13o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

DÉCIMO TERCEIRO DIA
Oremos a fim de obter uma grande e terna devoção para com a SS. Virgem.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus negado por S. Pedro
Pobre Apóstolo, que remorsos em sua alma culpada e que temor ao pensar que devia tornar a ver Jesus! Procurava, talvez trêmulo e confuso, ver, sem ser visto, seu bom Mestre, a quem tinha negado… O di­vino Mestre também o buscava… Que se lia então, ó Jesus, no vosso divino olhar? não era a “cólera”, nem a “queixa” nem a “exprobração”; cólera, queixa, exprobração, te­riam morto o Apóstolo… Em vosso olhar só se havia de ler o “amor”…! Como sois bom, ó Jesus meu! Por isso, quaisquer que sejam as minhas faltas, jamais me apartarei de vós!
“Farei hoje um fervoroso ato de espe­rança”.
EXEMPLO
Quando, em 1883, rompeu a guerra de França com os malgaches, os missionários católicos, estabelecidos entre estes, houveram de retirar-se do país para não serem perseguidos pela população pagã, mas o Cora­ção de Jesus os protegeu e o seu rebanho. No dia 1º de junho, festa do Sagrado Coração, enquanto os missionários, na primeira estação do caminho do exílio invocam o seu celeste patrono, o rebanho sem pastor era congregado na catedral por uma piedosa pastora diante do tabernáculo vazio, e aos pés da imagem do Coração de Jesus ereta no altar mor. A Genoveva de Tananarive, cujo nome é Vitória, escrevia nesse mesmo dia ao Diretor das missões: “Padre, esta manhã, con­forme vossas recomendações, nos reunimos na igreja; recitamos o terço e entoamos os dois cânticos; e assim continuaremos todos os dias, com o auxílio de Deus”.
De fato, as reuniões continuaram em Tananarive e na Imerina. Os antigos alunos dos Padres organizavam o serviço do culto, distribuindo entre si os papéis em que poderiam substituir os missionários, e Vitória percorria as igrejas, a animar e exortar os fiéis. O triunfo maior, porém, foi o seguinte: o bispo anglicano quis aproveitar-se da situação e, dirigindo-a ao grupo mais importante dos convertidos, lhes disse: “Os Padres não estão mais aqui; vós não tendes dinheiro, eu vo-lo posso dar; ides ser forçados ao serviço militar, mas eu vos livrarei. Como católicos romanos, sereis considerados cúmplices dos franceses: comigo, sereis tratados como amigos do Estado, sem deixar de ser católicos, pois que nós somos católicos anglicanos. Vinde para a minha igreja!’ Todos responderam : “Senhor, nós somos filhos da Igreja Católica, não vos podemos acompanhar”. E cumpriram a palavra: feita a paz, ao voltarem os mis­sionários em 1886, o rebanho os cercou de novo, fiel ao Sagrado Coração de Jesus.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

12o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus


DUODÉCIMO DIA
Oremos por todos os membros de nossa família.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

S. João repousando sobre o Peito do Salvador
Que amável familiaridade! Apenas me parece compreensível e, contudo, meu Deus, não tenho eu esta dita de S. João cada vez que comungo? Se eu tivesse a pureza que ele tinha, se eu amasse a Jesus como ele o amava, ah! que deliciosos momentos pas­saria ao pé do altar, guardando Jesus comigo, e em mim! Agora explico estas palavras de uma adolescente: “O céu é uma primeira comunhão contínua”. Pois não está em mim o céu depois da comunhão? O Evan­gelho não diz que S. João falasse muito com Jesus, mas diz que foi o único Apóstolo que se achou no Calvário… oh! também aí me achareis, meu Jesus! nada me separará de vós, nada.
“Farei hoje um ato de reparação a Jesus no SS. Sacramento”.
EXEMPLO
Otávio de Ravinel, noviço da Companhia de Jesus, revelara desde a infância um coração angélico: ainda criança, abraçando sua mãezinha, dizia, às vezes, muito sério: “Eu quero ser um apóstolo”; e ao voltar da igreja, onde na bênção do SS. Sacramento segurava a naveta do incenso de que ainda rescendia, notava contente: “Trago o perfume de Nosso Senhor!’ Num dia da festa dos Santos Inocentes, escrevia: “Tenho inveja desses milhares de meninos que se festejam hoje e que derramaram o sangue para salvar o Menino Jesus”. Na escola apostólica de Amiens, acometido de uma afecção que o prendeu por muito tempo ao leito ou a uma cadeira, sem nunca se impacientar, dizia: “Se o bom Jesus padeceu tanto, um de seus filhos não pode sofrer um pouco?” Entrando para o noviciado, ele se ofereceu ao Coração de Jesus como vítima pela salvação das almas, propondo-se a trabalhar sempre em favor delas, e aplicando às do Purgatório, pelo voto heroico, todos os méritos satisfatórios e indulgências que lucrasse du­rante a vida, e os sufrágios que tivesse por morte. Ficava-lhe por fazer só o sacrifício da vida; esse ofere­ceu-o ele também, mais tarde. Uma alma em perigo de perder-se lhe foi recomendada: “Eu me considero par­ticularmente encarregado por Nosso Senhor da salvação desta alma. Peço a Jesus que me faça sofrer o preciso para alcançar a sua conversão completa”. E o sofrimento veio, chegando ao extremo. Porém na manhã mesma de sua morte, ao acabar a ação de graças da Comunhão, recebia esta carta: “Oh! como te hás de sentir feliz de que teu último sacrifício tenha sido para reconduzir uma alma ao bom caminho! Que poderei eu fazer em retribuição? pedira Deus a tua saúde? Eu o fiz, mas parece que Deus não quer escutar as minhas súplicas. Porém não partirás sem ter de mim uma consolação; aquele por quem te ofereceste, vem, de joelhos, ante o teu leito de sofrimentos, prometer-te ser um bom cris­tão durante o resto da vida. Tu me enviarás as forças, do alto do céu, para que eu mereça reunir-me a ti um dia”.
Otávio rendeu graças, comovido, e exclamou: “Agora, só me resta morrer”. — “Por que? lhe perguntaram”. “Pois não ofereci eu minha vida por essa conversão? Deus ma concedeu: cumpre-me pagar”, pouco depois, expirava, na flor da juventude, em transportes de fer­vor, como se tivesse já o céu diante dos olhos.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

11o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação


UNDÉCIMO DIA
Oremos para alcançar de Deus um grande horror a todo pecado.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus e os Apóstolos pedindo a Punição dos Samaritanos
Os habitantes de Samaria não quiseram receber a Jesus: expulsaram-no dentre os seus muros… os apóstolos indignados, lhe dizem: “Senhor, quereis que digamos que desça o fogo do céu e os consuma?”— “Não sabeis de que espírito sois! lhes diz Jesus. O filho de Deus não veio perder as almas, mas salvá-las…”
Ah! quão grande é a vossa bondade, ó meu Jesus! Agora sei porque, depois de tantos pecados, já me não tem vindo surpre­ender a morte! O demônio a enviava; vós porém, Senhor, a detínheis. Jesus, fazei-me agradecido.
“No dia de hoje procurarei dizer alguma coisa da bondade de Deus”.
EXEMPLO
Quando, em 1881, os Padres Jesuítas se estabeleceram na aldeia de Onha, em Burgos, reinavam ali, por di­versas causas, costumes repreensíveis, e a mocidade tinha o hábito de blasfemar; nos dias de festa, se en­tregava a danças indecorosas; nem o cura, com sua prédica, nem o alcaide, com intimações e penas, tinham podido até aí pôr cobro ao escândalo. Tentaram-no os recém-chegados por este modo: encontrando-se um deles com um jovem em passeio, trava conversação e, depois de falar sobre vários assuntos, pergunta porque se não formam na aldeia coros de canto, como há na Espanha. Respondendo o jovem que não faltam boas vozes, mas não têm quem ensine e exercite, o Padre oferece-lhe o mestre e um local para aprenderem o canto e quaisquer outras coisas de utilidade que per­tençam à boa educação.
Uma semana depois, os moços na quase totalidade inauguram suas reuniões literárias e musicais numa sala dos Padres sob a sua direção, tomando a agremia­ção o título de “Academia do Sagrado Coração de Je­sus”. O ensino religioso e moral não poderia, em tais circunstâncias, ficar esquecido; e o Diretor, na primeira oportunidade, fez ver que era absolutamente preciso, dentro de um mês, corrigirem-se do mau vezo da blasfêmia. Respondem ser impossível, porque estava muito enraizado o hábito. O Padre replica sem se perturbar: “Confiando em vosso divino patrono, fazei o que vos digo. Formai cada manhã, o propósito de não blasfemar nem uma só vez durante o dia, e quando, por acaso, o fizerdes, apanhai uma pedrinha e metei-a no vosso bolso, renovando logo a resolução tomada”. Concordaram todos, e a reforma começou. À noite, à hora da classe, chegavam todos os jovens com a sua coleção de pedras.
Mas, para abrandar o corretivo e poupar o amor próprio, foi providenciado a que não pudessem conhe­cer as faltas uns dos outros. O Padre percorria as fi­leiras, levando um saco no qual todos metiam a mão, depondo lá as pedrinhas os que as tinham, sem que se soubesse quais eram e em que número. Fazia-se depois a soma total e era então imposta uma penitência comum, por exemplo, a recitação de uma “Ave Maria”. E só com isto as blasfêmias, sem muito tardar, cessavam. Em relação às danças escandalosas, os jovens agremiados fizeram também entre si um pacto de honra, e as substituíram resolutos por diversões honestas e agradá­veis. Por esta forma, quando em Onha celebrou-se em 1882 a festa do Sagrado Coração, a aldeia se regene­rara já dos seus dois mais graves escândalos, e por obras de sua piedosa Academia, cujo coro de cantores nesse dia mesmo a abrilhantava.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

10o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus



DÉCIMO DIA
Oremos por aquelas pessoas dentre nós que mais necessidade tem de orações.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus e o povo falto de pão no deserto
Há palavras bem comovedoras; Jesus vê a multidão que o segue esquecendo, em seu fervor o necessário à vida, e diz: “Te­nho compaixão deste povo; há já três dias que me segue e ainda não tomou alimento algum… Não o quero mandar embora neste estado, pois temo que lhe faltem as forças no caminho…” Vós pensais em tudo, bom Mestre, em tudo!… Se eu vos servir, se vos acompanhar, ainda mesmo que algures descure a vida material, tenho a certeza de que vós provereis as minhas necessidades em pessoa, e até por um milagre, se for preciso. Eu compreendo bem vossas pala­vras: “Buscai em primeiro lugar o reino dos céus, e tudo mais vos será dado em acréscimo!…” O mundo não o entende e zomba… Porém eu creio, meu Deus, creio!
“Recitarei uma dezena do terço para pe­dir à SS. Virgem um grande abandono à divina Providência”.
EXEMPLO
O Pe. Causséque, missionário em Madagascar, em setembro de 1890, relatava o seguinte: “Há cerca de 15 anos, um dos meus alunos de uns vinte anos de idade, veio uma 1ª sexta-feira, às 5 horas da manhã, procurar-me para se confessar. Depois da confissão, disse-me: “Padre, estou muito cansado, porém meu co­ração está contente”. — “Por que?” perguntei eu. — “É que ontem eu estava ainda muito longe, e temia não poder chegar a tempo da Comunhão de hoje que é a nona e completa os nove meses em honra ao Sagrado Coração. Mas caminhei ontem o dia inteiro, até 8 horas da noite, e aqui estou”. —“Pois bem, meu filho, disse-lhe eu, o Coração de Jesus te abençoará”.— “A bênção veio, de fato. Esse aluno de então é hoje pai de fa­mília com 12 filhos, e fez carreira. Da Comunhão da sexta-feira do mês passou, com a mulher e dois filhos, à comunhão semanal: e é feliz, tem boa posição e goza de ótimo conceito. Um europeu que lhe confiou grandes somas para negociar, disse-me a respeito: Com esse procurador, eu não examino contas: porque se viesse a duvidar de sua probidade, em quem me poderia mais confiar? E que era ele há 25 anos? Um pe­queno malgache paupérrimo e sem instrução, arrancado por um missionário ao paganismo, onde a mentira e ganância são vícios tradicionais. Hoje, é um bom chefe de família, estimado entre os seus, e honrado com a confiança dos estrangeiros. Glória ao Coração de Jesus!”
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

9o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação


NONO DIA
Oremos pelas pessoas que mais estimamos. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


Jesus defende Madalena
Madalena tinha sido pecadora, estava, porém, arrependida e chorava aos pés de Jesus. Não era preciso tanto para comover o coração do bom Mestre; não só perdoa, mas vede como ele toma a sua defesa contra os que, no fundo de seus corações, diziam: É uma pecadora.— “É mais amante do que vós, respondeu Jesus. Vim à vossa casa, não me destes água para meus pés, e ela mos há banhado com as suas lágrimas; não me destes o ósculo de paz, e ela não cessou de beijar-me os pés… Por isso eu lhe digo: Tudo vos é perdoado, ide em paz!”
Lição de misericórdia que eu jamais esquecerei, ó meu Deus! Talvez que aqueles que eu desprezo dentro do meu coração, e os que acuso, sejam mais queridos de Deus, porque o amem muito mais.
“Porei sumo cuidado em julgar o pró­ximo, para não pensar mal de ninguém; e se fizer juízo temerário, mortificar-me-ei à refeição”.
EXEMPLO
Em Amsterdam, a Liga do apostolado em 1892 propôs-se a trabalhar seriamente na obra da conversão dos pecadores. A Liga contra cerca de 500 jovens, que se reúnem todos os domingos: no dia do Natal rogaram elas com instância ao Sagrado Coração, que convertesse ao menos um pecador cada semana, e em curto prazo já se haviam convertido vinte e um. Cada asso­ciada reza, diariamente, uma “Ave Maria ’ nessa inten­ção, e procuram, por toda a parte, os transviados; quan­do os acham, dão os nomes ao Diretor, que, sem os de­clinar, na reunião seguinte pede orações por eles e, em seu favor, se faz uma comunhão e o Padre anuncia que num dia determinado dirá a missa nessa intenção, con­vidando a comungarem nesse ato todas as que puderem. Se o pecador é da paróquia, o Padre vai procurá-lo; se de outra, avisa ao respectivo Pároco, a fim de que o disponha. Estas piedosas diligências têm sido até agora coroadas de êxito. Havia aqui uma mulher de 70 anos que não queria ouvir falar de Deus: estava em grande perigo de morte, e não queria deixar-se levar para o hospital, dirigido pelas Irmãs de Caridade; enfurecia-se, quando lhe falavam nisso. As associadas da Liga, que­rendo convertê-la, vão ao Diretor: “Padre, nada conse­guimos; que se há de fazer?”— “Nós triunfaremos, ficai certas — respondeu ele— o Sagrado Coração nos ajudará. “Trazei-me aqui nove de vossas companheiras”. Chegadas estas, disse-lhes: “Começai uma novena com muito fervor; pedi a Nosso Senhor que a doente perca os sentidos, a fim de que se possa então transportá-la ao hospital”. A súplica foi ouvida e a pobre mulher veio para a companhia das irmãs. Mais tarde, volta a si e, vendo uma das Religiosas aos pés de seu leito, reúne todas as suas forças, salta ao chão e quer atirar-se pela janela; acode gente, conseguem contê-la e comunica-se o fato ao apostolado: este redobra as ora­ções, e faz dizer uma missa na intenção, comungando nela 400 associadas. Não tardou o triunfo completo: quatorze dias depois, a pobre pecadora, transformada e recebendo os confortos religiosos, morria, com todas as disposições da mais piedosa cristã.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.