Regras Espirituais para um Padre que Aspire à Perfeição - Santo Afonso Maria de Ligório




1. Evitar o pecado e a perturbação depois do pecado
Um Padre que aspira à perfeição e deseja santificar-se, deve primeiro que tudo tomar a peito evitar antes o pecado que a morte, até o mínimo pecado venial deliberado. Depois do pecado de Adão, no estado actual da fragilidade humana, ninguém pode e nunca pôde — à excepção de Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima — ser isento de todas as faltas veniais indeliberadas; mas podemos muito bem, com o auxílio de Deus, evitar todas as faltas deliberadas, isto é, cometidas com plena advertência e consentimento; é o que têm feito os santos. Quem aspira à perfeição deve estar bem decidido a deixar-se antes martirizar, do que dizer com advertência plena uma mentira, ou cometer qualquer outro pecado venial, por pequeno que seja.
Tal deve ser a sua resolução; mas, se tiver a desgraça de cair nalguma falta, deliberada ou indeliberada, não se perturbe nem inquiete. Nunca a inquietação vem de Deus, é um fumo que não pode sair senão do próprio abismo da inquietação, que é o inferno. Vem-nos de lá, porque, como dizia com razão S. Luís de Gonzaga, o demónio pesca sempre nas águas turvas.
Quando uma pessoa, por exemplo, cometeu uma falta, perturba-se, e depois perturba-se por se haver perturbado: neste estado de inquietação, não só será incapaz de praticar o bem, mas até facilmente cometerá muitas outras faltas, quer de impaciência, quer doutra espécie.
Por isso, desde que a falta está cometida, é necessário humilhar-se e recorrer logo a Deus: faça um acto de amor ou de contrição, com o bom propósito de emenda, e peça com muita confiança a graça de que necessita, dizendo: Senhor! eis o que eu sei fazer e, se me retirardes a vossa mão, ainda farei pior! Amo-vos, arrependo-me do passado e não quero recair no futuro; dignai-vos conceder-me o socorro que da vossa bondade espero.
Feito isto, ficai em paz, como se nenhuma falta houvésseis cometido. Se até no mesmo dia recairdes, procedei do mesmo modo. se tivésseis a desgraça de recair cem vezes, sempre deveríeis concluir assim: humilhe-se quem se exaltou, mas nunca se fique desalentado. Importa observar que o perturbar-se depois de uma falta cometida, não é efeito da humildade, mas do orgulho: dói-se o pecador do que lhe aconteceu, menos por ser ofensa feita a Deus, do que pela vergonha que sente de se apresentar diante dele com tal mancha. Nunca o padre pois deve perturbar- se com as suas faltas, mas humilhe-se como capaz de cometer essas e ainda outras; faça depois um acto de amor de Deus.


2. Desejo eficaz de adiantar no amor de Deus
Esteja o padre animado do desejo de crescer cada vez mais no amor de Deus. Não querer adiantar na perfeição — que assenta por completo no amor de Deus — é querer atrasar. Non progredi, jam reverti est diz Sto. Agostinho (Epist. 17. E. B. app.). Quem sobe a corrente dum rio, e não luta de contínuo contra o movimento das águas, será por elas arrastado. É o que nos acontece, desde que não lutemos contra a concupiscência da carne.
Os santos desejos adoçam-nos as dificuldades e fazem-nos caminhar para a frente; mas é necessário que sejam firmes e eficazes, isto é, que sejam quanto possível postos em prática. Não tenhamos a linguagem dos que, por exemplo, se limitam a dizer: Ó! se eu tivesse irmãos nem sobrinhos, entraria numa ordem religiosa; se eu tivesse saúde, faria tais penitências...
Esses jamais dão um passo à frente no caminho de Deus; ao contrário, sempre se arrastam nos mesmos pecados, sempre conservam os mesmos apegos e animosidades, caminham de mal a pior.
Haja pois desejo de adiantar no amor de Deus, mas com a resolução firme de fazer todo o possível para chegar ao fim, desconfiando das próprias forças e pondo toda a confiança só em Deus; porque aquele que confia em si, priva-se do auxílio da graça.


3. Devoção à Paixão do Salvador e ao Santíssimo
Para adiantar na perfeição, é também necessário ser muito devoto da paixão de N. S. Jesus Cristo e do Santíssimo Sacramento. Quando se consideram estes grandes mistérios de amor, em que um Deus, para se fazer amar, sacrifica a sua vida e se dá em alimento a um verme da terra, criatura sua, não se pode deixar de arder em amor por Jesus Cristo. Charitas enin Christi urget nos, diz S. Paulo (2Cor 5,14). Quem pensa no amor do nosso Salvador, vê-se como que forçado a amá-lo. Às suas chagas sagradas chama S. Boaventura feridas, que ferem os mais duros corações, e inflamam no amor de Deus as almas mais geladas.
De ordinário pois, não deixe o padre de fazer todos os dias meia hora de meditação sobre a Paixão de Jesus Cristo. Faça além disto durante o dia frequentes actos de amor para com o divino Mestre, começando desde o despertar e procurando adormecer num acto de amor. Dizia Sta. Teresa que os actos de amor são como lenha que entretém no coração o doce fogo do amor divino. Em particular, um acto de amor muito agradável a Deus é o oferecimento de si mesmo, dispondo-se para fazer e sofrer tudo quanto for do beneplácito divino. Santa Teresa repetia este acto pelo menos cinquenta vezes cada dia.

4. Intenção de fazer tudo por Deus
Em todas as suas acções, deve o padre ter a intenção de tudo fazer só para Deus. Os mestres da vida espiritual chamam à recta intenção uma alquimia celeste, que converte em ouro todas as nossas acções, mesmo as que respeitam às necessidades corpóreas, como o repouso, o alimento e o recreio.
Mas, em especial, é necessário que os exercícios de piedade se façam unicamente para agradar a Deus, e não por motivo de interesse, vanglória, ou gosto próprio; de contrário, tudo se perderá e, em vez de recompensa, se receberá castigo. Para com segurança pois, se fazer por Deus tudo quanto se fizer, convém que se obre sempre sob a dependência dum director.

5. Amor da solidão e do silêncio
É preciso que o padre ame a solidão e o silêncio. Quem trata e fala demasiado com os homens, necessita de tomar cautela; se a não tiver, dificilmente evitará o pecado: In multiloquio non deerit peccatum (Prov. 10, 10). Por isso o Senhor disse: In silentio et in spe erit fortitudo vestra (Ps. 30, 15).
Seremos fortes contra as tentações, na medida em que confiarmos em Deus, e nos afastarmos do comércio com as criaturas. De mais, quem fala muito com os homens, falará pouco com Deus. Na solidão fala e conversa familiarmente o Senhor com as almas, conforme esta exclamação de S. Jerónimo: O solitudo, in qua Deus cum suis familiariter loquilur ac conversatur!
E o próprio Deus nos faz compreender que é na solidão que nos fala aos corações: Ducam eam in solitudinem, et loquar ad cor ejus (Os. 2, 14). As almas que ardem no amor de Deus sempre buscam a solidão: é o que se observa. Corriam os santos a esconder-se nas florestas e em espantosas cavernas, para não serem perturbados pelo ruído do mundo e poderem tratar a sós com Deus. O silêncio e a solidão forçam, por assim dizer, a alma a não pensar senão em Deus.
No entanto, não consiste a virtude em estar sempre calado, mas em falar quando convém. Um bom padre cala-se quando deve calar-se, e fala quando deve falar; mas fala somente de Deus, ou do que interessa à glória de Deus e ao bem das almas. Muitas vezes uma palavra de Deus, dita familiarmente em conversa ou a um amigo, produzirá mais fruto que muitos sermões.
Deve-se pois ter cuidado em todos os entretenimentos, por indiferentes que sejam, de misturar alguma palavra edificante sobre as verdades eternas ou sobre o amor de Deus. Quando se ama uma pessoa, sempre se desejaria falar e ouvir falar dela; quando se ama a Deus, só se fala e quer ouvir falar de Deus.

6. Conformidade com a vontade de Deus
Consiste acima de tudo o amor de Deus na conformidade com a sua santa vontade, especialmente nas coisas que mais contrariam o amor próprio, como são as doenças, a pobreza, o desprezo, as perseguições e as securas espirituais. Devemos estar persuadidos de que tudo isso, que nos advém de Deus, nos é útil, por ser feito ou permitido para nosso bem; porque ninguém há que mais nos ame do que Deus. Se queremos santificar-nos, digamos em tudo quanto nos acontecer: Fiat voluntas tua. Sit nomen Domini benedictum. Domine, quid me vis facere? Sicut Domino placuit, ita factum est. Ita, Pater! quoniam sic fuit placitum ante te.
Em todas as eventualidades da vida, agradáveis ou desagradáveis, procuremos conservar essa paz contínua, essa tranqüilidade inalterável de que os santos nos dão exemplo, dizendo sempre: In pace in idipsum dormiam et requiescam. Uma alma que ama a Deus passa uma vida uniforme, sempre em união com o Senhor; era o que nos seus cânticos exprimia um grande servo de Deus, o cardeal Petrucci, sobre esta palavra do Espírito Santo: Non contristabit justum quidquid ei acciderit (Prov. 12, 21).
Assim, um padre que ama a Deus jamais será abalado pela aflição. Só o pecado lhe deve causar dor; mas esta dor mesmo, como acima dissemos, deve ser uma dor calma, que não perturbe a paz da alma.

7. Desejo de morte
Deve o padre desejar muitas vezes o Paraíso, e por consequência a morte, para ir em breve para o Céu amar a Jesus Cristo, com todas as suas forças e por toda a eternidade, sem receito de jamais o perder. Entretanto, procederá sem reservas para com Deus, nada lhe recusando, do que souber que lhe é mais agradável, e estará sempre atento a afastar do seu coração tudo o que não é Deus nem para Deus.

8. Devoção à Santíssima Virgem
Esforce-se por conceber uma grande confiança e terna devoção para com a santíssima Virgem. Todos os santos têm alimentado em seus corações uma piedade filial para com a Mãe divina. Cuide de fazer todos os dias uma leitura nalgum livro, que trate das suas glórias e da confiança que devemos ter na sua poderosa proteção. Não deixe de jejuar aos sábados em sua honra, o melhor que possa, e em todas as suas novenas, pratique ao menos alguma abstinência e mortificação. Não deixe de visitar todos os dias alguma imagem sua. Quanto puder, falará da confiança que se deve ter na proteção de Maria, e procurará aos sábados fazer aos fiéis uma pequena instrução na igreja, para os afervorar na devoção a esta compassiva Soberana.
Pelo menos, fale dela em cada um dos seus sermões, e recomende a mesma devoção a todos os seus penitentes, assim como a todas as demais pessoas que possa. Quanto mais se amar a Maria, tanto mais se amará a Deus; porque Maria atrai a Deus os que a amam. Quia tota ardens fuit, diz S. Boaventura, omnes se amantes, eamque languentes, incendit (De B. M. V. s.1).

9. Ser humilde do coração
Esforce-se por ser humilde do coração. Muitos há que são humildes de palavras, mas não do coração; dizem que são os maiores pecadores do mundo, que merecem mil infernos; apesar disso, querem ser preferidos, estimados e louvados. Quando ninguém os aplaude, a si próprios se louvam; ambicionam os empregos mais altos, e não podem sofrer uma palavra de desprezo.
Não procedem assim os humildes de coração: nunca falam dos seus talentos, da sua nobreza, das suas riquezas, nem de coisa alguma que os distinga.
Amará pois os empregos e serviços mais humildes e obscuros. Receberá as afrontas sem se perturbar, e até interiormente se comprazerá nelas, por se tornar assim semelhante a Jesus Cristo, que foi saturado de opróbrios.
Nas contradições que ferirem e irritarem o seu orgulho, faça-se violência para nada dizer nem fazer naquela ocasião, ainda mesmo que seja superior e como tal obrigado a reprimir a insolência de quem o ultraja. Enquanto sentir os nervos exaltados, deve calar-se até que eles acalmem. De contrário, o fumo da perturbação lhe ofuscará a vista; olhará como justo o que diz e faz, ao passo que tudo será falta e desordem. Além disto, quando a correção se faz no momento da exasperação, o inferior não a recebe como reprimenda merecida, mas como efeito da impaciência da parte do superior, o que a torna inútil ou pouco menos. Pela mesma razão, quando o superior conhece que o seu inferior está perturbado, deve diferir a admoestação, esperando que ele acalme; doutro modo, o inferior cego pela sua paixão, longe de receber a repreensão, romperá em maiores excessos.

10. Tornar bem o mal
Será prestável a todos, e cuidará em especial de fazer bem a quem lhe tiver feito mal, pelo menos recomendando-o a Deus; é a vingança dos santos.

Devoção das Três Ave-Marias











































   Dizia Jesus: "Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo se vem a perder a sua alma?..." E essas palavras repetiu reiteradamente S. Inácio, recordando que, de todos os negócios, o mais importante é o negócio da salvação.

   Quereis salvar-vos?... Sede devotos da Virgem Maria, porque sem a Sua mediação junto de Jesus, ninguém se salva. Pedi-lhe o Seu amparo, rezando todos os dias as TRÊS AVE-MARIAS, cuja breve e simples devoção revelou a mesma Mãe de Deus a Santa Matilde e deu a conhecer Santa Gertrudes, mostrando que sempre que os cristãos rezam as TRÊS AVE-MARIAS em honra dos privilégios que recebeu da Santíssima Trindade (o poder que lhe outorgou Deus-Pai, a sabedoria que lhe comunicou Deus-Filho, e a misericórdia com que a enriqueceu Deus Espírito Santo), outras tantas vezes, o poder, a sabedoria e o amor desbordam do Seu Imaculado Coração e vão inundar as almas dos que, desta maneira, a honram e invocam, os quais terão a Sua proteção durante a vida e a Sua especial assistência na hora da morte.

   Por isso S. Afonso de Ligório recomendou com insistência a devoção das TRÊS AVE-MARIAS; S. Leonardo de Porto Maurício pregou com fervor esta devoção, dizendo: "Oh! que santa prática de piedade! - É este um meio mui eficaz para assegurar a vossa salvação." E, por sua vez, o venerável servo de Deus, Luiz Maria Baudoin escreveu: "Rezai cada dia as TRÊS AVE-MARIAS; se sois fiéis em pagar a Maria este tributo, prometo-vos o Paraíso."

PRÁTICA PELA MANHÃ E À NOITE
REZAR ASSIM:

1º Maria, minha Mãe, Livrai-me de morrer em pecado mortal! Pelo Poder que vos concedeu o Pai Eterno.

Ave-Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

2º Pela Sabedoria que vos concedeu o Filho.
Ave-Maria...

3º Pelo Amor que vos concedeu o Espírito Santo.
Ave-Maria...
(Indulgência parcial)

Propagai esta devoção, pois, "quem salva uma alma, tem a sua salva." (S. Agostinho)

Com licença eclesiástica. - Madrid, 11-2-957 - OFFO, S.L.


Quer Conhecer mais sobre Nossa Mãe Santíssima?

Quaresma - Tempo da Paixão - Semana Santa - Domingo de Páscoa


  Os três domingos  consecutivos da  septuagésima, sexagésima e  quinquagésima (70, 60 e 50 dias  antes da Páscoa), tem por fim encaminhar  os  fiéis à preparação próxima da festa pascal. 
     Chama-se  Quaresma os 40 dias  de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa.  Essa preparação existe  desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em memória do jejum de Jesus  Cristo no deserto. Durante esse tempo a  Igreja  veste seus  ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória",  o "Aleluia" e o "Te Deum".

     Na  4ª.  feira depois do domingo da quinquagésima, dia que começa a Quaresma, a Igreja  faz  imposição das cinzas (quarta-feira de cinzas), para lembrar os fiéis que são pó  e  em pó hão de tornar. 


     Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. 

Nesse  tempo santo, convém:

 a) fazer penitência, observando a lei do jejum. 
 b) ouvir com freqüência a  Palavra de Deus. 
 c) preparar-se por uma boa confissão para comunhão pascal.

       A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.
        Ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
       Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
        O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e revertê-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de comer chocolate por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.


Domingo de Ramos.
Antes da missa  paroquial, o sacerdote benze solenemente os ramos e  os distribui ao clero e aos  fiéis, que os levam primeiro em procissão e depois para as  suas  casas.  (a "palha  benta" , quando queimada e acompanhada  de orações a Santa Bárbara, é eficaz  contra  trovões e tempestades).  Esta cerimônia simboliza a entrada  triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de  sua paixão. Durante a missa canta-se ou lê-se  a narrativa da  Paixão, escrita por  São Mateus, (na terça-feira a de São Marcos;  na quarta a de São Lucas e  na sexta a de São João),  que exprime claramente  quais devem ser os sentimentos e afetos do verdadeiro cristão durante toda a semana  santa. 
               
Na  Quarta,  Quinta e  Sexta-feiras, realizam-se, à tarde, ofícios chamados trevas, porque antigamente eram cantados à noite. Findos, apagavam-se  as  luzes para simbolizar o luto da Igreja e a  escuridão que baixou à terra  quando Nosso  Senhor  morreu.  Conservou-se  esse costume até  hoje, apagando as  velas do candeeiro triangular e  as do altar, uma  por uma, no fim de cada  salmo.  Durante o ofício das trevas  cantam-se as lamentações do Profeta Jeremias sobre Jerusalém.  Os três últimos  tem igualmente, cada um,  ofícios  e  cerimônias peculiares para os atos religiosos. 

            
   
A Quinta-Feira  Santa é consagrada  à  comemoração da  instituição do Santíssimo Sacramento e  do sacerdócio católico.




As principais  cerimônias  desse dia  são: 
                               1.  Em cada igreja paroquial e  conventual celebra-se uma só missa, na qual os  outros sacerdotes  recebem, de forma  particular, a ceia do Senhor,  em que Jesus  fez pela primeira vez  a  consagração e os Apóstolos comungaram de sua mão. 
                               2. A Igreja parece esquecer sua dor por um instante para festejar o grande mistério da Eucaristia. Os paramentos sacerdotais e  o véu da cruz do altar-mor são de  cor  branca;  ouve-se o cântico "Glória",  durante  o qual repicam solenemente  todos os sinos, emudecendo depois até  ao Sábado de Aleluia. 
                               3. O padre consagra duas Hóstias grandes, uma das quais  conserva para o ofício da sexta-feira  santa porque  naquele dia,  em  que Jesus  ofereceu o sacrifício cruento no monte Calvário, não há consagração nas santas funções. 
                      4.  Terminada a missa, leva-se solenemente para outro altar, festivamente preparado e  chamado santo sepulcro, a segunda Hóstia grande que acaba de ser consagrada e  que há de servir no dia imediato, para  a missa dos  pré-santificados. 
                               5. Depois  da  cerimônia  precedente, retiram-se do altar-mor o Santíssimo, adornos, panos, etc., enquanto o sacerdote, com os ministros, reza o salmo 21, no qual Davi profetizou a  Paixão do Salvador com as circunstâncias de sua morte no Calvário. 
Os  bispos consagram nas catedrais, durante a Missa, os  Santos Óleos que devem servir  para a administração do Batismo e  da Extrema-unção, e em seguida o Santo Crisma, usado no Batismo, na Confirmação e na Ordem. 
                       6. Em memória da humildade de  Jesus, que neste dia lavou os pés dos Apóstolos, o bispo em sua catedral, os superiores em suas igrejas de convento, lavam os pés de doze pobres (ou ministros), beijam-nos com respeito, enxugam-nos  com as próprias  mãos, compenetrados dos mesmos sentimentos de humildade e  caridade  que tinha o Salvador. (É a cerimônia de "Lava-pés").
                               7. Durante  todo esse dia as  irmandades e os fiéis em geral fazem guarda de honra a Jesus Sacramentado.  (Adoração do Santíssimo Sacramento)

Sexta-Feira Santa.
As cerimônias desse  dia são todas lúgubres e  tristes, porque visam representar o seu fundador. O celebrante e os ministros aproximam-se do altar. Chegados lá, prostram-se, estendidos no chão; depois erguem-se e  procede-se à leitura de  uma lição da Sagrada Escritura e da Paixão. Seguem as orações solenes que a Igreja faz por todo o mundo, mesmo por seus maiores inimigos,  para imitar Nosso Senhor, que morreu por todos os homens. Ao concluí-las o celebrante, despindo a casula, dirige-se ao lado da epístola e  descobre sucessivamente os braços e a cabeça da cruz; coloca-a no degrau do altar e, de pés descalços, prostra-se três vezes, adorando Jesus Cristo representado sobre a cruz. Finda  esta  cerimônia, traz-se ao altar, em procissão solene, a Hóstia Consagrada, que desde a véspera achava-se no santo sepulcro. Chegado o préstito ao altar, o sacerdote a levanta, para ser adorada, e comunga. 


Sábado de Aleluia.
Este dia é consagrado especialmente a  honrar a  sepultura de Nosso  Senhor.
                 


As principais  cerimônias são: 
                1.  Bênção do fogo novo, que se tira de um silex, e com o qual se acende um círio de três bicos, outras velas  e  a lâmpada do santuário. 
                2. Bênção do Círio Pascal; 
                3. Leitura das profecias;
                4. Bênção da Água Batismal;
                5. Ladainha de todos os  santos; e
                6. Missa  solene  com glória,  durante  a  qual se tocam os sinos e  se cantam as aleluias.  Ao meio dia  acaba-se o tempo de Jejum, portanto, fim do tempo quaresmal. 

Domingo -  Festa da Páscoa. 
Lembra  a  Ressurreição de Nosso  Senhor Jesus  Cristo. Como o predissera, ressurgiu dos mortos ao terceiro dia, provando assim sua divindade e a  verdade  da doutrina  que ensinou. 
Aproveitemos o tempo que nos é concedido viver  nesta terra, para que possamos cumprir todos  os preceitos do Senhor.  Com muito empenho, especialmente neste  tempo quaresmal,   fujamos  das más  inclinações e peçamos a Deus forças para podermos proporcionar frutos da mais digna  penitência e sincera conversão.








O Valor da Santa Missa

“Nenhuma língua humana poderá enumerar os favores que se correlacionam com a Santa Missa. O pecador se reconcilia com Deus, o justo fica mais reto, os pecados são apagados, os vícios eliminados, a virtude e os méritos crescem e as artimanhas do demônio são frustradas.”
  São Lourenço Justiniano

Visualizar


Eis um breve relato de algumas visões do padre João Baptista Reus, com relação à maravilhosa realidade sobrenatural da Santa Missa. Falecido em odor de santidade, teve este sacerdote, a graça de ver o que acontece de sobrenatural durante a Santa Missa, a qual, por razão, costumava chamar de "A FESTA NO CÉU".
Ao tempo em que o demônio procura eclipsá-la, vamos adorar mais e mais a Jesus, em reparação a tantas blasfêmias que contra a Eucaristia se cometem. Eis o que era dado ver ao Padre Reus:
"Nossa Senhora convida todo o Paraíso para participar da Santa Missa. Todos os anjos e Santos A seguem em maravilhoso cortejo até o altar. Os Santos formam um semi-círculo ao redor do sacerdote celebrante e o acompanham até o altar. Lá chegando, os anjos se colocam atrás dos Santos.
Outra multidão de anjos cerca a igreja e cobre os fiéis, impedindo a aproximação dos demônios durante a Santa Missa, em honra á Majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Virgem Santíssima está sempre junto do celebrante, do lado do altar onde é servida a água e o vinho, e onde são lavadas as mãos do sacerdote. É a própria Mãe de Jesus quem serve o celebrante e lava suas mãos. Entre Nossa Senhora e o celebrante, é convidado o Santo do dia.
Todas as almas do Purgatório também são convidadas pela Virgem Maria e permanecem durante toda a Santa Missa aos pés do altar, entre o celebrante e os fiéis. Conta o Padre Reus que ele via as almas do Purgatório em verdadeira festa e com grande esperança de libertação. Padre Reus via uma chuva caindo sobre o Purgatório durante toda a Santa Missa.
No momento sublime da Consagração, quando estas almas veem Nosso Senhor Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, sentem um desejo incontrolável de sair daquelas chamas e se atirarem em Seus braços, mas não conseguem, por não estarem ainda purificadas.
Após a Consagração, acontece a libertação do Purgatório, das almas que já atingiram a purificação. Nossa Senhora estende a mão a cada uma delas e diz: "Minha filha, pode subir ".
Os anjos saúdam as almas libertadas do Purgatório, abraçando-as. É um momento de imensa alegria e beleza. Em seguida, estas almas, resplandecendo com a beleza indescritível, adornadas como noivas, como anjos, são introduzidas triunfalmente no Paraíso, por uma multidão de anjos, ao som de música e cantos celestiais.

- Na hora da morte, as Missas que houveres assistido serão a tua maior consolação.
- Toda Missa implora o teu perdão junto da justiça Divina.

- Em toda Missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminuí-las mais ou menos consoante a teu fervor.
- Assistindo com devoção à Missa, prestas a maior das honra à Santa Humanidade de Jesus Cristo.
- Ele se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.
- Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais porém te arrependestes.
- Diminui o império de Satanás sobre ti.
- Sufraga as almas do Purgatório da melhor maneira possível.
- Uma só Missa a que houveres assistido em vida, ser-te-á mais salutar que muitas a que outros assistirão por ti depois da tua morte, pois pela Missa participas da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
- A Missa preserva-te de muitos perigos e desgraças que te abateriam.
- Na Missa recebes a benção do sacerdote, a qual Nosso Senhor confirma no Céu. És abençoado em seus negócios e interesses pessoais.
- Toda Missa alcança-te um grau maior no Céu e diminui o teu Purgatório."




Para ver outras postagens interessantes sobre a Santa Missa

Junho - Mês do Sagrado Coração de Jesus

Junho

Mês do Sagrado Coração de Jesus


Fonte


 Conheça essa bela devoção e aprenda como melhor praticá-la, seguindo as meditações diárias desta cópia de um devocionário impresso em 1875!



No blog Alexandria Católica há


 sobre esta excelente devoção.