Novembro - Mês das Almas do Purgatório - 4

Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
 livro de 1943 
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)



DIA 4
Relações com os Mortos

Se a lembrança dos mortos é tão grata, se tem tanta força para nos determinar a fazer o bem, que será o pensamento íntimo de nossas relações de cada instante com eles?
A doutrina católica oferece a perspectiva mais consoladora sobre essa estreita e afetuosa comunicação das almas dos escolhidos, que começa além-túmulo e prossegue na bem aventurança eterna.
O ensino da Igreja nos permite crer que nossos defuntos não estão ausentes, mas apenas velados e sempre junto a nós.
Ah! O pai, a mãe, o filho, o amigo a quem eu prezava, não era somente aquele Corpo que se via e se tocava, mas também aquela alma a quem Deus havia concedido toda a afeição que me mostrava e que eu lhe retribuía. Aquela alma já não se manifesta mais exteriormente, porém ainda me faz sentir sua presença.
Falem a respeito aqueles a quem Deus outorgou a graça de compreender o que essa comunicação das Igrejas militante e purgante encerra de consolador e suave! «Aquele a quem choramos, escrevia Fenelon, não se ausentou de nós, fazendo-se invisível. Ele nos vê, ele nos quer, ele se compadece de nossas necessidades. Os sentidos e a imaginação só é que perderam seu objeto. Aquele que já não podemos ver, está mais do que antes conosco. Encontrá-los-emos sempre no meio de nós, olhando-nos e oferecendo-nos os verdadeiros socorros. Não sofrendo mais suas enfermidades, melhor do que nós conhece ele as nossas, e pede os remédios que nos dão cura. Embora privado de vê-lo há muitos anos, eu lhe falo, abro-lhe meu coração, tenho a crença de encontrá-lo na presença de Deus; e, conquanto já o tenha chorado amargamente, não posso dizer que o perdi. Oh! Quanto é real esta união íntima!»
«A morte, diz S. Bernardo, não separa dois corações unidos pela piedade.»
«As almas dos justos não nos deixam. Se quisermos, elas se conservarão conosco e nos farão experimentar um bem estar indefinível, mas real. Invoquemo-las frequentemente com as nossas preces, com as nossas aspirações, e com as boas obras que lhes fizeram e também a nós farão ganhar o Céu.» (Gergerès)
Eu posso, portanto, associar-vos a meus trabalhos, a minhas orações, a minhas alegrias, a minhas tristezas, ó meus queridos finados! Que bem me faz este pensamento!
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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda - Salvador - Bahia

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