18o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

DÉCIMO OITAVO DIA
Oremos pelas almas do Purgatório, que são mais ama­das pela SS. Virgem.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


O quarto desejo do Coração de Jesus é o livramento das almas do Purgatório
Almas queridas de Jesus, almas muito amadas que Ele vê sofrer, e que, em respeito a sua justiça, ainda não pode livrar!
Estas almas chamam-no, desejam-no, dizem-lhe a cada instante: “Quando vos veremos, Senhor?… E choram menos pe­las dores que experimentam que por se verem separadas de Jesus! Parece-me, dizia uma Santa, estar vendo Jesus que estende para mim uma das suas mãos, dizendo-me: “Es­tas pobres almas devem-me orações, missas mal ouvidas, mortificações, esmolas que de­veriam ter feito… Satisfazei por elas”.
Sim, Jesus, quero começar hoje mesmo.
“Darei, de tempos a tempos, uma es­mola pelas almas do Purgatório”.
EXEMPLO
Santa Margarida Maria recomendou, vivamente, em suas instruções, o seguinte: “À noite, dareis uma voltinha pelo Purgatório, em companhia do Sagrado Co­ração, consagrando-lhe tudo o que houverdes feito, e pedindo que se digne aplicar os seus merecimentos às santas almas que padecem. E ao mesmo tempo lhes pedireis também, queiram interpor o seu poder para vos alcançarem a graça de “viver e de morrer no amor e fidelidade ao Sagrado Coração de N. Senhor Jesus Cristo, correspondendo aos seus desejos de resistência”. Noutro escrito que deixou, lê-se: “Numa noite de Quin­ta-feira Santa, tendo eu alcançado licença para passá-la diante do SS. Sacramento, estive uma parte do tempo como cercada destas almas pobres: e Nosso Senhor disse-me que me dava a elas todo este ano, para lhes fazer todo o bem que pudesse. Desde então, vem elas ter muitas vezes comigo; e não lhes dou outro nome senão o de minhas “amigas penadas”. Eu pedia em fa­vor delas sufrágios e aplicações de Missa dizendo: “Muito mais obrigada vos fico pelo bem que lhes pro­curais do que se a mim mesma o fizésseis”. Outras vezes, regozijava de terem saído livres pelas orações e penitências que por elas fizera : “Esta manhã, domingo do Bom Pastor, duas das minhas boas amigas que so­frem, vieram dar-me um adeus; porque hoje o sobe­rano Pastor as recebia no seu redil da eternidade, com outras que iam entoando cânticos de alegria que se não podem explicar”. Estes piedosos sentimentos de Sta. Mar­garida Maria se manifestavam também na mesma época numa Religiosa de alta virtude. Maria Vitória da Encarnação, do Convento das Clarissas da Bahia, cuja vida foi escrita pelo arcebispo D. Sebastião Monteiro. Era a santa freira fervorosíssima devota dos mistérios da Paixão de Nosso Senhor e, às sextas-feiras, fazia a via sacra, carregando uma pesada cruz e levando à cabeça uma coroa de espinhos a disciplinar-se de modo que o sangue esguichava sobre as paredes ou corria pelo pavimento; assim, às vezes, a se arrastar de joelhos, ia até o lugar das sepulturas e se prostrava sobre elas orando. Tinha ainda uma particular devoção ao arcanjo S. Miguel como o defensor das almas do Purgatório, para cujo alívio fazia muitos sufrágios e oferecia todas as obras de humildade que praticava. Por isso, escreve o seu ilustre biógrafo, elas a procuravam com toda a confiança: indo, uma vez, altas horas da noite, ao coro fazer oração, ouviu lastimoso gemido de um defunto que, por chegar tarde à igreja, ficara por enterrar: co­brando ânimo, perguntou o que queria, e ele respondeu, pedindo mandasse fazer sufrágios de que muito preci­sava; satisfez o pedido no dia imediato, e o defunto, mais tarde, veio agradecer-lhe. Uma noite, viu a alma de uma sua serva que lhe falava, quando a companheira que dormia perto, despertando e vendo um clarão em sua cela, ao tempo em que lhe ouvia a voz, gritou assustada, fazendo acordar toda a comunidade. Viu, de outra vez, a alma da religiosa Madre Luzia, que subia ao céu. De uma feita, acabada a sua oração no coro, retirava.se, mas a cercaram de tal sorte as almas, que ficou a orar até romper a aurora. Como para mostrar que não era isso feito de pura imaginação, permitiu Deus que as almas lhe imprimissem como três dedos de fogo num ombro, e viram-nos várias Religiosas, a quem disse por graça: “As minhas amigas me cauterizaram; não quero mais brinquedos”. Por outro lado, elas lhe faziam carinhos e a serviam: em noite de excessivo calor, uma freira que falava à porta da cela, sentiu uma suavíssima viração e, não podendo explicar, perguntou donde vinha. Madre Vitória respondeu: “São as minhas amigas que me estão abanando”. — “Oh! que consolação é a de ver uma alma em salvação. Veio aqui, nestes dias, uma tão linda e resplandecente, que excedia a luz do sol”. E, valendo-se delas, conseguiu a muitas pessoas acharem o perdido, saberem de pessoas ausentes muito longe ou de coisas futuras que se não poderiam conhecer naturalmente, e curarem-se prestes de moléstias antigas e graves. Madre Vitória morreu em 1715, numa sexta-feira, às 3 horas da tarde, dando-se, nesta ocasião e depois, por muitas vezes, fatos extraordinários que confirmaram a reputação de santidade que já gozava em sua vida, e que tem uma longa e detida comemoração na Crônica da Ordem Seráfica.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

17o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

DÉCIMO SÉTIMO DIA
Oremos pelos Ministros de Deus — os Padres, — a fim de os ajudarmos na salvação das almas. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O terceiro desejo do Coração de Jesus é a salvação das almas
Se nos fosse permitido, como a S. João, reclinar a nossa cabeça sobre o peito de Je­sus, e perscrutar-lhe as palpitações do cora­ção, ouviríamos estas palavras: “Almas! almas! quero salvar as almas!” Se não fôssemos tão distraídos pelas coisas exte­riores, ouviríamos a voz suplicante de Jesus dizer-nos: “Ajudai-me a salvar as almas!” — Uma alma que se condena é um triunfo para o demônio! é um blasfemo que, du­rante toda a eternidade, amaldiçoará Jesus!… Salvemos as almas: podemo-lo fazer “pelos bons exemplos, pelas palavras e, sobretudo, pelas orações”.— Se salvarmos uma alma, teremos salva a nossa.
“Ouvirei uma missa pela conversão dos pecadores”.
EXEMPLO
Havia em Forte de França, na Martinica, e era ali muito conhecido, um homem abastado que nunca recebera o ensino religioso, e, tendo-se casado com uma boa senhora, porém tíbia e tímida, contentava-se de ser probo. Aos sessenta anos de idade, em 1880, atacou-o uma fraqueza geral, que aumentava dia a dia, inquietando a família que pensou em lembrar-lhe que se devia apro­ximar de Deus. O doente, porém, respondia, a galhofar, que se havia de arranjar bem com Deus, quando o visse face a face. Progredia, entretanto, a moléstia e mais se afligiam, cada dia, os parentes, mormente considerando que nem a sua primeira Comunhão ele fizera; conseguira, tão somente, um deles, que deixasse coser ao seu travesseiro um escapulário do Sagrado Coração, e a este recomendava todos os dias o doente. Após seis meses de sofrimento, perdeu um dos olhos, redobram então as orações ao Sagrado Coração, e um dia o rebelde pediu que lhe trouxessem um Padre e, depois de várias visitas deste e longas conferências decidiu-se a confessar-se, fazendo-o com boas disposições, mas sem querer ainda a Comunhão, por lhe parecer desnecessária. Passado um mês, trouxeram-lhe uma imagem do Sa­grado Coração, que foi colocada em seu quarto. No dia imediato, veio-lhe um escarro de sangue, e, assustado, pediu a Comunhão. O sacerdote marcou-a para alguns dias depois, e durante esse tempo vinha exortá-lo, de modo que fez uma excelente preparação, e no ato mostrou uma fé e humildade verdadeiramente edifi­cantes. Viveu ainda três meses, mas suportando com a maior resignação os seus cruéis sofrimentos e, se acaso lhe escapava algum movimento de impaciência, logo o corrigia com invocação piedosa, ou beijando o Crucifixo. Comungou ainda outras vezes, sentindo pelo seu estado de fraqueza não poder ajoelhar-se para receber o seu Deus com toda reverência; e teve morte serena e consoladora. Tudo isto foi publicado em 1881, em honra do Coração de Jesus, por testemunhas dos fatos re­latados.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

16o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação



DÉCIMO SEXTO DIA
Oremos por todos os membros de nossa família.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O segundo desejo do Coração de Jesus é a honra e glória da SS. Virgem
Oh! como é agradável a Jesus ver honrar e amar sua Mãe; essa Mãe, a quem por tanto tempo obedeceu; essa Mãe, tão virtuosa, tão santa, tão boa; essa Mãe, a quem tanto viu sofrer!… Por isso, vede como Ele inspira um tão grande número de práticas de devoções em sua honra, como enche de bênçãos aos que a invocam, como concede a paz e a alegria aos que a amam… Ó Jesus, queremos amar, com todo o nosso coração, a vossa Mãe… Teremos por Maria a mais terna devoção.
“Recitarei, hoje, um ato de abandono à SS. Virgem”.
EXEMPLO
Mons. Bossé, prefeito apostólico de S. Lourenço no Canadá, em 1883 relata o seguinte: “Um milagre acaba de ser operado na missão de “Betchouan” pelo Sa­grado Coração de Jesus. Numa pequena casa achavam-se treze pessoas. Trazem ali um barril de 36 libras de pólvora para fazer a divisão. Um homem pega num vaso, enche-o de explosivo e derrama-o também numa garrafa. Entra um rapaz com um cachimbo, em torno do qual estavam sete homens. Uma parede inteira da casa é atirada longe, o fogão se esboroa, o teto é sacudido à altura de quatro pés e cai desconjuntado. Portas, janelas, móveis ficam em pedaços; a caixa do edifício é só o que resiste. Três dos homens cujas roupas se incendiaram, correram à praia e se atiraram na água. Sete queimaram as mãos e o rosto; mas estão em via de cura. Todos, no momento do desastre, in­vocaram Jesus e Maria. Havia nesse aposento, prega­das na parede destruída, duas imagens do Sagrado Co­ração e uma de Maria, que estavam em quadros com vidros: os quadros e os vidros se esmigalharam, mas as três imagens se acharam intactas a doze pés da casa, sobre uma pilha de destroços… O papel não estava nem roto, nem machucado, nem enegrecido: até mesmo as estrelas doiradas, que ornavam o manto de Jesus, nada sofreram. Os feridos fizeram celebrar uma Missa em ação de graças, e nela comungaram.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

15o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

— II —
Desejos do Sagrado Coração
DÉCIMO QUINTO DIA
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

O primeiro desejo do Coração de Jesus é a glória de seu Pai
Amamos aos nossos pais como a nós mesmos: queríamos que todos dissessem como nós, que não os há mais nobres, nem mais virtuosos, nem mais ilustres, nem me­lhores; revolta-nos uma injúria feita a eles. — Oh! Como estes sentimentos eram ar­dentes, justos, no Coração de Jesus! Nada mais quer do que a glória do seu Pai; o zelo de sua honra devora-o, tem fome e sede de o fazer amar… Oh! ajudemos Jesus, fa­lemos daquele Deus de bondade, dirijam-se nossas ações para Deus, façamos recitar al­gumas vezes as criancinhas alguns atos de amor de Deus.
“Hoje farei todas as minhas orações para que Deus seja conhecido e amado”.
EXEMPLO
O relatório do Apostolado da Oração, apresentado no Congresso Eucarístico de Liège em 1883, consigna o se­guinte fato, referido por um dos zeladores: “Havia nessa cidade um homem que desde muito não ia à Missa nem procurava os sacramentos; dera-se à em­briaguez, blasfemava; em suma, tinha uma péssima conduta. Em casa, eram contínuas as rixas com a família. A mulher, encontrando-se um dia comigo fez-me chorosas queixas e eu, consolando-a como pude, acon­selhei que com os filhos recitasse todos os dias um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria” em honra do Coração de Jesus; e ela o prometeu. Tempos depois, uma zeladora da Liga fala ao marido transviado para que se aliste no Apostolado, e ele anui, recebe o escapulário e obriga-se a recitar as orações. Desde logo opera-se nele mudança total: começou a ir à Missa e, cada vez que lhe vai escapar uma blasfêmia, refreia-se humilha­do. Indo uma vez significar-lhe o meu prazer pela boa transformação, vi a seu lado um livre pensador que, oferecendo até dinheiro, procurava persuadi-lo a dei­xar os filhos na escola municipal onde se não dava o ensino religioso. Em oposição, eu mostrei-lhe o que há de precário e falso nos gozos deste mundo e que só é feliz quem serve a Deus. Ele me ouviu com aten­ção, e mostrou-se resolutamente de acordo, o livre pensador retirou-se desconcertado e não voltou. En­contrando, mais tarde, o convertido, perguntei-lhe se era fiel ao seu compromisso com o Sagrado Coração, e respondeu: “Sim, e me sinto feliz; falta-me, porém, uma coisa; é fazer uma boa confissão e comungar”. Ajudei-o a preparar-se, e fez com todo o recolhimento a sua Comunhão pascoal. Esse homem hoje é um modelo: colocou os filhos numa escola católica, leva a filha a comungar em cada lª sexta-feira do mês, e, à força de exortações e conselhos, reconduziu também à vida cristã um de seus cunhados. É ocioso dizer que a paz voltou a essa casa, e que toda a família vive tranquila e feliz, depois de tal conversão, operada toda pelo Coração de Jesus, que mais uma vez realizou a sua promessa: “Os pecadores se converterão por esta devoção; eu estabelecerei a paz nas famílias”.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

14o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação



DÉCIMO QUARTO DIA
Oremos pelos pobres pecadores endurecidos.
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

Jesus e o Bom Ladrão
Toda a vida mortal de Jesus pode reduzir-se a uma só palavra: “misericórdia”. Não é também isto o que resume a sua vida eucarística? Nunca repelia ninguém. —Ia sempre ao encontro dos pecadores. — In­tercedia sempre por aqueles mesmos que o magoavam: e, desde que via numa alma a menor vontade de voltar ao bom caminho, usava para ela de tais cuidados e carinhos, que, diz um Santo, quase faz inveja o ser pe­cador. —O ladrão, pendente de uma cruz, reconhece o seu crime e, restando-lhe apenas alguns momentos de vida, ouve estas consoladoras palavras: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Oh! dizei-me também estas pala­vras, meu Jesus!
“Confessar-me-ei com mais cuidado”.
EXEMPLO
O “Mensageiro do Coração de Jesus” de setembro de 1880 menciona a seguinte conversão sucedida na Bélgica: “Um médico rico e conhecido, que casara com uma senhora piedosa, de há muito desprezara os seus deveres religiosos, e, às exortações da consorte para que voltasse a Deus, respondia ser mais católico que muitos outros, fiel a seus deveres de família e generoso com os pobres. Na guerra de 1870, ele sustentara, às suas custas, uma das principais ambulâncias belgas, enviara socorros a Metz e Sedan, sem querer por isso nenhuma indenização; tratava e fornecia remédios gratuitamente aos pobres da aldeia em que estava situada a sua quinta. Depois de passados assim 20 anos, sobrevieram- lhe repetidos reveses que o arruinaram: mas com eles, em vez de se voltar para Deus, mais infenso à religião se mostrava. Aos desgostos pelo abandono em que os amigos de outrora o deixavam, associou-se uma grave enfermidade. A família então juntou-se toda a trabalhar por convertê-lo, e nessa intenção se fizeram orações e promessas, celebraram-se missas, e começou uma no­vena de primeiras sextas-feiras. Em outubro piorou muito; alguns Padres o visitaram, a quem recebeu com polidez, mas recusando o socorro de seu ministério. Aceitou., afinal, um belo Cristo, que mandou colocar perto de si, mas declarando que, munido deste sinal da Redenção, não precisava de intermediários entre Deus e sua alma. A moléstia progrediu, e o assistente a dizia já no termo; nesse tempo, uma sua tia, Reli­giosa do Sagrado Coração, mandou-lhe uma imagem, abaixo da qual estava escrita uma fórmula de consa­gração, e pediu que com a esposa a recitasse durante uma novena das primeiras sextas-feiras.
Deu-se isto numa quinta-feira à tarde, e no dia se­guinte o doente anuiu ao pedido, e recitou, com sua mulher, a pequena oração. A noite que se seguiu foi má, e a boa cristã, ao amanhecer, estando só com o marido, lembrou-lhe o dever de pensar seriamente na eternidade: ele calou-se por instantes e, perguntando o que julgavam do seu estado os médicos, à resposta de que o consideravam gravíssimo, disse: “Mande cha­mar o Padre, porque eu quero morrer como perfeito cristão”. Devidamente preparado, recebeu com devoção os últimos sacramentos; ao chegarem os médicos e amigos, contrários às práticas religiosas, perguntando-lhe surpreendidos, se não se impressionara, respondeu: “Sinto-me feliz, só quero agora ocupar-me das coisas celestes”. Quando o cercavam as pessoas piedosas da família, queria que lhe recitassem jaculatórias e pedia perdão a todos, dizendo: “Logo que estiver no céu, farei por vós o que não pude na terra, onde tudo me saiu mal”. Os próprios criados exclamavam admira­dos: “É um milagre! O amo a pedir perdão! Morre como um santo! Não foi em vão que tanto se rezou por ele!” Falava da morte com alegria, e fez suas dis­posições querendo um enterro pobre, e sepultura no cemitério da aldeia, que era sagrado. E morreu, excla­mando: “Eis o caminho do céu! como é belo!”
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.