A apresentação de Maria no templo
ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS
V). Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V). Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R). E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Maria não teve infância, no sentido rigoroso da palavra; não se entregou a folguedos pueris, nem conheceu a volubilidade, a inconstância e ignorância das crianças. Desde sua conceição teve o conhecimento de Deus, e começou a merecer; todas as suas faculdades se elevavam para o seu Deus e n'Ele se fixavam; Deus era sua vida. Somente o seu corpo foi submetido à debilidade e à pequenez da infância. Logo que pode caminhar sozinha, pediu a seus pais que lhe permitissem recolher-se ao Templo: contava apenas três anos de idade. Recebida entre as donzelas consagradas ao Senhor, ali permaneceu doze anos. Nada sabemos acerca de sua vida nesse lugar, a não ser que vivia oculta aos olhos dos homens e que praticava todas as virtudes. Piedosos escritores e santos Doutores, tais como Cedreno e São João Damasceno, dizem que Maria procurava, de preferência, conviver com as crianças que sofriam, dispensando-lhes cuidados nas enfermidades e consolando-as em suas pequenas tristezas. Quando surgia qualquer desavença, a pequenina Maria era logo chamada pura conciliar as partes e restabelecer a paz, que sabia difundir onde se encontrava. A sua vida, de grande simplicidade, não chamava a atenção, fazendo-se Ela a serva e a última de todas, de nada se desgostando, e acorrendo ao encontro dos desejos de suas pequeninas companheiras. Os anjos A protegiam estava sempre rodeada pelos espíritos celestiais; o demônio não podia se aproximar d’Ela, assim protegida por tão fiéis guardas; Maria, portanto, era esse jardim fechado que ninguém pôde abrir a não ser o Esposo dileto.
II. É justamente nessa vida oculta no Templo que Maria deve ser nosso modelo. Deus preparava Maria, no segredo, no silêncio, e sem que Ela percebesse, para a grandiosa missão que deveria desempenhar. Mais tarde, Nosso Senhor há de se preparar também para sua missão evangélica por trinta anos de silêncio em Nazaré; e. depois, preparou os seus discípulos durante três anos para a manifestação do mistério da Eucaristia, revelando-lhes somente na véspera de sua morte todo o seu amor.
O retiro e o silêncio são a alma das grandes coisas. Nosso Senhor não permitiu que Satanás conhecesse que Ele era o Filho de Deus; se o demônio tivesse disto a certeza, jamais teria instigado os judeus a darem a morte a Jesus. Satanás ignorava, do mesmo modo, que esta donzela seria mais tarde a Mãe de Deus. Enquanto uma obra permanece em segredo, desconhecida do mundo, está garantido o seu desenvolvimento; porém, apenas o demônio a descobre e a revela ao mundo, este investe contra ela, combatendo-a com todas as forças. Se o grão lançado na terra for muitas vezes revolvido não poderá germinar; importa deixá-lo em repouso, enterrado. O mesmo sucederá convosco; se quiserdes crescer, escondei-vos e permanecei ignorados do mundo; do contrário, o demônio há de vos suscitar muitas contrariedades, e o sopro do amor próprio vos perderá.
III. Nosso Senhor vem nos preparando há muito tempo; desde a infância nos rodeou de graças, afim de nos introduzir mais tarde no Cenáculo de Sua Eucaristia; agradeçamos pois, muito, a Deus. Apesar de não nos termos dado a Ele em tão tenra idade como Maria, estamos, contudo, na infância da vida eucarística, cuja manifestação apenas se inicia. E Nosso Senhor nos escolheu como os primeiros a quem seria concedida esta graça.
A Santíssima Virgem no Templo adorava a Deus em espírito e em verdade: apressava, por suas orações e ardentes desejos, a vinda do Messias Salvador.
Quanto a nós, O adoramos realmente presente em nossos altares, sem precisarmos clamar por Ele, de longe, como Maria. Está conosco, no meio de nós, possuímo-lO sempre. Imitemos este silêncio, este retiro, esta vida oculta na Eucaristia.
Hoje em dia só se pensa em galgar posições e gozar imediatamente as suas vantagens; ninguém sabe esperar: força-se a planta; esta, ao princípio, produz muito, mas no fim de algum tempo se esgota e morre.
Abraçai, portanto, a vida simples e oculta, os empregos modestos de vossa posição; alegrai-vos por não serdes conhecidos, escondei debaixo do alqueire a pequenina chama de vossa lâmpada, pois o menor sopro poderia apagá-la.
Maria se consagra a Deus prontamente, inteiramente, e para sempre. Faz a doação total de si mesma: seu espírito, seu coração, sua liberdade; nada se reserva. Oh! entreguemo-nos inteiramente a Jesus Sacramentado, que, por sua vez, se dá todo a nós! É fácil dizer: "Meu Deus, consagro-me totalmente a vós" porém é difícil realizar plenamente esta resolução. Contemos com a sua graça e o auxilio de nossa Mãe, e quando se apresentarem as ocasiões, lembremo-nos de sua perfeita consagração a Deus; seu exemplo será o nosso estímulo e a nossa força.
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Jamais separemos Jesus de sua Mãe Santíssima
São Jacinto, da Ordem dos Irmãos Pregadores, tendo notícia de que os Tártaros iam atacar a cidade de Kiew, onde ele morava, correu à Igreja do Convento e retirou o santo Cibório, afim de subtrair seu divino Mestre à impiedade desse bárbaros infiéis. Ao sair da Igreja, levando seu tesouro, uma estátua de Maria, grande e pesada, que se achava perto da porta, chama-o por três vezes. Jacinto, admirado, pergunta à Santíssima Virgem o que deseja e Maria lhe responde: '"Meu querido Jacinto, como queres tu subtrair o Filho aos ultrajes dos bárbaros e lhes deixas sua Mãe?" E ante a excusa do Santo alegando não lhe ser possível carregar uma estátua tão pesada, a Virgem replicou: "Oh! se me tivesses um pouco de amor, seria fácil carregar-me; pede a meu Filho e Ele tornará leve esse fardo." O Santo, sem hesitar, toma a imagem e a transporta tão facilmente como se fora uma flor.
E assim, com o Santíssimo Sacramento sobre o peito, e a imagem de Maria entre os braços, atravessou, sem ser importunado, as linhas inimigas, e se dirigiu para Cracóvia, onde chegou sem incidente desagradável. (Rossignoli).
PRÁTICA — Repetir continuamente: Maria o Jesus! Jesus e Maria!
JACULATÓRIA — Encontraram o Menino com sua Mãe e prostrando-se O adoraram.
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Oração Final
Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna. Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.
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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962
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