V). Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V). Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R). E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Considerando atentamente as razões pelas quais Nosso Senhor nos deixou sua Mãe, separando-se d’Ela, parece-me que o fez porque desconfiava de nossa fraqueza e inconstância.
Temia Jesus que os homens, não sabendo como encontrá-LO e adorá-LO em seu Sacramento, se desgostassem e O esquecessem. A criança, como sabeis, não procura por muito tempo o que deseja; se não encontra, muda de ideia e recorre a outra coisa. É justamente o que Nosso Senhor receava de nós. Por isso nos deixa sua Mãe com a missão de tomar-nos pela mão, e conduzir-nos a seu Tabernáculo. A Santíssima Virgem vem a ser, pois, nossa Mãe por causa da Eucaristia; está encarregada de fazer-nos encontrar nosso Pão de vida e de no-lo fazer apreciar e desejar, recebendo a missão de nos formar à adoração.
Em Jerusalém, reúne uma piedosa comunidade com a qual distribui seu tesouro e sua graça de amor. Esta ação se estendia aos discípulos e aos primeiros fiéis; Maria educava seus filhos como verdadeira mãe, formando-os à virtude e aos seus deveres de estado. O que Maria fez então continuará a fazê-lo ainda por nós; há de instruir-nos acerca de Nosso Senhor na Eucaristia, fazendo-nos participar de sua piedade para com Ele, e de sua dedicação em seu serviço, porque tudo quanto pertence à mãe pertence aos filhos, é para eles que ela se enriquece.
Maria é mãe, fará portanto nossa educação. Quando o filho se distrai do trabalho, a mãe acorre logo para chamá-lo à ordem; quando está doente, ela o trata; não o deixa nunca; importa que desempenhe sua missão de educadora.
Será, pois Maria quem vos há de formar inspirando-vos seu modo de adorar, fazendo sua adoração em vós; somente Ela poderá vos ensinar a verdadeira e perfeita adoração; só um coração materno é capaz de se fazer compreender por seu filho. É mister que a Santíssima Virgem vos diga: "Vinde adorar comigo."
Nosso Senhor colocou Maria em nosso caminho para que seja o traço de união entre Ele e nós. Maria infunde o primeiro atrativo para Jesus. Instintivamente, a criança se dirige em primeiro lugar à mãe e esta logo a conduz ao pai, mas, por si mesma, não corre para ele; segue, antes, à mãe. E Nosso Senhor nos deu Maria por mãe a fim de que Ela seja para nós um primeiro centro de fácil atração; antes de conhecer a Eucaristia já conhecíamos o nome de nossa Mãe a quem amávamos. Maria nos atraiu, pois a si, formou-nos nas virtudes indispensáveis à vida eucarística, e assim deve ser: para mim. é evidente que não existirá verdadeira devoção à Eucaristia e nem haverá boas vocações para o Santíssimo Sacramento a não ser aquelas formadas por Maria. Não, não, a criança só se forma nos braços de sua mãe e no seu regaço. É preciso que todas as vocações passem pelas mãos de Maria, para que sejam agradáveis ao coração de Nosso Senhor.
II. Examinai vossa vida passada! Não é verdade que já tínheis uma grande devoção a Maria Santíssima antes mesmo de vos dedicardes à Eucaristia? Suspiráveis por seu amor e por sua pureza, embora sem conhecer a sua vida eucarística. Já dizíeis: "Oh! se eu possuísse as virtudes de minha Mãe Santíssima, para servir a Jesus!" Era esse um primitivo atrativo. Fazíeis então como a criancinha que, não podendo pegar na mão de sua mãe, a segura pelo avental ou pela saia, e se esta se afasta um instante, julga que está perdida.
A mãe constitui um centro, e permanece sempre um centro; sentimos a necessidade de viver com ela e de permanecer ao seu lado.
A Santíssima Virgem não é como os santos, que concede certas e determinadas graças. Maria concede todas as graças e por isto sempre necessitamos d'Ela.
É ainda a mãe que ensina ao filhinho as palavras que agradarão ao pai; é ela quem compõe o cumprimento que deverá recitar; e ainda quem prepara o banquete ao gosto do pai. Percebeis onde quero chegar? Quero vos dizer: adorai o Nosso Senhor em companhia da Santíssima Virgem, Não digo permanecei n’Ela; não, Jesus ai está diante de vós para irdes diretamente a Ele, porém fazei-o sem Maria, vivei com Ela e n’Ela; visto que Nosso Senhor vô-LA deu como diretora, jamais deveis adorar sem Ela. Dizei-lhe: "Minha boa Mãe, acompanhai-me; a mãe sempre acompanha seu filho; sem vós nada saberei dizer."
Imaginai ver Maria de joelhos no Cenáculo; vede-A adorando seu Filho oculto na Eucaristia. Oh! quão agradável era a Jesus o que lhe dizia sua Mãe! Como sabia comover o coração do seu Filho! Ajoelhai-vos, pois ao lado de Maria: não queirais caminhar só, não andeis adiante, mas permanecei ao lado d'Ela, fazendo com Ela uma única adoração, apresentando a mesma homenagem. "Oh! Jesus, eu não sei adorar, mas ofereço-vos as palavras, os transportes do coração de vossa Mãe, que é também minha: não sei adorar, mas repetir-vos-ei sua adoração pelos pecadores, pela conversão do mundo e por todas as necessidades da Igreja."
Desse modo contentareis o coração de Maria. Ela vos mostrará a Jesus dizendo-Lhe: "Oh! meu Filho, vede como eu revivo nesta alma, como continuo a adorar-vos nela e por ela!"
Oh! sim, se alguém deve honrar, amar o servir a Maria, é certamente aquele que faz profissão de viver pela Eucaristia, porque precisa de Maria para adorar; na adoração, Maria e o adorador devem se identificar. Ah! deixai que a Santíssima Virgem governe vossa vida, deixai que Ela vos leve a Jesus! Maria só deseja uma coisa: a glória de Seu Divino Filho e a vossa felicidade.
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Maria incita a Comungar
É tão grande o desejo da Santíssima Virgem de que recebamos frequentemente o seu divino Filho, fonte de todo bem e de toda graça, que certa vez se dignou exortar em pessoa um bom religioso a quem um temor exagerado de sua indignidade afastava do divino banquete. Ao se preparar um dia para a Santa Comunhão, assistindo piedosamente a Missa, viu ele nas mãos do Sacerdote, em lugar da Hóstia, Jesus Crucificado, deixando jorrar das chagas dos pés o sangue em abundância. Sentiu-se o religioso tão impressionado que não ousou se aproximar da Santa Mesa. Terminada a Missa, continuou a rezar, ainda sob o peso de sua angústia, quando lhe apareceu a Virgem Imaculada perguntando-lhe por que não fora receber o Corpo de seu amado Filho. O bom Religioso respondeu-lhe que se achava por demais indigno. “E quando conseguireis, retrucou-lhe a Mãe de Deus, tornar-vos digno de participar deste Sacramento? Pedi vós mesmo ao meu Filho que Ele se digne preparar-vos como Lhe apraz e, dora em diante, não vos afasteis, por conta própria, da Sagrada Comunhão.”
(Nicolau Laghi, trat. III, c. I.)
PRÁTICA — Preparar-se à Comunhão, quanto possível, assistindo a Santa Missa.
JACULATÓRIA — Ó bem-aventurada Virgem Maria! Jesus encontrou em vós o seu ninho E aí permaneceu com amor!
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Oração Final
Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna. Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.
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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962
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