonia e nosso amor por Ele. É o momento de desabafar, encontrar consolo e luz.
Tempo recomendado: 15 minutos por dia.

6. Visita ao Santíssimo

É a breve visita que fazemos a Jesus, que se encontra no sacrário das igrejas.

7. Terço, mas melhor ainda o Rosário

É a oração tão conhecida e amada por Nossa Senhora.

8. Três Ave-Marias antes de se deitar

É uma oração antiquíssima da igreja em que pedimos pela pureza do nosso coração e de todas as pessoas.

9. Exame de Consciência

É o momento no fim do dia em que repassamos as nossas ações e vemos o que fizemos de bom, de ruim e o que podemos fazer no dia seguinte para melhorar.

Garanto a todos que, se conseguirem incorporar pouco a pouco essas orações, o progresso espiritual será inimaginável!


Fonte

E Ela permaneceu velando no sepulcro...

Fontes Franciscanas III
SANTO ANTÔNIO DE LISBOA
Volume I
Biografia e Sermões
Tradução: Frei Henrique Pinto Rema, OFM
Livro de 1998 - pág. 228


“…Maria Santíssima, porém, depois de o Senhor seu Filho ter sido sepultado, como alguns dizem, não se retirou do sepulcro para nenhuma parte, mas ali de contínuo permaneceu a vigiar, toda lacrimosa, até ao momento que em primeiro lugar mereceu ver o ressuscitado. Por isso, o sábado é celebrado em Sua honra pelos fiéis.”

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Nota: René Laurentin, La Vierge Marie chez St. Antoine, in Actas 1981, p.499 e 500, afirma que a aparição da manhã de Páscoa a Maria Santíssima corria entre os gregos desde o século IV.

Folhetos para fazer o Exame de Consciência

"Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa".
(1ª carta de S. João cap. 1, 8-9)




e obtenha folhetos para ajudá-lo a fazer seu!






OBS.: O Mandamento da Igreja nos obriga a fazer a Confissão e Comunhão, ao menos uma vez ao ano (Catecismo Maior de São Pio X, 483-492),  mas é recomendável fazê-la a cada 15 dias para que, continuamente, além de obtermos os lucros com as indulgências, possamos também progredir na vida espiritual.