Orações para Todos os Dias deste Mês
IV. ALMA DO ESPÍRITO SANTO
Neste título se
encerra uma verdade cheia de encanto. Desde toda a eternidade o Espírito
Divino, o Espírito Santificador se ocupou com o aperfeiçoamento da alma singularíssima
de Maria. Contemplando a qual, Ele murmura: “Tu és toda formosa, amiga minha; não há macula em ti; tu feriste o meu
coração, irmã, minha esposa... (Ct 4). E, quando nesta terra, então o Espírito
a persegue com seu amor castíssimo, soprando aos seus ouvidos os mistérios da
santidade, quer na tranquillidade do lar paterno, quer na solidão do templo. Mas,
depois, quando o Arcanjo Gabriel exclama: “O
Espírito Santo virá sobre ti... "começa Ele a introduzir a alma
gloriosa de Maria nos segredos suavemente puros do grande amor. Torna-se ela,
então, de fato, sua esposa fidelíssima. E, num mistério que extasia os céus,
vemo-la Virgem e Mãe, porque esposa do Espírito Divino. E o Espírito, cioso de
sua beleza, a guarda e vigia — na frase do Bem. de Montfort — com mais
solicitude do que o Querubim, com a espada flamejante, à porta do paraíso
terreal. E dela, Ele diz: a irmã minha
esposa é um jardim fechado, uma fonte com selo inviolável (Ct 4, 12). E ela
só ouve as inspirações do Esposo, que depois de a ter preparado no recolhimento
do Templo, a faz aceitar a tremenda dignidade de Mãe de Deus. E a leva, em
viagem de núpcias, às montanhas do Hebron, onde lhe inspira o seu radioso hino:
Magnificat! Depois a esconde no Egito, a esconde em Nazaré, onde há colóquios
que só os céus conhecem. E quando o Espírito baixa, oficialmente, sobre a
Igreja lá está a Esposa fidelíssima, para receber o raio mais forte e mais
fecundo de seu amor. E com este amor ela vai suportado o exílio cá na terra que
se prolonga tanto, até soar, enfim, num tom festivo, a voz divina: Vem, ó minha esposa, serás coroada! (Ct
4. 8).
Era a glorificação de
sua fidelidade!
O Espírito Santo quer também desposar a nossa
alma. Tomar posse dela, guiá-la até ao cume da perfeição. Por isso a visitou no
dia do nosso batismo, no dia da nossa confirmação, quando a enriqueceu com seu
presente septenário. Por isso a visita todos os dias com suas inspirações
suavíssimas. Mas que correspondência encontra Ele em nós? Nós seguimos o espírito
do mundo que nos leva à ruína e não queremos seguir o Espírito de Deus que nos
levaria à paz e à felicidade. “Por isso há tantos erros e desuniões, e tão
pouca luz e harmonia no mundo, porque os homens se esquecem do Espírito
Divino”, dizia a carmelita árabe Irmã Miriam de Jesus Crucificado. E com quanta
razão! Entreguemos a nossa alma à direção do Espírito Paráclito, com
fidelidade, e seremos santos e o mundo se transformará.
Um dos mais belos
exemplos modernos da devoção ao Divino Espírito Santo dá-nos a vida fecunda do
grande Servo de Deus, P. Arnaldo Janssen. Muitas vezes, em sermões e
conferências, falava aos fiéis e aos religiosos sobre a importância desta
devoção. Aos sacerdotes recomendava, com instância, que fossem propagadores de
devoção tão salutar. Suas cartas, sempre as terminava: “Saúda-o no amor do Espírito
Santo, etc.”. Determinou na sua Congregação várias práticas em honra da
Terceira Pessoa Divina. Por isso dizia o Cardeal Simeoni: “Não me admiro do
grande desenvolvimento que tomou a Congregação do Verbo Divino, pois nela se
venera, com especialidade, o Divino Espírito Santo”. — E a nossa alma, como se
desenvolveria ao influxo desta devoção divina!
MARIA Santíssima,
templo do Senhor, sacrário e esposa do Espírito Santo, alcançai-nos as riquezas
de seus dons e fazei-nos dóceis aos seus ensinamentos. Assim seja!
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Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição
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