Excertos do Livro
O Combate Espiritual
Dom Lorenzo Scúpoli
(Clique acima, no título em azul, para obter a resenha do livro e baixá-lo)
O Combate Espiritual
Dom Lorenzo Scúpoli
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Capítulo
XXV
QUINTO
AUXÍLIO À VONTADE HUMANA
O ódio a
nós mesmos é também um modo de auxiliar a nossa vontade. É necessário que
tenhamos este ódio, pois, sem ele, não mais nos há de socorrer o Amor Divino,
autor de todo o bem.
Para adquirir
este ódio, primeiramente peçamo-lo a Deus. Em seguida, meditemos sobre os danos
que o amor próprio fez e ainda hoje faz aos homens.
Não houve pecado,
nem no céu, nem na terra, que não proviesse do amor próprio.
Este amor
tem tanta malícia que, se pudesse entrar no céu, logo a Jerusalém celeste se transformaria
em uma Babilônia. Considera então, que mal este vício não faz num peito humano,
durante sua vida terrena.
Se
tirarmos do mundo o amor próprio o inferno se fechará.
E quem haverá,
tão inimigo de si mesmo, que, meditando sobre o ser, as qualidades e os efeitos
do amor próprio, não se indigne contra este vício, e o odeie?
Capítulo
XXVI
COMO
SE CONHECE O AMOR PRÓPRIO
Para que saibas quão grande
é o amor próprio que te tens, examina tua alma. Perceberás então, as paixões
com que mais se ocupa a tua vontade. (Pois não encontrarás nunca a tua vontade
sem paixões).
Se ela ama ou deseja, ou
está alegre ou triste, considera então, se a coisa amada ou desejada é virtude,
e se teu amor está conforme aos preceitos divinos: ou se te alegras ou te
entristeces com coisas que a Vontade Divina quer que te entristeçam ou alegrem;
ou então, se a causa de todos estes sentimentos é o mundo e o apego às criaturas,
por lidarmos com as coisas do mundo desnecessariamente, e não quanto era
suficiente, nem como Deus quer.
Se assim acontece, claro
é que o amor próprio reina na tua vontade e é o seu motor em tudo.
Mas se vemos que a
vontade se ocupa de coisas que dizem respeito às virtudes e que são da Vontade Divina,
então devemos considerar ainda um ponto: se é a vontade de Deus que move nossa
vontade ou se são nossas complacências e caprichos, que o fazem.
Porque acontece muitas
vezes que alguém, movido por não sei que capricho ou complacência, se dê a
obras boas, como, por exemplo, às orações, jejuns, comunhões e outras obras santas.
Podemos nos examinar
neste ponto, de duas maneiras:
A primeira será reparar se nos damos, nas diversas
ocasiões que se apresentam, a todas as boas obras, indiferentemente.
A
segunda maneira será considerar se nos alegramos se tudo corre como
queremos e nos inquietamos e lamentamos se sobrevém algum impedimento.
Se virmos que é Deus o motivo
de nossos atos, ainda devemos examinar qual o fim com que os fazemos. Se este
for somente o agrado divino, tudo está bem.
Mas nunca poderemos
garantir que tudo fazemos para agradar a Deus. O amor próprio é muito sutil e
se insinua até nos atos de virtude.
Quando se manifesta esta
fera do amor próprio, devemos persegui-la, com ódio, não somente nas coisas
grandes, mas também nas pequeninas, até matá-la.
Sempre se deve suspeitar
das coisas ocultas. Por isso humilha-te bate ao teu peito, após uma obra boa,
pedindo a Deus que te guarde do amor próprio e caso o tenhas, te perdoe.
Será bom que te dirijas ao
Senhor de manhã e faças mentalmente o propósito de não ofendê-Lo mais,
especialmente naquele dia, mas de fazer sempre a Sua vontade e com o fim de
lhe agradar.
Pedirás por isso, muitas
vezes, a Deus, que te socorra sempre e te proteja, afim que conheças e faças
somente o que Lhe agrada e da maneira que Lhe agrada.
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Retirado do livro: O Combate Espiritual e o Caminho do Paraíso - Ven. Servo de Deus Lourenço Scúpoli - Edição de 1939
Obs.: A edição do livro disponível para download é mais recente.
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