22o. Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus

antes desta meditação


VIGÉSIMO SEGUNDO DIA
Entre os nossos parentes, oremos por aqueles que não cumprem seus deveres religiosos. 
Pai Nosso ...
Ave Maria ... 
Glória ...
Jaculatória“Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.


O 3º espinho do Coração de Jesus são as almas frouxas e tíbias
Estas almas não são indiferentes, mas o quereriam ser talvez… O amor de Jesus Cristo lhes é molesto e pesado, e, to­davia, já sentiram toda a doçura deste amor. Ó vós, que por influência duma paixão oculta, dum amor próprio e de um orvalho sem medida, vos afastais de Jesus, ouvi esta queixa: “Se fosse um inimigo que me tra­tasse assim, eu suportaria; mas uma alma que amo, que admiti à minha mesa!…” Vin­de de novo lançar-vos aos pés de Jesus… Talvez que amanhã já seja tarde… Se ele já vos não pudesse receber!…
“Rezarei o terço para pedir a Maria Santíssima me alcance o fervor primitivo”.
EXEMPLO
Do relatório anual das obras do Apostolado da Oração, publicado em novembro de 1884, consta a seguinte narração, feita pela professora da escola pri­mária de uma aldeia da França: No ano passado, ao partir eu para o novo posto que me fora designado, informavam-me que me teria de haver com meninos indóceis e sem nenhuma piedade, filhos de gente descuidada de seus deveres religiosos e pouco zelosa dos bons costumes. Parti um tanto impressionada, porém cheia de confiança em Deus; e, logo ao chegar, pus mãos à obra. Comecei por uma fervorosa novena ao Coração de Jesus; manifestei-lhe meus receios e mi­nhas esperanças, e procurei depois ganhar, pouco a pouco, o coração dos meus novos discípulos. Alistei-os no Apostolado da Oração, instando a recitarem todos os dias, ao despertar, a pequena fórmula: “Divino Coração de Jesus, eu vos ofereço o meu dia, pelo Coração Ima­culado de Maria, em todas as vossas intenções”. No começo da aula, recitávamos em comum a dezena do Terço. Até aí tudo ia bem e os meninos se mostravam muito dóceis. Por fim, um dia lhes disse: “Meus amiguinhos, não é bastante o recitar todas as manhãs a vossa curta oração e a dezena da Terço; é preciso co­mungar todas as primeiras sextas-feiras do mês em honra ao Sagrado Coração. Assim é que estareis com­pletamente no Apostolado da Oração”. A tal proposta, houve espanto e desassossego entre os pequenos; não tinham o costume de comungar tantas vezes: desde a Páscoa (sete meses passados), não se tinham confessa­do! Todavia, passada a surpresa, consentiram e, em dezembro, inaugurávamos as nossas “Comunhões men­sais”. Entre os alunos, um, de 10 a 11 anos, resistia a princípio, e dizia: “Eu não quero me confessar hoje, eu não tenho pecados”. “Pois bem, lhe respondia eu, rindo; confessarás as tuas virtudes, vem sempre co­nosco à Igreja”. Na volta, ele dizia aos companheiros: “Era o demônio que me fazia gritar que não tinha pe­cados; estou bem contente de minha confissão”. A dificuldade estava assim vencida, e no mês seguinte os alunos, por si próprios, apresentavam-se para a Comunhão. Em fevereiro caíra a neve e fazia muito frio; quis dispensá-los, porque a igreja ficava a 5 quilômetros, mas acudiam todos: “Não cai mais neve, e a gente que tem passado já abriu o caminho; nós queremos comungar hoje em honra do Sagrado Coração”. Um deles percorreu a pé, em jejum, 10 quilômetros, e, de volta a casa, ainda não quis comer imediatamente, dizendo: “Eu quero ter ainda por algum tempo só a Jesus em meu coração”. Outro que teve de deixar a escola e de empregar-se para ganhar, não podendo fazer a Comunhão na 1ª sexta-feira, veio muito pesaroso dizer-mo, e, propondo-lhe eu que a fizesse, ele só, no 1º do­mingo do mês, aceitou-o com alegria, e tem perseverado. Com isto, os meninos, que à minha chegada eram revessos e turbulentos, se tornaram, pouco a pouco, obedientes e piedosos; e os pais experimentaram tam­bém a boa influência da mudança, melhorando os costumes em toda a aldeia, sobretudo no tocante à re­ligião. Enfim, eu mesma que viera cheia de apreensões, hoje estou contente, e rendo graças ao Sacratíssimo Coração de Jesus.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.

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