23o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Adoração de propiciação de Maria



ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Maria adorava seu amantíssimo Filho na qualidade de vítima perpétua, sempre imolada em nossos altares, implorando sem cessar, por sua morte, graça e misericórdia para os pecadores. Maria adorava o Salvador nesse novo Calvário, onde O crucificava o seu amor; O presentava a Deus Padre pela salvação de sua nova família, e a vista de Jesus na Cruz com as chagas abertas renovava em sua alma o martírio de sua compaixão.
Na Santa Missa, parecia-lhe ver ainda seu Jesus Crucificado, derramando seu sangue a jorros, em meio das dores e da ignomínia; abandonado dos homens e de seu Pai Celestial, e finalmente expirando no ato supremo de seu amor. Adorando a seu Deus presente no altar pela Consagração, Maria derramava abundantes lágrimas, chorava principalmente vendo que os homens não faziam nenhum caso desse augusto sacrifício, tornando ineficaz para eles esse mistério de Redenção; chorava ainda considerando também aqueles que ousavam ofender e desprezar essa Vítima adorável oferecida sob seus olhos e por sua própria salvação.
Nossa Senhora teria querido morrer mil vezes a fim de reparar tantos ultrajes, porque os desgraçados que disso se tornavam culpados eram seus filhos, aqueles que Jesus, ao morrer, lhe havia confiado. Pobre Mãe! não lhe bastava um Calvário? Para que renovar todos os dias suas dores e traspassar seu coração com novos gládios de impiedade? No entanto, como a melhor das mães, em lugar de repelir e de amaldiçoar os pecadores, Maria tomava sobre si a dívida de seus crimes, fazia-se vítima aos pés do altar, implorando graça e misericórdia para seus filhos culpados.

II. Maria adorava Jesus no estado de prisioneiro a que se sujeitou, unindo-se inseparavelmente às sagradas espécies; contemplava seu Corpo glorioso, seus pés e mãos, ligados por imobilidade material; seus lábios emudecidos, sua alma sem expansão exterior, seu amor sem manifestação sensível, porém ligado e encadeado e só podendo mostrar aos homens sua amáveis cadeias.
Oh! felizes laços que conservais Jesus em nosso meio, exclama Ela, sede benditos. Sois as cadeias abrasadas que me prendeis a esse divino Tabernáculo! Silêncio de meu Deus, como sois eloquente para o meu coração! Membros sagrados de meu Salvador, para mim sois mais caros ainda do que quando os cravos vos fixavam na cruz, ou quando vos envolviam as dobras do sudário: é o amor que aqui vos prende e para sempre, e isso afim de que Eu possa fazer de Jesus meu bem, meu prisioneiro de amor, o companheiro de meu cativeiro na terra, o Deus de meu coração.

III. Maria adorava o estado oculto da divindade e da humanidade de Jesus em seu Sacramento, veladas a fim de que o homem não se apegasse à glória e à beleza de seu corpo, mas fosse diretamente à divindade do Verbo. Com efeito, Jesus velando-se desse modo quer espiritualizar, no homem, a virtude da fé; purificar seu coração, estimular seu amor e atraí-LO para o infinito, a uma beleza sempre crescente e sempre nova.
Maria adorava, pois a Jesus velado, mas transparente pelo amor; através da nuvem contemplava a beleza desse Sol, que manifesta seus ardores pelo fulgor que irradia ao nosso espírito, e faz sentir sua presença por meio de sua doçura.
Maria honrava a vida oculta de Jesus, por meio de uma vida solitária e retirada. Passava a maior parte do seu tempo reparando pelos homens ingratos. À vista dos aniquilamentos eucarísticos de Jesus, também desejaria ser aniquilada, transformada numa espécie sacramental, sem vida própria; e realmente sua vida natural tinha desaparecido e sido transformada em Jesus, assim como o pão se transforma na substância de Jesus Cristo.
Contemplando aos seus pés sua divina Mãe, o Salvador consolava-se do abandono dos homens, se alegrava pelos sacrifícios que tão generosamente havia feito, preferindo à sua glória esse estado de aniquilamento. Maria, sua Mãe e Mãe de todos os adoradores, O compensava de tudo, e o amor de Jesus se deleitava num gozo indizível ao receber a súplica e
as lágrimas que Ela derramou pela salvação do mundo.

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Ensinamento de Maria sobre a infelicidade das comunhões mal feitas

Transcrevemos aqui algumas palavras das instruções que a Santíssima Virgem ministrou à venerável Madre Maria de Jesus sobre a Comunhão. Disse-lhe Maria, certa vez: Se o amor de Deus para com o próximo teve em mim tanta repercussão e força, imaginai, minha filha, a veemência do amor que eu experimentava para com o próprio Deus ao recebê-lO na Comunhão! Quero vos revelar o que me aconteceu quando O recebi pela primeira vez das mãos de São Pedro; o Altíssimo se dignou deixar que o meu amor se dilatasse com tamanha expansão que o meu peito se abriu realmente, permitindo, como Eu desejava, que o meu Filho Sacramentado nele penetrasse e permanecesse como um rei em seu próprio trono. Podeis então compreender, minha filha, que se eu fosse, na glória, susceptível à dor, haveria de sentir profundamente, dentre todas que eu tivesse de suportar, a de ver a temeridade incompreensível dos homens em receberem o Corpo Sagrado de meu Filho, uns manchados por crimes abomináveis, outros sem devoção e respeito, e a maior parte sem considerar a importância e aquilatar o valor desta Hóstia, o próprio Deus, gérmen de vida ou de morte eterna. Temei, ó filha, este perigo; reparai esse desleixo de um tão crescido número de filhos da Igreja; pedi perdão por eles, e, aproveitando os meus conselhos, procurai penetrar profundamente este Mistério de amor. Quando O receberdes, afastai de vosso pensamento todas as preocupações terrestres; abismai-vos na lembrança de que ides receber o vosso Deus em pessoa; empregai todos os vossos esforços para Lhe testemunhar o vosso amor, a vossa humildade e gratidão, convencida, porém, de que, mesmo assim, estais muito longe de
corresponder ao que merece um Sacramento tão venerável.
(Cidade Mística, p. III ( I. VII, c. VII.).

PRÁTICA — Assistir o Santo Sacrifício para reparar, em união com Maria, o pecado daqueles que faltam à Missa.

JACULATÓRIA — Oh! Maria! sois a verdadeira Mesa mística, onde encontramos o delicioso manjar de nossas almas, Jesus Sacramentado.


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

22o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Contemplação Eucarística de Maria



ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. A Contemplação segue naturalmente a adoração e a ação de graças, alimentando-as e aperfeiçoando-as, ao mesmo tempo. A contemplação eucarística é o olhar que a alma fixa em Jesus Sacramentado para conhecer detalhadamente suas perfeições, admirar sua bondade na instituição da Eucaristia, estudar-lhe os motivos, examinar-lhe os sacrifícios, avaliar-lhe os dons e apreciar-lhe o amor.
O primeiro fruto da contemplação eucarística consiste em fixar e concentrar a alma em Nosso Senhor, descobrindo-lhe o mistério de suas perfeições e o amor que se encerra no dom inefável da Eucaristia; este olhar refletido e prolongado sobre o amor excessivo de Jesus, ao preparar, instituir e perpetuar o adorável Sacramento, desperta em nós, em primeiro lugar, a admiração, em seguida o louvor, e por fim a expansão do amor; a alma sai de si mesma para se unir e aderir ao objeto divino de sua contemplação. Daí resulta ser a contemplação a parte essencial da adoração; é seu foco.

II. Nossa Senhora diante da Eucaristia se absorvia numa contemplação que nenhuma língua humana ou angélica poderia exprimir, somente Jesus Cristo, que era seu objeto, conhecia-lhe o valor. Maria possuía o mais perfeito conhecimento do amor que Jesus demonstrara instituindo a Eucaristia; conhecia as lutas que tivera de sustentar com seu Coração e os sacrifícios que lhe custara a instituição desse Sacramento; lutas do amor divino contra a incredulidade e a indiferença da maioria dos homens; lutas da santidade contra a impiedade, as blasfêmias e os sacrilégios de que seria alvo a Eucaristia, não somente por parte dos hereges, mas também de seus próprios amigos; lutas de sua bondade contra a ingratidão dos cristãos negligentes em recebê-lo na Comunhão, recusando desse modo suas melhores graças e seus mais ternos convites. O amor de Jesus, porém, triunfou de todos esses obstáculos. "Apesar de tudo hei de amar os homens, e sua malícia não poderá desanimar nem vencer minha bondade!"
Maria acompanhara essas lutas, partilhara esses sacrifícios e fora testemunha da vitória; evocava essas lembranças em sua adoração, relembrava esses fatos ao Salvador, exaltando o amor que O fizera vencer.

III. Para apreciar o dom da Eucaristia, o adorador deve, a exemplo da Virgem Santíssima e em união com Ela, volver à sua origem, aos sacrifícios que custou ao amor de Nosso Senhor.   Se o amor é belo no Calvário, mostra-se ainda mais belo no Cenáculo e no Altar, pois aí é o amor perpetuamente imolado. A compreensão dessas lutas e dessa vitória fará ver ao adorador o que deve em compensação a um Deus tão bondoso. Então, com Maria, sua divina Mãe, se oferecerá de todo o coração a Jesus Eucarístico, a fim de bendizê-lO e agradecer tanto amor; consagrar-se-á a honrar os diversos estados de Jesus Sacramentado, praticando em sua vida as virtudes que o Divino Salvador aí exercita, glorificando-as de um modo admirável. O adorador honrará a profunda humildade do Salvador, que O leva até o aniquilamento total sob as santas espécies, honrará o sacrifício da sua própria glória e omnipotência, que O torna prisioneiro do homem; a obediência que faz d'Ele o servo de todos, tomando a Virgem Maria como a verdadeira Mãe da vida eucarística para ajudá-lo nesse estudo prático. Confiará em Maria, amando-A como a Mãe dos adoradores, que é o título mais caro ao seu coração e o mais glorioso para Jesus.

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O prêmio de uma Santa Missa celebrada em honra de Maria

Uma grande pecadora conservara, em sua vida de desordens, o costume de recitar diariamente uma Ave Maria, e mandou celebrar, num dia de sábado, o Santo Sacrifício em honra da Santíssima Virgem para obter sua proteção na hora da morte. Chegando esse instante supremo, o demônio se apresentou imediatamente, com rugidos ameaçadores, para se apoderar da pobre alma.   Maria, porém, não se esquecera da Missa celebrada em sua honra: arrebata, pois, das garras do demônio, essa alma que ele já se apressava em lançar no abismo eterno. "Não sabes tu, monstro do inferno, lhe diz Maria, que esta alma chamava por mim todos os dias, e que mandou celebrar uma vez a Santa Missa em minha honra?" — É verdade, replica Satanás, é inumerável, porém a multidão de seus crimes! — “Convence-te, retruca a Santíssima Virgem, que não pode perecer a alma que recorre a mim.” O demônio derrotado com esta resposta, fugiu soltando gritos horríveis, e Maria, radiante de júbilo, levou para o céu essas almas feliz, gloriosa conquista de seu amor materno.
(Laghi. c. LXXIX). 

PRÁTICA — Rogar incessantemente a Maria pelos interesses da Eucaristia.

JACULATÓRIA — Ó Maria, ninguém se aproximou tão intimamente de Jesus quanto vós!

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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

21o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Adoração de Ação de Graças de Maria


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Ao ato de fé humilde e simples, à adoração pelo aniquilamento próprio, Nossa Senhora unia a ação de graças. Depois de se ter abismado no sentimento da grandeza e da majestade divinas, veladas sob o Sacramento, volvia o olhar para esse Tabor de amor, a fim de contemplar-lhe a beleza e deleitar-se em sua inefável bondade.
Agradecia a Jesus o seu amor, no dom da Eucaristia, ato supremo de sua caridade infinita. A ação de graças da Santíssima Virgem era perfeita, porque conhecia a grandeza desse dom.
Oh! como foi grande a felicidade de Maria quando, antes da ceia, Jesus lhe revelou que a hora do triunfo de seu amor havia soado e que ia instituir seu adorável Sacramento, por meio do qual, perpetuando-se e sobrevivendo entre nós, proporcionaria a cada fiel a ocasião de participar da felicidade de Maria, podendo recebê-LO em seu corpo como a Virgem, vê-LO, de certo modo, e em seu estado sacramental fruir de todas as graças, fazendo aí reviver todos os mistérios de sua vida mortal! "Depois desse dom, no qual esgoto o meu poder, nada mais tenho a dar ao homem senão o céu".
A essa feliz nova, Maria se prostrou aos pés de Jesus, adorando com efusiva gratidão esse amor excessivo para com os homens, e também para com Ela, sua indigna serva; Maria se havia oferecido para serví-LO em seu adorável Sacramento, consentindo em ver retardada a hora de sua recompensa, a fim de permanecer como perpétua adoradora na terra, encarregada de guardar e de servir a Eucaristia, feliz de morrer aos pés do Divino Tabernáculo.

II. Em suas adorações no Cenáculo, Maria renova diariamente esta ação de graças: Como sois bondoso, ó meu Senhor e meu Filho! Como pudestes amar ao homem até esse ponto, dar-lhe mais do que podia receber, amá-lo mais do que é capaz de avaliar, inventar o que seu coração jamais poderia compreender? Por amor dele esgotastes vossa omnipotência e os tesouros de vosso Coração! Em seguida a Santíssima Virgem entoava louvores a cada uma das potências da alma de Jesus, a cada membro do Salvador que havia cooperado na instituição da Sagrada Eucaristia; consagrando-lhes o ardente amor que abrasava seu Coração.
Oh! com que gozo e complacência não teria Jesus recebido essas primeiras homenagens de sua Santa Mãe, primícias das que lhe foram prestadas em seu Sacramento! e como seu coração devia rejubilar por ter deixado a Maria, para sua consolação, sua presença sacramental! Ainda mesmo que fosse unicamente para Ela, Jesus teria instituído a Eucaristia! E isto não nos deve admirar, pois que as adorações e as ações de graças de Maria eram para Jesus de maior valor do que as homenagens de todos os santos reunidos.
A ação de graças de Maria era também muito agradável a Jesus, porque acima de tudo Ele preza a gratidão e o reconhecimento, e somente isto espera de nós. Adorar dando graças é adorar bem, é reconhecer o primeiro de seus divinos atributos, aquele para cuja manifestação Ele veio especialmente à terra, isto é, a bondade: consideremos isto atentamente quando estivermos a seus pés.
Agradeçamos por intermédio de Maria, pois quando um filho recebe alguma coisa cabe à mãe agradecer por ele; nossa ação de graças identificada com a de Maria Santíssima será perfeita e bem aceita pelo Coração de Jesus.

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A criança preservada das chamas

Era costume dos primeiros séculos da Igreja dar às crianças ainda na idade de inocência batismal as partículas consagradas que ficavam após a comunhão dos fiéis.
Certo dia, o filhinho de um judeu de Constantinopla, que trabalhava numa fábrica de vidros, ao se dirigir à escola em companhia de outras crianças cristãs, entrou com elas na Igreja e inocentemente se apresentou, como as demais, para receber os fragmentos da Santa Eucaristia.
Ao chegar em casa, contou ao seu pai o que fizera. O judeu, homem brutal e dos mais encarniçados contra a religião cristã, ficou possuído de tão violenta cólera que lançou a criança numa fornalha ardente. Instantes depois, a mãe, que estava ausente, regressando ao lar, em vão procurou saber onde se achava o filhinho. Percorreu, em sua aflição, toda a redondeza, porém tanto suas pesquisas como suas indagações não tiveram resultado.
Triste e inconsolável, há três dias chorava a perda de seu filho quando, no excesso de sua angústia, começou a chamá-lo pelo nome, como se ele estivesse em casa.
De repente, ó surpresa! ouve uma voz que lhe responde chamando-a pelo doce nome de mãe. Emocionada, corre à fornalha, de onde lhe parecia proceder o som. Deteve-se, porém, achando impossível que a criança pudesse estar em meio das chamas devoradoras. Mas se repete o chamado, e bem distintamente. Sem mais duvidar, abre a porta da fornalha e vê esse
estranho espetáculo: seu filhinho dentro do braseiro, porém cheio de vida. Chama os vizinhos em seu auxílio, e todos presenciam o milagre.
Interrogada a criança, que saiu sã e salva, conta que seu pai a jogara no fogo por ter assistido as cerimônias dos cristãos, mas que uma linda senhora, resplandecente de luz, a preservara das chamas cobrindo-a com seu manto, lhe dera alimento, e que essa protetora bondosa muito se parecia com a estátua da Santa Virgem que vira na Igreja dos cristãos.
Compreenderam todos então que a criança privilegiada fora salva por Maria, que lhe conservou a vida defendendo-a contra o ardor das chamas. O imperador, tendo conhecimento do ato desnaturado desse pai, mandou prendê-lo e o condenou ao suplício. O miserável, em lugar de se converter, obstinou-se mais e mais no erro. Quanto à mãe e seu filhinho, se instruíram na religião católica, receberam o Batismo e se tornaram cristãos fervorosos.

PRÁTICA — Rogar incessantemente a Maria pelos seminaristas, os coroinhas e todos os fiéis, a fim de que se apliquem com piedade e reverência a suas santas funções.

JACULATÓRIA — Oh! Maria, nós vos bendizemos, vós que sois a perfeita Serva de Jesus Eucaristia.

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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

20o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Adoração de Fé e Respeito de Maria




ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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I. Quantas coisas teríamos a dizer sobre a vida de adoração de Maria no Cenáculo! Vinte e quatro anos passados nesse santo lugar, onde Jesus havia instituído a Eucaristia, e onde fixara seu primeiro Tabernáculo! Maria estava inteiramente ocupada em adorá-LO e honrá-LO na sua vida eucarística; passava a maior parte dos dias e das noites junto desse divino Tabernáculo; aí estava seu Jesus, seu Filho e seu Deus! Quando saía de sua pobre cela para se dirigir ao oratório do Cenáculo, já começava sua adoração; caminhava recolhida, com os olhos baixos, com passo grave e modesto; desse modo se preparava para apresentar-se ao Deus da Eucaristia.
Ao chegar diante do Tabernáculo, prostrava-se com grande devoção e profundo respeito, depois concentrava suas faculdades num simples e piedoso recolhimento; o corpo ereto, as mãos juntas ou cruzadas sobre o peito, ou também, às vezes, quando estava só, erguidas suplicantes para o Tabernáculo no qual conservava quase sempre os olhos fixos.

II. Maria começava então a adoração com a fé mais submissa; adorava seu Filho oculto e velado sob uma forma estranha, porém seu amor atravessava a nuvem do mistério e chegava aos pés sagrados de Jesus, que venerava com o mais respeitoso amor: subia até, suas santas e veneráveis mãos que tinham consagrado e distribuído o Pão da vida. bendizia seus lábios sagrados que haviam pronunciado estas adoráveis palavras: "Isto é meu Corpo, isto é meu Sangue." Adorava esse Coração abrasado de amor donde se originara a Santíssima Eucaristia. Maria quisera abismar-se e aniquilar-se ante a divina Majestade, aniquilada também no Sacramento, a fim de lhe prestar todas as honras e homenagens que Lhe são devidas.

III. A adoração de Maria era profunda, interior, íntima; era o dom de si mesma. Oferecia-se totalmente ao serviço de amor do Deus da Eucaristia, pois o amor não impõe condições nem reservas, já não pensa em si mesmo, nem vive mais para si; já não se conhece, e só vive para o Deus a quem ama. Em Maria tudo convergia para o Santíssimo Sacramento como para o seu centro e seu fim. Uma corrente de graça e amor se estabelecia entre o Coração de Jesus-Hóstia e o coração de Maria adoradora; eram duas chamas que se fundiam numa só. Deus foi, então, perfeitamente adorado por sua criatura.

IV. Que a exemplo de Maria o adorador se coloque de joelhos com o mais profundo respeito, concentre-se, como Maria, e em espírito se ponha a seu lado para adorar; apresente-se diante de Nosso Senhor com aquela modéstia, aquele recolhimento interior e exterior que preparam maravilhosamente a alma ao angelical ofício da adoração.
Debaixo dos véus eucarísticos que encobrem a seus olhos a santa Humanidade, adore a Jesus com a mesma fé que Maria e a Santa Igreja, estas duas Mães que o Salvador, em seu infinito amor, lhe concedeu; adore ao seu Deus como se O visse e ouvisse, porque a fé viva ouve, vê, toca com maior certeza que os próprios sentidos.

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O Santo Viático solicitado e acompanhado por Maria

Piedosa donzela, muito devota de Maria, pobre dos bens deste mundo, porém na posse do maior tesouro que é o espírito de fé, se achava em vésperas de morrer sem o santo Viático, o que muito a entristecia. A Mãe de bondade veio então em seu socorro, e, aparecendo, cercada de um cortejo numeroso de anjos, ao bem-aventurado Oderico de Port-Mahon, que atravessava uma floresta, disse-lhe: "Bem perto daqui, uma fervorosa filha minha agonizante deseja com ardor receber a Santa Comunhão. O Vigário de sua paróquia está ausente; desejo que o substituas. Hei de conduzir-te à Igreja e depois à casa da doente, pois quero assistir a sua última comunhão."
O bem-aventurado obedeceu e tomando o Santíssimo Sacramento O levou com piedade, acompanhado por Maria, que apresentava um semblante radioso e penetrado de doce majestade. E quem poderá dizer as homenagens de respeito e amor que o seu coração tributou ao seu Filho oculto sob as espécies sacramentais?!
A doente recebeu o sagrado Corpo em presença da Santíssima Virgem. De quantas consolações deve se ter sentido inundada, e, certamente, deve ter reconhecido, nesta graça, a recompensa de sua confiança em solicitar a Maria o seu tão caro Jesus, que Ela jamais recusa a quem lh'O pede.
(Rossignoli).

PRÁTICA — Acompanhar em união com Maria o Santíssimo Sacramento quando O levam aos doentes.

JACULATÓRIA — Oh! Rainha de Bondade, nós vos contemplamos ao lado do Rei dos reis, Jesus Eucaristia!


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962

19o. Dia - Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

A Vida de Adoração em União com Maria


ORAÇÃO PREPARATÓRIA PARA TODOS OS DIAS

V).   Vinde, ó Espírito Santo, Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V).   Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R).   E renovareis a face da terra.
Oremos — Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espírito o conhecimento e o amor da justiça e fazei com que Ele nos encha sempre de suas divinas graças, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
R). Amen.
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 I. Considerando atentamente as razões pelas quais Nosso Senhor nos deixou sua Mãe, separando-se d’Ela, parece-me que o fez porque desconfiava de nossa fraqueza e inconstância.
Temia Jesus que os homens, não sabendo como encontrá-LO e adorá-LO em seu Sacramento, se desgostassem e O esquecessem. A criança, como sabeis, não procura por muito tempo o que deseja; se não encontra, muda de ideia e recorre a outra coisa. É justamente o que Nosso Senhor receava de nós. Por isso nos deixa sua Mãe com a missão de tomar-nos pela mão, e conduzir-nos a seu Tabernáculo. A Santíssima Virgem vem a ser, pois, nossa Mãe por causa da Eucaristia; está encarregada de fazer-nos encontrar nosso Pão de vida e de no-lo fazer apreciar e desejar, recebendo a missão de nos formar à adoração.
Em Jerusalém, reúne uma piedosa comunidade com a qual distribui seu tesouro e sua graça de amor. Esta ação se estendia aos discípulos e aos primeiros fiéis; Maria educava seus filhos como verdadeira mãe, formando-os à virtude e aos seus deveres de estado. O que Maria fez então continuará a fazê-lo ainda por nós; há de instruir-nos acerca de Nosso Senhor na Eucaristia, fazendo-nos participar de sua piedade para com Ele, e de sua dedicação em seu serviço, porque tudo quanto pertence à mãe pertence aos filhos, é para eles que ela se enriquece.
Maria é mãe, fará portanto nossa educação. Quando o filho se distrai do trabalho, a mãe acorre logo para chamá-lo à ordem; quando está doente, ela o trata; não o deixa nunca; importa que desempenhe sua missão de educadora.
Será, pois Maria quem vos há de formar inspirando-vos seu modo de adorar, fazendo sua adoração em vós; somente Ela poderá vos ensinar a verdadeira e perfeita adoração; só um coração materno é capaz de se fazer compreender por seu filho. É mister que a Santíssima Virgem vos diga: "Vinde adorar comigo."
Nosso Senhor colocou Maria em nosso caminho para que seja o traço de união entre Ele e nós. Maria infunde o primeiro atrativo para Jesus. Instintivamente, a criança se dirige em primeiro lugar à mãe e esta logo a conduz ao pai, mas, por si mesma, não corre para ele; segue, antes, à mãe. E Nosso Senhor nos deu Maria por mãe a fim de que Ela seja para nós um primeiro centro de fácil atração; antes de conhecer a Eucaristia já conhecíamos o nome de nossa Mãe a quem amávamos. Maria nos atraiu, pois a si, formou-nos nas virtudes indispensáveis à vida eucarística, e assim deve ser: para mim. é evidente que não existirá verdadeira devoção à Eucaristia e nem haverá boas vocações para o Santíssimo Sacramento a não ser aquelas formadas por Maria. Não, não, a criança só se forma nos braços de sua mãe e no seu regaço. É preciso que todas as vocações passem pelas mãos de Maria, para que sejam agradáveis ao coração de Nosso Senhor.

II. Examinai vossa vida passada! Não é verdade que já tínheis uma grande devoção a Maria Santíssima antes mesmo de vos dedicardes à Eucaristia? Suspiráveis por seu amor e por sua pureza, embora sem conhecer a sua vida eucarística. Já dizíeis: "Oh! se eu possuísse as virtudes de minha Mãe Santíssima, para servir a Jesus!" Era esse um primitivo atrativo. Fazíeis então como a criancinha que, não podendo pegar na mão de sua mãe, a segura pelo avental ou pela saia, e se esta se afasta um instante, julga que está perdida.
A mãe constitui um centro, e permanece sempre um centro; sentimos a necessidade de viver com ela e de permanecer ao seu lado.
A Santíssima Virgem não é como os santos, que concede certas e determinadas graças. Maria concede todas as graças e por isto sempre necessitamos d'Ela.
É ainda a mãe que ensina ao filhinho as palavras que agradarão ao pai; é ela quem compõe o cumprimento que deverá recitar; e ainda quem prepara o banquete ao gosto do pai. Percebeis onde quero chegar? Quero vos dizer: adorai o Nosso Senhor em companhia da Santíssima Virgem, Não digo permanecei n’Ela; não, Jesus ai está diante de vós para irdes diretamente a Ele, porém fazei-o sem Maria, vivei com Ela e n’Ela; visto que Nosso Senhor vô-LA deu como diretora, jamais deveis adorar sem Ela. Dizei-lhe: "Minha boa Mãe, acompanhai-me; a mãe sempre acompanha seu filho; sem vós nada saberei dizer."
Imaginai ver Maria de joelhos no Cenáculo; vede-A adorando seu Filho oculto na Eucaristia. Oh! quão agradável era a Jesus o que lhe dizia sua Mãe! Como sabia comover o coração do seu Filho! Ajoelhai-vos, pois ao lado de Maria: não queirais caminhar só, não andeis adiante, mas permanecei ao lado d'Ela, fazendo com Ela uma única adoração, apresentando a mesma homenagem. "Oh! Jesus, eu não sei adorar, mas ofereço-vos as palavras, os transportes do coração de vossa Mãe, que é também minha: não sei adorar, mas repetir-vos-ei sua adoração pelos pecadores, pela conversão do mundo e por todas as necessidades da Igreja."
Desse modo contentareis o coração de Maria. Ela vos mostrará a Jesus dizendo-Lhe: "Oh! meu Filho, vede como eu revivo nesta alma, como continuo a adorar-vos nela e por ela!"
Oh! sim, se alguém deve honrar, amar o servir a Maria, é certamente aquele que faz profissão de viver pela Eucaristia, porque precisa de Maria para adorar; na adoração, Maria e o adorador devem se identificar. Ah! deixai que a Santíssima Virgem governe vossa vida, deixai que Ela vos leve a Jesus! Maria só deseja uma coisa: a glória de Seu Divino Filho e a vossa felicidade.

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Maria incita a Comungar

É tão grande o desejo da Santíssima Virgem de que recebamos frequentemente o seu divino Filho, fonte de todo bem e de toda graça, que certa vez se dignou exortar em pessoa um bom religioso a quem um temor exagerado de sua indignidade afastava do divino banquete. Ao se preparar um dia para a Santa Comunhão, assistindo piedosamente a Missa, viu ele nas mãos do Sacerdote, em lugar da Hóstia, Jesus Crucificado, deixando jorrar das chagas dos pés o sangue em abundância. Sentiu-se o religioso tão impressionado que não ousou se aproximar da Santa Mesa. Terminada a Missa, continuou a rezar, ainda sob o peso de sua angústia, quando lhe apareceu a Virgem Imaculada perguntando-lhe por que não fora receber o Corpo de seu amado Filho. O bom Religioso respondeu-lhe que se achava por demais indigno. “E quando conseguireis, retrucou-lhe a Mãe de Deus, tornar-vos digno de participar deste Sacramento? Pedi vós mesmo ao meu Filho que Ele se digne preparar-vos como Lhe apraz e, dora em diante, não vos afasteis, por conta própria, da Sagrada Comunhão.”
(Nicolau Laghi, trat. III, c. I.)

PRÁTICA — Preparar-se à Comunhão, quanto possível, assistindo a Santa Missa.

JACULATÓRIA — Ó bem-aventurada Virgem Maria! Jesus encontrou em vós o seu ninho E aí permaneceu com amor!


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Oração Final

Ó Virgem Imaculada, Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, que durante os anos que vivestes depois da Ascensão, fostes modelo perfeito de serviço à Divina Eucaristia: Vós que passáveis diante de Jesus Sacramentado os dias e as noites, consolando-vos assim no exílio, ensinai-nos a avaliar o tesouro que possuímos no Altar e inspirai-nos visitar frequentemente o SSmo. Sacramento no qual Jesus fica conosco para dirigir-nos, consolar-nos, proteger-nos e receber em troca as homenagens que Lhe são devidas por tantos títulos.
Ó Mãe cheia de bondade e Modelo admirável dos adoradores da Eucaristia, já que sois a Medianeira das graças do Altíssimo, concedei-nos como fruto deste piedoso exercício, as virtudes que, tornando-nos menos indignos do serviço de vosso Divino Filho, obter-nos-ão a vida eterna.  Assim seja.
Nossa Senhora do SSmo. Sacramento, rogai por Nós.


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Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962