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XIX. ALMA DE MÁRTIR
Se Maria soube cantar
e, com seu cântico inspirado, encher de tons alegres as naves do templo imenso
deste mundo, não foi porque lhe tivesse sido poupado o sofrimento. Não; depois
de Jesus, foi ela que do sofrimento recebeu maior quinhão. De modo que a Igreja
lhe chama na sua linguagem exata “Rainha dos Mártires”. E com quanta razão! — Quem
ama quer dar provas de seu amor. E quanto maior for o amor, maior será a prova.
Por isso afirmou Jesus Cristo que não há maior caridade do que dar a vida por
quem se ama... As almas mesquinhas não amam. Porque amar é dar uma parcela de
si mesmo. Ou dar-se todo inteiro. E disso são elas incapazes. As almas grandes,
porém, amam. Porque sentem necessidade de se sacrificar. Dividem-se. Dão-se aos
pedaços. E, sendo intenso o amor, é completo o holocausto. É, assim, a história
do martírio. A história de Cristo, o mártir divino. A história de Maria, rainha
dos mártires. Cuja vida é um sacrifício perene, marcado pelos sete grandes sacrifícios
que fizeram, por assim dizer, Maria ser martirizada sete vezes.