DÉCIMO NONO DIA
Oremos pelo Santo Padre.
Pai Nosso ...
Ave Maria ...
Glória ...
Jaculatória: “Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.
O quinto desejo do Coração de Jesus é o triunfo completo da Igreja
A Igreja não perecerá jamais: debalde as portas do inferno vomitam contra ela legiões infernais; debalde a má imprensa espalhará as suas calúnias; a Igreja resistirá até a consumação dos séculos. É um artigo de fé, o temor a esse respeito seria uma falta.
Mas se a Igreja não pode perecer, pode sofrer, e sofre… Sofre na pessoa de seu “chefe”, o Papa, cuja autoridade é desconhecida; sofre em seus “membros”, os fiéis perseguidos; em seus “mandamentos” desprezados… Oh! como Jesus se alegraria de vos ver algumas vezes de joelhos, diante do SS. Sacramento, pedindo-lhe a paz da Igreja e impondo-vos, nessa intenção, algumas pequenas privações”.
“Pedirei, com mais fervor, em minhas orações, o triunfo completo da Igreja”.
EXEMPLO
O Pe. Romano Hinderer, alsaciano, que recebeu o batismo em 1668, o ano em que se erigiu em Coutances, Normandia, a primeira Igreja pública dedicada ao Coração de Jesus, foi como escreve um seu discípulo, senão o primeiro, ao menos o mais feliz propagador desta devoção na China. Enviado para a província de Tché-kiang, dentro em pouco erigiu na capital (Hangtcheou) o primeiro templo que a China possuiu sob a referida invocação, e não tardou a ser testemunha de uma proteção miraculosa obtida por ela: um incêndio voraz se ateara numa aldeia próxima, e devorara quarteirões inteiros. Os habitantes, infiéis na maior parte, corriam às ruas desorientados, clamando por seus ídolos: entre eles havia um cristão muito pobre, cuja casa se achava entre as dos infiéis, e ele pede a Deus que se compadeça de sua miséria. O incêndio prossegue e arde já a casa vizinha à do cristão; mas, de repente, as chamas passam sobre ela, respeitando-a, e vão queimar as dos outros, reduzindo-as a cinza. Um grande número de pagãos converteu-se logo diante do prodígio. Sucederam-se outros; na aldeia de Kin-kia-kias, estavam reunidos os neófitos e oravam sob um desses alpendres que são o oratório dos camponeses chins, quando apareceu no céu sobre o teto de colmo, uma cruz luminosa, cercada de uma auréola de nuvens brilhantes, que deixava em torno um campo azul semeado de estrelas. Ao clarão, que parecia o de um incêndio, acudiram os pagãos: a cruz pairou, durante um quarto de hora, em seu nimbo de fogo, e depois desapareceu, deixando infiéis e cristãos maravilhados. Em 1722, no dia 24 do mês consagrado ao Coração de Jesus, sobre a sua igreja em Hang-tcheou, desenhou-se novamente no céu a cruz luminosa, futurando pelo tempo de meia hora; o povo todo a viu, e se fizeram desenhos dela, que foram gravados e distribuídos no Império chinês e na Europa. Pela invocação do Sagrado Coração, obteve o Pe. Romano a graça de curas miraculosas, e escapou incólume a várias perseguições que a Igreja sofreu na China, durante os 37 anos em que aí missionou; e ao morrer, em seus 77 anos de idade, tendo arrancado ao paganismo mais de cem mil almas a quem ensinava tão santa devoção, dizia ele ainda cheio de confiança: “É pela devoção ao Coração de Jesus que a missão na China não só se conservará, mas há de se elevar muito”.
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Excertos do livro: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.
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