Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
DIA 26
Terceiro meio: — O jejum, as mortificações, a
esmola
Os atos de mortificação, em
geral, nos fazem mais comedidos, mais piedosos e, consequentemente, mais
agradáveis a Deus; as orações que conjuntamente fazemos são acolhidas mais
favoravelmente: Deus não repele o coração contrito e humilhado; mas, além do
valor que esses atos dão a nossas orações, eles são por si mesmos uma reparação
em favor das almas do Purgatório.
Estas almas sofrem porque
foram negligentes, sensuais, tíbias, pouco submissas… e nós, esforçando-nos
por sermos mais ativos nos trabalhos, mais firmes na resistência às tentações,
mais mortificados nos sentidos, mais generosos para dar, reparamos o que elas
fizeram mal, — suprimos o que omitiram, — compensamos o que fizeram de modo
imperfeito, e, assim, pagamos realmente a Deus as dívidas, que contraíram.
Sofrem essas almas, porque
buscaram com sofreguidão os prazeres do mundo, permitidos, sim, mas em certos
limites e moderadamente; — abandonaram-se a uma curiosidade que feriu a
delicadeza de sua virtude, tiveram alguma sensualidade em suas refeições… Oh!
pois que Deus nos aceita como reparadores e redentores em favor delas,
privemo-nos de assistir àquela festa mundana que nos impediria de orar com
recolhimento; não vamos aonde nos convida a simples curiosidade, embora não
pareça repreensível; — evitemos o que pode lisonjear nossas paixões, — sejamos,
sobretudo, severos observadores dos jejuns e da abstinência imposta pela
Igreja.
Meus pobres mortos, sei que
padeceis, e hei-de entregar-me ao prazer? privando-me apenas do que seria um
perigo para minha alma, posso aliviar-vos, e não o farei? Ó meu Deus, aqui
estou! feri a mim, porém poupai a eles! acudi-lhes!
Façamos também a esmola em
intenção de nossos finados.
Quando um pobre bate à
nossa porta, nós lhe dizemos, entregando o que nos é possível dar; Pedi por
meus pobres mortos! Oh! se nos fosse dado ver o que nossa esmola faz da oração
desse mendigo! Faz dela, afirma S. João Crisóstomo, a amiga de Deus, oração
sempre escutada; nossa esmola em suas mãos torna-se alguma coisa de
onipotente: move o coração de Deus, alcança dele tudo quanto quer. — Passa-se
uma espécie de contrato entre Deus e o homem: nós damos capitais, bens;
privamo-nos para dar; Deus, em compensação, em troca, dá o alivio, e o resgate
àquelas almas.
Se soubermos que nossos
mortos deixaram dívidas, quitemo-las pronta e generosamente.
Se soubermos que eles
cometeram alguma injustiça, vamos repará-la, e, dando a esmola, tenhamos a
intenção de compensar os danos que possam ter causado e que ignoramos.
Se nos fizeram algumas
recomendações, não tardemos de cumpri-las.
Se nos pediram Missas,
providenciemos para que se celebrem o mais prontamente possível.
A vontade e até os desejos
dos moribundos devem ser sagrados.
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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia
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