Capítulo XXIX - Pelos outros

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JESUS SACRAMENTADO


XXIX
Pelos outros
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NÃO se poderia, ó Jesus, fazer um pouco de bem a tantas almas que andam no caminho da perdição? Algumas há, que me estão mesmo a caráter de salvá-las; mas é preciso que elas o não saibam; desejaria ao menos melhorá-las, mas sem lhes dizer sequer uma palavra, mesmo porque seria inútil. Será isto possível?

Capítulo XXVIII - À boa noite a Jesus

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XXVIII
À boa noite a Jesus
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QUANTO sinto dever deixar-te, ó Jesus! Ah! Se não fosse a necessidade que me obriga ao repouso, ficaria aqui contigo até amanhã, sempre a falar-te, sempre a olhar-te, sempre a amar-te; parece-me que te diria coisas novas... Parece-me que o meu coração se inflamaria de novas chamas... Que mais depressa me tornaria santa... Mas vejo-me constrangida a ir-me embora, a deixar-te, a condensar todas as efusões do meu coração nesta mesquinha saudação — boa noite!

Capítulo XXVII - Os bons dias a Jesus

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XXVII
Os bons dias a Jesus
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EIS a alba dum novo dia, ó Jesus? Mas, de que te será ele portador? Será este um dia de novas culpas ou de amores mais veementes? Quantos sacrilégios, quantas blasfêmias, quantas abominações não virão dilacerar-te o coração? E quantas orações, quantos heroísmos de virtude não to virão consolar? Eu não o sei, e certamente não é a força mesquinha do meu braço que poderá impedir a obra dos crucifixores e fazer cair-lhes das mãos o martelo e os cravos. Mas tu podes receber o meu melhor augúrio e transformá-lo em mil chamas de amor, que do coração de tantos adoradores sobem a confortar o teu.

Capítulo XXVI - A palavra mais difícil

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XXVI
A palavra mais difícil
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FALEI já tantas e tantas vezes a Jesus, falo-lhe todos os dias, digo-lhe um mundo de coisas, as mais belas e as mais suaves que o coração me pode sugerir; mas há uma palavra mais bela que qualquer outra, uma palavra aprendida desde criança, repetida cada dia e quase a cada hora, uma palavra sem a qual toda a oração perde a beleza e o valor, e que eu lhe não digo jamais... Ela aflora-me espontânea aos lábios nos momentos de angústia, mas eu não a ouso pronunciar, porque o coração recusa-se a acompanhá-la... E porque havia de dizer uma palavra que será uma ficção? Jesus disse-a no Getsêmani, ordenou a todos que a repetissem, porque é a mais bela que podem pronunciar os lábios cristãos: fiat voluntas Tua — faça-se a Tua vontade.

Capítulo XXV - Morrer bem

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XXV
Morrer bem
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É um dos sonhos mais belos da minha alma; é um sonho que se torna cada vez mais vivo, à medida que os anos passam e as forças me vão faltando. Principalmente quando me encontro com Jesus sorri-me a idéia de uma santa morte. Figuro-me, então, estar estendida sobre o leito da agonia, a poucos minutos de distância da eternidade, com todos os adeuses já feitos aos meus parentes, com o coração desapegado já das coisas mundanas, com o Paraíso aberto aos meus olhos, e os anjos que me sorriem do alto, e Maria que me convida, e Jesus que me estende a mão para tomar-me e conduzir-me lá cima... Pensando em tudo isto eu choro um pouco, mas o meu pranto deixa-me a alma contente.