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XVII. ALMA DE MÃE
Um dia, o grande e
humilde santo jesuíta, Afonso Rodrigues, que foi, toda a vida, porteiro no Colégio
de Maiorca, ajoelhado diante de uma imagem de Maria, exclamou num ousado
arroubo de amor: “Ó mãe minha amabilíssima, sei que me amais, mas não me amais
tanto, como eu amo a vós”. Ao que Maria respondeu como ofendida — se no céu a
ofensa pudesse entrar: “Que dizes, Afonso? Quanto o amor que te tenho leva
vantagem ao que me tens! Fica sabendo que há menor distância entre o céu e a
terra, do que entre o meu amor e o teu”. O mesmo e com a mesma sinceridade, diz
a Senhora a todos os homens, a cada um de nós. Por grande que seja o nosso amor
para com ela: “Fica sabendo, meu filho, que há menor distância entre o céu e a
terra, do que entre o meu amor e o teu”. É que ela nos ama como Mãe. —
Dizia-me, uma vez, uma pequena asilada: “Padre, aqui é bom, as Irmãs são boas,
as companheiras são boas, a comida é boa... só uma coisa me falta: a minha
querida mãezinha!” e desandou a chorar. — Nosso Senhor Jesus Cristo conhecia
perfeitamente o feitio do coração humano.
Do alto da cruz, donde podia descortinar o panorama da humanidade inteira, procurou o que lhe podia dar ainda que já não lhe tivesse dado. E achou: faltava aos homens remidos um coração de mãe. Por isso, depois de ter confiado ao amor maternal de Maria a humanidade, exclamou Jesus em alta voz, que ressoasse por toda a vastidão da terra: Homens, eis a Mãe que eu vos deixo! Foi o maior dom que Cristo nos fez, depois do dom de si mesmo. E se os homens compreenderam a dádiva de Cristo, consagrando a Maria, no decorrer dos séculos, um amor verdadeiramente filial, muito melhor compreendeu Maria a sua nova posição, dando todo o seu amor de Mãe aos homens todos. E que amor poderoso! Que amor eficaz! “Só o céu nos revelará — dizia Grignion de Montfort — o que nós devemos ao amor maternal de Maria: quantas tentações vencidas! quantos castigos perdoados! quantos perigos desviados!...” E o mesmo Bem-aventurado ensina que Rebecca, revestindo o seu filho predileto com a semelhança do irmão, foi uma imagem de Maria, que revestiu seus filhos pecadores, com os méritos de seu Filho Santo, para que assim eles pudessem receber a benção melhor do bom Pai do céu.
Do alto da cruz, donde podia descortinar o panorama da humanidade inteira, procurou o que lhe podia dar ainda que já não lhe tivesse dado. E achou: faltava aos homens remidos um coração de mãe. Por isso, depois de ter confiado ao amor maternal de Maria a humanidade, exclamou Jesus em alta voz, que ressoasse por toda a vastidão da terra: Homens, eis a Mãe que eu vos deixo! Foi o maior dom que Cristo nos fez, depois do dom de si mesmo. E se os homens compreenderam a dádiva de Cristo, consagrando a Maria, no decorrer dos séculos, um amor verdadeiramente filial, muito melhor compreendeu Maria a sua nova posição, dando todo o seu amor de Mãe aos homens todos. E que amor poderoso! Que amor eficaz! “Só o céu nos revelará — dizia Grignion de Montfort — o que nós devemos ao amor maternal de Maria: quantas tentações vencidas! quantos castigos perdoados! quantos perigos desviados!...” E o mesmo Bem-aventurado ensina que Rebecca, revestindo o seu filho predileto com a semelhança do irmão, foi uma imagem de Maria, que revestiu seus filhos pecadores, com os méritos de seu Filho Santo, para que assim eles pudessem receber a benção melhor do bom Pai do céu.
— Maria é nossa Mãe e
se interessa por cada um de nós. Por isso dizia o Santo Cura d’Ars: “Eu penso
que somente no fim do mundo Maria estará bem tranquila; pois, enquanto o mundo
existir, ela será reclamada em todos os lados. Como uma mãe solícita que tem
muitos filhos, está a Senhora continuamente ocupada ora com um, ora com outro”.
É com esta Mãe do céu que as mães da terra aprendem a amar os seus filhos. É ao
seu regaço que elas os confiam, quando distantes, quando em perigo. Zélia, a admirável
mãe cristã, que soube tão bem educar os filhos, escrevia a um deles: “Maria é
Mãe, e Mãe mil vezes mais terna do que eu sou para contigo, lança-te, com todo
o amor e confiança, em seus braços maternos e dize-lhe com todo o fervor de tua
alma: Ó Senhora, mostra que és minha Mãe!” — É este o grito de socorro que a
Igreja ensina a seus filhos: Ó Senhora, neste transe, nesta tentação, nesta dificuldade... mostrai que sois nossa Mãe! Maria Desideria,
pouco antes de morrer, pedia às Irmãs que cantassem “Com minha Mãe estarei...”
E como se alegrou ao ouvi-lo!
É assim a nossa
devoção para com Maria? Sincera, filial? Podemos nós exclamar como Santo
Estanislau Kostka: “Então não hei de amar muito a Maria? pois se ela é minha
Mãe?!” E procuramos nós provar-lhe este amor, imitando cada vez mais as suas
virtudes? Felizes de nós! Teremos, assim, uma Mãe querida à nossa cabeceira à
hora sombria da nossa morte. Ela nos há de sorrir então, como sorriu a Santa
Teresinha.
MARIA, mostrai que
sois, realmente, nossa Mãe. Guiai-nos, protegei-nos, educai-nos a nós, filhos
vossos, que vos queremos amar muito e provar o nosso amor, agora e sempre.
Assim seja!
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Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição
Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição
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