CENTELHAS EUCARÍSTICAS
Pensamento que desconforta
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TEM acontecido mais de uma vez que tenha perdido a
fé em Jesus Sacramentado quem foi educado e passou os anos mais belos da sua
vida à sombra do Tabernáculo. O escândalo contristou as almas piedosas e boas,
que acorreram, numerosas e plangentes, aos pés de Jesus, para compensá-lo com o
próprio amor da ofensa sofrida, e constrangê-lo a ter piedade do renegado.
E se uma desventura como esta
me tocasse
também a
mim? Grande Deus! Quem me assegura que crerei sempre em Jesus Sacramentado e
que sempre o amarei? Também eu posso cair no abismo da incredulidade... Eu, eu
mesma, que agora faço todos os dias a minha adoração eucarística, que todos os
dias ouço Missa e faço a Comunhão, eu que estou ligada a Jesus por especiais
vínculos de amor... Eu posso descer até o ponto de pensar dentro
de mim mesma e de professar
publicamente que a Eucaristia é uma ilusão, e que Jesus de modo algum vive
entre os filhos dos homens... Também eu posso perder a fé... Que pensamento
horrendo!
E porque é que outros perderam a fé?
E porque posso perdê-la também eu? Mistérios são estes quase impenetráveis à
minha mente... Certo é, porém que, sem culpa minha, eu não virei jamais
a perder a fé. É verdade que, vivendo
num mundo perverso e descrente, eu caminho sobre a orla dum abismo; mas também
é certo que, se Jesus, para não deixar-me cair dentro, devesse empregar todos
os anjos do Paraíso, de boa vontade o faria, desde quando a minha vontade se
não rebelasse contra esse ato
da sua misericórdia, e da minha parte fizesse o possível para não
precipitar-me.
Portanto, todas
as vezes que eu recordar a queda de
tantos infelizes apóstatas, elevarei súbito a Jesus o meu coração desconfiado
pelo temor, e lhe pedirei, primeiro que tudo, que me conceda a graça de não
perder a fé. Resolvo, também, exercitar frequentemente a fé na sua presença
real, na Eucaristia. Não mais farei uma visita, ouvirei uma Missa, farei uma
Comunhão, sem antes avivar bem a minha fé na presença de Jesus no Sacramento.
É tão pavoroso o pensamento de poder
apostatar de Jesus, que estou disposta a qualquer sacrifício de saúde,
de honra e de bens, e da própria vida, antes que sofrer uma desgraça como esta.
E tu, ó bom Jesus, que hoje quiseste
sacudir a minha alma com um pensamento tão horrendo, faze-me esta graça: abre o
Tabernáculo... Abre o teu Coração, e deixa-me esconder dentro, e depois
fecha-me todas as portas de saída... Faze-me depois encontrar neste Coração cem
calvários e mil cruzes, mas, por caridade! Que eu creia sempre em Ti!
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