A Primeira Adoradora do Verbo Encarnado (1)
ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS
V). Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V). Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R). E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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Eis aqui o meu modelo, minha Mãe: Maria, a primeira adoradora do Verbo Encarnado, em seu próprio seio! Oh! quão perfeita em si mesma e quão bem aceita por Deus e rica de graças deve ter sido essa primeira adoração da Virgem Mãe!
Meditemos essa perfeita adoração de Maria no primeiro instante da Encarnação.
1º. — Foi uma adoração de humildade, de aniquilamento ante a soberana majestade do Verbo pela escolha que fez de sua pobre serva, impelido por um excesso de bondade e de amor para com Ela e para com a humanidade. Tal deve ser o primeiro ato, o primeiro sentimento de minha adoração, ao comungar. Foi este o sentimento de Isabel ao receber a visita da Mãe de Deus, levando-lhe o Salvador, ainda oculto no seio. Unde hoc mihi? — Donde me vem esta honra que eu tão pouco mereço?" Foi também esta a palavra do centurião, em cuja casa se dispunha Jesus a entrar: "Senhor, eu não sou digno!"
2º. — O segundo ato de adoração de Maria foi, naturalmente, de gratidão jubilosa pela inefável e infinita bondade de Deus para com os homens; um ato de humilde reconhecimento por ter escolhido sua indigna mas feliz serva para uma graça tão insigne. O reconhecimento da Santíssima Virgem se exprime em atos de amor, de louvor e de ações de graças; Ela exalta a bondade divina, pois a gratidão abrange tudo isto. É a expansão da alma para com a pessoa do benfeitor; expansão magnânima e amorosa: a gratidão é o coração do amor.
3º. — O terceiro ato da adoração da Virgem Santíssima deve ter sido um ato de homenagem: a oferta, o dom de si mesma, de toda a sua vida ao serviço de Deus: Ecce ancilla Domini; um ato de pesar por se reconhecer tão pequena e tão pobre, não podendo servi-lO dignamente.
Maria se oferece para servi-lO como Ele quiser, disposta a todos os sacrifícios que Ele se dignar pedir-lhe, julgando-se ditosa de poder agradar a Deus por tal preço, e de assim corresponder ao amor que Ele patenteou aos homens na Encarnação.
4º. — O último ato da adoração de Maria foi indubitavelmente um ato de compaixão pelos pobres pecadores, por cuja salvação o Verbo se encarnara. Soube interessar a divina misericórdia em favor deles, oferecer-se para reparar e fazer penitência em lugar deles, afim de lhes alcançar o perdão e a volta para Deus. Procurou obter que lhes fosse concedida a graça de conhecer seu Criador e Salvador, de amá-lO e servi-lO, tributando assim à Santíssima Trindade a honra e a glória que lhe são devidas por toda a criatura, mas especialmente pelo homem, terno objeto das misericórdias e do amor de Deus, tão grande e tão bom! Oh! eu desejaria adorar a Nosso Senhor como O adorava essa boa Mãe, pois que, na Santa Comunhão, eu O possuo do mesmo modo que Ela!
Oh! meu Deus, faço-vos um pedido importante e grandioso: dai-me a Santíssima Virgem adoradora por minha verdadeira Mãe; fazei-me participar de sua graça, desse estado de adoração contínua em que se manteve durante todo o tempo em que vos trouxe em seu puríssimo seio, este céu de virtudes e de amor.
Sinto, ó meu Deus, que seria esta uma das maiores graças de minha vida; quero, doravante, fazer todas as minhas adorações em união com esta Mãe dos adoradores, a Rainha do Cenáculo.
(1) Esta meditação foi publicada, em parte, na segunda série dos escritos do Bem-aventurado Pedro Julião Eymard.É aqui, porém, o seu lugar competente; por isto a reproduzimos, completando-a.
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A casula da Maria
São Bonnet, bispo de Clermont, devoto servo de Jesus e Maria, se recolhera, na véspera da Assunção, à Igreja de São Miguel, afim de passar a noite era oração e se preparar melhor para a grande festa de sua querida Soberana. Enquanto se expandia em suspiros e ardentes desejos, chegaram-lhe do céu aos ouvidos acordes de uma doce melodia; o templo se ilumina de repente, e suas abóbadas ressoam como nos dias solenes em que regurgita de fiéis. Admirado e como que fora de si, vê o santo a Virgem Mãe, cercada de uma multidão de anjos e de virgens, dirigir-se em procissão para o altar. As virgens e os anjos cantavam louvores à sua Rainha e ao seu divino Filho. Então os anjos perguntaram quem celebraria os santos Mistérios, e Maria lhes responde: “Será meu servo Bonnet, que reza em segredo nesta Igreja.” Os Anjos vão chamar o santo, que amedrontado se escondera num recanto da Igreja. Revestem-no de magníficos ornamentos e lhe servem de acólitos na celebração da Santa Missa, a que assiste Maria.
Terminado o Santo Sacrifício, a Santíssima Virgem abençoa o seu devoto servo, e, como lembrança de sua visita cheia de amor, deixa-lhe a bela casula que trouxera do céu. Este belo ornamento milagroso estava guardado em Clermont, antes da Revolução. Jamais se pode saber de que material era feito, tão fino e tão delicado era, além de macio e tão habilmente bordado que somente os dedos de um anjo, ou antes, da Rainha dos anjos, poderiam tê-lo feito.
(Bolland, 15 de janeiro).
(Bolland, 15 de janeiro).
PRÁTICA — Fazer, com a maior fidelidade, a ação de graças da Comunhão em união a Maria.
JACULATÓRIA — Ó Maria, recebi vosso querido Filho; não O deixarei afastar-se de mim.
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Oração Final
Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna. Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.
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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962
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