Do livro:
A Alma Gloriosa de Maria
Frei Henrique G. Trindade, O.F.M.
Livros de 1937
Como prefácio*
Muito
devemos varões
loar a Santa
Maria,
que sas
graças e seus dões
da a quem
por ela fia.
(Cantigas de D. Affonso, o
sábio)
O nosso pobre mês de
Maio, de primeiros frios, de chuva e vento, é no hemisfério setentrional o mês
do despertar glorioso da Natureza. A primavera, por toda a parte, irrompe vitoriosa,
numa profusão deslumbrante de flores e perfumes. E lá na Europa, — naquela
Europa à qual pertencemos, no dizer de Nabuco, pelas camadas estratificadas do
nosso espírito — o mês de Maio é sinônimo de beleza e poesia.
A piedade dos cristãos
d’além-mar consagra a Nossa Senhora este mês privilegiado.
E realmente, melhor
parece que não poderá ser nem a escolha nem a oferta: à Virgem Imaculada super
omnem speciosa, o mês régio da ressurreição e das flores.
Interessante, sem dúvida,
é investigar as origens do mês de Maria, acompanhar como um rito pagão se foi cristianizando,
pouco a pouco, através dos séculos, até alcançar a forma definitiva da nossa
devoção atual.