Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
DIA 22
Quarto motivo: O julgamento que nos espera após a morte
Ouvi estas palavras do
Evangelho:
O que fizerdes ao mínimo
dos meus, é a mim que o fazeis. — Sereis medidos com a mesma medida de que
houverdes usado com outros.
Virá um dia, e talvez esse
dia não esteja longe, em que estareis vós mesmos no lugar da terrível
expiação. Conhecereis então, por uma experiência pessoal e dolorosa, o que é o
Purgatório; e, como as pobres almas que lá sofrem a esta hora, clamareis com um
acento aflitivo: — tende piedade de mim, tende piedade!
E, por uma justa permissão
divina, estes gritos despedaçadores penetrarão na alma daqueles a quem vos dirigirdes
na medida em que agora as súplicas das almas calam em vosso coração:
esquecestes? Sereis esquecido! Repelistes como importunos seus pedidos de
orações? vossas instâncias também serão repelidas; — não quisestes sofrer uma
privação para dar uma esmola em favor dos mortos? Não se fará esmola em vosso
beneficio. E assim ficareis só, sem amigos, obrigado a permanecer no fogo
purificador até expiardes vós mesmo ainda a mais pequena mancha.
E, mesmo quando, mais
caridosos que vós, vossos parentes intercedessem por vosso livramento, Deus,
árbitro supremo da aplicação de seus sufrágios, quiçá não vos deixará sentir em
toda sua medida os efeitos de uma caridade da qual vos tornastes tão pouco
digno.
Oh! Não nos coloquemos em
condições de ser assim abandonados!
Mas, se houverdes sido bom,
dedicado, generoso com essas pobres almas, é Deus — Ele o disse — é Deus mesmo
que vos retribuirá, e no cêntuplo, o que tiverdes feito em seu nome pelos seus,
e, até dado que vossos parentes e amigos vos abandonem, Deus suscitará boas
almas que hão de orar e expiar por vós; ou, talvez, por uma abundância de graça
toda especial, aumentando aqui mesmo na terra vosso amor por Ele, vos fará
expiar em vida todos os vossos pecados.
Deus é muito justo para
deixar uma só ação boa sem recompensa, e, recompensando como Deus, dá sempre
mais do que se lhe deu.
Terminemos com estas
palavras de Santo Ambrósio: «Tudo o que damos por caridade às almas do
Purgatório converte-se em graças para nós, e, após a morte, encontramos o seu
valor centuplicado.»
O Purgatório é como um
banco espiritual em que podemos depositar cotidianamente nossas boas obras,
por menores que sejam; e aí estão em seguro e se multiplicam; e, quando nos
vemos aflitos e inquietos, daí vem, como viria o rendimento de um dinheiro
depositado, a luz, a força e a prudência que nos são preciosas em nossas
dificuldades.
Sejamos, pois, generosos,
muito generosos.
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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia
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