Março - Mês de São José - Dia 15


DÉCIMO QUINTO DIA

Oremos para que o bom Deus nos proporcione hoje a ocasião de dedicarmo-nos por alguém.
São José era dedicado
A dedicação é o dom de si mesmo. Desde o momento em que se uniu a Maria, José não se pertenceu mais. É todo de Jesus, todo de Maria! Se é preciso acompanhar Maria à casa de Isabel, se é preciso conduzi-La a Belém, José está pronto. Ordenam-lhe a fuga para o Egito: não hesita um instante. Há de modificar todos os seus planos de conduta, voltar para Nazaré, quando sua intenção era continuar em Jerusalém; sempre a mesma dedicação:
Sede o meu modelo, ó São José! Que eu seja tudo, primeiro, de nosso bom Deus e, depois, do meu dever, da abstinência e da caridade. Que eu nunca me faça rogar para prestar um serviço.

EXEMPLO

Um dos mais hábeis pintores da escola francesa estava em Roma, e havia sido encarregado de fazer um grande quadro representando a proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Traçado que foi o esboço do importante quadro, dirigiu-se ao Vaticano a ouvir a opinião de Pio IX. Com todo o talento e boa vontade, o notável artista procurara agrupar em redor do trono do Eterno as Miríades de Anjos e Santos que compõem a Corte Celeste: esmerara-se em sua obra, mas, ainda assim, receoso, apresentou o desenho ao Papa. Este logo ao primeiro exame, lhe diz: - "E São José, onde está Ele? ... O artista, mostrando um grupo meio sumido nas nuvens da glória responde: - "Colocá-lo-ei ali!" "Não", volvei-lhe Pio IX e apontando um lugar ao lado de Jesus Cristo, diz: "É aí e só aí que haveis de colocar No céu não é outro o seu lugar, é esse". Por este simples fato avalia-se a viva devoção de Pontífice ao Patriarca e o fervor e confiança com que, a 8 de dezembro de 1870, o proclamou Padroeiro da Igreja universal.
Seguindo a pia indicação do imortal Pio IX, honremos e procuremos São José como o Santo mais vizinho do Filho de Deus na glória celeste.


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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira

Março - Mês de São José - Dia 14



DÉCIMO QUARTO DIA
Oremos pelas pessoas demasiado delicadas que nada querem suportar.
São José foi provado pelos sofrimentos Jesus não poupou as dores à sua divina Mãe; não devia poupá-las àquele que chamava seu pai neste mundo... A dor purifica os culpados e santifica os justos. Meditemos sobre a mais cruciante de todas: a perda de Jesus ... Perder Jesus, com este pensamento: Estará, talvez, a esta hora entre as mãos dos que lhe vão dar a morte! e não o verei mais...E com estrouto ainda mais terrível! Eu o perdi, talvez por minha culpa! Oh! quem dirá o que tais pensamentos despertem de angústias num coração terno, amante e dedicado!... Juntai à dor pessoal de José a impressão que lhe causam os terrores, as lágrimas, as apreensões de Maria angustiada. Pobre Pai! chora também ele e dizia a Deus: "Meu Deus! restituí a Maria o seu Jesus, e tomai a minha vida!" Contai com o sofrimento... Mas pedi a São José a graça de não ter que sofrer a perda de Jesus.

EXEMPLO

Ana Maria Bufet, a piedosa fundadora da peregrinação de São José da Boa Esperança, vivia numa gruta do rochedo d'Espaly, ocupando-se na instrução religiosa das crianças e na assistência aos enfermos, às horas que lhe ficavam da oração. Esclarecida por uma fé viva, aquilatava o poder e os privilégios de São José e pressentia o que a devoção viria a ser numa época de tantos perigos para a família e para a sociedade. O fervor com que se rezava naquele santuário improvisado, alcançou da Providência Divina tantas graças extraordinárias que para ali se estabeleceu uma corrente constante de peregrinações. Ana Maria teve ainda outras recompensas: viu juntar-se ao altar do rochedo d'Espaly um belo templo ereto a São José e a peregrinação à gruta foi enriquecida por Leão XIII com insignes favores, entre os quais uma indulgência plenária em todas as festas do Santo Patriarca. Radiante de contentamento, a santa velhinha dizia repetidas vezes depois disso: "Não tardo muito a ir ver São José." E depois de alguns meses de sofrimentos suportados com uma resignação exemplar, os 82 anos de idade, morreu no ósculo do Senhor, invocando com alegria o nome do Santo de sua particular devoção.
Imploremos a bênção e a proteção de São José em favor de todas as devoções e obras pias, por mais humildes que lhes seja a origem.



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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira

Março - Mês de São José - Dia 13


DÉCIMO TERCEIRO DIA

Oremos para que o nosso bom Deus nos inspire desejo de propagar cada vez mais a devoção a Santíssima Virgem. São José tinha uma afeição terna por Maria
Amava-a por suas virtudes. "Maria", diz um autor pio, "até nas mínimas coisas desvelava-se com São José: informava-se de seus gostos, de suas necessidades, de seu trabalho; velava em que nada lhe faltasse, estava sempre disposta a lhe fazer a vontade". O coração de São José compreendia estas delicadezas e procurava provar-lhe o reconhecimento. Ele amava a Maria, principalmente porque era Mãe de Jesus! Não tenho também eu as mesmas razões, para amara Virgem Mãe...? Ah! se eu procurasse examinar o que Maria faz por mim, não a encontraria sempre solicita comigo e a me dispensar cuidados. Não é Ela quem me dá Jesus? Eu também vos amo, ó Maria, sim, eu Vos amo!

EXEMPLO

O Padre Huguet, religioso marista, foi na segunda metade do século passado o mais ardente pregador da devoção a São José. Não há muitas pessoas piedosas que desconhecem as inúmeras publicações que fez sobre o culto ao Santo Patriarca. O Padre Ramiére, fundador do "Apostolado da Oração", escreveu-lhe um dia o seguinte: Se a imprensa é um campo de batalha, se cada bom livro que encontra aceitação é uma vitória ganha para causa de Deus, se cada exemplar espalhado na sociedade é um soldado que continua durante anos a combater o erro e o vício: eu não sei se haverá na França um Marechal que comande um exército tão numeroso quanto o vosso, e que em sua fé de ofício conte tantas campanhas felizes. " Os dois ilustres religiosos morreram quase ao mesmo tempo em 1884 e um dos companheiros do Padre Huguet, relatando ao "Mensageiro do Coração de Jesus" a morte do santo sacerdote, o fez assim: "Como o intrépido apóstolo do Sagrado Coração, o zeloso propagador do culto de São José, morreu com as armas na mão! Desde certo tempo o Revmo. Padre Huguet falava muitas vezes da morte, mas exteriormente nada fazia prever um fim tão próximo. A 19 de fevereiro caiu de cama e, a 21, às 7 horas da manhã, depois de curta e suave agonia, entregou a alma a Deus. Na véspera, tinha recebido o Santo Viático e a Extrema-Unção com sentimentos de resignação e piedade que edificaram todos os assistentes. Depois chamou-me para junto de si e ditou-me estas palavras: " Tendo tido hoje a felicidade de receber todos os sacramentos, pedi a Deus pela Sagrada Família a graça de acabar bem a minha vida conforme sua divina vontade. Ah! como nestes momentos solenes se aprecia o favor de ser religioso... filho de Maria... devoto de São José!...
Invoquemos particularmente a São José em favor de todos os pregadores do seu culto.

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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira

Março - Mês de São José - Dia 12


DUODÉCIMO DIA
Oremos para que as pessoas que temos distinguido com a nossa amizade sejam ou se tornem bem piedosas. São José tinha uma ternura toda particular por Jesus.
É que conhecia quem era esse Menino muito amado Jesus parecia pequeno, fraco e ocultava, sob tais aparências, sua força, seu poder, sua majestade! Quanto mais José o contemplava e estudava, mais sentia-se transportado de admiração diante de tanta bondade para com os homens. Havia horas em que o santo Patriarca se teria prostrado aos pés da celeste criança chamando-a seu Deus! outras em que ficava como aniquilado, sem poder proferir uma palavra; era quando Jesus dizia: Meu Pai!
Modelo de minhas comunhões, ó São José, comunicai-me Vosso respeito, Vosso amor, tão terno e tão ardente por Jesus. . . Eu tenho o mesmo Deus que vós!

EXEMPLO

A Sra. de La Peltrie, cujo nome figura brilhantemente nos fatos da caridade católica, tendo lido a relação de uma importante missão que os Padres Jesuítas haviam dado entre os selvagens do Canadá, sentiu vivos desejos de concorrer também para a salvação daqueles pobres infiéis. Quando pensava nos meios de realizar sua intenção, foi atacada de uma grave moléstia, que os médicos não conheceram e da qual a desenganaram. Nesse perigo, recorreu a São José e fez voto de, se recobrasse a saúde, fundar e dotar, à sua custa, uma casa de educação cristã para as meninas daquela região em que principiava a ser pregado o Evangelho. Quase instantaneamente o mal desapareceu, pelo que, perguntando o médico surpreendido o que é que acontecera, a piedosa senhora respondeu-lhe espirituosamente: "Doutor, as minhas dores partiram para o Canadá." Fiel a seu voto, acompanhando as ursulinas que em 1639 embarcaram para Quebec, mandou ali edificar um mosteiro em que se recebessem as jovens canadenses, e veio a ser sua primeira superiora. Teve depois uma visão em que lhe foi anunciado que São José seria o protetor especial da Nova-França, o que mais tarde se realizou por aclamação pública, verificando-se ainda hoje que não há nenhum país católico em que se celebre com maior solenidade que ali a festa do Santo Patriarca.
Roguemos a São José pela prosperidade e santificação dos povos, entre os quais está mais propagado o seu culto. 


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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira

Março - Mês de São José - Dia 11



UNDÉCIMO DIA

Oremos a fim de que o bom Deus nos perdoe todo o mal que havemos causado com as nossas murmurações.
São José era todo caridade em suas palavras
Ainda nisto, que cenas edificantes em cada uma das conversações que, nas horas de repouso, entretinha a Sagrada Família! Falava-se a respeito do próximo sim, porém, com que bondade José sabia de um fato doloroso, talvez humilhante. Como se escusava o culpado, como se reduzia sua falta a um momento de fraqueza, como se buscavam todos os meios de fazê-la esquecer, como sempre se orava pelo pobre transviado! Alguns doutores atribuem a São José o pio costume de coligir a notícia de todas as ações dignas de louvor e de procurar, relatando-as, estender o bom conceito dos que as praticavam.
Não posso eu fazer o mesmo todos os dias? Ó São José, ajudai-me a curar meu espírito de sua tendência para criticar, para suspeitar, para pensar mal. Ajudai-me a encontrar sempre razões para desculpar, e a ter satisfação em relatar o bem que fazem aqueles que me cercam.

EXEMPLO

 O Padre Luiz Lallemand, que foi considerado, na Companhia de Jesus, como a cópia fiel do espírito de Santo Inácio, escolheu a São José para seu guia, e honrava-o diariamente com quatro exercícios devotos, dois durante a manhã e dois à tarde. O primeiro deles era uma elevação mental ao coração de São José, para meditar na fidelidade com que ele correspondeu à graça; ato acompanhado do exame da própria consciência, e ver se fora fiel a Deus. No segundo, considerava como São José conciliava a prática do recolhimento e da vida interior com suas ocupações exteriores; e entrava em si a examinar em que, por esse lado, se afastara de tão Santo modelo. À tarde, contemplava primeiro São José como Esposo da Santíssima Virgem, e excitava-se a amá-lo por amor de sua Esposa Imaculada; e, por último, ponderava as adorações e preitos de amor e de reconhecimento que São José rendia ao Menino Jesus, e pedia a graça de imitá-Lo. Nutrindo assim a sua fervorosa devoção, o Padre Lallemand chegou a adquirir e inspirar aos outros uma confiança ilimitada em São José.
Peçamos a São José a graça de praticar a sua devoção com pia confiança de ser sempre atendidos.

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Retirado do livro: Mês de São José por Mons. Dr. José Basílio Pereira