V). Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V). Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R). E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Maria dedicava-se totalmente à glória de Jesus na Divina Eucaristia. Sabia que o desejo do Pai Celestial era vê-la conhecida, amada e servida por todos; sabia também que o Coração de Jesus sente, por assim dizer, necessidade de comunicar aos homens todos os seus dons de graça e de glória; que a missão do Espírito Santo é difundir e aperfeiçoar nos corações o reinado de Jesus Cristo; que a Igreja foi expressamente fundada para dar Jesus ao mundo; por isto, todo o desejo de Maria era torná-lO conhecido em seu Sacramento; seu imenso amor para com Jesus tinha necessidade de expandir-se e dilatar-se para, de algum modo, compensá-la da impossibilidade em que se achava de glorificá-lo tanto quanto houvera desejado.
Desde o Calvário, todos os homens se haviam tornado seus filhos; amava-os com ternura de mãe e desejava-lhes tanto bem quanto a si mesma; eis a razão pela qual anhelava ardentemente dar a conhecer a todos Jesus Sacramentado, inflamar em santo amor os corações e prendê-los ao seu amável serviço.
A fim de conseguir tal graça, a Santíssima Virgem desempenhava aos pés da Eucaristia uma missão perene de oração e de penitência; ali tratava da salvação do mundo, e em seu imenso ardor abraçava as necessidades dos fiéis de todos os lugares e de todos os tempos vindouros que haveriam de herdar a devoção à Divina Eucaristia, consagrando-se ao seu ser-vocação à Divina Eucaristia, consagrando-se ao seu serviço.
Entretanto, a missão mais cara ao seu coração, era e trabalhos dos Apóstolos e dos demais membros do Sacerdócio de Jesus Cristo. Não é, pois, de estranhar que estes obreiros apostólicos convertessem tão facilmente nações inteiras, pois que Maria, permanecendo aos pés do trono das misericórdias, implorava para eles a bondade do Senhor. Sua oração convertia as almas e visto que toda a conversão é fruto da prece e que a súplica de Maria não poderia sofrer recusa, é evidente que os Apóstolos possuíam nesta Mãe de bondade sua melhor auxiliar. "Bem-aventurado aquele por quem Nossa Senhora reza."
II. Os adoradores partilham da vida e da missão de súplica de Maria aos pés do Santíssimo Sacramento; é a mais bela das missões e não apresenta perigo. É, também, a mais santa, porque abrange o exercício de todas as virtudes; é mais necessária à Igreja, que tem maior necessidade de oração do que de pregadores, de homens de penitência do que de homens eloquentes.
Em nossos dias, mais do que nunca, necessitamos de homens que, pela própria imolação, desarmem a cólera de Deus, irritado contra os delitos sempre crescentes das nações; temos precisão de almas que, com suas súplicas, reabram os tesouros da graça, fechados pela indiferença geral; são necessários verdadeiros adoradores, quer dizer, homens de fogo e de sacrifício; quando estes forem numerosos em torno de seu Divino Chefe, Deus será glorificado, Jesus será amado, e as sociedades se tornarão cristãs, conquistadas a Jesus Cristo por meio do apostolado da oração eucarística.
III. O apostolado de Maria Santíssima consistia, além disso, na pregação muda, porém persuasiva, do respeito.
Tal pregação convém a todos e, uma alma desejosa de tornar a Eucaristia amada e conhecida, a ela se aplicará com grande empenho, em união com Maria; com que modéstia e reverência essa perfeita adoradora se conservava aos pés do Santíssimo Sacramento! Permanecia na atitude dos anjos perante a Majestade divina, e a ninguém dava atenção, compenetrada e absorta que estava, pela fé, na real Presença de Jesus. Ao se apresentar diante de Nosso Senhor, vinha sempre conveniente e religiosamente vestida, como para uma visita de cerimônia. Um traje negligente e um porte descuidado denotam falta de fé e desordem interior.
Aos pés de seu Deus, Maria permanecia, de joelhos o mais que podia; esta é a posição adotada pela Igreja para a adoração, é a homenagem do corpo, a humildade da fé; de joelhos aos pés de Jesus, é o lugar do amor.
O respeito no lugar santo, mormente diante do Santíssimo Sacramento, deve ser a grande virtude pública dos adoradores. Este respeito é sua profissão solene de fé, e ao mesmo tempo, a graça de sua piedade e fervor, pois Deus sempre castiga as irreverências cometidas no santuário, por meio do enfraquecimento da fé e da privação das graças de piedade. Toda a pessoa que se mostrar irreverente ou pouco respeitosa diante de Nosso Senhor, não deve estranhar a aridez na oração; ainda é pouco, pois mereceria até mesmo ser vergonhosamente expulsa de sua presença, como um insensato.
Sejamos pois muito severos no tocante ao culto de respeito; conservemos a dignidade do porte e uma atitude religiosa, guardando um rigoroso silêncio e um perfeito recolhimento. Na Igreja, só devemos prestar atenção a Jesus Cristo; aí não se conhecem os amigos. Jesus é tudo: a corte não olha senão para o Rei e só a Ele rende vassalagem. À vista do religioso e profundo respeito dos adoradores, os mundanos serão obrigados a exclamar: Aqui deve haver
alguma coisa de grande! Os fracos e tíbios se confundirão por sua tibieza e reconhecerão a Jesus Cristo: o exemplo é a lição régia da sabedoria e o apostolado mais fecundo.
alguma coisa de grande! Os fracos e tíbios se confundirão por sua tibieza e reconhecerão a Jesus Cristo: o exemplo é a lição régia da sabedoria e o apostolado mais fecundo.
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Nossa Senhora da Primeira Comunhão
Preparar as crianças para este grande ato da vida, ornar-lhes o coração para a primeira visita de Jesus, oh! é sem dúvida a mais doce missão da ternura maternal de Maria.
Uma fervorosa mãe viu certo dia a Santíssima Virgem debruçada sobre o berço de seu filhinho, sorrindo-lhe e cobrindo de flores o seu pequenito leito. E, mais tarde, quando Alexandre Bertius, que era essa criança, pode falar, suas primeiras palavras foram: Jesus e Maria. Cresceu o menino privilegiado à sombra do Crucifixo, e desde cedo a luz do seu batismo lhe fez entrever, no fundo do coração, os terrenos da alma em que poderia germinar a má semente: arma-se então, com a idade de apenas cinco anos, de uma disciplina e castiga em seus membros delicados os instintos que o poderiam induzir ao mal.
Maria o acompanhava preparando-o para a primeira comunhão. Nesse momento solene e por de mais precioso, Alexandre experimentou a impressão sensível de que seu coração se abrira e Jesus tomara posse dele. Esta lembrança o prendeu de tal forma ao Tabernáculo, que a custo se conseguia afastá-lo, tornando-se por isso conhecido em toda a cidade como o menino do santo altar. Nossa Senhora cumulava esse filho de favores excepcionalmente maternais: passava as folhas de seu livro de estudo; amenizava-lhe os ardores da febre cercando o seu leito de flores, quando ele estava doente. Assim protegido pela presença amorosa de Maria, o piedoso estudante jamais tomou parte em qualquer alegria mundana, entretenimento perigoso ou recreação pouco recomendável.
Eis, portanto um exemplo de como a infância e a adolescência colocadas sob o cuidado maternal do olhar da Virgem da Eucaristia, se tornam puras e preparam à Igreja cristãos fiéis e ao céu, cidadãos ornados de todas as virtudes.
PRÁTICA — Rezar pelas crianças que se preparam à Primeira Comunhão e por seus catequistas.
JACULATÓRIA — Salve, ó Maria, que pelo apostolado de vossa oração venceste todas as heresias suscitadas contra a Eucaristia.
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Oração Final
Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna. Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.
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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962