SÉTIMO DIA
Oremos a fim de colher bons frutos das instruções que recebemos.
Pai Nosso ...
Ave Maria ...
Glória ...
Jaculatória: “Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.
Jesus e o Leproso
Ouvi este grito d’alma, este grito cheio de confiança e de amor: “Senhor, se quiserdes, podeis curar-me!” e ao mesmo tempo, acrescenta o Evangelho, lançava-se o leproso de joelhos e suplicava com as mãos erguidas… Jesus para, estende-lhe as mãos e com elas toca as chagas do doente. “Sim, quero-o, diz Jesus, sê curado…” — Oh! e por que já não estarei eu curado do meu orgulho, da minha sensualidade, da minha indolência, eu que tantas vezes vos hei tocado na santa comunhão? Faltar-me-ia a confiança?…
Meu Jesus, eu creio e espero! Curai-me!…
“Recitarei as minhas orações na igreja, como se estivesse vendo realmente Jesus Cristo”.
EXEMPLO
O Padre J. André, missionário de Callatupaty no Indostão, em 1884, quando ali reinava a peste, narra numa carta, o seguinte: Um dia, quando eu ia sair de casa, chegaram dois homens cobertos de suor: “Padre, dois cristãos de Vayalogam”. “De tão longe! Alguma extrema unção, sem dúvida”. — “Sim, Padre, para toda a aldeia”.—“Para toda a aldeia! Expliquem-se”.— “Padre, leia”. E me apresentaram uma folha de palmeira em que leio: “Os cristãos de Vayalogam rogam ao Souami que os venha socorrer. A cólera está a suas portas, e já as três aldeias pagãs e turcas que cercam Vayalogam são dizimadas. Que o Padre não abandone seus filhos neste perigo; venha dizer-lhes uma missa e purificar suas almas, e eles se salvarão”. — “Meus amigos, respondi eu, desde que ninguém dentre vós foi atacado, não vedes que nosso Senhor vos defende? Vossa aldeia é tão longe! É viagem de uma semana! Ora, vós sabeis que cada hora do dia e da noite eu posso ser chamado aqui para alguma vítima da cólera ou da varíola”. — “Então, dizei o que devemos fazer”. — “Amigos, como eu mesmo não posso ir, vou fornecer-vos um substituto que, sem dar a ninguém a extrema unção, fará o que eu não posso fazer. Aqui está uma imagem do Sagrado Coração de Jesus. Lembro-me de que numa grande cidade de minha pátria, em Marselha, a cólera chegou a fazer 120 vítimas por dia. No mais forte da epidemia, o bispo fez um voto ao Coração de Nosso Senhor; desde esse dia, ninguém mais foi atacado. Tomai sua imagem, e no domingo próximo, levai-a em procissão pela aldeia: Os poucos pagãos que há por lá não poderão opor-se”.— “Ao contrário; foram os mais empenhados em que viéssemos chamar-vos”. — “Mas não é tudo. Enquanto durar o flagelo, todos os dias pela manhã e à noite, reuni-vos no maior número possível na igreja, e recitai a ladainha do Sagrado Coração. E que nenhum menino falte, mesmo os que apenas principiam a caminhar”. —“Mas, Padre, um grande número desses meninos ainda não sabem as orações”.—”Não importa. Dizei-lhes só que é preciso pedir a Deus que preserve a aldeia de todo o mal: Nosso Senhor lhes inspirará a maneira de o exprimirem. Além disto, a presença deles, por si, é uma oração que sobe ao céu. Quanto aos adultos, que tenham cuidado em não ofender ao Coração Divino. Ide, fazei o que digo, e estareis salvos.
Dois meses depois, bate à minha porta o guarda da igreja de Vayalogam. — “E então, Aroupalen, a cólera?’ — “Desapareceu, padre”. — “Quantas vítimas?” — “Nenhuma entre nós. Porém fez muitas entre nossos vizinhos pagãos e turcos”.
__________Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.