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Capítulo XIV - Fala, ó Jesus

CENTELHAS EUCARÍSTICAS
 PEQUENA COLEÇÃO
DE
Pensamentos e afetos devotos
a
JESUS SACRAMENTADO



XIV
Fala, ó Jesus

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tanto tempo que não me dizes nada! Na comunhão emudeces, calas-te na visita, e o mesmo fazes durante a Missa... Porque me tratas assim? Bem sei que eu só mereço castigos, por ser muito má; mas afinal, uma pequena palavra jamais a negaste, mesmo aos teus inimigos; falaste até aos endemoninhados... E a mim porque não me dizes nada?
No meio de tantas misérias de que o meu coração está cheio, se eu tenho uma palavra boa e afetuosa, é a ti que eu a digo. Se alguma dor me aflige, se alguma alegria me embriaga, a ti as vou logo confiar. E se às vezes eu te falo, é porque sei que tu conheces o meu ser até às fibras mais íntimas, que lês dentro de mim melhor do que eu te sei falar. Ao passo que, se tu não me falas, como poderei eu saber o que sente o teu Coração a meu respeito?
Bem sei que já falaste um dia e que as tuas palavras estão escritas nos Evangelhos, onde posso lê-las e meditá-las todas as vezes que queira; mas, essas mesmas palavras, à força de lê-las sobre o frio papel, ou de ouvi-las repetir pela débil voz de um homem, já não têm a eficácia de outrora, e quase sempre me deixam indiferente... Escuta, ó Jesus; não poderias tu dizer-me essas palavras diretamente ao coração... Ao menos alguma delas! Não te peço aquelas comunicações que fizeste a certas almas privilegiadas... Bastar-me-ia que tu mesmo me fizesses ouvir no coração — que é preciso estar vigilante, porque tu chegas quando menos se pensa; que nada aproveita ganhar o mundo inteiro, que fosse, se depois se perde a alma; que tu vieste ao mundo trazer um certo fogo, e queres que ele se acenda; que quem se alimenta da tua carne, terá a vida eterna; que... Em suma, qualquer daquelas palavras, que fazem tanto bem...
O Jesus, façamos um pacto. Eu me prepararei o melhor possível para a próxima comunhão e irei receber-te com todo o fervor; e tu, da tua parte, prepara-me algumas daquelas palavras que dão a vida, e quando baixares ao meu coração, dize-me essa palavra, de modo que eu a ouça, que me desperte, que me torne feliz e, sobretudo, que me faça santo.
Ó Jesus, estamos entendidos?

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