Triunfo de Maria
ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS
V). Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V). Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R). E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. No dia de sua gloriosa Assunção ao céu, em corpo e alma, Maria recebe o remate de todas as suas graças. Com razão podemos nos regozijar, pois longe de perdermos nossa Mãe, Ela nos precede na glória para nos preparar um lugar e nos adquirir direitos sobre o Coração de Deus.
A Assunção de Maria nos autoriza a dizer-lhe: "Ó Deus, grande em verdade é nossa miséria; esta terra não é senão um vale de lágrimas, porém vos envia o que possui de mais belo, uma maravilha, como jamais imaginou podia produzir: Maria, vossa Mãe! Olhai-nos, pois, com olhares misericordiosos em atenção a essa flor bendita de nosso vergel que hoje vos oferecemos; é a mais pura e formosa que nele floresceu."
O triunfo de Maria é também o de Jesus, pois que Ele reencontra sua Mãe. Por sua presença torna a ser filho. Como pode Jesus separar-se de sua Mãe, amando-A tanto? Só o fez por nosso amor; uma vez que no-lA deu por Mãe, era mister que nos deixasse gozar de tão inefável dom. Mas era chegado o momento de recuperar seu tesouro.
Jesus vem em pessoa buscar sua Mãe. Innixa super dilectum suum. Maria tinha morrido de amor; o desejo de ver seu Filho e de se unir completamente a Ele consumiu sua vida. Jesus vai lhe preparar um belo triunfo. Oh! quem poderá explicar o que se passou no encontro de Jesus com Maria! Conheceis a felicidade que experimentam a mãe e o filho ao se reverem após longa separação. Jesus ansiava por tornar a ver sua Mãe, ei-lA que chega! Com que ósculo de amor A teria recebido!
II. Jesus mesmo vai introduzí-lA na glória pois lhe deve uma compensação. Maria viveu na terra, pobre e na obscuridade; era chegado o momento de coroá-lA de glória e de honra.
A entrada de Maria no céu foi rodeada de tal esplendor como jamais fora visto; entrou por uma porta especial, aberta só para Ela, pois que não era possível passar pela porta dos simples eleitos. Se os doze Apóstolos são as doze portas do céu, Maria é a porta régia que dá acesso à pátria, a porta por excelência.
Oh! porta augusta e feliz! Que dita passar por ela! Certo é que a observância da lei nos confere direito ao céu; contudo, é mais seguro confiar-se na misericórdia de Maria porque a misericórdia procura salvar a todo custo. Entrai, entrai, pela porta da misericórdia, e não nos apoieis tanto sobre vossas obras nem sobre o cumprimento da lei; tudo isto, se bem o examinamos, deixa muito a desejar.
Jesus conduz sua Mãe pela mão até junto do trono de Deus: "Eis aqui, ó Pai, lhe diz, Aquela a quem por modo particular vos associastes. escolhendo-A para me dar a Humanidade."
E o Pai a coroa com três títulos incomparáveis de "Rainha, Mãe e Mediadora." Mas, no diadema de Maria, brilham três pérolas de maior fulgor: são as pérolas de sua humildade, de sua pobreza e de seus padecimentos.
III. Maria foi a mais humilde das criaturas e por isso mesmo no céu será a mais gloriosa. Se ocupa um trono mais perto de Jesus Cristo é porque mais do que ninguém se aproximou da perfeição de sua humildade. Maria que nem sequer havia incorrido na humilhação do pecado original foi considerada no mundo como uma simples filha de Eva. Foi tratada como seu Filho; os judeus A consideraram como uma mulher ambiciosa, Ela que jamais pronunciou uma palavra em seu favor.
Ninguém foi tão pobre quanto Maria, nem houve pobreza tão meritória porque Ela era a Mãe do Rei do céu e da terra. Para imitar a pobreza de Jesus, Maria trabalha em Nazaré e mendiga no Egito. Haverá casa mais pobre do que a de Loreto? A justiça de Nosso Senhor devia pois, à sua Mãe, uma compensação; é por isso justamente que Ela participa de todos os méritos e graças de seu divino Filho, e pode dispor deles livremente. Todas as graças de salvação nos serão dadas por Maria; graças naturais ou espirituais, visto que Ela possui as riquezas do próprio Deus.
Se a justiça divina não se opusesse à inclinação de seu maternal Coração, bem depressa as portas do inferno seriam fechadas; tão certo é que o demônio se viu forçado a confessar que não está certo da vitória enquanto o protegido de Maria conserva um sopro de vida. Com efeito. Nossa Senhora suplica, insiste, arranca de Deus graças de misericórdia e de perdão mesmo para os pecadores mais endurecidos.
Finalmente, se a felicidade está sempre em relação direta com os sofrimentos, ninguém no céu é tão feliz quanto Maria, porque ninguém sofreu tanto e ninguém igualou seu amor.
Deus permitiu que Ela sofresse um martírio contínuo. A profecia de Simeão amargurou todas as suas alegrias; desde aquele momento Maria supriu a Jesus, ainda demasiado jovem para sofrer publicamente, e aos pés da cruz se aproximou de Jesus para sofrer mais. Como no céu A queria mais perto de Si, Ele a uniu a seus sofrimentos e às suas humilhações mais intimamente do que qualquer outra criatura.
Para dizer tudo: Deus coroou Maria de glória e de honra como à obra prima de seu amor. de tal modo que acima d’Ela não há mais que Deus. "Solo tonante minor". Mas no meio de sua glória Maria lembra-se de que é nossa Mãe, e que se nos precedeu no céu foi para nos facilitar a entrada e aí nos conduzir. Se soubermos chamá-lA em nosso auxílio, na hora suprema, Ela mesma virá buscar-nos levando-nos pela mão.
Os numerosos milagres de Lourdes na procissão do Santíssimo Sacramento (Conclusão)
Registraram-se em 1889 curas bem extraordinárias em Lourdes. A senhora Facq, de Pont-à-Mousson, com 44 anos de idade, mãe de dez filhos, e paralítica há 5 anos, foi levada às piscinas, quase agonizante. Deveria ser introduzida nas águas, em tal estado? Mas, objetaram as Irmãs, se está desenganada, e somente poderá viver por uma prodigiosa intervenção da Virgem?! Oito senhoras da Hospitalidade puseram-se a dispor a doente para a imersão. Apenas mergulhada n’água, os lábios se tornam lívidos, manifesta-se a agonia, o fim supremo. Recitam-se as orações dos agonizantes. Nesse momento, ouve-se a campainha que anuncia a aproximação do Santíssimo Sacramento. Sem demora é a doente levada, sob uma chuva torrencial, ao lugar em que deveria passar a procissão. As enfermeiras ajoelham-se em torno dela, e uma religiosa chama-lhe a atenção, levantando-lhe um pouco a cabeça que, entretanto, recai, e a doente nem sequer abre os olhos, dando sinal de vida. O Santíssimo Sacramento vai passando então. De repente, a pobre senhora se ergue um pouco, abre os olhos, fixando-os no Ostensório, e logo em seguida, pondo-se de pé, caminha ao encontro da Santa Hóstia, caindo-lhe aos pés. O Ostensório descansa alguns minutos sobre sua cabeça e a miraculada, radiante de alegria, pés descalços, segue atrás do pálio, e teria acompanhado o Santíssimo Sacramento até a basílica, se não a tivessem detido em frente ao asilo dos peregrinos.
Apraz-nos ainda relatar a cura do jovem Guy de Montpellier. Paralítico de um braço, ficara com esse membro atrofiado, sem vida, cuja epiderme, sem cor, se intumescia em placas. Com a mão do braço sadio, levanta o suporte em que repousa o membro doente, fazendo-o tocar o ostensório. Imediatamente experimenta um forte abalo, e o movimento, o calor, a vida, enfim, voltam ao braço paralítico; desembaraçando-se do aparelho, sente-se completamente curado.
Ao lado de Guy, eis uma criança de 12 anos, paralítica em consequência de uma coxalgia tuberculosa, jamais tendo conseguido andar. Ao passar em sua frente o Santíssimo Sacramento, agarrou com as duas mãos o véu de ombro do Sacerdote que conduzia o Ostensório. Em vão se tentou fazê-lo soltar. "Não, disse a criança, não o deixarei enquanto não me levantar curado!" E, após alguns instantes de luta, levanta-se com efeito, sob os olhos da multidão maravilhada que se precipita sobre ele, levando-o em triunfo.
Disséramos que a proporção das curas na procissão do Santíssimo Sacramento era de 60%. Em 1898, porém, foi ultrapassada, tendo a peregrinação de Arras registrado a cura de todos os doentes durante a procissão.
Nos últimos anos, Lourdes tem sido o local escolhido para as homenagens a Eucaristia. Essas manifestações, anteriormente limitadas às peregrinações nacionais, foram em breve adotadas por todas, e fazem parte de todas as grandes cerimônias religiosas. Com o culto de Nossa Senhora de Lourdes, as homenagens eucarísticas têm tomado vulto, sob os desvelos dos Missionários.
A relação das curas operadas, a partir de 1888, na passagem das procissões, forma uma das mais belas páginas escritas sobre as maravilhas eucarísticas.
(Dr. Boissarie).
PRÁTICA — Preparar os agonizantes para receber o Santo Viático; avisar o Sacerdote a tempo. Arranjar o necessário para que Nosso Senhor seja recebido convenientemente na casa dos pobres.
JACULATÓRIA — Oh! Maria! dai-nos Jesus Sacramentado, agora e na hora de nossa morte.
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Oração Final
Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna. Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.
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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962