CENTELHAS EUCARÍSTICAS
PEQUENA COLEÇÃO
DE
Pensamentos e afetos devotos
a
XXXIII
Coroinha da Confiança
__________
Deus in adjutorium meum intende.
Domine ad
adjuvandum me festina.
Gloria Patri, etc.
I
Ó
meu dulcíssimo Jesus, eu venho refugiar-me no teu Coração. Estou aflita com o
pensamento de não estar perdoada dos meus pecados, se bem que os tenha
confessado e deles esteja arrependida. Oh! Quanto me entristece este pensamento!
Quando rezo, quando te adoro, quando te recebo
parece-me que ouço de ti exprobrações e ameaças. Será, pois, verdade que eu
tenha de refazer todas as minhas confissões?
Contudo eu fi-las o melhor que pude... E estava realmente arrependida... Ó meu Jesus, eu confio no teu Coração misericordioso, e ainda que tenha de fazer uma violência ao meu coração, eu me abandono cegamente à tua piedade, e espero que me terás perdoado; creio que no momento da minha morte não me hás de revelar pecados, que eu agora não consigo recordar, e espero morrer na tua graça, mesmo porque sinto amar-te muito e desejo amar-te quanto mereces ser amado. — Padre Nosso, Ave Maria e Glória Patri.
Contudo eu fi-las o melhor que pude... E estava realmente arrependida... Ó meu Jesus, eu confio no teu Coração misericordioso, e ainda que tenha de fazer uma violência ao meu coração, eu me abandono cegamente à tua piedade, e espero que me terás perdoado; creio que no momento da minha morte não me hás de revelar pecados, que eu agora não consigo recordar, e espero morrer na tua graça, mesmo porque sinto amar-te muito e desejo amar-te quanto mereces ser amado. — Padre Nosso, Ave Maria e Glória Patri.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio em vós. (Três vezes).
II
Ó meu caro Jesus, tu conheces bem quais
as minhas, resoluções; mas porque será que não consigo jamais pô-las em
prática? Ah! Quanto me fazem sofrer as minhas paixões e as tendências que tenho
para o pecado! Há tantos anos que combato para vencer-me, e sou ainda a mesma
de antes: sempre soberba, sempre iracunda, sempre relaxada no teu serviço,
sempre cheia de mil imperfeições! Mas deverei combater até à morte, sem jamais
conseguir a vitória? O Coração dulcíssimo do meu Jesus, tu somente poderás
tornar-me forte e senhora de mim mesma, e em ti somente eu confio, eu espero e
estou certa que me farei santa. As recaídas quotidianas sugerem-me abandonar toda
a fadiga; todas
as vezes que perco a paciência, ou
falto à caridade, ou cometo qualquer outra falta,
uma voz maligna me sugere — para ti
já não há esperança, serás sempre a mesma. — Mas tu és mais forte que toda
a paixão e que toda
a minha malignidade; e eu me abandono
a ti, à tua graça, ao teu amor, e repouso tranquila mesmo entre o frêmito de
todas as paixões, certa de que, estando contigo, não serei nunca tua inimiga,
mas serei sempre a predileta do
teu coração — Padre Nosso,
Ave Maria e
Glória Patri.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio
em vós. (Três vezes).
III
Tenho muitas vezes receio, ó Jesus,
de ser abandonada por ti, porque sou sempre muito tentada. Como ousaria tanto o
demônio contra mim, se eu fosse realmente
tua e só tua?
O inimigo não me deixa em paz uma
hora sequer! Mesmo quando te recebo no coração me vem roubar aqueles momentos
preciosos com mil fantasmas horrendos. Às vezes perece dizer-me que para mim já
não há salvação possível: que posso orar, fazer mortificações, obras de
caridade, comunhões quantas quiser... Mas não conseguirei pôr-me no bom caminho...
Certas tentações são tão fortes e violentas que quase não sei como distingui-las
do pecado... De dia, de noite, quando oro, quando trabalho, quando estou só,
quando estou com os outros... O malvado aparece sempre! Ó Coração dulcíssimo do
meu Jesus, só tu me podes libertar de semelhantes tormentos; e eu me abandono
inteiramente a ti! Eu não quero ofender-te, não quero desgostar-te por um só
momento, quero sempre ser tua, agora, durante a minha vida inteira, na hora da
minha morte, por toda eternidade... Portanto, a minha vontade está
perfeitamente de acordo com a tua... Confio que me protegeres sempre contra o
demônio e repouso tranquila no teu coração. — Padre Nosso, Ave Maria e Glória
Patri.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio
em vós. (Três vezes).
IV
Penso muitas vezes, ó meu Jesus, na
hora tremenda da minha morte, e não posso subtrair-me a um sentimento de
receio. Como morrerei eu? Serei surpreendida pela morte no estado de pecado, ou
morrerei na tua graça? Como irá a minha fé, a minha esperança e a minha
caridade nessa luta suprema com Satanás? A desconfiança que agora me bate por
vezes ao coração, não virá então ainda tentar-me? Não me acontecerá talvez que
num momento só eu arruíne um edifício que me custou anos de fadiga e de pena?
Não terá acontecido a ninguém naufragar quando já estava tocando o porto?
E se isto acontecesse também a mim? Ó Jesus, se atendo às minhas obras, não me
faltam razões para temer; mas se atendo ao teu dulcíssimo Coração, que coisa
não devo eu esperar? Portanto é neste Coração que eu deponho todas as minhas
esperanças para a hora da morte. Eu não quero afligir-me com mais coisa
nenhuma; os meus pecados já os confessei; já os chorei e detestei... Agora
abandono-me à tua misericórdia, e estou certa de que o teu Coração será a mais
bela visão que terei à hora da morte, e aquela sua ferida será a porta que me há
de introduzir no Paraíso. — Padre Nosso, Ave Maria e Glória Patri.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio
em Vós. (Três vezes).
V
O Paraíso! Oh! Como deve ser belo! Lá
estás tu, ó meu caro Jesus, está Maria, a minha doce Mãe, estão os Anjos e os Santos,
estão já tantos dos meus caros... Irei eu também para lá! Mas, onde estão para
isso as minhas virtudes? Onde estão os meus merecimentos?... Como! Eu, uma alma
tão vulgar, entrar no Paraíso entre tanta grandeza e esplendor de santidade?
Estar confundida com os Apóstolos, com os Mártires, com as Virgens?... Eu?... Ó
meu Jesus, para o Paraíso quero eu ir, a custo de qualquer sacrifício, mas
se tu não me ajudas, estou mal servida; nunca lá entrarei. Portanto, mais que
com os meus esforços, quero lá entrar, levada pelo teu amor.
Abandono-mo, pois, ao teu Coração sacratíssimo: as suas chamas sejam a minha
caridade, os seus espinhos sejam as minhas mortificações, as suas feridas sejam
as minhas penitências, as suas belezas sejam os meus merecimentos, Ó Coração do
meu Jesus, tu sempre me tens amado, e cessarás de amar-me então, quando eu
estiver para entrar no Paraíso a fim de recambiar-te com um amor puríssimo, com
um amor de santa, com um amor eterno? — Padre Nosso, Ave Maria e Gloria
Patri.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio
em Vós. (Três vezes).
A
Maria Santíssima
Ó cara Mãe do meu Jesus e Mãe minha,
tu sabes porque me encontro aqui diante do Tabernáculo, conheces as minhas
trepidações e o receio que tenho de perder-me. Tu, que me amas tanto e que
desejas ver-me ao pé de ti no Paraíso, ajudas-me a confiar no Coração de Jesus
e a abandonar-me toda à sua
misericórdia. Tantas vezes me tens socorrido, não me abandones agora às minhas
penas. Faze-me compreender quanto Jesus é bom e quanto deseja santificar-me e
salvar-me, a fim de que eu viva tranquila e morra serenamente confiando no seu
adorável Coração.
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